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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

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Ora viva! 👋

O amor é um tema que nunca se esgota na sua significância. A procura por ele, tão pouco na sua relevância. Ou seja, é a busca pelo (verdadeiro) amor que nos impele a continuar a acreditar que a felicidade au pair é perfeitamente legítima e que encontrar a pessoa dos nossos sonhos é algo pelo qual vale a pena envidar todos os esforços. 

Nessa odisseia, deparamo-nos com assuntos, frases, gestos e atitudes perfeitamente capazes de condenar ao fracasso um romance ainda na fase do interesse. De modo a que não reste a menor dúvida de que pequenos detalhes fazem toda a diferença na procura do amor, este 17º programa da saga Ainda Solteiros debruça-se sobre uma série de gaffes que os homens cometem - ou podem vir a cometer - nos primeiros encontros amorosos, os quais minam - para não dizer aniquilam - as hipóteses de serem bem-sucedidos na arte da conquista. 

Apesar de apontadas ao sexo oposto, os testemunhos das 18 mulheres, entre os 25 e os 66 anos, que cito no episódio desta semana devem servir de aviso a todos, razão pela qual recomendo que lhe dediques a máxima atenção.

Escusado será dizer que o episódio Erros que os homens cometem nos primeiros encontros já está disponível nas plataformas do costume: Anchor (que agora passou a chamar-se Spotify para Podcasters), Apple Podcasts e Google Podcasts. Como sempre, convido-te a ouvir, partilhar, comentar, recomendar, refletir e adotar ou rejeitar aquilo que fizer sentido para ti.

Beijo beijo 💋 e até sexta-feira! 

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21
Fev22

A arte do namoro

por Sara Sarowsky

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Ora viva! ✌️ 

Depois de um fim de semana excecional, que me permitiu um cheirinho da vida de outrora, em que saía de casa com a luz do sol e só regressava madrugada dentro, eis-me de volta para mais um papo amigo. Foram dois dias, sexta e sábado, de paródia improvisada, amigos improváveis, locais desconhecidos e momentos memoráveis, que resgataram em mim a fé de que os convívios sociais à moda antiga não estão relegados ao esquecimento.

Rebuscando nos meus rascunhos, encontrei umas notas sobre a arte de namorar, cuja data de escrita sequer recordo. O que é relevante é que elas agora são aproveitáveis para esta crónica, uma providencial ajuda num dia em que o tempo anda curto, com uma formação em sistemas de pagamento Stripe na agenda.

A mulher que quer namorar nos tempos atuais é uma guerreira num campo de batalha brutal. Umas guerreiras mais armadas do que outras, é certo, com as vitoriosas de um lado e as baixas de guerra do outro. No campo de batalha do namoro, às vezes, por cada guerreira que desiste há outra que aproveita essa chance para vencer.

Vejo, pois, o namoro como uma aptidão para treinar e aperfeiçoar. Treinar e aperfeiçoar a capacidade de resiliência, otimismo e perseverança. É, a busca do amor pode ser imprevisível, confusa, claramente desagradável. Mas há uma coisa que mantém as guerreiras em campo, mesmo as feridas: esperança. A esperança de haver alguém perfeito para ela. 

E a busca continua... enquanto isso as noites de sábado no sofá a devorar ficção romântica continua a ser a companhia favorita. A minha e a de muitas solteiras que fazem parte da comunidade celibatária.

Beijo no ombro e até quarta!

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romance-4052807_1920.jpgOra viva! ✌️ 

Porque o amor pode acontecer a qualquer momento, mas sobretudo porque não desejo que passes por aquilo que eu contei na última live, trouxe-te uma lista com as questões-chaves que deves abordar num primeiro encontro, sob pena de acabares por ser tratada como uma mera "despeja-colhões", como foi o meu caso.

