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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! 🖖
A tua solteira favorita está de volta, cinco meses depois, e intermináveis acontecimentos pelo meio. Quanta saudade de estar aqui, quanta vontade de partilhar coisas, quanta necessidade de voltar a ser a voz amiga dos solteiros da lusofonia.
Escuso dizer que tenho muito para contar, o que prometo ir fazendo aos poucos. Por ora, neste primeiro dia de setembro, o mês da rentrée, ou seja, dos recomeços, trouxe a minha última crónica para o Balai Cabo Verde. Espero que gostes, comentes, partilhes e recomendes.
A felicidade não tem regras
O anúncio de uma conhecida marca de gelados em Portugal, cujo jingle tem tomando de assalto os meus ouvidos ao longo deste verão, inspirou-me a escrever esta crónica, dedicada a um dos meus temas favoritos, aquele sobre o qual jamais me canso de escrever. Consegues adivinhar a que me refiro? Dou-te uma dica: é o mesmo com que me estreei aqui no Balai Cabo Verde, já lá vão dois anos e cinco meses.
Na vida, há poucas certezas. Uma delas é que a felicidade não se encontra num manual de regras, muito menos se sujeita aos caprichos alheios. Ela é uma jornada única e pessoal, uma aventura que nos leva por caminhos inexplorados e desafios imprevistos. É como o vento que toca suavemente a nossa pele, impossível de segurar, mas maravilhoso de se sentir.
Ser feliz não se enquadra em fórmulas mágicas ou padrões pré-definidos. É mais do que apenas um sorriso no rosto; é uma atitude que cultivamos no íntimo, na essência, ao longo da existência. A felicidade reside nas pequenas coisas, nos ínfimos gestos e momentos da vida. Ela está nos raios de sol que atravessam as cortinas pela manhã, no riso inocente de uma criança, no cheiro da terra molhada depois da chuva, no canto de um pássaro, num abraço sincero, num beijo apaixonado, numa presença amiga.
A busca pela felicidade assemelha-se a uma odisseia no espaço, a uma aventura no deserto, a uma expedição à selva, a uma escalada ao Evereste. É notar a alegria nas entrelinhas da vida, mesmo nas situações mais desafiadoras. É encontrar beleza na imperfeição e lições nos obstáculos. A felicidade está entrelaçada com a nossa perspectiva e disposição para abraçar o desconhecido, para aceitar o imprevisto e para gerir o incontrolável.
Ela é um estado de espírito e um estado de espírito feliz transcende as circunstâncias externas. Podemos encontrá-la tanto sob o sol escaldante como sob a chuva fria, tanto nas lágrimas de tristeza como nos sorrisos de alegria. Trata-se de uma escolha diária: ver o lado luminoso da vida, mesmo quando as sombras nos rodeiam. Trata-se de uma vontade imensa, intensa, inabalável, de estar bem e de estar bem com tudo o que nos rodeia.
Praticar a felicidade é uma arte que requer dedicação, disciplina, treinamento e experiência. Assim como qualquer habilidade, exige esforço e persistência. É um ato de autocompaixão e autoaceitação, de aprender a valorizar a jornada tanto quanto o destino. Praticar a felicidade é cultivar relacionamentos saudáveis, perseguir sonhos, abraçar o presente e nutrir a mente e o corpo com boas energias.
Sempre que liberta das amarras das regras convencionais, ela flui como um rio sereno, manifestando-se quando nos permitimos ser autênticos, quando abraçamos nossas peculiaridades e quando escolhemos a gratidão em vez da reclamação. Não é uma meta distante, antes uma experiência que vivemos a cada momento, transformando as nossas vivências numa tapeçaria rica de emoções e recordações.
A felicidade aguarda por aqueles que ousam aceitar a vida de braços abertos e olhos transbordantes de curiosidade e esperança. Então, nessa busca por ela, lembra-te que não há um manual a seguir. Que o caminho é teu, as escolhas são tuas e a jornada igualmente tua. Que possas praticar a arte de ser feliz, encontrando alegria não apenas nos destinos grandiosos, mas acima de tudo nas pequenas coisas, nos pequenos gestos e momentos que compõem o puzzle da nossa existência.
Aquele abraço amigo de sempre e até breve!
Ora viva! 🖖
Para este início da semana santa, proponho uma crónica assinada pela Rita Dias e publicada na rubrica Megafone do jornal Público, em 2 de novembro de 2022, através do qual a autora assume, sem complexo nem bazófia, a sua condição amorosa, reconhendo os prós e contras da solteirice feminina e ambicionando esclarecer se estar junto compensa.
Gosto de princípios felizes e de finais felizes, mesmo quando são tristes. Sou romântica. Demorei algum tempo a perceber que isto não corresponde aos princípios tristes e aos finais felizes dos filmes da Disney, que consegui ver infinitas vezes no mesmo dia. O amor real é outra coisa e nem sempre anda de mão dada.
