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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

6360550089271587641242538428_onlinedating.jpgOra viva!

Como podes ler estou viva e de boa saúde. Digo isso a propósito do último post onde assumi a resolução de jejuar durante 24 horas. Sempre a levei avante e posso dizer-te que custar até custa, mas os efeitos compensam o esforço.

Se a minha capacidade de discernimento não estiver senil, com apenas uma sessão, sinto-me menos inchada e ligeiramente mais adelgaçada. Tanto assim é que estou decidida a manter esta prática, não só como estratégia anti-engorda, mas sobretudo como forma de investir em mais e melhor saúde.

Agora que já sabes que está tudo bem no reino da legolunalândia, fica a saber que a crónica de hoje versa sobre um ex que resolveu dar sinal de vida, numa clara tentativa de reaproximação à minha pessoa. Refiro-me ao Second Love (SL), site de encontros com quem dei por encerrada a relação em finais de 2015.

Pelos vistos o dito cujo, sabe-se lá porque carga d’agua, anda numa onda de nostalgia, já que acaba de me enviar uma mensagem a dizer que sente saudades minhas. Através de um e-mail, personalizado vê lá tu a minha importância aos seus olhos, diz-me ele que sente a minha falta e quer que volte ao seu convívio (leia-se reativar a inscrição).

Fofo ele, não? Ainda que mexida com toda essa atenção, e com o índice de carência pessoal em mínimos históricos, a ideia de um flashback amoroso com o Mr. SL não me entusiasma. Nada mesmo. Afinal, no que me toca, manteem-se os pressupostos que me levaram ao rompimento: não estou interessada num amor de segunda.

Não sei se te recordas do artigo Queres um amor de segunda? Vai ao Second Love!Para o sim e para o não, ei-lo. Só lendo o que na altura escrevi para compreenderes esta minha determinação em não reatar algo que sei, por experiência, que não vai dar em nada. Até porque se fosse para dar certo, não estaria aqui a carpir as mágoas. Não é mesmo?

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SL 004.JPGDado que hoje não estou com muito tempo para criar algo de raíz partilho contigo um dos meus primeiros artigos neste blog, publicado no longínquo dia 30 de setembro de 2015. Espreita só.

"Ser solteira tem destas possibilidades, ou seja, deixa-nos mais à vontade para tentar o engate digital, já que com o passar da idade os engates reais, os da vida quotidiana, tornam-se uma tarefa cada vez mais árdua e inglória.

A minha irmã (do meio) há muito que me incentivava a tentar a sorte no online. Ela sempre fez sucesso e pretendentes promissores nunca lhe faltaram. Às vezes até chegava a sair com dois ao mesmo tempo (cada um de uma cidade diferente, não vá o azar fazer das suas).

Depois da enésima desilusão romântica resolvi deixar de lado o velho preconceito de que quem procura companhia na net, ou é tarado, encalhado, esteticamente prejudicado e por aí adiante, e toca a registar-me em algum dos sites mais badalados.

Assim, num belo dia de janeiro, vejo na minha inbox um anúncio do Second Love (a partir de agora SL) e sem atentar ao real significado do nome, na ânsia de me aventurar no engate virtual e com receio de deixar o preconceito e a prudência falarem mais alto, toca a preencher os campos, efetivando assim a minha entrada neste mundo clandestino, oculto e incerto. Foi aí que dei por mim num dos maiores sites de encontros online que promove encontros amorosos de segunda linha, como gosto de chamar.

Escusado será dizer que quando me apercebi de que era uma séria candidata a tornar-me a mistress de alguém "amarrado" - por livre e espontânea vontade, convém ressalvar - mas inconformado em degustar durante dias, semanas, meses e anos o mesmo prato, os meus alicerces morais foram abalados.

E foi assim que perdi a minha virgindade amorosa online e as aventuras e desventuras dessa parte até aqui, perfazem quase quatro anos, vou contando aos poucos, pois é tanta história que nem o Atlas conseguia absorver tudo."

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25
Jan16

Quem quer ser engatada?

por Sara Sarowsky

12592740_778963592236544_7582622800910306184_n.jpg

Recuso-me a ser sonsa a ponto de negar que a possibilidade de vir a fazer dinheiro com este blog – à semelhança de tantos outros – é algo que não me tenha ocorrido ou que não me interesse. Agora tornar-me numa cafetina (perdão cupido) é coisa que nunca me passou pela cabeça.