Estas perguntas, citadas pelo Psychology Today, foram elaboradas por Arthur Aron, psicólogo e investigador norte-americano, na intenção de ajudar as pessoas a conhecerem-se bem e rapidamente. Single mine, anota aí o que tens que perguntar (e responder) no teu próximo first date:

1. Se pudesses convidar qualquer pessoa, no mundo, para jantar em tua casa, quem escolherias?
2. Gostavas de ser famoso? De que forma?
3. Costumas ensaiar o que vais dizer, antes de fazeres um telefonema? Porquê?
4. Como seria um dia perfeito para ti?
5. Quando foi a última vez que cantaste sozinho? E para outra pessoa?
6. Se pudesses viver até aos 90 anos e reter ou a mente ou o corpo de uma pessoa de 30 anos, durante os últimos 60 anos da tua vida, qual escolherias?
7. Tens alguma suspeita de como irás morrer?
8. Nomeia três aspetos que tu e eu parecemos ter em comum.
9. O que é que, na tua vida, te faz sentir mais grato?
10. Se pudesses mudar alguma coisa na forma como foste criado, o que seria?
11. Em quatro minutos, diz-me a tua história de vida, com o máximo de detalhes possível.
12. Se amanhã pudesses acordar e ter ganho uma qualidade ou capacidade, o que seria?
13. Se uma bola de cristal pudesse dizer-te a verdade sobre ti, a tua vida, o futuro ou qualquer outra coisa, o que gostarias de saber?
14. Existe algo que sonhas fazer há muito tempo? Por que não o fizeste (ainda)?
15. Qual é o teu maior sucesso na vida?
16. O que é que mais valorizas numa amizade?
17. Qual é a tua memória mais querida?
18. Qual é a tua pior memória?
19. Se descobrisses que ias morrer no espaço de um ano, mudarias alguma coisa na forma como vives agora? Porquê?
20. O que é que a amizade significa para ti?
21. Qual é o papel do amor e da afetividade na tua vida?
22. Partilha cinco características positivas que consideras que eu possuo.
23. Quão próxima e calorosa é a tua família? Consideras que a tua infância foi mais feliz do que a da maioria das outras pessoas?
24. Como é o relacionamento com a tua mãe?
25. Faz três declarações verdadeiras, como se estivesses a falar com outra pessoa sobre nós os dois. Por exemplo, "ambos sentimos que…"
26. Termina a seguinte frase: "Gostava de ter alguém com quem pudesse partilhar …"
27. Se nos tornássemos amigos próximos, o que é que eu deveria saber sobre ti?
28. Diz ao teu potencial parceiro aquilo que mais gostas nele. Deve ser algo que normalmente não dirias a alguém que acabaste de conhecer.
29. Partilha um momento embaraçoso da tua vida.
30. Quando foi a última vez que choraste à frente de outra pessoa? E sozinho?
31. Diz algo que gostas na outra pessoa.
32. Para ti, há algum assunto com o qual não devamos brincar/gozar? O quê?
33. Se morresses hoje, sem possibilidade de comunicar com outras pessoas, o que mais lamentarias não ter dito a alguém? Por que é que ainda não lhes disseste?
34. A tua casa incendeia-se. Depois de salvares os teus entes queridos e animais de estimação, ainda tens tempo para voltares e salvar um item qualquer. O que seria? Porquê?
35. De todas as pessoas da tua família, qual delas cuja morte seria mais marcante para ti? Porquê?
36. Partilha um problema pessoal e pede conselhos à outra pessoa sobre como podes lidar com isso. Pede-lhe que te diga como é que pareces estar a sentir em relação ao problema.

Confesso que achei a lista demasiado extensa e algumas perguntas um tanto ou quanto invasivas, mas se quem entende do assunto considera que estas são capazes de ajudar um casal a apaixonar-se, quem sou eu para contestar? Afinal, de acordo com este investigador na área da psicologia social, "o que queremos do amor é sermos conhecidos, sermos vistos, sermos compreendidos".

Por isso, antes do teu próximo primeiro encontro com um pretendente, consulta a lista, escolhe as questões com as quais te identificas, responde a ti mesma e prepara-te para as colocares ao outro. Boa sorte e que o amor esteja contigo!

