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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
Comecei a alinhavar esta crónica andava a pandemia do novo coronavírus a dar os primeiros passos em direção ao estado de emergência. O compasso de espera até avançar com a sua publicação prendeu-se com dois motivos: acompanhar a evolução da situação (a fim de saber se mais benefícios poderiam daí advir) e evitar ferir a suscetibilidade daqueles que recusavam ver a crise sanitária como uma chamada de atenção para melhores práticas humanas, sociais, governamentais, económicas e, acima de tudo, ambientais.
O relatório da situação epidemiológica desta quinta-feira, 18 de junho, indica que Portugal conta com 38.089 casos confirmados de Covid-19; sendo que, desses, 1.524 são óbitos. Feitas as contas, é fácil concluir que a taxa de contágio (para um universo de 10 milhões de habitantes) sequer chega a 0,4%. Ora isso quer dizer que cerca de 99,6% dos residentes em Portugal não acusaram a doença, e que, dos que acusaram, apenas 4% não conseguiu de todo recuperar.
Insisto: somente 0,4% da população portuguesa ficou doente por causa do SARS-CoV-2. Dos tais 0,4% que adoeceu, apenas 4% não conseguiu sobreviver.
A elevadíssima taxa de sobrevivência/recuperação é o primeiro (e, claramente, o mais importante) aspeto positivo desta pandemia, maldita por um lado e bendita por outro. Porque ver o lado B(om) de tudo que nos acontece é uma postura que adotei para a minha vida, passo a enumerar mais uns quantos. Vejamos:
1. Os governantes nunca fizeram tanto pelo cargo que ocupam, bem como pelo salário que auferem,
2. No contexto político, situação e oposição estiveram harmoniosamente sintonizadas,
3. Entidades públicas e privadas falaram a uma só voz,
4. A população esteve mais unida do que nunca,
5. Muitas empresas assumiram uma postura deveras generosa para com os seus colaboradores,
6. As famílias estreitaram os laços,
7. O egoísmo, a indiferença e o descaso deram lugar à solidariedade, à empatia e à afetividade,
8. O dinheiro mostrou a sua desimportância perante o que realmente importa,
9. O culto do individualismo foi posto em cheque,
10. O mundo apercebeu-se que, independentemente da posição social, todos podem contrair o vírus,
11. Não restou margens para dúvida de que a saúde, bem como o sistema que a suporta, é um ativo fundamental,
12. As pessoas despertaram do seu profundo estado de alienação para se manifestaram genuinamente preocupadas com o bem estar de todos.
Lamento profundamente o facto de todas estas conquistas, acabarem por, indubitavelmente, ceder lugar às práticas pré-pandemia. Pelo que tenho visto, ouvido e deduzido, será uma questão de tempo até que a maioria dos mortais volte aos antigos hábitos de vida, consumo e interação - social e cívica. Os ensinamentos que, supostamente, todos nós deveríamos ter apreendido parecem condenados a uma página (negra, é certo) da memória coletiva.
Aquele abraço amigo de sempre!
Quem nunca amaldiçoou a segunda-feira, o (maldito) primeiro dia últil da semana? Quem nunca sentiu aquele ressentimento gratuito, porém genuíno, para com o dia em a maioria de nós é arrancado impiedosamente do abraço aconchegante do domingo? Quem nunca desejou que esse dia fosse pura e simplesmente banido do calendário laboral?
Voltar ao ativo após dois dias isentos de horários e compromissos, não é nada motivante, antes pelo contrário. Só de pensarmos naquele maldito despertador que toca às primeiras horas da matina, altura em que a cama está mais convidativa (nem de propósito!). Só de pensarmos na correria para sairmos de casa a tempo e horas. Só de pensarmos em trânsito congestionado e/ou transportes coletivos apinhados de gente mal humorada (sem falar naquele cheirete de corpos que fedem por falta de higiene). Só de pensarmos em chefias e colegas mal amados, que parecem ter prazer em descarregar nos outros as responsabilidades pelas suas vidas frustradas. Só de pensarmos que são precisos mais cinco dias de puro contrarrelógio até voltarmos novamente ao modo fim-de-semana. Só de pensarmos nisso tudo o humor altera-se, a alegria desvanece-se e o desânimo instala-se.
Porque pessoas com alto astral fazem toda a diferença no nosso dia e porque não temos que ser mais um desses mal humorados das segundas-feiras, partilho contigo alguns dos meus truques, inspirados na meditação mindfulness, para obter aquela dose diária recomendada de energia positiva tão necessária, sobretudo no início da semana.
Segundo Vasco Gaspar, autor do livro 'Aqui e Agora: Mindfulness', esta técnica de meditação, além de ajudar a lidar com problemas físicos e psicológicos, como ansiedade, depressão, dependências várias, desordens alimentares e tensão arterial alta, quando usada no dia-a-dia ajuda a equilibrar o corpo e a mente. Como? Seguindo estas 20 dicas simples:
De modo a minimizar ao máximo os efeitos nefastos da segunda-feira na minha mente, tento sempre cumprir pelo menos metade desta lista ao longo do dia de domingo.
Espero ter ajudado a fazer deste seu início de semana uma experiência mais positiva e infinitamente mais compensadora. Uma feliz semana a todos nós, que bem merecemos!
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