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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

23
Out23

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Ora viva! 🖖

Apesar de estar a ser difícil arranjar tempo para aqui vir deixar-te aquela palavra amiga, não penses que esqueci de ti. Tanto é que, com apenas 15 minutos de pausa entre uma tarefa e outra, fiz questão de vir aqui trazer-te a minha última crónica para o Balai Cabo Verde, publicada na manhã desta segunda-feira. 

Sororidade: o segredo da aliança feminina

No vasto panorama da vida, onde as cores e texturas da sociedade se emaranham, existe um laço especial que muitas vezes passa despercebido, mas que é essencial para o progresso das mulheres num mundo onde as sombras do patriarcado insistem em persistir. Este laço é um compromisso tácito entre mulheres para se apoiarem, colaborarem e caminharem juntas, lado a lado.

Como tal, se me pedissem para escolher uma palavra que melhor descrevesse este ano, não hesitaria em eleger a sororidade. Com algum embaraço, assumo que dela só ouvi falar há coisa de meses, cinco para ser mais precisa. Foi por altura dos preparativos para a segunda edição do Empodera-te!, movimento social em prol do empoderamento feminino por mim criado em janeiro último e pelo qual acabo de ser distinguida, na Assembleia da República, com o Prémio de Mérito Migrante. De lá para cá, adotei-a como filosofia de vida e propósito maior da causa que me move.

Caso não estejas familiarizado com o termo, abro aqui um parêntesis para esclarecer que ele está relacionado com a irmandade, empatia e união das mulheres e que é aquele que na perfeição descreve a solidariedade e a parceria entre elas. Assente na ideia de que devem apoiar, empoderar e ajudar umas às outras, ao invés de competir, criticar ou desmerecer, ele reconhece que as mulheres enfrentam desafios únicos, os quais só serão eficazmente superados quando entre elas reinar a união.

Como tal, a sororidade é uma poderosa ferramenta para a criação de comunidades mais fortes e igualitárias. Por desafiar nocivos estereótipos e normas comportamentais, ela ajuda a construir um mundo onde as mulheres possam prosperar juntas, enfrentando os desafios que a sociedade reiteradamente apresenta. Numa era (ainda) moldada pela desigualdade de género, as mulheres têm enfrentado obstáculos desde que da costela de Adão Deus fez Eva. Essa sociedade patriarcal de que tanto se ouve falar e que o mais recente mega sucesso de Hollywood achou por bem colorir de rosa, muitas vezes as empurra para uma competição insana, injusta e inglória, como se houvesse apenas um lugar no topo para uma delas.

A verdadeira sororidade rejeita tal narrativa, limitada, incapacitante, castradora. Ela celebra o sucesso de cada mulher como uma vitória coletiva. Ela se manifesta na forma como uma discípula de Eva apoia a colega no trabalho, oferece palavras de encorajamento quando a autoestima da sua semelhante vacila e compartilha conhecimento e oportunidades com as restantes, num claro lembrete de que, quando se unem, são capazes de alcançar mais do que poderiam sozinhas.

A rivalidade feminina, tantas vezes alimentada e perpetuada por quem dela só sabe tirar proveito, é um obstáculo que a sororidade tenta superar. Em vez de ver outras mulheres como ameaças, ensina a vê-las como aliadas, lembrando que o sucesso de uma não diminui o potencial de outra. Pelo contrário, quando uma sobe, ela cria degraus para que outras a possam seguir.

Por experiência própria, estou em condições de recomendar a sororidade como uma boleia de luxo para o empoderamento feminino. Ela não só nos nutre a confiança, como nos encoraja a encontrarmos a nossa voz e a reivindicar a nossa vez, ao mesmo tempo que nos inspira a correr atrás dos nossos sonhos e a assumir o comando da nossa vida, imunes ao status quo que o tempo todo nos diz que não seremos capazes. Quando nos apoiamos uma às outras, tornamo-nos mais fortes, mais resilientes e perfeitamente capazes de desafiar as normas dessa tal sociedade patriarcal que o filme Barbie romantizou.