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sunset-3754082_1920.jpgViva!

Dando continuidade ao tema da última publicação, são estes os hábitos de conquista que, de acordo com Stephanie Reeds, numa publicação no site CuriousMindMagazine, devemos resgatar do desuso. Como referido antes, estas dicas destinam-se aos homens, a quem cabe, na minha opinião, dominar a arte da conquista.

Arrisca e convida-a para sair
Se tens alguém que mexe contigo, não percas tempo com rodeios ou "joguinhos". Assume que estás interessado e convida-a para sair. O não já tens, pelo que tudo o que vier será ganho. Simples assim!


Cuidado com a aparência
A aparência é importante, pelo que a forma como te vestes diz muito sobre ti. Somos o que vestimos, acredita. Não precisas usar fato e gravata o tempo todo, assim como escusas de andar por aí de fato de treino. O meio termo, o tal casual chic, é uma aposta segura e eficaz.


Oferece flores ou um presente simbólico
Presentear demonstra interesse, sensibilidade e generosidade. Uma flor, uma caixa de bombons, um livro ou uma agenda são bons exemplos de que não é preciso muito para fazer com que alguém se sinta estimado.


Deixa o telemóvel de lado
A dependência do telemóvel é atualmente um dos maiores carrascos de qualquer relacionamento. Poucas coisas são piores do que estar num encontro com uma pessoa que não para de olhar ou mexer no telemóvel. Não só é deselegante como demonstra falta de respeito e de interesse. Se não és capaz de passar uma hora "desconectado", escusas de marcar um encontro com quem quer que seja.

Abre-lhe a porta do carro
Sabemos que ela tem duas mãos, logo que é perfeitamente capaz de o fazer sozinha. O que conta é o gesto, a elegância, o galanteio. Sem falar que será um bom pretexto para te abeirares dela, sem parecer invasivo nem faminto. Pessoalmente, derreto-me toda quando abrem-me a porta do carro.

Sê honesto em relação às tuas intenções
Mentiras, meias-verdades e joguinhos não ocupam espaço na mente de uma pessoa bem resolvida. Pessoas narcisistas e inseguras é que são adeptas de tais subterfúgios, a que recorrem como forma de se sentirem valorizadas. Assim como é de bom tom assumir que se está interessado, revelar as verdadeiras intenções também. Nada de mentir para obter sexo rápido ou para massagear o ego.

Proporciona-lhe uma noite romântica
Sim, refiro-me àquela saída a dois, ao estilo do Dia dos Namorados. As mulheres gostam, fazer o quê? Mesmo que não sejas adepto desse tipo de programa, o esforço costuma valer a pena, já que elas ficam todas derretidas, logo ávidas por retribuir (se é que me entendes). Uma reserva num restaurante chique, uma noite num bom hotel ou uma escapadela para um destino cobiçado costumam surtir o efeito desejado.

Não contes com sexo no primeiro encontro
Independentemente da tua ânsia (ou fome), não queiras por o carro à frente dos bois. No tempo dos nossos avós, o sexo só era legitimado em ambiente matrimonial. Nos dias de hoje, este tornou-se mais banal do que sei lá o quê. A meu ver, tanto um como outro pecam por extremismo, logo há que encontrar um meio termo. Sexo sim, mas porque é o desejo de ambos e não porque tem que ser. Pela minha experiência, digo que este é o maior calcanhar-de-aquiles dos homens do século XXI.

Diz "Amo-te" somente quando for verdade
Não sejas do tipo que anda por aí a proferir declarações de amor a todas as mulheres com quem se envolve. O amor é um sentimento demasiado nobre para ser encarado com tamanha frivolidade. Mesmo que to cobrem (sei que existem mulheres que praticamente obrigam os seus homens a fazer isso), só te declares quando estiveres seguro dos teus sentimentos. Não sejas leviano nem inconsequente; o amor é para ser levado a sério.