Em Portugal, em 2021, segundo a Pordata, havia praticamente tantas pessoas casadas como solteiras, na ordem dos quatro milhões para cada grupo. Só que as pessoas casadas estão juntas, à partida, e as pessoas solteiras não. Estão solteiras. Para as pessoas em união de facto, os últimos dados são de 2011, na ordem das 700.000. E ainda sobram os namorados, namoradas e "namorades", que talvez ponham as pessoas solteiras-solteiras num número consideravelmente menor. Se juntarmos a diferença entre homens e mulheres, temos mais homens solteiros do que mulheres, 46,8% e 40,2% respectivamente.
Mas, ao que parece, segundo um estudo de 2017 da empresa britânica Mintel, há mais mulheres solteiras felizes do que homens solteiros felizes e a explicação pode residir no facto de as mulheres trabalharem mais nas e para as relações do que os homens. Quando estão sós, estão mais acompanhadas por si próprias.
Ao que parece também, um estudo americano do Pew Research de 2019 avança que os homens solteiros têm mais probabilidade de se encontrarem desempregados, em situação financeira frágil e sem formação universitária, enquanto as mulheres solteiras ganham o mesmo que recebiam há 30 anos, mas as que têm parceiros vêem os seus rendimentos aumentar em 50%.
A minha pergunta: estar junto compensa? Faço parte do grupo de solteiras-solteiras. Já não estou numa relação sólida há anos suficientes para não me querer lembrar e tenho apenas 33 anos. Sou uma jovem mas não sou uma jovem, mais ou menos como quando se diz a jovens que já não são crianças mas que ainda não atingiram a idade adulta, só que com mais 20 anos em cima.
Conheço as dores e as delícias de não dividir a vida ao meio: a casa vazia para o bem da quietude e para o mal da solidão, o dinheiro para o bem de gastar por uma e para o mal de não partilhar contas por dois, as viagens para o bem do encontro connosco mesmas e para o mal de nos perguntarem como podemos estar sozinhas se somos isto mais isto mais isto, a autonomia para o bem de fazermos o que queremos e para o mal de sermos uma afronta. Fico-me por aqui no rol.
Sou uma mulher independente, valorizo-me e valorizo o meu trabalho. Desconfio que isso toque os homens com quem me cruzo, mais uma vez para o bem e para o mal. Nunca senti o peso da sociedade, nem da família, para ter namorado, para casar ou estabelecer uma união de facto, para engravidar. Mas é cada vez mais evidente que não estou só sozinha em casa, estou também tendencialmente sozinha na minha faixa etária.
É este o peso que me pesa porque os hábitos e as actividades são naturalmente diferentes entre pessoas solteiras e pessoas casadas, com agregados familiares. O meu pára-quedas não assenta como parecem assentar os da maioria das pessoas da minha idade. 'O tempo que és em mim' é o título de uma série espanhola com produção original da Netflix. Conceito, história, actores e actrizes maravilhosos. A actriz principal Nadia de Santiago, no enredo, está a caminho dos 33 anos. Está em causa o fim de uma relação, mas também se percebe como a vida é fatalmente diferente com um parceiro e sem ele, como pode ser tão libertadora e tão penosa das duas formas.
Vi os dez episódios de 11 minutos no domingo das eleições brasileiras, em que justamente ganhou a democracia. Domingo também é o dia de 'Quem quer namorar com o agricultor?', um programa da SIC que fiz questão de assistir uma vez para poder continuar a escrever que o machismo e a falta de educação (e de cultura) são problemas estruturais no nosso país, propagados por meios de comunicação social, em que injustamente perde a democracia.
Não encontro respostas sobre se há um melhor cenário. Ou, respondendo concretamente à minha própria pergunta, sobre se estar junto compensa. Não há respostas. Há fases, há dias, há pessoas. Tenho o tempo que há em mim. De mão dada ou não, tê-lo-ei sempre.
Despeço-me com aquele abraço amigo tão nosso e a promessa de regressar amanhã, com o último episódio da primeira temporada do podcast Ainda Solteiros, cujo tema ainda não decidi, mas que estou em crer que vai ser do teu agrado. Hasta!
Ora viva! 👋
A sexta-feira chegou, e com ela aquela aura de felicidade que só se conhece no último dia útil da semana. Este dia pede leveza, por isso preparei outra mão cheia de passos para viveres uma bela, profunda e eterna história de amor contigo mesma.
A primeira parte deste post teve tanto sucesso que vi-me obrigada a antecipar a publicação da segunda, inicialmente prevista para estar disponível na semana que vem. Como dou aquilo que me pedes, aqui vão mais cinco dicas para te apaixonares por ti mesma, de acordo com o célebre mentor Tony Robbins.
1. Não te percas nos relacionamentos
Todos nós já ouvimos que precisamos amar a nós mesmos antes de podermos amar verdadeiramente alguém. Quando não te amas primeiro, tendes a te perderes nos relacionamentos, correndo sério risco de assumir as qualidades que o teu parceiro deseja que tenhas, em vez de permaneceres fiel a ti mesma, de seres incapaz de estabelecer limites ou de ficares muito carente e querer estar perto dele o tempo todo. Parte de saberes como amar a ti mesma numa relação amorosa é seres capaz de identificar e comunicar as tuas necessidades e teres confiança para voares sozinha de vez em quando.
