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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

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Ora viva! 👋

É ténue - muito mesmo - a memória da última vez que por aqui dei as caras, malgrada a indiscutível saudade que diariamente me assombrava. Pelas coordenadas do último post, já lá vão quase dois anos, andava eu em contagem decrescente para realizar o sonho de levar o movimento social Empodera-te! à minha adorada terra natal, Cabo Verde.

Como por diversas vezes assumi, no meu entender, setembro é o mês mais importante do ano, já que é aquele que marca a rentrée, ou seja, o recomeço após a tão desejada pausa de verão. E precisamente hoje, dia 9, do mês 9, do ano 9 (numerologicamente falando), quis o destino que eu retomasse este blog.

Por um daqueles acasos do destino, que não sabemos explicar, mas que sentimos que faz todo o sentido, nesta terça-feira, dei por mim sem absolutamente nada para fazer. Coisa rara nos últimos tempos, acredita em mim. Sendo assim, senti que tinha finalmente chegado a hora de reassumir uma das atividades que mais me realiza na vida e que tanta falta tem-me feitos nestes últimos 23 meses.

Faço aqui uma pausa para te convidar a refletir comigo sobre o significado de ter reassumido algo que me é tão precioso numa data tão mágica, tão auspiciosa. Tens a minha palavra de que só neste preciso instante apercebi-me desta incrível coincidência, logo eu que já fui tão íntima da espiritualidade. Seja como for, acredito firmemente que não foi por acaso que retomei a escrita precisamente neste 9-9-9. A vida tem destas coisas, não tem? Até me arrepiei de emoção!

Voltando à narrativa, tanto aconteceu na minha vida desde a última vez que aqui dei o ar da graça. A bem da verdade, nada que desculpe o meu exílio por tanto tempo, há que fazer essa mea culpa. Há tanto para contar, partilhar, narrar, inspirar, que nem sei bem por onde começar. Só de pensar na quantidade de coisas que tenho para "vomitar", apetece-me fechar o portátil e retomar a pacífica existência dos últimos tempos, pautada pela esscassez de atividade intelectual e criativa.

Para começo de conversa, re-expatriei. Há pouco mais de um ano, em agosto do ano passado, para ser mais precisa, compilei toda a minha tralha em duas malas e uma mochila e rumei a um novo país. Por hora opto por não revelar a minha atual localização geográfica, uma vez que essa novidade ainda não é do conhecimento de muita boa gente do meu círculo privado. Considero justo que saibam da novidade de viva voz e não através da internet.

O que posso adiantar é que essa mudança era algo há muito desejado, mas que, por razões várias (que a seu tempo descortinarei), foi sendo adiado... adiado... adiado... até que chegou o 10 de agosto de 2024, o dia em que já não me era mais possível adiar o inevitável, fintar o desconhecido, cumprir o destino. Na altura, esse recomeço, às portas dos 47 anos de idade, foi apenas do conhecimento de uma dezena de almas - as minhas besties, para ser mais específica.

A incerteza que me aguardava, dado que já tinha havido duas tentativas anteriores, a par do receio de levar com conselhos dissuasores, ainda que bem intencionados, fez-me guardar segredo deste passo crucial da minha existência, provavelmente o mais custoso e aquele que exigiu uma coragem e uma determinação que poucas pessoas com a minha idade são capazes de reunir.

Para trás deixei tudo o que eu era, sabia, conhecia e possuía, seja em termos de conquistas pessoais, sociais e profissionais, seja em termos materiais e patrimoniais. Movida pela convicção de que um futuro mais próspero e abundante se avizinhava (o que mais leva uma pessoa a migrar?), deixei para trás aquele que foi o meu porto seguro nos últimos 17 anos. De cabeça erguida, peito aberto e coração palpitante. À minha espera sabia ter apenas a possibilidade de um novo recomeço, num lugar onde não conhecia vivalma.

Oportunamente, terei a oportunidade de detalhar com precisão o (brutal) custo emocional e social desta decisão, radical para alguns, destemido para outros e insano para os demais. Especialmente porque encontrava-me no auge do sucesso enquanto mentora do Empodera-te!, com tudo o que isso implicava.

Num resumo tão breve quanto possível, recordo-te que um ano antes tinha sido distinguida com o Prémio de Mérito Migrante; que detinha um espaço de crónica mensal no portal Balai Cabo Verde; que tinha visto publicado três textos meus; que estava a conquistar o meu lugar ao sol como escritora de contos eróticos; que detinha um invejável portfólio de quatro edições do Empodera-te! - com uma internacionalização pelo meio; que era presença requisitada em eventos do mais alto nível; que estava a ter cada vez mais procura para apresentar eventos de grande prestígio entre a comunidade cabo-verdiana e não só (cito, a título de exemplo, o Dia Nacional da Cultura de Cabo Verde, o Jantar dos Embaixadores Africanos em Lisboa e a cerimónia de apresentação dos nomeados à 13ª edição da Cabo Verde Music Awards), sem falar nas diversas presenças na televisão e imprensa portuguesa, cabo-verdiana, brasileira e angolana.

A par disso, começava a tornar-me uma referência na organização e promoção de eventos, como o comprovam as quatro edições do Empodera-te!, a exposição de fotografia A mulher da minha vida, as diversas ações de formação (tanto para miúdos como para graúdos), bem como as palestras em escolas e eventos como a Feira do Bem Comum.

Enfim... muito mais teria a enumerar sobre o meu palmarés. Contudo, impõe a modéstia e a prudência que eu me contenha, caso contrário, corro o risco de ver-te partir antes que eu tenha podido revelar o ponto essencial deste inesperado regresso.

Dado que já não disponho nem de tempo nem de disposição para retomar este espaço nos moldes de antigamente, ou seja, com a regularidade, disciplina e assiduidade que tão bem conheces, por sugestão da minha amada Ângela Barbosa (a melhor coaching e mentora que uma amiga poderia desejar), proponho darmos um novo rumo ao Ainda Solteira.

O que quer isso dizer? Quer dizer que pretendo transformá-lo num blog comunitário, onde todo aquele que assim o entender passa a ter vez e voz (mediante o respeito pela regras básicas da boa convivência virtual, claro está!). Sendo assim, desafio todos os leitores, seguidores, amigos, conhecidos e até mesmo inimigos a enviarem conteúdos que queiram ver publicados neste blog, que passará assim a ser um espaço de todos, onde cada um terá a chance de partilhar, inspirar, impactar, no fundo, contribuir para uma comunidade virtual mais informada, formada, esclarecida e empoderada.

Não resisto a terminar com este spoiler: há coisa de três meses conheci uma pessoa espetacular, com quem estou a experenciar uma coisa bonita. É, meu bem, esta minha nova vida, num outro país, com uma nova língua, cultura, profissão e tudo o mais que implica ir viver para o estrangeiro, trouxe-me um presente muito especial. Após 15 anos de celibato, posso dizer que estou numa relação. Mas isso é tema para outra altura 😉.

P.S. – Tenho consciência de que o texto é extenso, mas, dada a prolongada ausência, creio ter direito a uma tolerância maior do que o habitual. 

Aquele abraço amigo e até um dia destes.

Com estima e saudade,

Sara 🤎

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