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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Com toda a certeza, já deves ter reparado que raramente falo da minha família. Bons motivos tenho eu para tal, acredita em mim. Na próxima crónica para o Balai Cabo Verde, a sair daqui a uma semana, levanto um pouco mais o véu sobre esta questão.
Mesmo zelando pela discrição em relação à minha vida privada, há coisas que não tenho como deixar de partilhar, como é o facto de já não ter pai vivo, e cujo falecimento dei conhecimento no post Hoje faço a viagem mais triste da minha vida.
É justamente a ele, ao meu saudoso progenitor, que dedico esta crónica, em forma de carta, à semelhança das incontáveis que lhe escrevi ao longo das mais de três décadas apartados pela emigração. Como sou pessoa de celebrar a vida, e não a morte, reservei a homenagem para o dia em que nasceu e não para o dia em que desapareceu, como faz tanta gente.
Papá,
Hoje são os teus anos, parabéns! No dia 3 de outubro de 1954 vieste ao mundo, com o firme propósito de o tornar um lugar mais divertido, animando todos aqueles que tiveram a sorte de cruzar o teu caminho. Essa característica herdei de ti, também sou assim, por onde vou faço questão de espalhar alegria e boa disposição. Obrigada por me ensinares como deixar marcas no coração dos outros.
Foste embora de repente, sem anúncio nem despedida. Além da saudade, imensa, infinita, eterna, ficaram os risos que não partilhamos, as paródias que não fizemos, as palavras que não dissemos, os perdões que não pedimos, o orgulho que não superamos, os abraços que não demos, o amor que não declaramos. Ficou também por dizer que sempre foste o meu herói, o amigo das brincadeiras, aquele que fazia da nossa vida uma festa sempre que por perto estava.
Em criança, era contigo, e só contigo, que as minhas irmãs e eu íamos à Praínha, comíamos fora (sempre churrasco) e visitávamos a tua família "la fora". Convivemos pouco, como o lamento, mas a vida tem dessas. Em busca de uma vida melhor para todos nós, partiste para longe, tinha eu 8 anos. Desde esse dia, que só te via uma vez por ano (quando desse para ires à terra ver os teus), e nunca mais do que durante quatro semanas, quase sempre coincidente com o período de Natal.
Mesmo por tão pouco tempo, eram os tempos mais felizes. Eram os tempos do Lindinho ou Lindos Melia, como carinhosamente eras tratado. Para além das tão ansiadas prendas que trazias na mala, era a tua presença a mais desejada. Garboso e charmoso, eras um chamariz por onde passasses. De porte atlético, com uma vaidade que eu tão bem entendo e uma boa disposição constante, não havia quem te resistisse. Afável e nada violento (não fazes ideia de quão grata te sou por isso), com todos te relacionavas na base do respeito e da brincadeira.
De ti herdei a predisposição para ser feliz, e pelo caminho fazer os outros felizes. Porque na vida é o que mais importa: as pessoas que cativamos, os corações que tocamos, as almas que inspiramos. Não foi por acaso que, no teu funeral, eu tenha visto catraios a chorar baba e ranho a tua partida. Digo partida e não perda, porque não te perdemos, apenas partiste para outro plano, onde quero acreditar que tenhas conquistado um lugar no regaço divino.
Tanto mais tenho para te dizer, para te transmitir, só que tratando-se de um desabafo público, convém que o resto seja dito no silêncio do pensamento. Termino dizendo que guardo-te no coração, que tenho-te como a minha maior inspiração, o meu maior orgulho, o meu amor maior.
Beijo 💋 em ti e até sempre meu querido papá!
Ora viva! ✌️
Tendo cumprido a sua missão com distinção, setembro despede-se hoje. Como amanhã será 1 de outubro, dia em que saem as previsões energéticas, a crónica de hoje fica pois adiada para este sábado.
Como bem sabes, é incomum eu vir cá ao fim de semana. Contudo, sempre que se justifica, abro uma exceção para partilhar contigo em primeira mão as novidades.
No caso das previsões, justifica-se divulgá-las mal sejam publicadas, mais não seja porque andamos apreensivos em relação ao que nos reservam os astros para as próximas semanas. Falando por mim, antevejo que serão turbulentas. Mas isso já é assunto para outro dia.
Beijo 💋 em ti e até amanhã!
Ora viva! ✌️
A crónica de hoje resulta de uma partilha da compas Paula L no nosso grupo do WhatsApp, composto maioritariamente por quarentonas solteiras, convém saberes. Não obstante ter já produzido imenso conteúdo nesse sentido, considero oportuno continuar a bater na mesma tecla: o porquê de tanta mulher gostosa, poderosa e bem-resolvida estar desemparelhada.