2. Adota uma mentalidade de abundância
Pratica a gratidão e adota uma mentalidade de abundância em tudo o que fazes, isso naturalmente se transforma em amor por ti mesma. Encontra o lado bom em todas as situações e para de consumir conteúdos negativos. Se tiveste um mau encontro, é provável que penses: "Nunca vou encontrar o amor". Neutraliza esse pensamento lembrando de todo o amor que já tens de amigos e familiares, e em todos os encontros divertidos a que já foste.
3. Sai da grade
Reservar um tempo para relaxar, recarregar as energias e reconectar com a tua essência pode ajudar-te a descobrir como te apaixonares por ti mesma. Se o teu cérebro está sempre ligado, estás vivendo num estado ansioso e insustentável. A autorreflexão pode afirmar a tua autoperceção e ajudar-te a aprender com os teus erros. Richard Branson tem as suas melhores ideias quando se desconecta do seu telemóvel por dias a fios. A pesquisa sobre relaxamento é clara: dar uma pausa ao cérebro resulta em maior criatividade e produtividade e numa memória mais nítida.
4. Pratica o autocuidado
Autocuidado e amor próprio não são a mesma coisa, mas andam de mãos dadas. Quando te amas, tratas-te com gentileza, tanto emocional quanto fisicamente. Estabelecer hábitos de autocuidado, como alimentação saudável e exercício físico, pode treinar o teu cérebro para pensar positivamente. Uma das melhores maneiras de te amares é construíres a vida que desejas e cercares-te de amor. Aprende a amar a ti mesma, de modo a poderes criar relacionamentos saudáveis e duradouros. Fica sabendo que mereces a felicidade, por isso não te contentes com uma vida miserável.
5. Diverte-te
O stress e a negatividade são inimigos do amor próprio, já que fazem com que te sintas esgotada e desamparada, e não deixarão espaço na tua vida para aprenderes a amar-te. É por isso que é tão importante reservares um tempo para criares hábitos alegres e fazer coisas que adoras. Põe a tua música favorita e dança pela casa, faz um jogo com os teus filhos ou netos, mergulha num bom livro, faz uma caminhada, explora a natureza. Ou seja, dá a ti mesma a oportunidade de saíres da tua própria cabeça e poderes descobrir que apaixonares-te por ti é muito mais fácil e espontâneo do que imaginas.
Meu bem, espero que gostes tanto destes novos passos como dos primeiros que te apresentei dois posts atrás. Beijo em ti 💋 e muito amor próprio na tua vida daqui para a frente. És linda, maravilhosa, poderosa e merecedora de ser amada, a começar por ti mesma.
Ora viva! 👋
Esta semana alberga os últimos dias de fevereiro, ao mesmo tempo que acolhe os primeiros de março, o mês em que o hemisfério norte dá as boas-vindas à primavera. Quer isso dizer que iniciámos a contagem decrescente - e impaciente - para o renascimento da natureza, e com ela, o renovar das nossas esperanças em dias mais longos, iluminados e calorosos.
Acredito que já tenhas ouvido dizer que a qualidade da nossa vida determina a qualidade das nossas relações. É verdade que assim é, e isso inclui a relação que temos connosco. Aprender a cair de amores por nós mesmos é essencial à nossa felicidade, ao sucesso nos nossos relacionamentos e à forma como interagimos com o mundo. A justificação desta máxima reside na lei da atração, a qual determina que recebemos dez vez mais aquilo que damos. Abro aqui um parêntesis para te dizer que é bom que tenhas consciência daquilo que tens estado a plantar, já que será aquilo que colherás, mais cedo ou mais tarde.
Quando nos apaixonamos por nós mesmos espalhamos naturalmente esse amor pelo mundo, melhorando a qualidade da nossa vida e da vida daqueles com os quais convivemos. Ao darmos amor a nós mesmos, acabamos por atrair outras pessoas com o mesmo entusiasmo pela vida. Isso melhora a qualidade dos laços que estabelecemos com os outros, o que acaba por melhorar a nossa vida. O ciclo é claro – e tudo começa quando nos apaixonamos pela nossa própria pessoa.
Mas de onde vem o amor próprio, como posso construí-lo, quais as melhores maneiras de amar a mim mesma, deves estar a perguntar-te a esta altura da leitura. De acordo com Tony Robbins, um dos maiores mentores da atualidade, a resposta reside num conjunto de 15 comportamentos. Dada a extensão do texto, hoje vou elencar os cinco primeiros, que são estes:
1. Sê gentil contigo
Parece simples, mas pode ser um dos atos de amor próprio mais difíceis de dominar. Crescemos numa sociedade que está sempre a dizer-nos como olhar, como viver e até como sentir. O primeiro passo para te apaixonares por ti é permitires-te ser humana. Não precisas ser uma supermãe, uma modelo fitness ou uma bilionária para seres digna de amor.