Lembra-te das coisas que a fazem feliz
Presta atenção às pequenas coisas que a deixam nas nuvens (não, não me refiro ao sexo). Refiro-me, por exemplo, a levá-la à estreia de um filme pelo qual está ansiosa, encomendar o seu prato favorito, escolher uma música que ela adora, convidar a sua melhor amiga um encontro a três ou lembrar-se do nome do seu perfume. São esses detalhes que mostram que te importas com ela e que estás atento ao que a faz feliz.

Não a deixes à espera
Não se deixa uma senhora à espera, aposto que já ouviste dizer. Ainda que seja mais um hábito em desuso, a verdade é que deixar alguém à espera é desrespeitoso e pouco romântico. Se for logo no início da relação, pior ainda. Faz tudo para que estejas no sítio combinado, pelo menos 10 minutos antes. Além de pensar que estavas ansioso por encontrá-la, vais-lhe proporcionar uma oportunidade de ouro para fazer aquela entrada triunfal, digna da passadeira vermelha.

Por mais que os tempos atuais transmitam a ideia de que são démodées, a verdade é que estes hábitos combinam lindamente com o romance. Até porque o respeito, a atenção, a gentileza e a dedicação são tendências que nunca saem de moda. Lembra-te disso da próxima vez que estiveres empenhado em conquistar alguém.


Aquele abraço amigo de sempre!

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sunset-3754082_1920.jpgViva!

Para hoje escolhi duas mãos cheias de hábitos de cortejamento (ou engate, se preferires uma linguagem mais mundana), os quais têm caído em desuso, mas que urge serem resgatados do esquecimento, sob pena de o romance perder aquele encanto de outros tempos e do qual a geração millennial só conhece das estórias contadas pelos seus ascendentes.

Já aconteceu sentires como se não pertencesses a este século? Eu já, e não é de hoje! São tantas as vezes em que questionei se pertenceria à época que é suposto pertencer, ou mesmo ao planeta certo. À espiritualidade fui buscar a resposta que melhor satisfaz esta minha inquietude, mais concretamente às memórias trazidas de vidas passadas, as quais fazem de mim uma mulher contemporânea com uma alma medieval.

No que toca ao romance, sinto-me bastante perdida nos tempos que correm. Por mais que me orgulhe de ter uma mente aberta, por mais que esteja disposta a abraçar novas experiências, persiste em mim a sensação de que a forma como atualmente se vive o amor está longe de ser aquela com a qual me identifico. Eis um motivo de peso porque continuo solteira. Provavelmente, por ter exagerado na dose de romances lidos ao longo da adolescência e juventude, é-me notoriamente desconfortável a maioria das técnicas de engate em vigor, sobretudo aquela que inverte a ordem dos sentimentos - entenda-se sexo primeiro e amor depois (se chegar a tanto).

Se tal como eu também sentes que o romance corre um sério risco de perder a sua essência, para passar a figurar como outra coisa qualquer, vais gostar de ler o que aí vem.
A arte da conquista, o tal cortejar a que me referi logo no início, tem sido fustigada pela (re)evolução, em especial a tecnológica, que lhe tem roubado o seu espaço nas relações amorosas. Até ao final do século XX, o namoro foi experenciado com uma intensidade e entrega cada vez menos visíveis no século que lhe procedeu.

Para que as técnicas de conquista de antigamente não caiam em desuso, é intenção desta crónica citar alguns (bons) hábitos que fazem toda a diferença, logo, que merecem ser resgatados no tempo
. Antes disso, permite-me uma breve contextualização. Duas palavras encontram-se no cerne da atuação nas sociedades atuais: "igualdade de género" e "sem género". Independentemente da minha identificação com cada uma delas, em matéria de amor sou totalmente a favor da corte machista, ou seja, de ser o homem a tomar a iniciativa e a envidar esforços para arrebatar o coração da amada. À mulher caberá, ou não, corresponder, retribuir e  provar que é merecedora de tamanha dedicação. Com isso quero deixar claro que estas dicas têm como alvo preferencial os homens.

Entusiasmei-me de tal maneira que só agora percebi que este post já ultrapassou o número de parágrafos recomendável. Não me resta outra opção que não seja deixar a listagem desses hábitos para a próxima publicação. Não percas!

