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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
Numa busca frenética por um tema inspirador para este post, lá me lembrei de espreitar os rascunhos que vou atirando para os bastidores do AS, à medida que vou sendo acometida por espasmos epifânicos. Foi assim que acabei por resgatar um artigo do Público sobre as selfies, datado de 18 de setembro deste ano. Por se tratar de um assunto atual e pertinente, logo digno do nosso olhar acutilante, eis-me aqui a desafiar-te para um tête-à-tête sobre o fenómeno do autorretrato digital.
Para começo de conversa, não é de hoje que ouvimos, aqui e acolá, que por detrás de muito selfie existe um perfil narcisista, carente e pouco confiante. Verdade seja dita, quem de nós não possui no seu círculo de amizade virtual alguém cujo perfil corresponde na perfeição a esta descrição? Dado que a selfiemania parece ter vindo para ficar – se bem que já tenha visto dias melhores – proponho dissecá-lo comme il faut. Afinal, a ela ninguém sai ileso.
Publicar muitas selfies nas redes sociais leva os fotografados a parecerem mais egocêntricos, inseguros, menos bem-sucedidos, menos simpáticos e menos abertos a novas experiências. Especialmente se essas fotografias intentam evidenciar certas partes da sua anatomia. Por outro lado, publicar fotografias tiradas por outros, posies, está associado a uma maior autoestima e espírito aventureiro. Pelo menos é esta a conclusão de um estudo publicado recentemente no Journal of Research in Personality.
"Mesmo quando duas contas tinham conteúdos semelhantes, os sentimentos dos outros sobre a pessoa que publicava mais selfies eram mais negativos", resume o professor de psicologia Chris Barry, da Universidade do Estado de Washington, na apresentação dos resultados de uma pesquisa que comparou a forma como as pessoas são percecionadas com base no tipo de fotografias que publicam no Instagram. "É a prova de que, independentemente do contexto, há certas dicas virtuais que podem desencadear respostas positivas ou negativas nas redes sociais."
A experiência académica notou também que todos os utilizadores que publicavam fotografias para acentuar alguma caraterística física eram considerados egocêntricos. Nos casos das selfies foram ainda considerados solitários, maus amigos, pouco empáticos para com outros e pouco dispostos a vivenciar novas experiências.
Muito se tem escrito e discutido sobre a cultura selfie estar na raiz de uma geração mais narcisista do que nunca, exposta a novos meios onde o "eu" está acima de tudo e todos. "Estamos cada vez mais acostumados a pessoas vaidosas e posers que não têm mais nada a oferecer que não elas próprias e a sua necessidade de estar numa plataforma pública", considera Jeffrey Kluger, escritor sénior da Time, revista que em 2013 dedicou uma das suas edições à The Me Me Me Generation, onde na capa vinha estampada que "os millennials são narcisistas preguiçosos e egocêntricos que ainda vivem com os pais".
Segundo o jornalista que assina o artigo, "mais do que o narcisismo, os millennials são famosos pelo efeito dele: agir como se o mundo lhes devesse alguma coisa. Não só têm falta de empatia para se sentirem preocupados com os outros, como têm dificuldade em perceber o ponto de vista das outras pessoas, afinal cresceram a ver reality shows, que na sua maioria são documentários sobre o narcisismo", remata Joel Stein.
Se és da safra 1980-2000, mas não te identificas no acima descrito, tens mais do que motivos para te sentires afrontada com tais afirmações. Pudera, não são nada benevolentes, ainda que tenham o seu quinhão de verdade.
Por não fazer parte dessa turma da igualmente apelidada pela sociologia de Geração Y, sinto-me perfeitamente à vontade para mandar este bitaite: independentemente da faixa etária, da classe social ou do traço de personalidade, é incontestável que o mundo anda precisado de mais criaturas desconectadas do virtual, logo conectadas com o real; a sociedade precisada de mais pessoas focadas no outro, logo menos no "em si mesmo"; e nós humanos absolutamente ávidos por menos "me" e mais "we".
Dado que está o recado, dou por concluído este artigo, não sem antes deixar-te com aquele abraço amigo de sempre. Voltarei na quarta!
Ora viva!