2. Muda a tua conversa interna
"As crenças têm o poder de criar e o poder de destruir", assegura Tony. A maneira como falas contigo mesma afeta o teu humor e o teu comportamento – e os pensamentos negativos internos se tornam uma profecia autorrealizável. Presta atenção quando caíres numa conversa interna negativa e faz um esforço consciente para transformares as tuas palavras em algo positivo.
3. Ajusta o teu estado físico
O teu estado físico – postura, respiração e movimento – é a chave para o teu estado emocional. Se te falta confiança, ajusta o teu corpo: endireita a coluna, alonga os ombros para trás, levanta bem a cabeça, sorri e faz uma pose de poder (como ficar de pé com a cabeça levantada e os braços em forma de "V" ou cruzados atrás da cabeça). Essas ações enviam sinais ao teu cérebro de que és uma pessoa orgulhosa e confiante. E quando te sentes assim, é fácil te apaixonares por ti mesma.
4. Medita
A meditação é uma maneira de mudar a tua respiração, mas também de mudar toda a tua mentalidade. A frase "Eu sou digna de amor" dita com um sorriso e uma postura confiante pode ajudar muito a manifestar o amor na tua vida. Visualizar os teus objetivos é outra forma de meditação que pode reprogramar o teu cérebro para um estado de amor próprio.
5. Cerca-te de pessoas que te apoiam
É verdade que o teu relacionamento mais importante é contigo mesma, mas isso não quer dizer que deves permitir que a negatividade entre na tua vida. Cerca-te de pessoas que se preocupam contigo e pensam o melhor de ti. Usa as regras fundamentais do amor para criares relacionamentos saudáveis que tragam positividade à tua vida e deixa de lado quaisquer relacionamentos que não sejam de apoio e carinho. Não só vais-te apaixonar por ti, como vais descobrir que toda a tua vida melhora.
Por hoje é tudo no que ao apaixonar-se por nós mesmos diz respeito. De volta estarei amanhã com um novo episódio do podcast Ainda Solteiros, dedicado à regra dos 90 dias nas relações amorosas. Curiosa? É bom que estejas! Beijo em ti 💋 e um ótimo início de semana.
Ora viva! 👋
Hoje não há tempo para parir nenhuma crónica original, mas isso não quer dizer que vais ficar de olhos a revirar. Nada disso! Comigo trouxe o editorial de fevereiro da revista Saber Viver, da qual gosto muito, assinado pela diretora Tânia Alexandra e dedicado ao tema mais pertinente neste mês: amor.
Espero que o texto abaixo te inspire tanto quanto a mim e que faças bom uso das ilações a ele subjacentes.
Fundamental é mesmo o amor...
Crescemos a suspirar com histórias de amor perfeitas – que estão sempre no nosso imaginário, independentemente da idade – e a desejar ter uma relação onde tudo acontece como nos filmes, com a tal banda sonora que até parece ter sido escrita a pensar em nós.
Acredito em histórias de amor e em finais felizes, mas não tanto em relações perfeitas.
No início, os apaixonados exacerbam o que adoram e o que lhes atrai no outro e ignoram ou recusam ver o que não gostam. Os ‘defeitos’ ou as diferenças acentuam-se com a continuidade da relação, com a partilha da vida 24 horas por dia, todos os dias.
"Quem consegue controlar o quanto ama? Se conseguimos controlar, não é amor. Não sei que nome tem, mas não é amor – Julian Barnes"
A convivência é um desafio permanente que põe à prova o mais nobre dos sentimentos, o amor, e, por isso, este mês decidimos reunir bons conselhos e estratégias para que se inspire, cuide de si e da sua relação.
Falámos com diversos psicólogos e sexólogos para tentar compreender as diferentes fases do amor, o poder da química e da paixão, a importância da comunicação e da cumplicidade sem que isso anule a individualidade, o bem-estar sexual e os desafios permanentes que se colocam às relações duradouras.
Numa edição que enaltece o amor como fonte de inspiração nas artes, no cinema, nas canções, nos universos da beleza e da moda, deixamos-lhe também algumas reflexões: O que tem feito por amor e o que (não) seria capaz de fazer? E se o amor está presente de diversas formas, será que precisa de fazer mais pela sua relação amorosa, família, amigos ou pelo amor a si própria (afinal, somos a nossa relação mais duradoura!)?
Todos precisamos de amor. Nas mais diversas formas em que ele se manifesta. E se é muito fácil esquecermo- nos disto e cedermos ao ritmo alucinante do dia a dia, há que parar o "filme" mais vezes e pensar se o estamos a "representar" como devemos e merecemos.
É, por isso, urgente educar para os afetos, é urgente cuidar das relações, dar e receber. Trabalhar a capacidade de amar, conquistar, dar tempo, não desistir dos outros e, sobretudo, não desistir de si! Encontre espaço e tempo para amar.
"É impossível ser feliz sozinho", já dizia Tom Jobim…
Beijo💋 bom e ótimo fim de semana!