Aquele abraço amigo!

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26
Jan19

Licença de namoro. Vai uma?

por Sara Sarowsky

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Viva!

 

As primeiras linhas desta crónica tinham como alvo aqueles a quem batizei de “amigos acessórios”, uma categoria de camaradas que enfeitam a nossa vida que é uma beleza, dando-nos a falsa sensação de são pau para toda a obra. Sabes aqueles amigos que ficam sempre bem nas fotos de grupo, que nos bombardeiam com juras de amizade eterna nas redes sociais, que estão sempre disponíveis para a paródia, mas que na hora do aperto simplesmente viram fumaça?

 

É precisamente deles que te queria falar hoje. Só que aí vi uma notícia que considerei bem mais atinada com este sábado soalheiro que se faz na capital tuga: licença de namoro.

 

Segundo o jornal South China Morning Post, algumas empresas do país mais populoso do mundo estão a conceder uma dispensa especial às trabalhadoras do sexo feminino em idade reprodutiva, de modo que passem a ter (mais) tempo para "confraternizarem" (digamos assim) com o sexo oposto.

 

Aquilo que eles chamam de "licença de namoro” ou "licença amorosa" na teoria serve para as mandarinas desemparelhadas terem mais tempo para encontrarem o amor. Contudo, na prática esta oferta, aparentemente generosa, serve o flagrante propósito de garantir que as celibatárias tratem de cumprir o papel para o qual a família e a sociedade as formatou: garantir a preservação da espécie.

 

Num país em que desemparelhadas são descaradamente estigmatizadas – as com mais de 20 anos são frequentemente associadas ao termo pejorativo "sheng nu" (mulheres que sobram) – a solteirice é uma realidade cada vez mais corriqueira, à medida que mais mulheres decidem se investir nas carreiras ou optam por permanecer solteiras, pelo simples facto de não estarem dispostas a contentar-se com o primeiro par de calças que lhes acene com um anel.

 

Só que as pressões para que se casem e procriem não esmorecem. Pelo contrário! O governo já se assumiu seriamente inquieto com o envelhecimento da população e a consequente redução da força laboral.

 

Pelo que se conseguiu apurar, a tal licença de namoro até foi bem acolhida entre o seu público-alvo. Pudera, quem não aceitaria de bom grado mais days-off? Só que elas já não são assim tão tapadas para não se aperceberem que tudo não passa de (mais) um esforço para as pressionar, em especial as mais instruídas, a constituir família.

 

Será que este incentivo ao amor vai render os frutos desejados por aqueles que a promovem? Só o tempo o dirá. Convém é ter em atenção que nós as mulheres (inclusive, as chinesas) temos cada vez menos pressa em casar ou ter filhos.

 

Beijo no ombro e aproveita este sábado para tirares a tua licença amorosa. Quem sabe…

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Viva!

 

Depois de um repasto divinal na companhia de uma das minhas mais queridas amigas de sempre, eis-me aqui altamente inspirada para mais uma crónica, desta feita dedicada ao lado M (leia-se mau) da solteirice.

 

É do conhecimento geral da blogosfera que o celibato é algo do qual não me envergonho. Pelo contrário! Ainda que me assuma como uma solteira feliz e bem resolvida com o seu status amoroso, reconheço que nem tudo é um mar de rosas. É por isso que hoje quero falar-te de dois dos aspetos que mais acuso na solteirice: beijo e amparo. Sim, isso mesmo que acabaste de ler.

 

É sabido que o contacto físico é um aspeto fundamental em qualquer relação amorosa. Sem querer desmerecer o papel do sexo, não reconheço nenhuma intimidade física mais prazerosa que o beijo; a meu ver, capaz até de superar uma boa performance sexual. Sabes porquê? Porque beijo bom traz a reboque sexo bom. Do contrário é que já não estou convicta.