Engane-se quem tiver a ingenuidade de pensar que a sororidade é um caminho fácil. Ela exige que enfrentemos inseguranças e preconceitos entranhados há tanto tempo no nosso ADN social e familiar que chegamos a acreditar que não sabemos ser diferentes. Ela demanda que reconheçamos que cada uma de nós enfrenta lutas únicas e que a colaboração é a chave para as superarmos.

À medida que olhamos para o futuro, a sororidade afigura-se como uma força vital para a equidade de género e igualdade de oportunidades. Ela desafia as estruturas de poder arraigadas, que há demasiado tempo perpetuam a descriminação e a marginalização feminina. Portanto, é minha intenção contribuir para que a sororidade continue a florescer, iluminando os nossos caminhos em direção a uma sociedade mais justa e igualitária. Afinal, estamos a falar da aliança secreta que desafia as sombras do patriarcado, mostrando que a solidariedade entre mulheres é um poderoso catalisador para a mudança.

Que a sororidade esteja contigo. Hoje e sempre. Até breve!

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Ora viva! ✌️ 

Tenho um convite especial para ti: juntares-te a mim no lançamento do terceiro volume da antologia Mulheres e Seus Destinos, com o qual colaboro deste o início. Sob a coordenação da cabo-verdiana Lena Marçal, será lançado este sábado, pelas 16 horas, no  Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, com entrada livre.

Relembro que foi através deste projeto que eu fiz a minha estreia na escrita literária e que agora já conto com quatro textos publicados. Três para esta colectânea e um para uma outra dedicada ao erotismo no feminino. Para o primeiro volume desta antologia contribuí com a prosa 'Quisera eu ser como tu, mulher', para o segundo com o conto erótico 'A cor do desejo' e para o terceiro com outra prosa, intitulada 'A (incrível) arte de ser MULHER'.

Esta iniciativa tem um propósito solidário, em que a totalidade das receitas da venda dos livros reverte na íntegra para instituições sociais que apoiam a causa feminina em Cabo Verde, o meu amado país-natal. Tudo a ver com este blog, motivo pelo qual gostaria que marcasses presença na sessão, cuja apresentação estará a cargo de Teresa Noronha e Carlos Santa Rita Vieira e terá um momento musical com os artistas Carla Correia, Heloisa Monteiro e Tonecas.

Sobre o projeto Mulheres e Seus Destinos

O III Volume da Antologia Mulheres e seus Destinos, sob a coordenação de Lena Marçal, continua o seu legado e mantém o desígnio de um projeto literário de cariz social, onde cada autora apresenta uma poesia, prosa ou ilustração sobre a temática da mulher.

Relembrando a sua trajetória, ressalta-se que o I Volume contou com a participação de 180 mulheres, de 15 nacionalidades, e o II com 240 mulheres, de 18 nacionalidades. À semelhança das edições precedentes, este terceiro volume assume as mesmas caraterísticas e prossegue na proposta de agregar mulheres de diferentes faixas etárias, diversos quadrantes sociais e, particularmente, escritoras e amantes da escrita livre.

Esta antologia, que explora a vivência do ser mulher, configura-se como uma oportunidade para as ainda desconhecidas no mundo literário trazerem à tona o seu talento e, juntamente com as já habilitadas autoras, contribuírem para a consciencialização e valorização de projetos de solidariedade e de responsabilidade e consciência social. Bem como proporcionar espaços de trocas e de reflexão.

As receitas arrecadadas com a venda dos livros revertem-se, na sua totalidade, para instituições de cariz social. Para este III Volume, a escolha recaiu sobre duas organizações não governamentais: a Associação para o Desenvolvimento de Chã das Furnas, no concelho da Ribeira Grande, ilha de Santo Antão (Cabo Verde), que trabalha no melhoramento da qualidade de vida dos residentes através da promoção do empoderamento de famílias, sobretudo mulheres, desenvolvendo ações de assistência social, cultural e defesa dos interesses dos mais necessitados; e a Fundação Sima Júlia, com sede em São Lourenço dos Órgãos, ilha de Santiago (Cabo Verde), que visa promover a qualidade de vida de pessoas com vulnerabilidade, mormente as da terceira idade, assim como dar cobertura às crianças portadoras de deficiência e em situação de risco.

