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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

13
Mar23

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Ora viva! 👋

Aqui pelos lados da Península Ibérica o calor e o  seu provedor deram o ar da sua graça no fim de semana. Hoje, o cenário é bem diferente, contudo, o facto de estarmos em contagem decrescente para a saída de cena do inverno deixa-nos bem-dispostos, e deveras propensos a abrir o coração ao amor.

Ele já anda no ar desde fevereiro, o mês dos enamorados, e, ao que tudo indica, vai continuar assim. Pelos menos, no que depender de mim. Tudo isso para dizer que hoje vim desafiar-te a assumires o que de facto procuras num companheiro. A minha intenção é descobrir se sabes mesmo o que queres numa relação amorosa e se os parceiros que tens escolhido vão ao encontro dessa certeza. Baralhada? Continua a ler que já vais entender!

Para nos ajudar na (inglória) missão  de tentar entender as motivações humanas no que toca ao amor, chamo à conversa Dan Conroy-Beam, do departamento de psicologia e estudos cerebrais da Universidade da Califórnia (UC), académico que estuda a formação de relacionamentos e tem batalhado para entender se as pessoas realmente escolhem racionalmente os seus pares românticos.

Partindo dos dados de um questionário realizado no início dos anos 2000, a equipa daquela universidade norte-americana transformou algumas sessões de speed dating num campo de estudo, cujos voluntários da pesquisa respondiam, depois de uma série de encontros às cegas, o que procuravam num relacionamento amoroso. O foco dos investigadores era encontrar um padrão que explicasse o código do amor.

Contudo, uma evidência que faz jus ao bom e velho ditado de que "o amor é cego" veio à tona: as preferências dos participantes, na maioria dos casos, não era compatível com os parceiros escolhidos nos encontros. As informações recolhidas fizeram com que os pesquisadores reavaliassem as suas suposições sobre como nascem os relacionamentos amorosos. "Já ouvi pessoas dizerem: 'A atração é como um terremoto. Você simplesmente não pode prever quando isso vai acontecer com antecedência. É inerentemente imprevisível'", partilhou o professor e psicólogo num podcast sobre o assunto.

Na prática isso quer dizer que raramente existe match entre o que procuramos numa relação e a(s) pessoa(s) pela(s) qual(is) acabamos apaixonados. É, meu bem, enquanto os estudiosos não descobrem a fórmula do amor, nós os comuns dos mortais continuamos à mercê do Cupido. E tu já te apaixonaste por alguém que era o contrário de tudo o que procuravas numa relação?

Beijo 💋em ti e até amanhã, dia da estreia de um novo episódio do podcast Ainda Solteiros, dedicado ao erros que os homens cometem nos primeiros encontros. Hasta!

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Ora viva! ✌️ 

Por ontem ter estado a trabalhar num evento que me levou a passar sete horas consecutivas em pé, hoje só consigo arranjar energia e criatividade para reciclar um post datado de há exatamente seis anos, que versa sobre a dificuldade - cada vez mais incontestável - que as pessoas inteligentes, sobretudo as mulheres, demonstram em entregar o coração. 

Não é de hoje que venho refletindo sobre as relações amorosas, especialmente em como parece cada vez mais difícil as mulheres inteligentes e bem resolvidas conseguirem estabelecer ou manter um relacionamento verdadeiro e saudável. Sim, porque relações há muitas, mas as que valem de facto a pena não abundam.

Obviamente que falo em nome pessoal. Contudo, falo também no de inúmeras mulheres das minhas relações, bem como das leitoras e seguidoras que partilham comigo os seus dramas pessoais. E a conclusão a que chego é que as pessoas inteligentes revelam um maior ceticismo e desapego em relação ao romance. Não porque não lhe reconhecem a importância, mas essencialmente por estes nove motivos:

1. Sabem o que querem
Por saberem exatamente o que querem, e melhor ainda o que não querem, essas pessoas não se contentam com menos do que aquilo que acham que merecem. 

2. Têm padrões de exigência elevados
Nâo estão dispostas a abrir mão da sua check list só para terem alguém na sua vida.

3. Conhecem o seu valor
São tão bem resolvidas que a independência, o amor-próprio, a realização pessoal e os projetos de vida acabam por falar mais alto do que o compromisso emocional.

