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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Para este início de semana, a primeira de facto e de direito do mês de dezembro de 2022, proponho lançarmos um olhar - mais um - sobre a questão eternamente discutida aqui no blog e recentemente exportada para o podcast: temos mesmo que emparelhar e procriar, ou seja, é imperativo que sigamos o manual de boas práticas sociais, cumprindo as regras pela ordem em que elas estão estabelecidas?
Num artigo para a Escola do Sentir, as psicólogas Cátia Lopo e Sara Almeida respondem à questão, chamando a atenção para o facto de que, ao tentarmos corresponder aos padrões que esperam de nós, tendemos a sentirmo-nos permanentemente ansiosos e insatisfeitos. Daí que caiba a cada um de nós decidir como quer viver a sua vida, isenta de pressões externas, por mais significativas que elas sejam.
Para entenderes com clareza o que estou para aqui a dizer, o melhor mesmo é leres na íntegra o que elas escreveram:
À medida que vamos crescendo, vamos sendo encaixados no ‘puzzle’ da sociedade. Vão-nos indicando que há uma altura certa para estudar, para ter o primeiro emprego, para ter um carro, casar e ter uma casa.
É verdade que há um conjunto de passos que vão sendo dados por muitos de nós em idades-chave da nossa vida, de uma forma relativamente uniforme. Mas, é ainda mais verdade que ninguém deve precipitar nenhum desses passos apenas porque para os outros chegou a ‘altura certa’.
Não é verdade que estejamos todos preparados para casar na mesma altura ou que alguma vez estejamos preparados para tal. Sempre que, enquanto sociedade, continuamos a perpetuar estereótipos, estamos a anular a individualidade e a singularidade de cada um de nós. Não há datas certas iguais para todos.
Por outro lado, sempre que damos passos para corresponder ao que a sociedade espera, estamos a sabotar-nos e a anular o mais importante que cada um de nós tem: a nossa essência. Como tal, ao tentar corresponder aos padrões que esperam de nós, tendemos a sentirmo-nos permanentemente ansiosos e insatisfeitos. Isto acontece porque, por muito que tentemos corresponder, vai sempre haver mais e mais exigências externas às quais teremos de continuar desenfreadamente a corresponder - primeiro os estudos, depois o trabalho, depois os filhos.
Neste frenesim, a ansiedade aumenta e parece que nada é suficiente para quem está à nossa volta. Ao mesmo tempo, vamos ficando não só ansiosos como altamente insatisfeitos, porque estamos atrás daquilo que os outros esperam e não atrás daquilo que nós próprios queremos para a nossa vida o que, inevitavelmente, nos vai frustrar e fazer-nos questionar a nossa essência.
E este é um cenário vivido com muita frequência por muitos jovens adultos que, por um lado, se veem confrontados com as exigências da sociedade e, por outro lado, se veem confrontados com os seus apelos internos e percebem que não são compatíveis. É aqui que nasce um conflito interno difícil de gerir.
Nestas circunstâncias, cada um de nós precisa de tomar consciência de que os degraus das nossas conquistas são para ser subidos por cada um de nós, de forma única, no nosso tempo e ao nosso ritmo. Tudo chega no seu tempo e encaixa no puzzle da nossa vida, sem que precisemos de fazer um controlo fora do vulgar e sem que tenhamos de nos sentir à margem. Neste contexto, é essencial que comecemos cada vez mais a ter a coragem de assumir quem somos, o que queremos viver e conquistar, mesmo que isso nos torne uma peça que não se encaixa no puzzle da sociedade.
Meu bem, depois do que acabaste de ler, ainda achas que faz sentido entrar ou permanecer numa relação só porque sim, como acontece com tanta gente ao nosso redor? Muito me agradaria saber o que pensas sobre isso, até porque estou a pensarlevar este tema a debate no podcast. 😉
Escuso lembrar-te que amanhã sairá mais um episódio do Ainda Solteiros, desta feita com o primeiro entrevistado, um celibatário dourado que encara a sua situação amorosa com serenidade, sinceridade e sabedoria. Até lá, beijo 💋 em ti!
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