De recordar que o I Volume teve como beneficiárias a Associação Cabo-verdiana de Luta contra a Violência Baseada no Gênero (ACLCVBG) e a Associação Cabo-verdiana de Luta contra o Cancro (ACLCC). Já o II Volume beneficiou o Centro de Acolhimento para Crianças com Vulnerabilidades Especiais (CACVE), na ilha de São Vicente (Cabo Verde).

O projeto preserva o seu carácter multilingue, incentivando escritos em crioulo, português, francês, espanhol e inglês, atendendo, assim, às solicitações das participantes no país e, sobretudo, na vasta e querida diáspora cabo-verdiana.

Este III Volume, contou com inovações: participação de homens, num total de 41, respondendo assim ao desejo e ao interesse dos mesmos em escrever sobre mulheres; e com 2 livros: 1 de prosas com 97 (87 mulheres e 12 homens), e outro de poesias e pinturas, com 153 trabalhos (124 mulheres e 29 homens), totalizando 250 trabalhos.

É propósito da coordenação continuar com a dinâmica imprimida pelos pontos focais nos municípios e nas comunidades emigradas, já que deram um toque especial durante a organização do último volume, contribuindo para uma maior promoção e divulgação do projeto, que se quer mais efetiva e eficaz e com alcance ainda maior.

Recorde-se que o lançamento do III Volume da antologia aconteceu no dia 08 de março de 2023, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, prestando assim uma homenagem a todas as mulheres do mundo inteiro.

Com esta saio de cena. deixando aquele abraço amigo de sempre!

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Ora viva! 🖖

Para esta primeira segunda-feira de setembro, em que grande parte dos mortais regressa à rotina, proponho dar-te conta da crónica de junho para o Balai Cabo Verde, dedicada a outro dos meus temas favoritos, aquele que me levou a criar o movimento social Empodera-te!, através do qual intento dar um ativo e efetivo contributo para a causa feminina.

Antes disso, deixa-me dizer-te que, tendo em conta as responsabilidades acrescidas que agora tenho em mãos, dificilmente conseguirei cumprir a pauta de três publicações semanais, como foi hábito desde a criação deste blog. Ainda não me decidi se as minhas visitas aqui serão semanais ou bissemanais, o que estou em condições de garantir é que não voltarei a estar ausente por tanto tempo. Tens a minha palavra!

Retomando ao assunto que me trouxe aqui, eis a minha homenagem às mulheres inspiradoras com quem tenho o privilégio de cruzar e conviver nesta minha caminhada. Boa leitura.

Mulheres que impactam são mulheres que importam

No passado dia 20 de junho, tive o privilégio de estar presente na primeira edição da Forbes Women’s Summit, decorrida em Lisboa e focada no "poder do agora". O evento era de requinte, o programa - que juntou líderes inovadoras e visionárias - de excelência e o painel de oradoras de luxo. Tudo foi concebido e concretizado ao pormenor, de modo a que cada um de nós se sentisse bem-acolhido, especial, na verdade. O feminino esteve presente em cada detalhe, cada pitch, cada conversa, cada momento. Do início ao fim, marcado pela entrega de um prémio de mérito à Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

Enaltecer a mulher e a sua performance é uma atitude que jamais se esgota na sua significância, na sua relevância, na sua pertinência, na sua magnificência. Prova disso é o movimento social em prol do empoderamento feminino por mim criado em janeiro deste ano e que têm estado a inspirar, impactar e transformar tanta gente em Portugal, em Cabo Verde e até no Brasil.

Por considerar que iniciativas que engrandecem e enobrecem o feminino, causa pela qual sou admiradora confessa e na qual tenho intensificado a minha atuação nos últimos meses, são de se louvar e aplaudir, visa esta crónica partilhar com quem não teve a sorte de estar presente nessa atividade da Forbes Portugal as suas declarações mais impactantes.