4. Não fazem do amor uma prioridade
Para elas faz mais sentido a dedicação ao trabalho/carreira, por exemplo, do que a um parceiro.

5. Possuem uma beleza oculta
Mais do que fisicamente atraentes, elas possuem uma beleza oculta, ou seja, um tipo de beleza interior que só uma pessoa especial é capaz de reconhecer e apreciar, sem sentir-se inseguro ou complexado.

6. A sua inteligência basta
A realização que sentem por serem inteligentes é suficiente para as suas vidas, fazendo com que o amor romântico assuma um papel secundário. Não precisam de um relacionamento para se sentirem completas, mas se ele surgir, ele só serve se for para acrescentar valor às suas vidas.

7. São objetivas
Têm a exata noção do que é certo e errado, pelo que muitas vezes fazem questão que o outro saiba o que está errado na relação. Convenhamos, que nem toda a gente sabe lidar com essa objetividade.

8. Não são fáceis de entender
Por terem uma mente por vezes complicada, nem sempre conseguem fazer-se entender. Isso não quer dizer que não tentam, só que para elas  é difícil e cansativo estar o tempo todo a explicar o que lhes vai na cabeça e no coração.

9. Por vezes, falta-lhes sutileza
Dado que se focam nas coisas maiores, deixam escapar as dicas sutis acerca de pequenas coisas que são importantes para o outro. Não o fazem propositadamente, mas ainda assim podem magoar o parceiro.

Deixou claro este artigo que para as mentes mais brilhantes, entregar o coração não é pera doce. Os motivos acima mencionados justificam essa dificuldade em render-se ao amor, mas outros existirão com toda a certeza, já que cada um sabe examente aonde lhe aperto o calo, se é que me faço entender 😉.

O romance faz falta? Oh se faz! O romance dá outra cor à vida? Sem dúvida! O romance ilumina o sorriso, aquece a alma, acalma o coração e ilumina a vida? Absolutamente! Somos mais felizes com ele? Com certeza! Podemos viver sem ele? Estou aqui, não estou? Apesar de lhe reconhecer o seu valor, não é coisa sem a qual não possa viver ou ser feliz.

Aquele abraço amigo e até quarta!

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23
Fev22

250BD434-A004-42D5-BE4C-555509BB8756.jpegOra viva! ✌️ 

Já é do teu conhecimento que tenho uma nova crush lá no ginásio. Onde mais? 😉 Depois de uma paixonite aguda de cinco anos pelo tal rapaz lá do ginásio, cujo nome nunca assumi publicamente, mas que agora digo, Nuno, voltei a meter-me numa nova enrascada, ainda que com contornos bem diferentes.

Ao contrário do primeiro, de quem nunca ouvi sequer a voz, com este, um personal trainer, tive eu a presença de espírito suficiente para meter conversa, chegando ao ponto de com ele abordar temas atípicos do ambiente ginásio, quase exclusivamente à volta do desporto, com bem sabes. Já falámos de covid, espiritualidade, reencarnação, vidas passadas, terrorismo, bullying, pornografia, histórias de infância, atualidade e futebol.

Agora que penso nisso, é-me claro que, na maioria das vezes, eu fui a emissora e ele um mero ouvinte, ainda que atento e interessado. A dinâmica do nosso parlapiê trissemanal - mais ao sábado, que nos outros dias ele está ocupado a fazer suar um cliente, pelo que só há margem de manobra para um breve olá – ficou comprometida no último sábado, quando, nem me recordo como, a conversa chegou à política. Meu pai do céu, nesse dia o meu mundo caiu, o meu coração ficou estilhaçado e a minha alma aparvalhada.

A certa altura, começamos a falar de futebol e ele assumiu que o Bruno de Carvalho (BC) foi um ótimo líder para o Sporting e que o Varandas só está a recolher os louros que o antecessor semeou. Não se tratava de nenhuma novidade para mim, que há muito sabia que ele era adepto ferrenho do agora ex-Big Brother Famosos. Aliás, foi precisamente por esse motivo que removi a amizade com ele no Facebook, por não aguentar mais as suas publicações pró-BC, mesmo aquando do ataque à Academia de Alcochete. 