Mirando o meu exemplo, e o de inúmeras outras nas mesmas circunstâncias, é caso para se dizer que, em matéria de relação amorosa, nós as solteiras estamos a vivenciar uma crise pandémica, sem precedentes, controlo ou cura à vista. É precisamente isso que retrata a publicação do site Sábias Palavras, datada de julho deste ano, que passo a citar:
Todos os dias testemunhamos mais e mais mulheres fortes, inteligentes e atraentes ainda solteiras. E a pergunta que muitas vezes surge em nossas mentes é: "Como essa mulher incrível ainda está andando sozinha?". Alguns até se perguntam: "Se uma mulher assim estiver sozinha, haverá esperança para mim?".
Infelizmente, muitas pessoas não reconhecem que essas mulheres poderosas não estão sozinhas porque pensam que são melhores do que todos os outros. É porque é extremamente difícil encontrar um parceiro que respeite seu crescimento pessoal, evolua com elas e as ame por quem elas realmente são.
Uma mulher forte e autoconfiante simplesmente não tem tempo para relacionamentos medíocres. Ela sabe exatamente o que quer de sua vida e não para até cumprir suas ambições. E o melhor é que quando ela atinge um objetivo, ela não apenas relaxa. Em vez disso, ela se esforça para outro. Por mais impressionante que isso seja, algumas pessoas acham essa devoção intimidadora.
Aqui estão 7 razões pelas quais tantas mulheres confiantes, inteligentes e sexy são ainda solteiras.
Ora viva! ✌️
Em modo filosofia, hoje acordei a pensar no poder, mais concretamente na sua importância para o ser humano. Que fique bem claro que quando me refiro ao poder não estou a falar de força de vontade, mas sim de vontade à força. De acordo com a Wikipedia, o poder define-se, geralmente, como a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira.
O que mais abunda por este planeta azul são criaturas obcecadas com poder, ao ponto de, na sua busca desenfreada, atentarem contra a vida e a dignidade alheias, sem escrúpulos nem remorsos. Falando por mim, a maioria daquelas com as quais tenho a oportunidade - ou o azar - de privar consideram (erroneamente, claro) que este consiste em dar ordens, incutir temor ou exigir respeito. Não é à toa que sentencia o ditado: "se queres conhecer uma pessoa, dá-lhe poder!"
Na minha forma de ver as coisas, o (verdadeiro) poder consiste em inspirar pessoas, influenciar decisões, mudar vidas e transformar mentes. Daí que o considere acima de um cargo, um título, um status, uma conta bancária ou uma crença. E tu, meu bem, alguma vez te questionaste sobre o poder do poder na tua vida? Se sim, importas-te de partilhar comigo o teu ponto de vista?
Agora que está dado o recado, vou bazar que muito trabalho me aguarda - sim, estou ciente de que já passam das sete da noite de uma sexta-feira, mas vida de profissional (muitas vezes) tem destas coisas. Sei que foi curta a minha passagem aqui hoje, mas prometo voltar na segunda, inspirada e revigorada, para mais uma conversa amiga.
Aquele abraço de bom fim de semana!
Viva!
Este post assenta na partilha de um texto, de autor desconhecido, que anda a circular na rede e que é uma verdadeira turbina de reflexão e discussão sobre toda esta calamidade sanitária global.
Viva!
Um dia destes, passei por um mupi onde figurava uma publicidade com a Roberta Medina, na qual ela dizia que "Somos aquilo que amamos!" Desde então que tenho andado a matutar no real sentido desta frase, ao ponto de resolver dissertar sobre ela nesta crónica.
É facto consensual que o amor é saudável e recomenda-se. É igualmente saudável dele falar, em especial do seu impacto na existência humana. Voltando à frase da responsável pelo Rock in Rio Lisboa, se, de facto, somos aquilo que amamos, porque raio não amamos mais? E melhor, já agora!
Anda o mundo precisado, andam as pessoas sequiosas, andam os corações solitários e andam as almas desnorteadas, tudo à custa desse sentimento, ou melhor, da falta dele. Idealmente, amar implica oferecer os nossos melhores sentimentos a alguém esperando que esse mesmo alguém retribua em igual proporção. Neste meu entendimento, amar (na verdadeira aceção da palavra) extravasa o sentido romântico e/ou erótico, para se revelar como uma ligação bem mais espiritual do que carnal.
O amor carnal é selvagem nos seus instintos, urgente nas suas necessidades, inequívoco nas suas manifestações, enquanto que o espiritual é sereno, sábio, paciente, altruísta, logo sublime, absoluto, divino.
Independentemente do tipo de amor que cada um de nós é capaz de sentir ou demonstrar, ele mais não é do que o reflexo da nossa essência/vivência/experiência, ou seja, daquilo que somos. Daí que esteja plenamente de acordo com a citação da empresária brasileira.
Amamos como fomos amados, quem nunca ouviu esta? Mais pertinente que esta sapiência popular – com a qual concordo, já agora – é saber até que ponto amamos aquilo que nos ensinaram a amar. Com esta reflexão me despeço com um abraço amigo e desejos de um bom fim de semana.
Hasta!
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