Depois de um fim de semana maravilhoso, pautado pelo meu batismo na arte do campismo, eis-me de volta ao teu convívio com esta crónica sobre os benefícios da solidão. É isso mesmo que acabaste de ler: estar só é bom, por mais que tudo o resto nos leve a pensar o contrário.
Invulgares são os que realmente desejam a sua própria companhia, é facto. Com muito orgulho, proclamo não pertencer a essa megaturma. Desde que me lembro por gente, apreciei a minha própria companhia, não obstante ser das pessoas mais populares e sociáveis que possas imaginar. Contraditório, não? Esta solteira aqui é assim mesmo, um poço de contradições.
Nesta fase da minha vida, à beira dos 40, o meu gosto pelo isolamento atingiu índices narcisitas. Gosto tanto de estar só, ao ponto de, por melhor seja a companhia alheia, passado um certo tempo só penso no momento em que voltarei a desfrutar de mim mesma. Eu sou a minha melhor companhia, essa é a verdade.
Entendes agora porque não há maneira de eu levantar a âncora do porto da solteirice onde estou atracada há anos e zarpar rumo à felicidade?
Sobre essa questão, o life coach Kali Roger é peremptório quando diz que estar só, nem que seja por breves instantes, é "a chave para encontrar o equilíbrio nas nossas vidas". Não desvalorizando a importância da vida social e dos afetos na sanidade humana, este especialista explica que estar sozinho não é o mesmo que estar só. Indo mais longe, ele assume que a solitude pode mesmo ser a solução para alguns dos problemas mais comuns nos tempos atuais, sobretudo os relacionados com sentimentos, autoconhecimento e autoaceitação.
No seu parecer estar só é preciso, até porque chega uma altura em que o nosso corpo começa a emitir sinais de alerta, que convêm não serem ignorados. O aborrecimento constante é um dos primeiros indícios de que é preciso desfrutar mais da própria presença, já que se trata de uma consequência da incapacidade de lidar com as próprias emoções. Outro sinal inequívoco é a falta de energia para levar a cabo qualquer outra atividade que não as rotineiras. Desinspiração, apatia cada vez mais intensa e incapacitante, ansiedade que cresce de dia para dia e tendência para desmarcar todos os planos e compromissos são outros sintomas de que é preciso parar, respirar fundo e dar atenção à própria mente, ficando a sós, numa espécie de retiro ou introspeção.
É justamente aqui que a meditação assume o papel de herói salvador da mente, em primeira instância, e da alma, por tabela. Por mais preenchido que costuma ser o teu dia, convém arranjares tempo para refletires sobre o sentido da vida, no que queres, no que te faz bem, no que contribui para a tua felicidade e por aí fora. Caso seja do teu interesse, posso emprestar-te a minha guru do bem, a quem devo uma boa parte do meu atual estado de graça.
Falando na primeira pessoa, posso garantir-te que estar só não é sinónimo de estar deprimido, triste, ilhado em casa a carpir mágoas e a ver a vida passar pela janela. Pelo contrário, pode ser o momento em que arrumas as ideias, dás uma agitada nos velhos hábitos, preparas uma bela refeição, degustas um vinho com V, ouves música de qualidade, lês um bom livro, pintas, dança-se, praticas exercício, escreves, autosatisfazes a tua libido ou apenas olhas para o nada e dás asas aos teus sonhos.
Resumindo e concluindo: estar só é um momento exclusivamente teu, a oportunidade perfeita para te desligares do mundo e te concentrares na pessoa mais importante da tua vida: TU! E com esta, volto ao aconchego da minha própria pessoa.
Meu bem, espreita só este texto do Marcel Camargo, publicado no blog Contioutra, que, no fundo, vem confirmar aquilo que não me canso de apregoar aqui e na vida: nós somos a nossa melhor companhia. A dos outros só acrescenta mais (ou menos) valor àquilo que já temos. Boa leitura e uma excelente semana.
Estamos vivendo a era da solidão, em que as relações virtuais imperam, ao lado da desconfiança do outro, em vista da competitividade que permeia todos os setores de nossas vidas. Para não fugir ao chavão que carateriza as relações sociais contemporâneas, somos solitários no meio de multidões.
Cada vez mais ansiosos por consumir e por obter os bens materiais que nos conferem status e sucesso, aumentamos nossos horários de trabalho para além do saudável, acumulando serviços e subjugando nossa rotina ao quotidiano maçante dos papéis e reuniões em nada prazerosos. Sobram-nos, assim, míseros minutos para desfrutarmos do que podemos comprar e de quem faz toda a diferença na nossa jornada. E, assim, muitas vezes não encontramos tempo para relações amorosas.