Em jeito de provocação, retruquei que o BC era um projeto de déspota e que pessoas assim não fazem falta em lado nenhum. Não me recordo com exatidão como é que o nome de Donald Trump veio à baila. O que sei é que fiquei estupefacta quando o dito cujo proferiu com toda a convicção deste mundo que ele foi o melhor presidente que os Estados Unidos da América já tiveram. Mal ouvi isso, as sirenes de alerta passaram de vermelho a púrpura em questão de nanossegundos. Ao questionar-lhe se falava a sério, rematou: "Claro que sim, e não te esqueças do Bolsonaro, de quem sou admirador!"

Incapaz de segurar a língua, interpelei-o nestes termos: "Só falta dizeres que o Ventura não é uma aberração!", ao que ele respondeu com todo o orgulho que não. Com uma visível dificuldade em acreditar naquilo que os meus ouvidos tinham acabado de escutar, mal sabia eu que outra atrocidade estava para ser expelida da boca dele, numa espécie de autoexorcização compulsiva.

Caiu-me tudo quando ele disse que Portugal está no estado em que está por causa das políticas de esquerda, as quais apenas servem para alimentar parasitas (entenda-se subsídiodependentes) e sustentar jobs for the boys (entenda-se compadrio/amiguismo). Foi nessa altura que citou Mário Soares, pessoa que, segundo palavras do próprio, "abriu mão das colónias".

Mesmo consciente dos tímpanos alheios que assistiam descaradamente ao nosso duelo verbal, disse-lhe "Abriu mão? Deves estar a brincar comigo, só pode! Esqueces que estás a falar com alguém das colónias? Como é que se abre mão de algo que não nos pertence, explica-me! Tenho que te lembrar que quando os portugueses chegaram em África, com exceção de Cabo Verde, esses territórios já tinham dono, já eram habitados pelos seus legítimos proprietários: os africanos?"

Dos argumentos prós e contras, de parte a parte, que se seguiram nem vale a pena fazer referência. O que importa frisar é que ficou transparente que ele é da extrema direita, uma ideologia política que choca com tudo aquilo que acredito e defendo. Quando ele saiu-se com aquela velha história de que "pelo menos não era racista", só consegui responder-lhe: "Era só o que te faltava para completar o pacote: fascista, imperialista, colonialista e racista!"

Como bem sabes, tenho por princípio de vida respeitar as opiniões alheias, sobretudo as contrárias à minha. O que não concebo é a ideia de estar apaixonada por alguém que assume na cara dura que votou no Chega e que é fã dos políticos que mais volta me dão ao estômago. Isso não. Jamais, em tempo algum!

Não lhe disse isso diretamente, até porque ele nem desconfia do meu interesse amoroso, mas fui sincera ao confessar-lhe que o meu coração estava partido e que nunca tinha imaginado que ele era esse tipo de pessoa. Às tantas, ele só conseguia dizer: "Não penses que sou má pessoa, todos nós somos da direita, ainda que não admitamos". Meio a brincar, eu só repetia: "Não quero mais falar contigo, não quero olhar para ti, não quero pensar em ti!"

Ontem, a primeira vez que nos vimos depois desse momento que deu uma machadada fatal em qualquer pretensão romântica para com a sua pessoa, ele veio ter comigo, todo sem jeito, cumprimentou e chamou-me "miúda da direita". A única coisa que lhe disse foi: "Nem me lembres, que eu ainda estou a digerir!"

Eu até acho que ele pode ser boa pessoa. Só não é boa pessoa para eu me apaixonar. Se o quisesse apenas para dar umas voltas, seria bem capaz de relevar o nosso antagonismo ideológico. Como não é o caso, só me resta lamentar a perda de mais uma oportunidade para encontrar um homem que valha a pena. O que mais dói é que, a olho nu, ele é a personificação do meu tipo ideal: alto, magro, tonificado, adepto da vida saudável, sorriso bonito, dentadura perfeita, discreto, bom papo e da mesma faixa etária.

Que sina esta minha... E assim vai indo a (não) vida amorosa desta tua solteira favorita. Beijo no ombro e até sexta!

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22
Fev21

Porque temos um 'tipo'?

por Sara Sarowsky

black-and-white-2564387_1920.jpgOra viva! ✌️ 

Porque temos tendência a envolver-nos com o mesmo 'tipo' de pessoa, já te perguntaste? Eu já, daí que tenha ido em busca de uma resposta cabível. Para surpresa minha descobri que o motivo para que os nossos exs tenham caraterísticas semelhantes nada tem a ver com a noção de que temos um 'tipo', mas sim com uma questão de circunstâncias.