Confusa? Já explico!

Poucos dias depois deste blog materializar-se no Facebook, recebo uma mensagem que dizia assim: "Olá. O nome dessa página sugere outra coisa. Quando vi pensei que fosse algo para arranjar relações ocasionais. O que não seria nada mau. Bjo." O meu entusiasmo face a este contato - o primeiro e logo de um outsider, isto é um gajo - começou a esvair-se. Ainda assim dei-me ao trabalho de lhe responder cordialmente: "Olá! Não é um sítio de engates, mas se puder ser útil para se arranjar quem nos queira, porque não? A ideia aqui é desmistificar a ideia de que mulheres depois dos 30 ainda solteiras, são encalhadas, feias ou falhadas. Nada disso! Agradeço a tua mensagem e espero ver-te por aqui mais vezes. Semana feliz."

Sem mais delongas, o dito cujo sai-me com esta: "O meu círculo de amizade é muito grande e tenho muitos amigos que, embora, alguns com as suas relações, estariam disponíveis para algumas aventuras. Tu terias de conseguir identificar ou convencer mulheres solteiras a entrar em experiências sexuais (sem meias palavras). Teríamos era de conseguir arranjar uma forma de as pessoas verem as fotos umas das outras e dizer em quem é que estaria interessado, evitando assim a temida sensação de rejeição, que os homens aqui em Portugal têm muito medo".

Tão simples quanto isso!

Quem segue este caderno sabe perfeitamente que não sou apologista de relações casuais, menos ainda, de encontros clandestinos de segundo grau – vulgo cornanços (perdão pela linguagem ordinária). E foi precisamente isso que lhe expliquei: que tal prática iria contra os meus princípios e contra o conceito do blog – que visa transmitir a ideia de que mais vale solteiras, despreocupadas e realizadas do que subjugadas por relações infecundas ou clandestinas, que dificilmente sobreviverão depois do "ohhhhh, i''m coming!".

Perante a minha mais que óbvia reticência em aderir à sua causa, sai-me com esta: "Bem… isso acho que já estás a defender o teu ponto de vista e garanto-te que está longe de ser o da maioria. Mas como tu há mais, que não apoiam esse tipo de relacionamento. Não há nada de clandestino nisso. Até porque nós nunca iriamos saber como é que as coisas acabariam! Só seríamos apenas os 'cupidos'."

A essa altura da procissão, que ainda só ia no adro, outra missiva: "Ou podes separar as águas. Usar o teu blog para divulgar a tal coisa misteriosa, enquanto crias um grupo no face só para tratar disso. Isso dá para promover desde encontros conjugais a grandes festas ultrassecretas e quando chegarmos a esse ponto, se calhar já da para começar a ganhar qualquer coisa com isso."

Com a alma parva e a mente entorpecida por tamanha desfaçatez, consigo atinar que a logística da coisa já estava totalmente montada, já que continuou nesses moldes: "Estive a pensar em alguns pormenores a nível de comunicação. Vou enviar-te um SnapMessenger que eu quero (ele quer!) que instales no teu telemóvel para nós testarmos. A ideia é que quando pusermos as pessoas em contato umas com as outras, pelo menos numa fase inicial, usem isso de modo que não há histórico de conversas. Mensagens instantâneas que desaparecem logo de seguida".

Por esta hora, o entusiasmo esfumara, a contra-argumentação desvanecera, a irritação instalara, a paciência esgotara e a boa vontade exilara. Como se não bastasse propor-me um esquema desses, assim na cara dura, sem anestesia nem cuidados paliativos, ainda tinha a petulância de me dar ordens e lições de moral.

Está para aqui uma mulher, post atrás de post, a apregoar em prol da diginidade do estatuto de solteira, como algo que pode (e deve) ser encarado com uma benesse (ainda que involuntária, na maior parte dos casos) e não um estigma e aparece-me este caramelo de vinte e poucos anos, ávido por proporcionar a si e aos camaradas fortuitas quecas com mulheres mais velhas, a propor-me dar uma de second love, ainda para mais a custo zero. Pelo amor da santa, como gostava de dizer um ex-quelque chose meu!