Ora viva! ✌️
Eis-me de volta, desta vez com a novel crónica para o Balai Cabo Verde, publicada há instantes. Boa leitura e, já agora, boa semana.
Preterida ou Preferida: eis a questão
Raras, para não dizer nenhumas, foram as vezes em que me senti preferida e não preterida. Não fui a filha preferida do meu pai (já falecido), não sou a filha preferida da minha mãe, tampouco sou a irmã preferida dos meus irmãos (e olha que tenho uns quantos, meia dúzia para ser mais precisa).
Enquanto catraia, em momento algum tive a noção de ser a preferida de um rapaz. Abro aqui um parêntesis para reconhecer que, além dos modestos atributos físicos que me caracterizavam na altura, esta minha personalidade reguila pouco ou nada ajudava. Devo ter sido das poucas raparigas que nunca tiveram um namoradinho de infância, nem mesmo nos tempos do liceu, já adolescente.
Os gaiatos pelos quais me interessava preferiam sempre as minhas amigas, na verdade, preferiam qualquer uma que não eu. Lembro-me de um deles dizer, em tom de brincadeira, que era um insulto pessoal dizer a um rapaz que a Sara estava interessada nele.
Cresci, portanto, com um enorme complexo de feiura, rejeição, inferioridade e desmerecimento. Já adulta, a minha versão pessoal da saga O Patinho Feio conheceu inúmeras temporadas, com um rol de pessoas próximas a serem preferidas, enquanto eu era preterida over and over and over again. Mesmo nos tempos académicos, eu era aquela que nunca era escolhida para integrar os grupos de trabalho. Até provar que era capaz de tirar boas notas, só era incluída mediante imposição expressa dos docentes.
O trauma atingiu tal proporção que cheguei ao ponto de recusar sair para a night na companhia de amigas mais vistosas do que eu. Houve uma em particular, a Natalie, que pela sua beleza estonteante acabava, ainda que sem intenção, por semanalmente me fazer reviver o pesadelo. De todas as vezes em que saímos juntas, o sentimento predominante era o mesmo de sempre: o patinho feio continuava a habitar em mim.
A baixa autoestima acompanhou-me praticamente a vida toda, precisamente por ter sido sempre preterida, a começar pela minha própria família, que nunca fez questão de me fazer sentir que pertencia àquele agregado, a começar pelo facto de o meu tom de pele ser diferente. Acredites ou não, na minha infância fui marginalizada, ostracizada até, por ser a mais "branquinha" do clã. Ouvi de tudo um pouco, "branca mo papaia azedo", "é filha do mesmo pai e da mesma mãe?", "de certeza que não foi trocada na maternidade?", "não se parece nada com os irmãos", "é tão deslavada", "coitadinha, não tem nada a ver com os outros" e por aí fora...
Não possuo uma única memória de ter sido a preferida de qualquer um dos meus familiares, pelo contrário. Até vir para Portugal estudar, a poucos dias de completar 20 anos de idade, nunca soube o que era ter a minha própria festa de aniversário. Se bem me lembro, e essas coisas jamais se esquecem, fui a única lá em casa que nunca teve direito a uma festa de anos, sequer um simbólico soprar de velas no dia de anos.
À custa disso, e de incontáveis sucedidos, cresci acreditando que ser preterida era o meu destino, era o que eu merecia. Hoje, a caminhar para os 45 anos de vida, detenho autoconhecimento, autoestima e autorrespeito suficientes para reconhecer que tal crença é falaciosa, limitadora, castradora. Hoje tenho maturidade de sobra para acreditar que o patinho feio sempre foi um cisne lindo.
Hoje ganhei consciência do meu valor, conheço a mim própria o suficiente para saber que cada um é como é e que eu sou única, especial, perfeita na minha imperfeição. Hoje sei que sentir-me preferida pouco tem a ver com os outros, mas antes comigo. Hoje sei que cabe a mim deter o poder de me preferir e não delegar essa responsabilidade a terceiros. Hoje sei que tudo aquilo que experienciei ao longo da vida só me tornou mais forte, mais resistente, mais preparada para ser aquilo que eu sou, para ser aquilo que eu quiser ser. Hoje tenho plena consciência de que sou aquela que eu mais prefiro no mundo.
Para além disso, hoje tenho ao meu redor pessoas incríveis que, todos os dias, me preferem. Que preferem estar comigo, que preferem falar comigo, que preferem celebrar comigo, que preferem chorar comigo, que preferem fazer parte da minha vida. Preferem tanto que muitas vezes não consigo dar vazão às suas solicitações. Esta crónica é, pois, um tributo a cada uma delas, uma forma de manifestar publica e inequivocamente o quão grata sou por ser a sua preferida e não a sua preterida.
Aquele abraço amigo e até à próxima!