Pelo menos é o que garante um estudo conjunto das universidades da Califórnia, Texas e Utah, com base na análise de mais de mil casais heterossexuais. "Em princípio, os indivíduos poderiam formar relações românticas com um número vasto de pessoas. Contudo, apenas conhecem ou estão em contacto com um subconjunto dos seus pares - um subconjunto que historicamente foi circunscrito a partir de um contexto demográfico local específico", esclarecem os autores da investigação, originalmente publicada no Journal of Personality and Social Psychology, em março de 2017.

Essencialmente, acabamos por namorar sistematicamente parceiros com atributos e aspetos semelhantes, porque estes são os 'tipos' de pessoas que nos rodeiam - na escola, no trabalho ou em casa - e não porque estamos subconscientemente à procura deles. Quanto às semelhanças físicas das pessoas pelas quais sentimos atração, isso terá a ver com a nossa própria atratividade, uma vez que sentimo-nos atraídos por pessoas semelhantes a nós próprios e procuramos por esses predicados em cada novo parceiro.

Uma retrospetiva da minha vida amorosa é prova viva de que a probabilidade de termos antigos parceiros românticos com caraterísticas (físicas, religiosas, académicas e intelectuais) semelhantes é bastante comum. A não ser que resolvamos aventurar por mares nunca dantes navegados, a tendência de envolvimento com o mesmo tipo de pessoa será uma constante. Quanto a isso, os encontros online podem acrescentar alguma diversidade às nossas opções. Um dos autores do estudo, Paul Eastwick, considera que "com as plataformas de namoro online os indivíduos têm uma oportunidade de fazer uma escolha ativa acerca das pessoas que vão conhecer. Porém, a não ser que estejam numa fase experimental, o mais certo é que acabem num encontro com o mesmo 'tipo' de pessoa". 

Dá que pensar, não dá? Aquele abraço amigo de sempre!

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25
Jun20

moon-2106892_1920.jpgViva!

De volta ao confinamento domiciliário, desta vez sob recomendação médica por causa de uma entorse no tornozelo direito que reluta em sarar, resolvi - ao invés de partilhar os primeiros episódios do meu diário de incapacitada de primeira viagem - abordar alguns comportamentos típicos de uma pessoa apaixonada.

Protelando o relato dos meus dramas quotidianos para outra altura, passo então a identificar três sinais, que, segundo a autora Wendy L. Patrick, permitem apurar com o desejado grau de certeza se alguém está ou continua caído de amores.

1. Interesse
Quem está apaixonado quer saber aquilo que o outro pensa, sente, deseja e precisa. Como tal, demonstra um interesse profundo e real, no intuito de conhecer o melhor possível a pessoa por quem o seu coração bate mais depressa.
 
2. Memória
Quando temos sentimentos verdadeiros, tudo o que queremos é ver o objeto da nossa afeição feliz. Lembrar-se de detalhes como música favorita, prato preferido ou nome do perfume habitual é um claro indício de que se está atento a tudo o que lhe diz respeito.
 
3. Sorte
Assumir que se é um sortudo por ter alguém na sua vida é uma genuína declaração de amor. Quando é um parceiro que profere tal declaração, deixa de existir qualquer margem para dúvida. Afinal, há sorte maior do que estar com a pessoa amada?

Agora que já te pus a par dos três sintomas reveladores de um quadro de paixonite aguda, é hora de retomar à minha vidinha de solteira coxa, confinada e teletrabalhadora.

Beijo no ombro e desejos de um dia apaixonante!

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Viva!

Acaba de me chegar à vista os resultados de um inquérito da Foreo, segundo o qual a maioria dos inquiridos admitiu ir ao ginásio para se apaixonar. A investigação, que incidiu sobre uma amostra de 2 mil pessoas de 30 países, concluiu que 70% dos participantes vai a esse sítio para encontrar par. 

Se dúvidas houvesse de que os ginásios extravasaram a sua função de exercitar o corpo e passaram a ser um spot de engate este estudo acaba de detoná-las sem dó nem piedade. Além da elevada percentagem dos que assumem frequentá-los na esperança de tropeçar na sua cara metade, quase 20% reconheceu já ter dado uma(s) cambalhota(s) por lá. Não dizem que sexo é o exercício físico mais completo que podemos praticar? Que melhor sítio para combinar ambas as coisas? 