No entanto, estar sozinho não é necessariamente algo ruim, muito pelo contrário. O tempo que gastamos connosco é precioso e deve fazer parte de nosso dia a dia, caso não queiramos nos perder no meio da frieza das companhias interesseiras. Quando nos reservamos um tempo a nós mesmos, somos capazes de refletir com clareza sobre o que estamos ou não fazendo de nossas vidas. E isso nos provoca mudanças positivas, trazendo-nos segurança.
É preciso, portanto, que gostemos de nós mesmos ao ponto de jamais sentirmos solidão, pois o amor próprio nos afasta de qualquer tristeza, visto então estarmos inteiros, completos e satisfeitos com o que somos. É preferível estarmos sozinhos, mas seguros e confortáveis, a ficarmos acompanhados por quem não nos completa, não traz verdade nem inteireza. Bastar-se a si mesmo é o primeiro passo para não se entregar a relacionamentos tóxicos.
Num mundo em que os interesses desatrelados de afetividade reinam soberanos, não é difícil nos depararmos com pessoas que se aproximam apenas movidas por desamor. Não podemos aceitar nada que não se embase pelo amor, por sentimentos sinceros, por desinteresse material. Para tanto, precisaremos nós também nos desapegarmos da supervalorização das posses, para que alguém possa ficar e fazer morada junto a nós de corpo e alma.
Quando somos a nossa melhor companhia, não nos sentimos vazios, tampouco desesperados por ter alguém ao nosso lado, custe o que custar, pois nos tornamos resistentes ao que é fraco, insosso, falso, ao que faz mal. Porque então nos conheceremos tão bem, que não permitiremos que ninguém coloque em dúvida nossas certezas. Afinal, dessa forma é que estaremos felizes e cheios de amor para dividir, mesmo que seja com ninguém mais do que nós mesmos.
No outro dia, Pedro Lopes, seguidor deste nosso espaço, reagia assim ao post Ser solteira não faz de nós menos: "Penso que a grande maioria das pessoas confunde o conceito de solteiro(a) com o facto de uma pessoa estar só.O que nem sempre coincide, pelo senso comum, uma pessoa quando está solteira (sem estar em nenhuma relação estável) tem uma vida social muito mais ativa, sai mais vezes, faz mais atividades, relaciona-se com diferentes pessoas, faz muito mais aquilo que lhe apetece sem o condicionalismo do "outro" junto a nós...".
De facto, é comum as pessoas associarem o estado de solteirice com solidão, mas nós sabemos que não é nada disso, pelo contrário! Vejamos o que diz a ciência sobre isso. De acordo com John T. Cacioppo, autor de Loneliness, diversos estudos internacionais apontam no sentido de que uma em cada três pessoas sente-se sozinha. O número é alto e o assunto tabu, o que o torna difícil de ser admitido e combatido. Então, o que se pode fazer?
Para o terapeuta comportamental Ghoeber Morales, em primeiro lugar, é preciso saber viver bem e feliz sozinho, sem depender ou depositar a felicidade em outra pessoa. "Grosso modo, podemos pensar em duas visões diferentes de formas de se relacionar: uma visão complementar e outra suplementar", sugere, explicando que a primeira está relacionada ao ideal romântico da cultura ocidental. "A ideia é a da 'metade da laranja', em que uma pessoa só se completará e será plenamente feliz quando encontrar alguém para ocupar esse vazio".
Já pela visão suplementar, o indivíduo sente-se bem consigo mesmo, independente da presença de um parceiro. "Nesse caso, a felicidade não é depositada no outro, mas a companhia de um alguém especial pode fazer com que a pessoa se sinta mais feliz", resume. Para Morales, é possível aprender a relacionar-se consigo mesmo. O especialista recomenda que, inicialmente, sejam escolhidas atividades que proporcionam prazer sem precisar de companhia, como ir ao cinema sozinho para ver um filme.