Dias depois, num sábado, nova mensagem do dito - sim, que este ao que parece não é de desistir fácil - a informar-me que ele e o sócio vinham a Lisboa tomar um copo e se eu não queria juntar-me a eles para discutirmos a nossa parceria. Até deixou o número do telemóvel dele e tudo. Reação da minha parte? Nenhuma, nem mesmo aquele cortês e cortante: "não, muito obrigada!".

Se, depois do que acabo de contar, interessa-te alinhar neste esquema do engatanço (como gosta de dizer A Gaja), por favor manifesta-te (por MP aqui ou no FB), que darei um jeito de fazer a ponte com o mister cupido. Caso contrário, faz como eu: abana a cabeça e deixa-te estar quietinha na tua vidinha de solteira linda, poderosa, realizada e fiel à crença de que mereces muito mais do que meros affairs. Ainda por cima, extracurriculares e estéreis.

P.S. – Agora aqui entre nós, o que o fulano não sabe é que eu o conheço – bastante bem até - já que ele pertence ao meu círculo de amigos. Sem fazer a mínima ideia que a pessoa que gere o blog é uma conhecida sua, deu um tiro no próprio pé e deixou-me com um trunfo na manga e uma bela estória para contar.

E aí, solteira minha, queres ou não ser engatada?

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26
Out15

IMG_2470.JPG

 

Ontem, estando esta single lady aqui em pleno modo curtir o domingo de chuva apenas na companhia do sofá, cobertor, televisão, pipocas e vinho, eis que entra na minha inbox do SL esta mensagem, muito peculiar, logo digna de ser partilhada:

"Vou procurar ser o mais sincero, se não disser algo importante foi porque me esqueci e sente-te à vontade para perguntar.
Procuro emoção, aventura, sexo, o prazer dos dois corpos unidos, o sentir de um olhar, procuro o suor depois de te penetrar, o sentir o teu corpo a entrar em mim, quero dar prazer, sentir-te a gemer, sentir-te a querer, quero ver-te a desejar, uma mensagem, um telefonema, um encontro, procuro a cumplicidade, quero ouvir-te se quiseres falar, aconselhar se me deixares, acima de tudo, quero viver a vida, com cumplicidade, loucura, mas também ternura, achas que somos capazes disso?
Não sou o homem perfeito, alto, lindo de morrer, mas posso tentar ser o que possas desejar, tentarei o meu melhor, não sintas que podias ter tentado e não tentaste, vamos tentar, a seguir, logo se vê...
Beijinhos"

 

O que se responde a isso? Primeiro pensei em ignorar, como faço a maior parte das vezes, mas perante o imperativo do título da missiva, "Vamos ver se tens coragem de responder...", e dado que não sou mulher de dar as costas a um desafio desta natureza, não resisti e lá dei feedback ao dito fulano, de nickname dreamthinker. Só não sei se foi a aquela que ele esperava, mas isso já não é assunto meu. A mim ele apenas cobrou uma resposta, sem nunca ter referido que esta tinha que ser positiva .

 

Antes de revelar o que escrevi, convém referir que o perfil do indivíduo apenas fazia referência aos seus 32 anos de idade e à residência em Lisboa. Nada mais: nada de fotografias, nada de estado civil, nada de altura, nada de peso, nada de escolaridade, nada de hobbies (elementos fundamentais para traçar o retrato físico da pessoa e decidir se este é ou não um pretendente elegível).

 

Uma vez decidido que não iria deixá-lo a falar para as paredes, melhor dizendo para o ecrã do seu dispositivo móvel, afinal há que reconhecer-lhe o mérito do discurso todo trabalhado na extensão e fruto de um copy-paste (aposto que sim), respondi-lhe nos seguintes termos:

"Caro dreamthinker, aprecio e agradeço o seu interesse pela minha pessoa, mas digo-lhe que está a perder o seu tempo comigo. Remetendo ao que escreveu, o que quero mesmo é um homem perfeito, alto e lindo de morrer. Já que se trata de dar o corpo ao manifesto apenas para bons momentos, que seja com alguém digno de uma história de encantar. Desejo-lhe boa sorte na sua procura e faço votos para que encontre logo aquela que saberá apreciar os seus encantos, que reconheço serem notáveis. Fique bem e tudo de bom."