 
Por experiência própria atesto a veracidade destes dados, já que eu mesma me apaixonei num final de dia de um longínquo mês de janeiro, mesmo sem estar à procura. O meu azar foi não ter tido a sorte de ver o meu sentimento retribuído. Daí que prefira continuar a ser daquelas anormais que vai lá somente para treinar e ter o seu momento chill out, ao invés de tentar caçar um par de calças.
 
Single mine, se estar em forma não é argumento com peso suficiente para te convencer a dar tarefa ao corpo, que seja então a paixão. O importante mesmo é que vás ao ginásio. Uma coisa te garanto, ganhamos outra pica para treinar quando por perto sabemos estar o nosso crush. Ginasticamos que é uma beleza.
 
A palavra de ordem para tu que estás desemparelhada, ou para tu que andas à procura de novas emoções para o teu coração (mesmo estando busy), é ir ao ginásio.
 
Ginasticar, é bom ginasticar, vamos lá ginasticar, que na volta podemos apaixonar (ou apaixonarem-se por nós).
 
Hasta la vista baby!

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14379_1008956015811295_4068888509094163349_n.jpgViva!

Este tempo, deveras deprimente, mais não é do que uma providencial inspiração para as mentes criativas. Isto porque, quando ilhada entre quatro paredes, a criatividade permite-se ser possuída pelo espírito de um totem ancestral perdido algures na memória coletiva da humanidade.

No meu caso, escrever é o melhor remédio; daí que tenha optado por ocupar uma horita (ou duas) deste meu sábado caseiro a dissertar sobre a paixão. Afinal de contas, pode um dia cinzento como este resistir ao seu fogo caliente? No lo creo!

Antes que comeces para aí a fantasiar sobre um possível atentado do Dom Cupido para com a minha pessoa, vou logo dizendo que não é nada disso. Estou apenas me precavendo para o caso de, numa dessas reviravoltas da vida, eu tropeçar no homem da minha vida. Só isso, apenas isso e nada mais do que isso!

Agora falando sério... assumo que a minha intenção é tão somente evitar que toda e qualquer alma desemparelhada seja pega desprevenida quando lhe tomarem de assalto o coração. É por esta razão que partilho contigo algumas declarações de utilizadores da plataforma Wibbitz quando questionados sobre os sinais que os denunciam sempre que estão apanhadinhos por outro alguém:

1. Quando estamos felizes queremos estar perto dessa pessoa, quando estamos chateados continuamos a querer a companhia dela.

2. Quando acordamos ou vemos algo engraçado, é a primeira pessoa com quem queremos partilhar.

3. Quando essa pessoa aparece com um penteado feio e mesmo assim queremos tê-la por perto.

4. Sonhamos com o outro na nossa vida para sempre.

5. A felicidade e bem-estar do outro é mais importante que a nossa própria felicidade e bem-estar.

6. Estamos dispostos a parar um jogo para responder uma mensagem ou atender uma chamada do outro.

Diz-se à boca pequena que "o amor não se explica, sente-se", dito com o qual concordo em género, número e grau. Talvez seja por isso que sempre me custou horrores admitir que estava realmente de quatro por um par de calças. Racional e pragmática como sou, não me era fácil aceitar que algo que não conseguia explicar estava a passar-se comigo. Hoje em dia, no auge das minhas quatro décadas de existência, tenho maturidade suficiente para aceitar que o amor não carece de explicação, mas sim de aceitação. Aceitar que ele é uma benção que deve ser vivido ao máximo (enquanto durar, claro está!).


Mesmo ciente de que podes não te rever nas declarações acima descritas (meras legendas de experiências alheias, ressalvo), cumpre esta crónica o doloroso dever de te lembrar que quando o amor bate à porta, há que escancará-la, sob pena de deixarmos passar a chance de ser feliz au pair. Afinal, o amor é o tempero que dá (mais) sabor à vida. Tenho dito!

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pratt-1024x613.jpgViva!