"São pequenos passos que aumentam as probabilidades de não se sentir tão isolado e começar a gostar de se estar consigo mesmo. Afinal, encontrar prazer na sua própria companhia pode ser um desafio", avisa. Indica, ainda, que procuremos mudar os hábitos aos poucos. Passar umas horas sozinhos num sábado, por exemplo, tem menos risco de nos provocar frustração do que uma viagem que dura uma semana inteira.
Eu como nasci sozinha e sozinha hei de morrer, convivo muito bem com a ausência de companhia. Claro que, como ser social que somos, aprecio bastante conviver (com algumas pessoas, pelo menos). Na ausência destas, a minha própria pessoa é-me suficiente para estar feliz. E a sensação que tenho é que, quanto mais o tempo passa, mais vou preferindo a minha companhia à dos outros.
Há uns tempos atrás li um artigo que dizia que a ciência tinha comprovado que as pessoas com mais amigos são mais resistentes às amarguras da vida. Lembro que na altura até achei a tese interessante, mas não lhe dei grande importância. Hoje, a propósito da conversa com uma colega sobre o valor da amizade, fui resgatar o dito artigo, que agora partilho contigo.
Uma investigação publicada no jornal Scientific Reports assegura que as pessoas com círculos de amigos mais extensos são mais tolerantes à dor. A explicação para tal parece estar no cérebro e na libertação de endorfinas, químicos naturais que aniquilam a dor e que são produzidos pelo corpo humano, sendo igualmente responsáveis pela sensação de bem-estar e conforto.
"Numa dose equivalente, as endorfinas são mais potentes do que a própria morfina", explica Katerina Johnson, aluna de doutoramento na Universidade de Oxford e coautora deste estudo que se debruça sobre as redes interpessoais e os seus efeitos nos limites da dor. "O comportamento social e as ligações a outros indivíduos são realmente importantes para a nossa sobrevivência, seja estar com os nossos pais ou filhos, ajudar os outros ou ajudar alguém a defender-se", exemplifica Johnson.
A ter interpretado bem esta teoria, redes de amizades mais abrangentes estão associadas a uma maior tolerância à dor. Agora a pergunta que não quer calar: por onde andava a minha rede de amizades quando andei a deambular pelas tortuosas, obscuras, amargas e solitárias ruas da depressão há uns anos atrás?
Lembrei-me! Fui eu que os afastei porque não suportava a ideia de me virem tão acabada, tão pequena, tão desesperançosa. Achava que se presenciassem a minha dor iriam ver-me como alguém fraco e merecedor de pena. Erro gravíssimo, pois hoje tenho a certeza de que o meu fardo teria sido bem mais leve se o tivesse partilhado em vez de guardar tudo cá dentro só para mim.
Fica a dica: nós somos um ser social, por isso não devemos isolar-nos, muito menos quando a nossa alma padece e o nosso coração sangra. Não é à toa que se costuma dizer: "alegria partilhada, alegria a dobrar. Tristeza partilhada, meia tristeza!"
O artigo de hoje aborda o drama do regresso ao status quo de solteira. Acredito que, em algum momento da tua vida, passaste por tal situação. Acredito também que, na altura, soube-te bem contar com o apoio "daquela" amiga. Aquela que se recusou a desistir de ti. Aquela que, que, por mais que dissesses que estavas bem e que precisavas de um tempinho só para ti, não permitiu que te deixasses levar pela depressão pós-separação. Aquela que nunca se cansou de puxar por ti, incentivando-te a dar a volta à situação com classe, dignidade e confiança. Estou certa?
Depois algum tempo no outro lado da barricada, é normal que te sintas um pouco perdida na hora de voltar a estar sozinha. Sei por experiência própria o quão doloroso é um rompimento, especialmente se estiveram envolvidos sentimentos sinceros e verdadeiros. Lamentos à parte, nada mais natural que queiras refazer a tua vida. E o primeiro passo para que tal aconteça é voltares a fazer uma vida de solteira (de preferência saudável). A pensar nisso, a Cosmo Brasil reuniu algumas dicas para voltares num instante a ser uma solteira super feliz.
1. Sê tu mesma
Se não gostarem, não há problema estamos no século XXI – ninguém é obrigado a nada. Depois de algum tempo com a mesma pessoa é normal que percas o jeito para flertar e para estar à vontade com outro homem, mas isso não implica abrires mão da tua essência.