 

Abro aqui um parêntesis para assumir a minha incapacidade em visualizar de que forma bom sexo poderá advir da falta de bom beijo. Do género: serviram-te um prato delicioso, só que sem direito a uma entrada a condizer. Por melhor que este seja, a sensação de que ficou a faltar something vai perseguir-te sempre que te vier à memória aquela refeição.

 

Retomando o fio à meada antes que a mente comece a navegar por conteúdos de bolinha vermelha, longe de mim dizer que o sexo não é bom ou que não o aprecio. O que quero frisar é que tenho preferência pelo beijo porque sei que quando ele é bom dificilmente o sexo não será também. O estranho é que enquanto debutante do baile do amor não achava grande piada à coisa, para não dizer que até tinha nojo. Mas assim que lhe apanhei os passos e passei a dominar a coreografia… you know.

 

A oportunidade de uma solteira, deveras seleta no que toca a bocas na qual encostar a sua, exercer o exercício desta arte torna-se escassa, para não dizer inexistente. Este é, sem sombra de dúvida, o aspeto que mais acuso na solteirice: não poder beijocar sempre que me apetecer; beijar como cumprimento, beijar como preliminar, beijar como despedida, beijar por beijar. Só porque sim!

 

O segundo aspeto que mais me custa no celibato é a falta de amparo (físico e emocional). Nunca tive tanta consciência disso como há umas semanas atrás quando, de uma hora para outra – literalmente falando – me vi envolvida num drama caseiro de quinta categoria, cuja consequência imediata foi o despejo. Já passei por muito nesta vida, já lidei com (quase) todo o tipo de provação que imaginar possas, mas não me lembro de alguma vez me ter sentido tão perdida, tão solitária, tão desamparada. O desalento foi tanto que só conseguia pensar: "Se ao menos tivesse um homem do meu lado, teria com quem desabafar, com quem analisar soluções, com quem contar".

 

No meio daquele desespero todo, profundamente abalada pelos insultos, gritos, humilhações e ameaças de que fui alvo, saber-me longe da minha família e dos meus verdadeiros amigos e com poucos dias para encontrar um novo sítio para morar, e a poucas horas de viajar para França onde ia passar o natal com os meus, a solteirice pesou-me como nunca antes.

 

Senti tanta falta de ter quem me defendesse, quem me desse um abraço, quem me afagasse os cabelos, me enxugasse as lágrimas e me dissesse que tudo iria ficar bem e que eu poderia contar com o seu apoio para o que fosse preciso. Sem falar que precisava de ajuda física para procurar alojamento e tratar de toda a logística inerente à mudança de casa.

 

É por isso que decidi que das duas uma: ou não mais voltarei a passar por semelhante situação de todo ou, a voltar a passar, ter ao meu lado alguém capaz de me dar o amparo e o aconchego necessários para lidar com tudo. Dado que a primeira premissa não depende exclusivamente da minha atuação (por mais que assim o queira), só me resta investir na segunda. Com isso quero dizer que neste 2019 é minha intenção abandonar o celibato prolongado e arranjar um namorado. E mais não digo por ora, que a crónica já vai no décimo parágrafo.

 

Despeço-me com um "para a próxima há mais"!

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635520.png.jpgViva!

Queres desencalhar? Se sim, só tens que experimentar este menu de degustação, composto por dicas à moda da Trea, marinadas em cinco questões e temperada com um caso concreto. Para sobremesa, sorrisos constantes. Garanto-te que esta receita para arranjar namorado é de comer e lamber os beiços. Pronta para o que aí vem? Bora!

matchmaker Trea Tijmens, citada pela swissinfo, é categórica na hora de dizer que para começar a namorar é preciso antes fazer uma limpeza interna, uma faxina de dentro para fora. Aliado a este conselho, a formadora de casais explica que o seu trabalho consiste em preparar mulheres holisticamente, por forma a que consigam criar oportunidades para um novo relacionamento.