Regra geral, assumimos que o sexo masculino é mais prático e menos comunicativo que o sexo oposto. Contudo, a realidade volta e meia troca-nos as voltas, provando que este lugar-comum, uma espécie de espartilho social, mais não é do que uma crença ancestral  que lhes é impingida desde berço pelas razões que estamos depiladas de saber: macho que é macho tem que ser emocionalmente contido, impassível e pouco dado a arrombos apaixonados.

Analisando atentamente a linguagem verbal masculina facilmente chega-se à conclusão que ela é muito mais eloquente do que se vê à vista desarmada. Com expressões subtis ou taxativas, a verdade é que, cedo ou tarde, os discípulos de Adão acabam por revelar o que de mais íntimo lhes vai no coração. Esta crónica versa precisamente sobre oito frases que eles geralmente dizem quando estão, de facto, envolvidos com uma mulher:

1. Lembrei-me de ti
Sempre que um homem profere esta declaração é sinal de que na tua ausência surgiu algo que o fez pensar em ti. Sua mente começou a criar uma onda de saudade à volta da tua pessoa, razão que o leva a associar certos acontecimentos, aromas, lugares e experiências à pessoa que ele estima; nesse caso tu.

2. Dá-te um apelido carinhoso
"
Batizar-te" com um termo carinhoso é a maneira que ele encontra de te revelar o seu lado mais brincalhão e descontraído. É também a forma que ele elegeu para abrir mão da formalidade e tornar-se mais íntimo de ti. Ao dar-te um apelido, ele mostra-se disposto a quebrar o gelo, ao mesmo tempo que encoraja ambos a se sentirem mais confortáveis ​​um com o outro. 

3. Posso ajudar-te com isso
Ao dizer-te isso ele mostra que quer sentir-se necessário para ti. Se te dá conselhos ou te ajuda fisicamente com alguma coisa é sinal de que ele está disposto a abrir mão de algum tempo da sua vida para te apoiar no que precisares. Basicamente, ele quer deixar claro que podes contar com ele. 

4. Sinto a tua falta
Ao admitir que sente a tua falta, ele não só dá indicações do que realmente sente por ti como demonstra que está pronto para assumir esse sentimento. Atenção que esta regra não se aplica aos casos em que ele te envia sms às tantas da noite a dizer que sente a tua falta (quando assim é sabemos bem do que sente ele falta). É mais quando estás fora, em férias ou trabalho, e a tua ausência o faz ver o quanto és importante para ele. 

5. Estou aqui para ti
Quando um homem faz esta declaração a uma mulher é caso para se pensar que ele quer fazer parte da vida dela. Tal como no ponto 3, ele revela a sua confiabilidade. Ao dizer que está disponível para ti está te encorajando a baixares a guarda e a te entregares sem reservas. Isso cria um vínculo mais forte entre os dois, desviando o foco do "eu" para o "nós". 

6. És linda
Se ele é naturalmente galanteador ou usa essa expressão logo no ínicio da abordagem é caso para ficares alerta, pois, provavelmente, não deves ser a única a quem ele está tentando fazer sentir-se especial. No entanto, se ele não é muito dado a comentários sobre a tua aparência física e é seletivo nos elogios que te faz, pode realmente significar que ele te considera uma beleza (por dentro e por fora).

7. Estou preocupado
Ao declarar-se apreensivo em relação a algo que se passa na tua vida, ele mostra estar disposto a abrir mão daquela reserva tão tipicamente masculina, permitindo-se revelar-te o seu lado mais vulnerável. Queres prova maior de que ele confia em ti e acredita na vossa estória? Se por acaso a sua inquietação tiver a ver com a tua pessoa é a forma de ele assumir que se preocupa contigo e que só quer o melhor para ti. 

8. Eu gosto/amo/estou apaixonado por ti
Sobre esta frase não há muito a dizer de tão óbvia que é. Ao declarar o seu (profundo) afeto por ti, ele ostenta a sua intenção de atirar-se sem paraquedas na vossa relação. Ao decidir expressar livremente os seus sentimentos por ti, independentemente de ser correspondido, ele deixa claro que deixaste nele uma impressão de tal modo forte que ele considera que vale a pena arriscar expor os seus sentimentos mais profundos.

Do acima exposto podemos depreender que um homem enamorado dificilmente consegue conter os seus sentimentos. De modo, tímido ou ousado, contido ou efusivo, prudente ou arriscado, ele acaba (quase sempre) por revelar os seus sentimentos. A nós mulheres apaixonadas só nos resta esperar ansiosa e contidamente para ouvir essas frases.

