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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

04
Jul22

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Ora viva! ✌️ 

Vamos lá então dar continuidade à narração da minha aventura em Espanha, a qual começou de forma muito atribulada, ao ponto de quase comprometer a viagem. Preparada para mais detalhes? Bora! 😉

Como deves recordar, Uma aventura em Peñíscola (Parte II) terminou com esta pessoa aqui a tentar descobrir uma forma alternativa de chegar àquela cidade espanhola, já que o risco de falhar o embarque em Estarreja era real e iminente. Não tendo conseguido descobrir nenhuma, pelo menos a curto prazo, não me restou outra alternativa que não fosse ligar novamente para a Clara, dando-lhe conhecimento de tal facto.

Aconselhou-me ela a embarcar, argumentando que como já tinha comprado o bilhete mais valia fazê-lo, e que, até à chegada ao destino, alguma solução haveria de aparecer. Nisto, ocorreu-nos expor a situação à guia que ia acompanhar a excursão, cujo contacto telefónico constava das informações enviadas pela agência de viagens.

Ainda em Sete Rios, minutos antes de embarcar para Aveiro, fiz a primeira tentativa de falar com ela. Sem sucesso. Ao longo da viagem - de quatro horas, lembras-te? - continuei a tentar, over and over and over again. O telefone da pobre senhora não tinha descanso, eu ligava de um lado, a Clara do outro.

O meu estado de espírito era de tal ordem que os infortúnios começaram a chegar em catadupa. Os meus óculos de sol, que descansavam na prateleira do assento, diante de uma curva mais apertada, caíram ao chão e partiu a armação. Além de os considerar acessórios indispensáveis, estes eram de marca, ou seja, custaram um bom dinheiro. Amaldiçoando tudo e todos, ao tentar conter os danos, parti uma unha. A minha manicure francesa, fresquinha e fofa, estava arruinada. Com muito custo, segurei o choro.

Como se não bastasse, comecei a ficar com uma enorme vontade de fazer xixi. Sem solução imediata à vista, já que estávamos em plena autoestrada, dirigi-me ao wc do próprio autocarro, solução que em circunstâncias normais rejeitaria de cara. Um único olhar à porta do cubículo foi quanto bastou para eu perceber que precisaria de um euro para poder usufruir do serviço. Uma vez mais, a sorte voltou a deixar claro que não queria nada comigo. Não encontrando nenhuma moeda de um euro no meu porta-moedas, e sem coragem para pedir emprestado aos passageiros vizinhos, não me restou outra alternativa que não fosse aguentar estoicamente a urina.

Sequer nas paragens que o bus fez - lembras-te de ter dito que este iria efetuar paragens em todas as estações e apeadeiros? - me foi possível descomprimir a bexiga. Numa delas, Figueira da Foz, se não estou em erro, quando perguntei por um sanitário, recebi indicações tão imprecisas que andei às voltas feita barata tonta, acabando por ficar sem tempo para aliviar a botija urinária.

Para pior ainda mais a situação, apercebi-me que a chegada a Aveiro dar se ia para lá da hora indicada no bilhete. Dirigindo-me ao motorista, expus o meu caso, alegando que o atraso iria comprometer a minha ida para Espanha. Novamente, levei com aquele ar enfadado caraterístico de quem está-se nas tintas para os dramas alheios. Sem qualquer vestígio de empatia ou solidariedade, ouvi da sua boca o seguinte: "O autocarro não é um avião, chega quando chegar!"

Perante tal resposta, decidi apear ali mesmo e continuar a viagem por outros meios. Dirigindo-me à primeira viatura da fila estacionada à porta da estação de comboios, abordei o taxista, a fim de saber quanto custaria a corrida até Estarreja. Setenta euros, disse-me ele sem pestanejar. Mesmo achando o preço salgado, o desespero era tanto que acedi. Prestes a pedir ao condutor do autocarro para abrir o porta-bagagem para eu retirar a minha mala, ocorreu-me que não dispunha desse valor em espécie.

Sem nenhum multibanco à vista, e com pouco tempo para analisar alternativas, regressei ao pesado de transportes de passageiros, frustrada e aflita por urinarEste lá continuou o seu percurso, cujo itinerário contemplava ainda três paragens até ao destino final. Não te esqueças que durante todo esse tempo, tanto a Clara como eu continuávamos a telefonar para a guia, sem qualquer sucesso.

Entretanto, o meu stress contaminara a Clara, os pais dela (que estavam lá em casa) e a minha tribo além-fronteiras, com quem, em tempo real, ia partilhando o meu drama. Em modo desespero total, já que passava das sete da tarde, a Clara lembrou-se de procurar o contacto da dona da agência, com quem tinha viajado em anteriores ocasiões.