Ora viva! ✌️
O meu fim de semana foi maravilhosamente intenso, desta feita a divertir-me e não a trabalhar, como aconteceu nos outros dois anteriores. Uma sessão solene no sábado à tarde, um jantar de gala horas mais tarde e um passeio às Caldas da Rainha no domingo inspirou-me a dedicar-te esta crónica, na expectativa de que passes num teste que visa apurar se andas a aproveitar a vida ao máximo.
Porque eu ando a fazê-lo e, apesar de muitas vezes andar em contrarrelógio, no final das contas a sensação que prevalece é a de que estou a aproveitar toda e qualquer oportunidade para ser e fazer os outros felizes.
Porque da vida só levamos o que vivemos, desafio-te a responder a estas 22 questões elencadas pela psicóloga Michelle P. Maidenberg:
1. Partilhar com entes queridos como te sentes em relação a eles
2. Arriscar e desafiar os teus medos e preocupações
3. Melhorar caraterísticas com as quais te sentes frustrada ou desapontada
4. Expores-te através de experiências comportamentais, trabalhando para ultrapassar obstáculos
5. Aceitares a ti mesma, aos outros e às circunstâncias que não podes controlar
6. Abordar o teu mundo como uma vítima ou sobrevivente
7. Avaliar o que gostas em ti, nos outros e nas circunstâncias
8. Perguntares qual o propósito da tua vida
9. Identificar quando te comparas com os outros, em vez de te focares nas tuas necessidades e objetivos
10. Praticar autocompaixão quando vives emoções negativas ou desconfortáveis
11. Aceitar emoções, tanto positivas como negativas
12. Exercitar formas saudáveis de lidar com certas situações – e reconhecer quando não o fazes
13. Elevar a tua resiliência, recuperando após experiências adversas, desafiantes ou inesperadas
14. Reconhecer as tuas conquistas, independentemente de serem grandes ou pequenas
15. Estipular quais os teus valores-base, já que são como guias para a tua vida e tomada de decisões
16. Reconhecer quais os teus "gatilhos", de modo a garantir que reages a partir do que sentes e não a partir dos teus pensamentos
17. Perguntares se estás disponível para mudar e investir tempo e esforço nessa mudança
18. Avaliar como e com quem tens passado tempo e se é nessa linha que queres que seja a tua vida
19. Avaliar se estás a viver a tua melhor vida e, se não, o que tens de mudar
20. Observar o quão rígido ou flexível és nos teus pensamentos, e o quanto és guiada por "devo" ou "tenho de"
21. Estares presente – reparar e conectares com os outros e contigo de forma intencional
22. Pensar sobre se morresses amanhã, pelo que gostarias de ser lembrada e como queres que seja a tua vida
Este exercício é bastante revelador do quão perdidos de nós mesmos, da nossa essência, andamos. Na primeira vez que o fiz, o saldo foi claramente negativo. Aperceber-me de que não estava a tirar o máximo proveito da vida - ainda não estou, mas para lá caminho - ajudou-me a tomar algumas previdências no sentido de alterar cetas atitudes que andavam a comprometer uma vida mais plena e feliz. Hoje o saldo ainda não é o que desejo, mas já é francamente positivo.
Quanto a ti, só tenho a perguntar: "Tens tirado tempo para cuidar de ti e desfrutar da vida comme il faut?"
Beijo 💋 em ti e até quarta!
Ora viva! 🫶
Que fim de semana, caramba! A Feira Anternativa de que te falei no último post foi uma experiência avassaladora, a vários níveis. Ainda estou a processar as vivências que por lá senti e testemunhei. Sobre isso falarei noutra oportunidade, que ainda estou fisica e espiritualmente estafada. A sessão com o Braco foi algo indescretível, adianto já.
De volta à rotina semanal, hoje trago a última crónica para o Balai Cabo Verde, publicada na passada sexta-feira. Quando nascem novos sonhos é assim o complemento da crónica anterior, Quando morrem os sonhos, publicada a 18 de agosto e partilhada contigo há uma semana.
Quando nascem novos sonhos
Seis semanas depois da sua chegada nessa terra longínqua, aninhada entre o oceano e a montanha, pegou ela em toda a sua bagagem e regressou à casa de partida, a cidade das sete colinas, aquela na qual um dia pensou fincar raízes por tempo indeterminado. O coração desta vez vinha vazio, frio, estéril.
Investira praticamente tudo nesses sonhos, ao ponto de já não possuir mais nenhum. Não fazia a menor ideia de onde poderia ir buscar outros. Quis o destino que as coisas não lhe corressem como planeado, reconheceu com a alma em chamas e o coração em pedaços. Sapiência e humildade tinha ela de sobra para saber que o momento da tal mudança pela qual tanto ansiara ainda não tinha chegado.
Era preciso aquietar o espírito, apaziguar o coração, aguardar que o tempo revelasse novos caminhos, que conduzissem a novos sonhos. Disposta a tal estava ela, já que, contra os desígnios do destino, mortal algum poderia atentar, muito menos contestar. Crente estava ela de que tudo acontece por um motivo, e mesmo que aquele que lhe dizia respeito não fosse de momento claro, queria acreditar que algo ou alguém detinha as respostas que tanto procurava.