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zp_3.jpgOra viva!

Começo por pedir perdão peor estes dias de ausência. A verdade é que não tive inspiração (nem vontade, assumo) para dar um saltinho até aqui, quanto mais para escrever algo à altura deste blog. Ando numa verdadeira maratona a fim de conseguir entrar no novo ano com um emprego decente, que me permita alcançar a tão ambicionada estabilidade financeira (e emocional, por tabela). Não está fácil, confesso. É um acumular de negas, mensagens de consolação e ostentivos silêncios em torno das minhas manifestações de interesse. Enfim...

Ultrapassado a sessão de lamúrias, e dado que o alento para a escrita continua em baixo, deixo-te com uma repescagem de um post publicado há exatamente um ano e que versa sobre a dificuldade em nos voltarmos a cair de amores por alguém.

"Um inspirador artigo do Já Foste sobre um dos efeitos colaterais da solteirice: a dificuldade de se apaixonar novamente. Identifico-me totalmente com o conteúdo deste, pelo que aproveito a oportunidade para mandar um recado teleguiado para todos aqueles que não se cansam de dar bitaites em relação à nossa escolha de permanecer desemparelhado. Até parece que preferem ver-nos numa relação abusiva ou infeliz do que sem uma alma a tiracolo. Um dia ainda hei de perceber porque a solteirice incomoda tanto, e a tanta gente.

Depois de um tempo fica difícil abrir o coração novamente, assim de maneira espontânea. As derrotas no amor ensinam a racionalizar alguns sentimentos, e por este motivo gostar de alguém deixa de ser tão simples como deveria ser. Criamos barreiras, exigências, inventamos mil motivos, mais para o não do que para o sim.

Meio que por sobrevivência, acabamos descobrindo atalhos para sermos felizes sozinhos o tempo todo. Aprendemos as coisas que nos aliviam, que nos deixam felizes, que nos acalmam, que nos distraem e que nos fortalecem. Construí­mos um mundo particular confortável e uma cela quase intransponível para o coração.

De vez em quando aparece alguém batendo na porta, educadamente, querendo entrar, e por mais que a pessoa mereça uma chance, às vezes entregar-se é custoso. Parece cansativo sair do conforto de não sentir vazios no coração ou nós na garganta – porque gostar de alguém às vezes causa estes efeitos colaterais – mesmo que isso tenha um custo: não morrer de amores nos finais de semana e levar uma vida sem grandes intimidades. Pagamos o preço de não amar.

Com o acumular de deceções nós vamos criando um medo enorme, mas ele não é de amar, nunca foi. O medo é de dar errado, de se machucar, de se entregar à toa, de quebrar a cara e sofrer novamente. Com o tempo ficamos fortes para a vida, mas frouxos para o amor. É como ter medo de alturas, porque não se tem medo da distância entre o chão, mas sim da possí­vel queda.

E no meio desse medo que vamos acumulando, passam algumas pessoas que poderiam ter valido a pena insistir, mas até nisso, a motivação acaba. Lutar por alguém, dedicar-se um pouco mais para que algo dá certo, custa um esforço danado. Insistir em alguém parece exaustivo. Com o tempo ficamos práticos: se der certo ótimo, se não adeus. Enquanto encaixa, o jogo continua, mas se uma peça se perde, é melhor substituir. O problema é que ficamos práticos demais.

Outras vezes chega a ser meio contraditório, pois o medo é de dar certo. E se com esta pessoa funcionar? E se eu for feliz de uma maneira que nunca imaginei que seria? Quem me garante que desta vez a pessoa não irá embora? Quem me promete que as atitudes dela me renovarão a cada dia?

Mas a vida é este risco incalculável de incertezas, e talvez a solução seja mesmo entregar-se totalmente, sem limitações. Se correr mal, correu; com coragem a gente recupera, a gente traz de volta a esperança, e transforma as deceções em lições e em aprendizado.

Depois de um tempo é preciso muita coragem para sair dessa mediocridade de relações superficiais. Talvez valha a pena encarar o medo, mesmo que a gente precise de um tempo de solidão e de calma no coração. É preciso criar um alarme para não perder o horário de voltar a abrir o coração, de querer com ânsia os mais puros sentimentos.

