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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva!
Sem concentração para criar algo original (tenho um rendez-vous daqui a pouco com um pretendente), foi na minha biblioteca digital, a pasta onde guardo os artigos de que mais gosto, que descobri o tópico para a crónica de hoje.
A razão pela qual a sua vida ainda não é a que pretende, publicado há já uns meses pela InsiderPro e com o qual me identifiquei plenamente, é o artigo do qual me inspirei. A minha expectativa é que também te identifiques e que te ponha a (re)pensar o (real) papel que tens dado ao medo na tua vida.
"Quantas te sentiste impedido de agir? Em quantas é que te deixaste ficar calado? Quantas vezes mudaste de opinião antes de decidir fosse o que fosse? E em quantas hesitaste antes de abordar alguém? Quantas vezes optaste por guardar, em vez de dizer, coisas importantes? Provavelmente muitas. Porém, a verdadeira questão é: de todas essas situações, quantas vezes é que te arrependeste e sentiste mal a posteriori por não teres tido coragem suficiente de te manifestares e arregaçar as mangas? Aposto que em todas. Porquê essa paralisia?", assim começa o dito artigo.
Parece que o medo é a chave do mistério, a resposta a todas estas questões, o verdadeiro motivo que nos impede de mudar, de avançar para a vida que sempre desejamos. Sim, medo! Medo da rejeição. Medo da crítica. Medo de ser sincero. Medo de dizer a verdade. Medo de terminar relações. Medo de sair da zona de conforto. Medo de chamar a atenção. Medo de deixar um emprego que odeia. Medo de começar um negócio. Medo de se expressar abertamente. Medo de convidar a pessoa de quem gosta para sair. Medo de assumir responsabilidades. Medo de estar errado. Medo de parecer frágil.
É por causa deste maldito sentimento que duvidamos de nós próprios, já que acreditamos não ter o conhecimento ou as competências necessárias ao sucesso. Desistimos face aos nossos medos e sabotamo-nos a nós próprios antes mesmo de começarmos. Naturalmente, tornamo-nos o nosso pior inimigo.
O medo faz o ser humano contentar-se com o mediano, o medíocre. Não é à toa que esta citação do Les Brown dá tanto que pensar: "Muitos não vivem o seu sonho por estarem demasiado ocupados a viver o seu medo". Apesar de inerente à condição humana, o medo não tem que estar inerente às tuas ações. Conseguir ultrapassá-lo, ou pelo menos fintá-lo, é mais do que caminho andado para conseguires viver uma vida genuinamente feliz, e seres valorizada por aquilo que és.
Um novo ano, por excelência época de resoluções e ruturas com práticas antigas que não contribuem em nada para a nossa felicidade, está aí à porta. Logo é a altura ideal para nos desafiarmos e nos aventurarmos para lá das fronteiras da nossa zona de conforto. Afinal, diz-se que é lá que a magia acontece e onde nos sentimos genuinamente realizados.
Portanto, o desafio que lanço a ti, mas essencialmente a mim, é que neste 2017 tenhamos mais coragem; abracemos melhor a mudança; ajamos com mais convicção; dediquemo-nos de corpo e alma a algo que nos apaixona; cantemos mais; dancemos como se não houvesse amanhã; despertemos a nossa veia de escritor; resgatemos a criança adormecida que há em nós; ou seja, sejamos capazes de viver mais e recear menos.
Estás comigo nessa, meu bem? Espero que sim, pois eu não tenho nenhuma intenção de me contentar com o mais ou menos e tão pouco com o medíocre. Vou correr atrás dos meus sonhos, nem que para isso tenha que desafiar a mim mesma. Mal não faz, logo só poderá valer a pena.
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