Desta vez, a sorte sorriu-nos. Perante o exposto, a agente de viagens deu-nos a garantia de que o autocarro esperaria por nós, uma vez que os motivos do atraso eram alheios à nossa vontade. Explicou que a guia turística - que nunca atendeu o telefone, não obstante as nossas dezenas de tentativas - tinha chegado nesse mesmo dia de uma excursão e que estava a dormir, antes de liderar uma nova excursão, a nossa. E eu que já tinha mentalizado uma reclamação formal contra a pobre coitada, por negligência, descaso, incompetência e tudo o mais que me ocorreu.

Mais aliviada, ainda assim apreensiva, lá consegui desfrutar do resto da viagem sem sofrer o ataque cardíaco que ameaçava a minha pessoa desde o momento em que me apercebi do engano na compra do bilhete.

Continua...

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13
Mai18

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Viva!

Olha só quem voltou ao teu convívio. Antes que comeces com cobranças, deixa-me dizer-te que sinto muito por cada um destes 10 dias que fiquei longe de ti. Tanto aconteceu desde o último artigo, que vou ter que ir relatando os acontecimentos aos poucos, sob pena deste artigo ultrapassar as quatro laudas.

Como te dei conhecimento através do Instagram, na quinta-feira passada voei até Barcelona para uma escapadela de quatros dias. A minha excitação era indescritível, não só por ir viajar (coisa que amo fazer), mas sobretudo porque estava prestes a realizar um sonho de há muito: conhecer uma das cidades que ano entra ano sai constava da minha wish list.

À chegada ao aeroporto de El Prat, recebo um telefonema de Lisboa a perguntar se estaria disponível para voltar para o trabalho dos meus sonhos (aquele que tinha perdido há dois anos por causa da implicância de uma fulana que achou que eu era demasiado vistosa para a instituição em causa). Como o voo de regresso estava marcado para domingo à noite e eles tinham grande precisão dos  meus préstimos, comprometi-me a "picar o ponto" na segunda, logo às nove da manhã.

Descaradamente mais esfusiante do que antes, desfrutei de três dias de puro deleite, a namorar a cidade, a absorver tudo o que me chegava aos olhos, a conviver com pessoas de diferentes nacionalidades, a praticar o portunhol, a descobrir recantos, segredos e estórias da Catalunha, a dançar na rua às tantas da noite, a subir e a descer encostas, a visitar exposições de arte; ou seja, a turismar.

Até que... a lua de mel dá lugar à lua de fel. A passagem do paraíso para o inferno dá-se por uma questão de minutos. Devido a um atraso de meia hora, em parte justificado pelo escaldante Barcelona-Real Madrid desse dia, que deixou os transportes a rebentar pelas costuras, eis que perco o voo que me traria de volta para casa. Com a cidade mais apinhada do que o costume (à custa dos blaugrana), os voos para Lisboa estavam todos lotados, motivo pelo qual só consegui um novo para dali a dois dias.


Entre procurar alojamento à última da hora, voltar ao estilo de vida estudantil – em que se dorme no sofá de alguma alma caridosa, lava-se roupa numa lavandaria, come-se pão com cuspo ao pequeno-almoço e otras cositas más – lá consegui aterrar na Alfacilândia na terça de manhã, mesmo a tempo de apanhar o Carris Express para o (novo) trabalho, com 36 horas de sono em cima (16 delas sem uma higiene pessoal digna desse nome), longas horas de jejum (forçado) e com a minha tralha a descoberto, já que na volta a minha mochila (comprada na véspera) foi inutilizada pelo pessoal de handling.

Enfim... foi uma aventura e tanto. Pena eu não ter tempo nem disposição para te contar os detalhes mais sórdidos. Estou a cair para o lado de tanto sono e cansaço. Desde que cheguei de viagem, tenho trabalhado das nove da manhã às tantas da noite, hoje inclusive.

Conto voltar à rotina já amanhã. Ainda bem, porque sinto-me à beira de uma estafa. Na última semana dormi pouco, comi mal, trabalhei em contrarrelógio e não escrevi uma única frase. Preciso mesmo retomar as aulas de código, as crónicas do Ainda Solteira, o social media manager da missão diplomática, o convívio com a minha tribo, as tarefas domésticas, as idas ao supermercado, e por aí fora. Preciso respirar, relaxar, meditar e vegetar, nem que seja por umas horitas.

Até lá, deixo-te com aquele abraço amigo e desejos de uma semana abençoada.

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