Mesmo que não seja o momento, uma hora tu precisas criar coragem para voltar a subir nas alturas, mesmo com medo, porque um dia a alma fica inquieta e pede por isso. E que este tempo seja para criar impulso e depois pular com tudo, porque estar vivo só vale a pena quando podemos – com toda a nossa plenitude – sentir."

Continuação de bom fim de semana e até breve.

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09
Dez16

wom-800x445.jpgOra viva!

Como voltei ao ativo, infelizmente, o tempo e a inspiração voltam aos registos pré-baixa. É neste contexto que te trago outro inspirador artigo do Já Foste sobre um dos efeitos colaterais da solteirice: a dificuldade de se apaixonar novamente. Identifico-me totalmente com o conteúdo deste, pelo que aproveito a oportunidade para mandar um recado teleguiado para todos aqueles que não se cansam de dar bitaites em relação à nossa escolha de permanecermos sós. Até parece que preferem ver-nos numa relação abusiva ou infeliz do que sem ninguém. Um dia ainda hei de perceber porque a solteirice incomoda tanto, e a tanta gente.

Depois de um tempo fica difícil abrir o coração novamente, assim de maneira espontânea. As derrotas no amor ensinam a racionalizar alguns sentimentos, e por este motivo gostar de alguém deixa de ser tão simples como deveria ser. Criamos barreiras, exigências, inventamos mil motivos, mais para o não do que para o sim.

Meio que por sobrevivência, acabamos descobrindo atalhos para sermos felizes sozinhos o tempo todo. Aprendemos as coisas que nos aliviam, que nos deixam felizes, que nos acalmam, que nos distraem e que nos fortalecem. Construí­mos um mundo particular confortável e uma cela quase intransponível para o coração.

De vez em quando aparece alguém batendo na porta, educadamente, querendo entrar, e por mais que a pessoa mereça uma chance, às vezes entregar-se é custoso. Parece cansativo sair do conforto de não sentir vazios no coração ou nós na garganta – porque gostar de alguém às vezes causa estes efeitos colaterais – mesmo que isso tenha um custo: não morrer de amores nos finais de semana e levar uma vida sem grandes intimidades. Pagamos o preço de não amar.

Com o acumular de deceções nós vamos criando um medo enorme, mas ele não é de amar, nunca foi. O medo é de dar errado, de se machucar, de se entregar à toa, de quebrar a cara e sofrer novamente. Com o tempo ficamos fortes para a vida, mas frouxos para o amor. É como ter medo de alturas, porque não se tem medo da distância entre o chão, mas sim da possí­vel queda.

E no meio desse medo que vamos acumulando, passam algumas pessoas que poderiam ter valido a pena insistir, mas até nisso, a motivação acaba. Lutar por alguém, dedicar-se um pouco mais para que algo dá certo, custa um esforço danado. Insistir em alguém parece exaustivo. Com o tempo ficamos práticos: se der certo ótimo, se não adeus. Enquanto encaixa, o jogo continua, mas se uma peça se perde, é melhor substituir. O problema é que ficamos práticos demais.

Outras vezes chega a ser meio contraditório, pois o medo é de dar certo. E se com esta pessoa funcionar? E se eu for feliz de uma maneira que nunca imaginei que seria? Quem me garante que desta vez a pessoa não irá embora? Quem me promete que as atitudes dela me renovarão a cada dia?

Mas a vida é este risco incalculável de incertezas, e talvez a solução seja mesmo entregar-se totalmente, sem limitações. Se correr mal, correu; com coragem a gente recupera, a gente traz de volta a esperança, e transforma as deceções em lições e em aprendizado.

Depois de um tempo é preciso muita coragem para sair dessa mediocridade de relações superficiais. Talvez valha a pena encarar o medo, mesmo que a gente precise de um tempo de solidão e de calma no coração. É preciso criar um alarme para não perder o horário de voltar a abrir o coração, de querer com ânsia os mais puros sentimentos.

Mesmo que não seja o momento, uma hora tu precisas criar coragem para voltar a subir nas alturas, mesmo com medo, porque um dia a alma fica inquieta e pede por isso. E que este tempo seja para criar impulso e depois pular com tudo, porque estar vivo só vale a pena quando podemos – com toda a nossa plenitude – sentir.

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