"Quero que as minhas clientes consigam reconhecer oportunidades e que sejam capazes de agir perante esses momentos. Oportunidades acontecem no nosso dia a dia, no comboio, no supermercado, no autocarro, nos bares. Só que muitas pessoas nem reconhecem", enfatiza, reconhecendo que trabalha preparando a mente dos clientes para lidar com situações de engate.

Mas para isso é imperativo sair da zona de conforto. Para quem tem filhos, o conselho é que a pessoa se envolva nas atividades escolares. É preciso tomar atitudes para aumentar a rede de contatos, como por exemplo matricular-se num curso ou inscrever-se num ginásio.

Esta profissional que se dedica a juntar corações solitários aconselha seus clientes a limparem a mente de ideias negativas, com frases que minam a autoconfiança, como "Os bons já foram fisgados", "Eu não mereço um gajo bom" ou "Por que esta pessoa se interessaria por mim?".

Outra lição que Trea faz questão de passar é sobre o sorriso. "Sorria, faça do mundo um lugar mais humano. Eu garanto que vai ajudar a atrair um relacionamento", diz. E dá como exemplo o caso de uma das suas clientes, que reclamava que ninguém falava com ela, mas que após seguir o seu conselho, foi abordada por um homem interessante.

Outro conselho valioso, principalmente para os bem-sucedidos profissionalmente. "Muita gente acha que aquela pessoa está muito feliz sozinha e que não procura ninguém. Além disso, não vão querer se intrometer ou tocar no assunto, já que é privado. Dessa maneira, aconselho que o assunto seja inserido durante o almoço ou até mesmo durante o café no escritório, mas sempre de maneira sutil: "Diga que está em busca de uma pessoa para formar uma família, ou de um relacionamento estável, sem conotação de desespero ou desânimo", explica.

Para rematar, a love coach sugere algumas perguntas que devem estar bem esclarecidas na mente de quem procura o amor, sob pena de ver fracassadas todas as estratégias anteriores:

Você está emocionalmente pronto?
É imperativo responder se o ex realmente ficou no passado. Isto porque o futuro relacionamento não quer ouvir falar de relações passadas.

Namorar é uma prioridade?
É preciso se fazer disponível para um relacionamento, investir tempo e esforço.

O quão feliz é com a sua pessoa?
Só você é responsável por sua felicidade. Pessoas felizes são ótimas em se ter por perto e isso ajuda na busca de um relacionamento. É importante sentir-se bem (emocional e fisicamente) e segura.

Tem uma mentalidade positiva?
Seja otimista e aberta a conhecer outras pessoas solteiras. É preciso manter o espírito de querer descobrir coisas boas nos outros, como também em si mesmo.

Costuma sorrir para os outros?
Mantenha o sorriso no semblante sempre.

Agora diz-me a que te soube esta crónica gourmet?

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22904867_1588631851196696_8529836145133361348_o.jpViva!

Quanto mais escrevo sobre a solteirice, mais convencida fico de que se trata de um status amoroso ingloriamente percecionado como uma maldição. A meu ver, ela é um misto de benção, opção e situação. Independentemente da leitura que cada um faz do seu conceito, as razões pelas quais uma pessoa é solteira podem ser várias e complexas.

Assim como vários motivos podem estar na base da solteirice, vários tipos de solteiros podem ser identificados nos tempos atuais. A esse respeito, a especialista brasileira em relacionamento afetivo, Eliete de Medeiros, citada pela revista Marie Claire, identificou 12 perfis:

1. Solteiro Convicto
Não tem nenhuma intenção de se emparelhar, pois gosta demasiado da sua vida de solteiro.

2. Solteiro Contrariado
Quer desencalhar, mas não consegue fisgar ninguém.

3. Solteiro em cima do muro
Quer ter uma relação, mas não consegue desapegar da vida e hábitos de solteiro.

4. Solteiro Conveniente
Guarda a aliança no bolso sempre que lhe convém.

5. Solteiro Frustrado
Tudo o que queria era estar numa relação.

6. Solteiro Perdido
Não sabe o que quer.

7. Solteiro Viajante
Vai para onde a vida o levar.

8. Solteiro Sanguessuga
Não quer que o amigo namore para não perder o companheiro de paródia.

9. Solteiro Melhor Amigo
Gostaria de ser o namorado, mas acaba sendo o melhor amigo das suas crushs.

10. Solteiro Mineirinho
Aparece sempre solteiro nos eventos, mas tem várias "amigas" na calha.

11. Solteiro Falador
Perde imenso tempo a vangloriar-se das conquistas, mas na verdade não pega ninguém.

12. Solteiro Virtual
Espera a companheira dormir para flertar nos apps e sites de encontro.


Agora diz-me, solteiro que me segue, em qual dos perfis te encaixas?

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18
Out17

11811576_1018347118205518_6807440337819981053_n.jpOra viva!

No início do ano, aquando do posEntre sadomasoquismo, rendez-vous e sugar baby, fico-me pelo cuddling, fiz referência a um prática emergente nas terras do tio Sam: pagar para ter companhia. Fait attention que não escrevi pagar para ter sexo, mas sim para ter companhia. Ah pois, parece que esta tendência galgou o Atlântico – tal qual os bravos navegadores portugueses séculos idos – e deu o ar da sua graça em território luso.

De acordo com um artigo do Sol, esta moda que "começou nos Estados Unidos, pegou na China e já chegou a Portugal" é um negócio muito simples que consiste em trocar uma certa quantia de dinheiro por um certo período de tempo com um completo estranho, que, durante aqueles momentos, se torna um companheiro.

Por aqui, cabe à plataforma virtual Rental Girlfriends dar as cartas no ramo, ao ponto de poder gabar-se que da sua carteira de prestadoras de serviço contam várias venusianas, todas elas dispostas a ceder o seu tempo (e otras cositas mas, se assim desejarem) a favor de uma simpática quantia em euros.

De uma foma muito sucinta a coisa funciona assim: o cliente – consoante a sua vontade, o seu fundo de maneio, a disponibilidade da prestadora ou a conveniência da entidade patronal – aluga a pessoa por um x número de horas. Feito isso, espera-se que ele dê uns giros com a nova companhia por vários sítios, cabendo a esta vestir a pele de uma namorada comme il faut.

Caso a tua mente esteja para aí a magicar hipóteses e possibilidades, convém registares que os preços variam entre 60 e 80 euros por hora. Pelo menos é esta a informação que consta no referido site.

Ao contrário do cuddling, quiçá por os tugas serem mais travados que os americanos, o contacto físico é terminantemente proibido, estando prevista uma margem de tolerância de até alguns beijos 'extra'. Isso se a contratada se mostrar recetiva a tal, obvimente!

"Não é suposto haver contacto físico. Aqui não há sexo envolvido, está bem explícito nas nossas regras. Tanto que os encontros têm que ser marcados só para sítios públicos, não pode ser em hotéis, por exemplo, para segurança das meninas, embora se as meninas quiserem ter outro tipo de envolvimento isso já é da responsabilidade delas", garantiu um dos sócios deste negócio.

"Os nossos clientes 'compram' habitualmente estas namoradas para passeios, jantares fora e cinema. Queremos dar aos homens uma oportunidade de desfrutar dos benefícios de ter uma namorada sem todos os aborrecimentos. Assim são eles que decidem onde ir e o que fazer, quando querem sair e quando não querem. E tem vantagens em relação às acompanhantes de luxo, que costumam agir de forma linear, estática e transacional, o que faz com que os homens sintam que estão simplesmente a pagar por um encontro sexual. Alugar uma namorada faz um homem sentir como é querido, amado, cuidado e todos os mesmos sentimentos de ter uma namorada real", remata Pedro Santos em entrevista a um pasquim nacional cujo nome recuso-me a citar pelo simples facto de achar que não interessa a ninguém, nem mesmo ao CR7 (se é que me entendes).

Declaro encerrada esta sessão com a seguinte sentença: condenado estará todo e qualquer inupto (esta foi diretamente importada do dicionário, só para me armar em erudita) que ouse cobiçar semelhante serviço!

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