A atleta olímpica Patrícia Mamona, a primeira convidada a dar a cara, e voz, deixou claro que "Somos invencíveis se acreditarmos que somos invencíveis" e que a "persistência leva à excelência". Nini Andrade Silva, uma das mais prestigiadas designers de interiores do mundo, que se assume como uma simples garota do Calhau, local onde nasceu, foi das que mais inspirou as dezenas e dezenas de pessoas presentes no Palacete Tivoli. Da boca dela bebi cada palavra, cada afirmação, cada recado, cada recomendação, que passo a citar: "O planeta não precisa de nós, nós é que precisamos do planeta", "Projetei-me no futuro e comecei a andar para lá", "Quem tem mais possibilidade, mais visibilidade, tem a obrigação de ajudar", "Somos todos especiais", "Há que ter respeito pelos outros, respeito por nós próprios, e isso faz de nós pessoas importantes" e "Autenticidade, naturalidade, trabalho bem feito e certeza do que estamos a fazer é o que nos conduzirá ao sucesso".

Da body shaper expert Izabel de Paula, a mais emotiva e emocionada de todas as intervenções, retive que "Ser honesto, humilde e saber fazer as perguntas certas leva-nos aonde quisermos" e que "Nós nascemos para fazer, para ajudar alguém, e essa coisa de ajudar alguém vai ser algo que vai fazer-nos prosperar na vida. Então, cria algo para alguém, para ajudar alguém, que ficarás rico". Por ter-me identificado tanto com o posicionamento dela, convidei-a para testemunhar na terceira edição do Empodera-te!, prevista para janeiro de 2024, na cidade da luz boa. O convite foi aceite de bom grado, já que para esta self-made woman brasileira apoiar é algo que faz parte da sua essência.

Da Rita Piçarra, diretora financeira da Microsoft Portugal, que decidiu reformar-se aos 44 anos de idade, por ter atingido o patamar de estabilidade financeira pela qual trabalhou durante mais de 20 anos, ouvimos que "temos o poder de fazer da nossa vida aquilo que bem entendermos". Das restantes intervenientes, demasiadas para serem citadas uma a uma, destaco as seguintes declarações: "O óbvio para nós pode ser o milagre para alguém", "Dar felicidade aos outros é uma alegria", "É possível sermos a probabilidade de um em um milhão", "Desde que se tenha ambição, pode-se chegar ao topo", "Influenciar é ser autêntico e um influencer tem a responsabilidade para com aqueles que o seguem, mas principalmente, e acima de tudo, para consigo próprio", "Uma das grandes responsabilidades da liderança é falar a verdade" e "O caminho natural do sucesso é mentorar".

Depois de tudo o que acabaste de ler, pergunto: para quando o teu agir? Para quando o teu compromisso contigo e com os outros? Para quando o efetivar da tua pegada neste mundo? Para quando o teu poder do agora?

Aquele abraço amigo e até à próxima!

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27
Mar23

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Ora viva!  👋

A mulher cabo-verdiana celebra hoje o seu dia. Sim, nós as criolas somos tão especiais que temos um dia inteiramente dedicado a nós. Na verdade, festejamos a nossa condição três vezes ao ano: no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), no dia 27 de março (Dia da Mulher Cabo-verdiana) e no dia 31 de julho (Dia da Mulher Africana). É meu bem, ser mulher, africana e... cabo-verdiana não é para todas. 😉

Em mais uma de muitas que vou fazendo, a crónica de hoje visa render homenagem às mulheres, independentemente do continente ou país onde tenham nascido, ainda que com uma ênfase propositada na mulher da minha terra, aquela que mais me inspira e pela qual tenho admiração e adoração infinitas.

Publicado há instantes no Balai Cabo Verde, portal para o qual colaboro como cronista, a (incrível) arte de ser MULHER é na verdade o meu contributo para o terceiro volume da antologia Mulheres e Seus Destinos, cujo lançamento deu-se no passado dia 8 de março, na Praia, minha cidade-natal.

