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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Julho conhece hoje o seu penúltimo dia e esta semana o seu derradeiro dia útil. Tudo isso para dizer que este será o último post da presente temporada. Como tem sido hábito, irei ausentar-me durante o mês de agosto, para as tão ansiadas, e merecidas, férias de verão. Depois da turbulência das últimas semanas estas saberão ainda melhor.
Por turbulência não me refiro apenas à infeção pelo SARS-CoV-2 da qual padeci semanas atrás, mas sobretudo ao tal mec francês (de quem te dei conhecimento em dois posts distintos), que voltou a dar o ar da sua graça, com o claro propósito de assegurar a sua f*da veranil. Se te disser que não anseio por estar com ele, estaria a mentir. Estaria a mentir ainda mais se não reconhecer o quanto me custa saber que um homem só se interessa por mim na qualidade de objeto sexual. Foi por isso que recusei a proposta para coprotagonizar a terceira temporada da saga Dar o corpo sem entregar o coração, mesmo tendo consciência das "regalias" de que estou a abrir mão.
Sem uma relação amorosa digna desse nome há mais de 10 anos, sou mulher o suficiente para reconhecer que estou particularmente carente, motivo pelo qual apaixonar-me pelo Ben (assim se chama o dito cujo) é mera questão de tempo. Por isso cortei o mal pela raiz, já que, no que diz respeito à minha vida amorosa, ando à procura de soluções e não de problemas. E uma paixão não correspondida acaba invariavelmente em drama, regado a lágrimas, desgosto e sensação de fracasso.
Sei que existem mulheres que lidam bem com relações baseadas somente em sexo. Feliz ou infelizmente, não sou uma delas, e só eu sei o quanto tentei ser. Eu quero ser importante para alguém, quero alguém que esteja disposto a dar-me uma oportunidade, a dar-nos uma oportunidade. Quero alguém que se importe, que se preocupe, que se esforce, que se esmere, que se regozije por me ter na sua vida. Quero alguém que se sinta um privilegiado por poder estar comigo. E o que esse gaulês me faz sentir é precisamente o contrário; em interação alguma senti-me tão desimportante para um homem.
Ainda que a lamente, estou segura da decisão de não voltar a estar com ele. Contentar-me com uma relação baseada em mensagens de WhatsApp, com a periodicidade das necessidades fisiológicas e luxuriosas de uma das partes, atenta contra tudo aquilo que sou e defendo. E se há coisa que pretendo manter é o juramento de jamais voltar a ficar à espera de um contacto, uma manifestação de interesse, uma vontade da outra parte. Ansiosa, impotente e resignadamente.
Peço-te que não fiques a pensar mal dele, achando que se trata de (mais) um sacana da vida. Para o entenderes melhor, convém referir que, há coisa de quatro meses, foi deixado pela namorada de longa data, com quem tinha planos de casar e procriar. Desconfia ele que foi trocado pelo ex, motivo pelo qual anda com o ego ferido e muita vontade de usar as mulheres a seu bel-prazer, sem atentar-se aos sentimentos delas. Ele até é bom gajo, reconheço. É gentil, educado, divertido, generoso e sincero. Encantador, assumo. Apenas não é bom gajo para mim, para o que eu quero em termos de amor. O nosso problema prende-se com expectativas desencontradas, digamos assim.
Agora que te pus ao corrente da minha (má) aventurança amorosa, despeço-me com o abraço amigo de sempre e a promessa de voltar ao teu convívio em setembro. Bronzeada, revigorada e inspiradíssima, conto eu. Feliz mês de agosto para ti!
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