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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva! ✌️
Conforme prometido, aqui vai o relato do meu encontro imediato com o vírus SARS-CoV-2, publicado estamanhã no portal Balai.cv.
A crónica de hoje é um testemunho pessoal, provavelmente o mais íntimo que já aqui partilhei. Com ela pretendo, mais do que relatar, alertar para a seriedade de uma doença que só quem dela padece(u) é capaz de perceber. Testei positivo ao SARS-CoV-2, que como bem sabemos é o vírus responsável pela covid-19, a pandemia que assola o nosso planeta há mais de 18 meses.
Mais dramático do que testar positivo, foi tê-lo feito no dia em que foi-me administrada a segunda dose da vacina e a menos de 24 horas de embarcar numa aventura há muito ambicionada. Não faço a mais pálida ideia sobre o local ou o momento em que se deu o contágio. O que sei é que, até receber a comunicação do resultado do primeiro teste (antigénio), não apresentava qualquer sintoma.
Agora, volvidos três dias, e com um teste PCR a confirmar o primeiro diagnóstico, é inegável que o vírus adentrou pelo meu organismo e que está a tentar por todos os meios causar o máximo de estragos possível. Sim, porque este vírus, oportunista como qualquer outro, apossa-se dos nossos pontos fracos e usa-os como arma de arremesso. A batalha é desigual, injusta até, mas esta solteira aqui, uma guerreira nata, pretende lutar com todas as suas forças para amparar os golpes e escapar ilesa ao ataque.
A esta altura da infeção, imagino que o meu organismo esteja mais bagunçado do que o Marquês da Sapucaí em noite de folia carioca. Com a presença de duas doses da vacina, mais o vírus em genoma, o meu sistema imunitário deve estar a sambar - e como - para conseguir sobreviver aos próximos dias. O que me vale é que nele deposito todas as minhas esperanças, orando para que não me falhe nesta hora de aflição, agonia, vulnerabilidade e incerteza.
O meu caso não inspira cuidados maiores, ainda que não esteja assintomática. Todos os dias aparece um sintoma novo; por exemplo, enquanto escrevia este texto dei-me conta que que já não tenho paladar nem olfato. Se estivéssemos em 2019, dir se ia que estou com uma (valente) constipação e que poderia retomar a minha vida normal. Em 2021, diz-se que estou "convidada" e que devo cumprir isolamento.
Toda esta situação permite-me tirar algumas ilações, as quais passarei a mencionar. Primeira, a vacina não protege do vírus, o que ela pode fazer é minimizar o seu impacto, motivo pelo qual as autoridade sanitárias insistem que os inoculados devem continuar a cumprir com todas as regras e recomendações. Segunda, quando ficamos infectados, a primeira inquietação que nos assola o espírito é se fomos transmissores. No meu caso, ao que tudo indica, fui uma hospedeira egoísta, que guardou o mal consigo, não o partilhando com ninguém. Ainda bem que assim é, porque seria um desgosto muito grande gerir a responsabilidade de ter dado atraso na vida de outra pessoa. Os meus contactos já foram testados e todos acusaram negativo. A terceira ilação é que com a covid já não tenho eu que preocupar; afinal, para além das duas doses da Pfizer, já carrego comigo os anticorpos do próprio vírus, Como disse uma colega muito querida, fiquei imunizada para o resto da vida.
Como este vírus sofre mutações a uma velocidade estonteante, todo o cuidado é pouco, daí que relembro que esta doença deve ser encarada com a devida seriedade e as recomendações das autoridades competentes levadas à letra, pois nunca sabemos quando será a nossa vez nem como reagirá o nosso organismo.
E assim vai a vida desta solteira, repleta de aventuras, umas boas, outras nem por isso; contudo, todas uma lição de vida. Cuidem-se e cuidem dos vossos, pois o bicho (ainda) anda à solta, e se corrermos ele pega, se ficarmos ele come. Até à próxima!
Viva! 👋
Testei positivo ao SARS-CoV-2. Mais do que isso testei positivo no dia em que tomei a segunda dose da vacina e a menos de 24 horas de embarcar numa viagem que era suposto levar-me a uma nova vida. Não faço a mais pálida ideia sobre o local ou o momento em que fui contagiada. O que sei é que estou com o vírus no organismo e que tenho que cumprir com todas as indicações das autoridades sanitárias.
Como deves imaginar, muito tenho eu para te contar, o que vai acontecer já amanhã, altura em que conto terminar de escrever a crónica com o relato de mais esta aventura desta solteira aqui.
Até lá deixo-te com com aquele abraço amigo e a recomendação para tomares cuidado com esta doença, real e "apanhável" a qualquer instante.
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