 

Preciso dizer que o fulano não voltou a dar sinais de vida?

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15
Out15

493773.jpg

 

Boa notícia logo pela manhã: afinal alguém tratou de dar um nome àquele tipo de gajo que está desesperado por trocar calores e ansioso pelo "O" (de orgasmo) com que me deparo praticamente todos dias no Second Love, no Felizes.pt (sim, também por lá ando, afinal "enquanto há vida, há esperança"), no Skype e na vida real. Nessa então... é o que mais há.

 

Segundo Michelle Martin, bloger do Huffington Post e criadora do conceito, estes tipos nada mais são do que "Cinderfellas", isto é "homens que se sentem desesperados por uma relação emocional e física íntima. Querem paixão! Querem fogo-de-artifício! Querem sentir-se vivos! Querem ser retirados de uma vida solitária". "E querem isto tudo logo no segundo ou no terceiro encontro", considera Martin. De acordo com esta, o Cinderfella é atraente, romântico e carinhoso, mas é também carente e obsessivo. Não gosta de conflitos, mas adora situações dramáticas. A autora diz mesmo que, na maioria dos casos, são homens que se divorciaram recentemente.

 

Por experiência própria, e acredito que a maior parte das fêmeas que preencham os requisitos mínimos de beleza e sex apeal também, subscrevo totalmente esta teoria da Martin. O que não me falta é estórias de gajos que querem passar, em modo via verde (ou seja, sem pagar portagem nem fila de espera), do "olá como te chamas" para o finalmente.

 

Afinal, no auto (sim, auto!) da sua deficiência emocional, a corte é pura perda de tempo, portanto bora lá dar o corpo ao manifesto, sem muita fita, paleio, expetativas ou promessas de sentimentos mais profundos que a tesão. O que importa aqui é despejar os colhões, de preferência a custo zero: zero sentimento, zero despesa, zero compromisso, zero fidelidade, zero relação, zero apego.

 

O que lhes salva a vida, o ego e os colhões, é que para cada Cinderfella há sempre uma fulana qualquer disposta a aderir às suas causas. Generosas elas, liberais, desapegadas e muito (mal) resolvidas. Tudo que esta pré-quarentona aqui não é. Nem pretende ser.

 

Felizes daqueles que não complicam e se contentam com aquilo que lhes aparece à frente. Quando pouco se espera da vida, pouco dela se recebe!

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SL 004.JPG

Ser solteira tem destas possibilidades, ou seja, deixa-nos mais à vontade para tentar o engate online, já que com o passar da idade os engates reais, na vida quotidiana, tornam-se uma tarefa cada vez mais árdua e ingrata.

 

A minha irmã do meio há muito que me incentivava a tentar a minha sorte online. Ela sempre fez sucesso e pretendentes promissores nunca lhe faltaram. Às vezes até chegava a sair com dois ao mesmo tempo (cada um de uma cidade diferente, não vá o azar tecer das suas).

 

Depois da enésima desilusão resolvi deixar de lado o velho preconceito de quem procura companhia na net, ou é tarado, ou encalhado, ou esteticamente prejudicado e por aí adiante, e toca a inscrever-me. Num belo dia de janeiro, vejo na minha inbox um anúncio do Second Love (a partir de agora SL) e sem atentar ao real significado do nome, na ânsia de me aventurar no engate virtual e com receio de deixar o preconceito e a prudência falarem mais alto, toca a preencher os campos.

 

E assim, dei por mim num dos maiores sites de encontros online que promove encontros amorosos de segunda linha, como gosto de chamar.

 

Escusado será dizer que quando me apercebi de que era uma séria candidata a tornar-me a mistress de alguém "amarrado", por livre e espontânea vontade, mas inconformado em degustar durante dias, semanas, meses e anos o mesmo prato, os meus alicerces morais foram abalados.

 

E foi assim que perdi a minha virgindade amorosa online e as aventuras e desventuras dessa parte até aqui, perfazem quase quatro anos, vou contando aos poucos, pois é tanta história que nem o Atlas conseguia absorver tudo.

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