a (incrível) arte de ser MULHER
Bebé. Criança. Menina. Moça. Jovem. Adulta. Idosa. Anciã.
Namorada. Noiva. Esposa. Amante.
Solteira. Casada. Amancebada. Divorciada. Viúva.
Filha. Mãe. Avó. Irmã. Tia. Sobrinha. Enteada. Neta. Nora. Sogra. Cunhada. Madrinha. Afilhada. Prima. Vizinha. Cumbossa.
Amiga. Colega. Companheira. Parceira. Aliada. Adversária. Rival.
Contente. Triste. Feliz. Desgostosa. Amada. Amargurada. Desejada. Rejeitada.
Madura. Infantil. Realizada. Frustrada. Confiante. Insegura.
Bazofa. Desleixada. Primorosa. Caprichosa. Afável. Arrogante.
Mansa. Braba. Humilde. Altiva. Convencida. Modesta. Descarada. Tímida.
Airosa. Desajeitada. Poderosa. Frágil. Subversiva. Encolhida. Orgulhosa. Despretensiosa.
Ativa. Sedentária. Trabalhadora. Preguiçosa. Empoderada. Incapacitada.
Segura. Acuada. Livre. Cativa. Emancipada. Oprimida.
Culta. Ignorante. Letrada. Analfabeta. Refinada. Impolida.
Sensível. Impiedosa. Permissiva. Castradora. Caridosa. Maldosa.
Sorridente. Chorosa. Otimista. Deprimida. Maravilhada. Desapontada.
Justiceira. Vingativa. Corajosa. Amedrontada. Heroína. Vilã. Guerreira. Pacificadora.
Moderna. Conservadora. Curiosa. Alienada.
Gentil. Hostil. Agressiva. Passiva. Doce. Amarga. Amável. Rude.
Preferida. Preterida. Prestigiada. Desrespeitada. Usada. Abusada. Estimada. Desapontada.
Ajuizada. Insensata. Sabida. Ingénua. Oportuna. Inconveniente.
Imprudente. Precavida. Teimosa. Dócil.
Abundante. Desvalida. Esfusiante. Contida. Abençoada. Amaldiçoada.
Íntegra. Desonesta. Sortuda. Azarada. Sorridente. Carrancuda.
Nobre. Plebeia. Distinta. Vulgar. Arretada. Cabisbaixa.
Vencedora. Sofredora. Afetuosa. Severa. Calorosa. Fria. Íntima. Distante.
Resistente. Débil. Mandona. Submissa. Amorosa. Odiosa.
Pura. Impoluta. Casta. Libertina. Íntegra. Devassa. Digna. Desonrada.
Virtuosa. Promíscua. Santa. Pecadora. Divina. Diabólica.
Negra. Branca. Amarela. Vermelha.
Africana. Europeia. Asiática. Americana. Latina. Indígena.
Grande. Pequena. Alta. Baixa. Magra. Gorda. Bonita. Feia. Rica. Pobre. Cosmopolita. Rural.
Princesa. Rainha. Presidenta. Ministra. Governadora. Gestora. Empreendedora. Subordinada. Serviçal. Doméstica.
Educadora. Educanda. Professora. Aluna. Mestra. Aprendiz.
Deusa. Mortal. Humana. Mulher!!!
A MULHER é o que ela quiser!
Uma vez MULHER, para sempre MULHER!

Por hoje é tudo. Regressarei amanhã com mais um episódio do podcast Ainda Solteiros, focado no meu plano 'Emagrece comendo de tudo, mas fazendo escolhas inteligentes'. Até lá, beijo em ti💋 e votos de uma semana esplendorosa.

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27
Jan23

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Ora viva! ✌️

De modo a encerrarmos a semana cheias de power, convido-te a reavivar a magia do Empodera-te, através da minha crónica mensal para o portal Balai Cabo Verde, publicada na manhã desta fria e ensolarada sexta-feira.

Em nome do empoderamento feminino

Em nome do empoderamento feminino, nasceu o Empodera-te!, iniciativa que começou como um evento e que agora se assume como um movimento.

Em nome do empoderamento feminino, reuniu o Empodera-te!, no primeiro sábado deste janeiro de 2023, 110 pessoas, no CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa.

Em nome do empoderamento feminino, nesse dia, as profissionais Maria João Liso, Tercia Lima, Liliana Brazuna, Evódia Graça, Emilly Oliveira, Raquel Godinho, Georgina Angélica e Sara Sarowsky uniram-se num djunta mo inédito.