2. Experimenta sexo ocasional
Pode parecer estranho ao início estar com outra pessoa – primeiro estranha-se, depois entranha-se -, mas pode ser uma oportunidade para te aventurares num mundo diferente. Quem sabe não descobres pontos de prazer que nunca pensaste ter.
3. Define bem o que realmente procuras num homem
Óbvio que isso irá aumentar as tuas expectativas, mas pensa naquilo que não gostavas no teu ex e se queres voltar a ter mais do mesmo. Não tenhas medo de ficar sozinha, leva o tempo que precisares até encontrares o tal.
4. Investe em ti
Sai sozinha para jantar, beber um copo ou ir de férias. És a tua melhor companhia. Desfruta das coisas que mais gostas sem ter de agradar a ninguém. Experimenta.
Se por algum infortúnio da vida estejas a passar por semelhante situação, atenta-te a estas dicas e faz do teu novo estado civil uma coisa boa, em vez de ficares a amargar a dor. Ser solteira pode não ser a melhor coisa do mundo, reconheço, mas também não é o fim do mundo. Muito pelo contrário! Tem inúmeras vantagens, pelo que só tens é que te concentrar no lado bom da coisa e deixar o passado aonde ele pertence: lá atrás.
Depois de ter lido um artigo sobre os dons das pessoas altamente sensíveis (PAS), publicado há dias no site Conti outra, se dúvidas houvesse em relação à forma como vivencio as coisas, particularmente como a elas reajo, estas acabam de dar o seu último suspiro. Pelos vistos, ser uma PAS é algo inerente à minha maneira de ser e sendo assim mais vale parar de martirizar-me por ser como sou, coisa que tenho feito toda a minha existência. Cada um é como é, e esta pessoa aqui está longe de ser a exceção.
Finalmente consegui encontrar respostas mais do que satisfatórias às perguntas com as quais venho martelando a minha mente desde que me lembro por gente: por que eu vejo as coisas de forma diferente dos demais? Por que sofro mais que as outras pessoas? Por que encontro alívio na minha própria solidão? Por que sinto e vejo coisas que os outros não percebem?
1. O dom do conhecimento interior
O conhecimento das emoções é uma arma poderosa, que nos faz entender melhor as pessoas, mas também nos torna mais vulneráveis à dor e ao comportamento dos demais. A sensibilidade é uma luz resplandecente que faz com que tenhamos que estar sempre a levar com comentários do tipo: "levas tudo demasiado a sério", ou então "és muito sensível".
2. O dom de desfrutar da solidão
As PAS encontram prazer nos momentos de solidão, uma vez que são seres criativos que gostam de música, leitura, hobbies…. Isso não significa que não gostemos da companhia dos outros, mas sim que também sentimo-nos felizes sozinhos. Não tememos a solidão, pois é precisamente nesses momentos que conseguimos conectar-nos connosco e com os nossos pensamentos, livres de apegos e olhares curiosos.
3. O dom de viver com o coração
Pessoas como eu vivem através do coração. Vivemos intensamente o amor, a amizade e sentimos muito prazer com os pequenos gestos do dia a dia. Estamos mais propensas ao sofrimento, já que temos uma tendência a desenvolver depressão, tristeza e vulnerabilidade frente ao comportamento dos outros. No entanto, vivemos o relacionamento afetivo com muita intensidade, seja ele amor, amizade, simpatia ou mera empatia.
4. O dom do crescimento interior
A alta sensibilidade não pode ser curada. A pessoa já nasce com essa caraterística e esse dom manifesta-se desde criança. Não é fácil viver com esse dom. No entanto, se reconhecermos isso devemos aprender a administrar essa sensibilidade. Não deixar que as emoções negativas nos desestabilizem e nos façam sofrer é imperativo. Mais vale entendermos de uma vez por todas que os outros têm um ritmo diferente do nosso. Muitas vezes eles não vivem as emoções tão intensamente quanto nós gostaríamos, mas isso não significa que nos amem menos; é somente uma forma diferente de vivenciar as emoções.
Fazer parte dos 20% dos mortais que se reconhecem como altamente sensíveis não é para todos, por isso paremos de encarar este facto como uma desvantagem e menos ainda um estigma. Talvez seja mesmo um dom e portanto há que saber usá-lo a nosso favor, por forma a encontrarmos o melhor caminho para sermos e estarmos felizes. Connosco e com os outros.
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