"O que se faz quando morrem os sonhos", não se cansava de perguntar, a si e às entidades superiores. "O primeiro passo é fazer o luto", sussurrou-lhe a voz da razão, serena na sua sabedoria, paciente na sua fiabilidade. "E depois", questionou ela. "Depois é deixar que o tempo, o mais sábio de todos os mestres, se encarregue de por tudo no seu devido lugar, de dar a cada sonho a sorte que lhe cabe."
"Enquanto isso, como continuarei a viver se já não tenho os meus sonhos comigo", lamuriou-se. "Os sonhos não morrem jamais, eles transformam-se, reinventam-se, reajustam-se. Como a Fénix, eles possuem a magia de renascer das cinzas, ainda mais belos e fortalecidos. Mas para isso tens que dar tempo ao tempo, tempo para o tempo fazer o seu trabalho. Sem pressa nem pressão, apenas com amor e gratidão".
"Como assim com amor e gratidão", questionou ela. "Amor porque é profícuo e gratidão porque é benéfico. Se calhar a causa da morte dos teus sonhos foi insuficiência de amor, amor para acreditar que pudessem realizar-se. E de gratidão também. Provavelmente esqueceste de ser grata por deteres o poder de sonhar", esclareceu a sua voz interior.
"Para que nasçam novos sonhos é preciso que os antigos moram. Esses sonhos que agora pereceram vão abrir espaço para outros, ainda maiores e melhores. Acredita no poder dos teus sonhos, que o universo também acreditará, e a concretização deles será uma mera questão de tempo e de oportunidade", rematou a voz sábia da lua, que do alto do céu assistia ao seu diálogo interno.
Apegara-se tanto àqueles sonhos - afinal por muito tempo os cultivara, alimentara, estimara - que agora temia já não saber viver sem eles. "Desapego, é preciso praticar o desapego", recordou-se das palavras da sua terapeuta espiritual. "Para que algo novo entre na nossa vida é preciso que o velho saia", sussurraram por sua vez as estrelas.
"Sou jovem, saudável, capacitada, instruída, tenho tempo de sobra para criar novos sonhos, para voltar a olhar para a vida como a maior de todas as aventuras, aquela que vale sempre a pena", disse a si mesma. Nesse instante, um sorriso aflorou-lhe aos lábios e um brilho intenso acendeu-lhe os olhos. Novos sonhos estavam a caminho, pressentia. Perante essa convicção, deu as costas ao passado e concentrou-se no futuro, esse sim cheio de promessas.
Dia feliz e uma ótima semana!
Ora viva! 🫶
Uma mão cheia de semanas depois, eis-me de volta ao teu convívio, repleta de novidades, crónicas, planos e sonhos. E é precisamente sobre estes últimos que versa a minha última crónica para o portal Balai Cabo Verde, publicada a 18 de agosto, e que vou agora partilhar contigo.
Quando morrem os sonhos
Há muito que ambicionava dar um outro rumo à sua vida. A súbita morte do progenitor e, posteriormente, a inesperada pandemia da covid despoletaram nela a certeza de que desejava – na verdade, precisava - abraçar uma nova vida. Sabendo que o primeiro passo para a mudança prendia-se com o não mais querer estar onde estava, tornara-se evidente que a mudança era incontornável, imprescindível, inadiável.
Num belo e quente dia de verão, partiu à aventura, atrás do recomeço pelo qual há tanto ansiava. Consigo levou duas malas, uma grande e outra mais pequena, uma mochila, um saco e um coração a abarrotar de sonhos. Nesse coração cabiam sonhos de todo o tipo: novo país, novo idioma, nova casa, novo trabalho, novos amigos, novas relações, novos amores, nova dinâmica, no fundo nova existência.
Dias após dia, semana após semana, os seus sonhos foram-se vergando à dureza da realidade, rendendo-se à força do infortúnio. Nenhum deles, nem o mais insignificante de todos, se concretizou. Pelo contrário, a ausência de sorte era de tal modo constante que os mal-sucedidos acumulavam-se a uma frequência praticamente diária. Ainda antes da partida, o universo emitira sinais, vários até. Em nome de uma vontade irrefreável, não lhe deu ouvidos, com ele teimou, a ele ousou desafiar. Precisava fazê-lo, caso contrário arrepender se ia para o resto da vida.
O que não cogitou, ainda que intimamente o intuísse, era que a última palavra não seria a sua, jamais seria. Por muito que sonhemos, almejemos, planeemos ou façamos, a concretização do que quer que seja só acontece no espaço e no tempo entendido pelo destino, ou universo como preferia chamar às forças superiores que comandam as ações humanas e determinam a sua experiência terrena. De pouco ou nada adianta insistir em algo (ainda) não validado por ele, até porque o tempo divino e o tempo humano raramente coincidem; o primeiro é infinitamente mais sábio do que o segundo, bem mais ansioso e impaciente.
Em terra estrangeira, numa geografia aninhada entre o oceano e a montanha, encontrou consolo nas tardes passadas na praia, numa comunhão íntima e recíproca com a natureza, a qual testemunhava com apreensão o seu desassossego, com pesar a sua agonia. Assistir ao sucumbir dos sonhos alheios, sem que os envolvidos nada possam fazer para impedir tal desfecho, é algo a que a mãe de todas as criaturas dificilmente consegue manter-se insensível.
Com o sol, a praia, as dunas e o oceano partilhou ela os seus mais íntimos ensejos, anseios e frustrações. Com a lua chorou a morte desses sonhos, os quais iam perecendo à vez, à mercê de cada frustração, cada insucesso, cada contrariedade. O mar lambeu-lhe as feridas, a brisa secou-lhe as lágrimas, o sol aqueceu-lhe a alma, a natureza curou-lhe as mágoas, o tempo aliviou-lhe o sofrimento.
Despida de expectativas, despojada de ilusões e carente de sonhos - sonhos esses que a levaram a desafiar tudo e todos, a fizeram almejar vencer a maldição que pendia sobre si, fintar o azar e triunfar sozinha num país povoado de estranhos - retomou à procedência, de coração partido e alma fragmentada, sem a mais pálida ideia sobre que rumo haveria de dar à sua existência dali em diante. Sem outra opção que não fosse render-se às evidências, um passo atrás viu-se obrigada a dar, regressando à casa de partida, tal qual jogo de monopólio. Sim, muitas vezes é preciso dar um passo atrás, recuar, para poder avançar com mais vigor, mais sagacidade, mais sabedoria.
Continua...
Bem-vinda de volta ao blog. Regressarei na quarta, com mais uma crónica. Até lá, deixo-te com aquele abraço amigo só nosso!
Ora viva! ✌️
Hoje trouxe um texto assinado pelo idealizador da página Resiliência Humana, Robson Hamuche, no qual ele defende que é melhor viver feliz sozinho, e amar a própria companhia, do que ficar esperando reciprocidade.
Como o que ele defende tem tudo a ver com a essência deste blog, é com todo o gosto que o partilho contigo, na expectativa de que te induza a mais uma reflexão sobre o quão subvalorizado é o estatudo de "sozinho".
Quem vive para agradar os outros, apenas sobrevive e coleciona feridas que permanecem abertas, indefinidamente. Se você não se coloca como prioridade, você vira um imã para as decepções, se maltrata e se torna escravo da opinião alheia. Não seja essa pessoa!
Para se sentir feliz de verdade você vai ter que aprender a se agradar com mais frequência. Você vai ter que descobrir o que você ama fazer, o que te traz satisfação e bem-estar, sem precisar buscar nos outros essa satisfação.
Se você acha que as pessoas fingem se importar com você, provavelmente, você está agindo igual, em relação a si mesmo.Você deve estar fingindo se amar, fingindo se importar com o que realmente é importante para você. Talvez, você ainda nem saiba o que realmente importa pra você. É provável que você esteja totalmente desconectado da sua essência, e desconectado você passa a desrespeitar os valores essenciais, a ponto de nem estar consciente de quais são.
Se você deseja ser amado(a), antes você precisa se amar, porque para se sentir feliz com você mesmo, você precisa ser inteiro e não apenas uma parte. Você tem que aprender a integrar todas as suas partes, as que você julga serem sombrias e, também, aquelas de que você já consegue se orgulhar.
Se você quer que as pessoas te aceitem exatamente como você é, você precisa se aceitar primeiro. Se você não se aceitar, infelizmente, você sempre se sentirá inseguro em relação aos outros. Você pensará que não é o suficiente, justamente porque você não está validando todas as suas partes.
Você precisa se doar mais para você do que para os outros e isso não é egoísmo, é amor-próprio, é se bastar e atender as suas reais necessidades. Se você já consegue perceber que as trocas nas suas relações parecem não ser justas, saia do papel de vítima e comece a impor limites claros nessas relações. Não cobre nada dos outros, nem exija que eles façam a você o que você faz por eles, simplesmente pare de fazer o que você vem fazendo, isso já será um bom sinal de que você está se escolhendo como prioridade.
Diga como você se sente, mas não se humilhe pedindo reciprocidade, apenas exponha os fatos, deixe tudo bem claro e siga a sua vida livre desses pesos e das expectativas que você cria em relação aos outros.
Se aceite, se valorize, se dê ao respeito! Entenda que você precisa aprender a gostar de ficar sozinho e pare de esperar reciprocidade de quem não está disposto a te amar.
Desapegue dessa necessidade de receber dos outros o que eles não estão prontos para te oferecer. Construa com você a relação que você quer ter com os outros. Seja pra você mesmo o seu melhor amigo, o seu amante, o seu parceiro de vida. Assim que você decidir escolher a si mesmo, você vai se sentir amado(a) como ninguém jamais conseguirá te amar.
Aprenda que, muitas vezes, é melhor viver sozinho e amar a sua própria companhia do que ficar esperando reciprocidade.
Beijo 💋 em ti e um fim de semana esplêndido!
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