Em nome do empoderamento feminino, nessa tarde, uma centena de mulheres e uma dezena de homens acudiram ao chamamento de uma causa que é de todos e de cada um de nós.

Em nome do empoderamento feminino, temas palpitantes da atualidade – atividade física, sedentarismo, movimento corporal, liderança feminina, gestão emocional, autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, felicidade, amor e inteligência emocional - foram trazidos à baila, com o único propósito de despertar o gosto pelo poder pessoal, em quatro áreas distintas: corpo, mente, espírito e coração.

Em nome do empoderamento feminino, naquele dia fez-se história, despertou-se consciências, ativou-se energias físicas, mentais, espirituais e emocionais, fez-se magia.

Em nome do empoderamento feminino, um programa de rádio vai estrear em breve, ambicionando, precisamente, a partilha de informações, estratégias, ferramentas e dicas sobre um dos temas mais em voga nas sociedades atuais.

Em nome do empoderamento feminino, uma comunidade mais desperta, consciente, empoderada, no fundo, começa a estruturar-se em Lisboa.

Em nome do empoderamento feminino, o Dino D’Santiago, através da sua iniciativa Batuku Roots, reforça o seu comprometimento com a causa.

Em nome do empoderamento feminino, mulheres de várias nacionalidades, origens e paragens assumem publicamente o compromisso de se ajudarem umas às outras rumo a uma vida mais feliz e realizada.

Em nome do empoderamento feminino, uma sólida rede de networking estabelece-se com o único propósito de estender as mãos umas às outras.

Em nome do empoderamento feminino, pessoas se inspiram, parcerias se formam, amizades se constroem, iniciativas se desdobram, posições se tomam, ativistas se assumem.

Em nome do empoderamento feminino, apoia o Empodera-te! a candidatura do batuco a património imaterial da humanidade. Esta forma de manifestação cultural típica da maior ilha do arquipélago de Cabo Verde, Santiago, é sobejamente reconhecida como aquela que melhor espelha a questão do empoderamento da mulher cabo-verdiana. Afinal, nem a proibição, menos ainda a censura, conseguiram calar a voz das criolas, as quais, com recurso a um finaçon único, choravam as suas mágoas, desabafavam as suas amarguras, choravam as suas separações, acalentavam as suas expectativas, confortavam as suas emoções, aplacavam a sua dor.

Em nome do empoderamento feminino, eu, Sara Sarowsky, reforço o meu compromisso, enquanto desencardidora de mentes, ativista pela causa feminina e cidadã consciente, que ambiciona - e para tal luta - uma sociedade mais consciente, mais justa, mais igualitária, mais participativa, mais empoderada.

Em nome do empoderamento feminino, desafio a todas e a todos a abraçarem esta causa e a contribuírem para a afirmação saudável e sustentável das mulheres das nossas vidas.

Em nome do empoderamento feminino, convido-te a juntares a tua voz e a tua ação a este movimento.

Em nome do empoderamento feminino, levantemos os braço direito e digamos a uma só voz: nu sta djuntu!

Estamos juntas! Bom fim de semana e até segunda!

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18
Mar22

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Ora viva! ✌️ 

Que belo dia que se faz hoje, não? Sente-se mesmo a vinda da prima vera, com os passarinhos a anunciarem a sua chegada. É uma benção acompanhar o dia a ficar mais comprido, a temperatura a subir e o verde a apossar-se da botânica. O único senão desta estação do ano é a rinite alérgica, da qual não há forma de eu me livrar. 🤧 

Bom, hoje estou aqui para partilhar contigo a minha última crónica para o portal de conteúdos Balai Cabo Verde, publicada esta manhã, ainda a tempo de saudar e prestigiar as minhas conterrâneas pelo seu dia que se avizinha. Sim, porque a mulher cabo-verdiana tem um dia que é só dela, e de mais nenhuma outra.

Março é um mês muito especial para as mulheres. Para as criolas é ainda mais especial, já que, não só comemoram o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, como o 27 de março, Dia da Mulher Cabo-verdiana. Como tal, esta crónica é dedicada às mulheres da minha terra, as mais bodonas de todas e a quem presto esta mais do que merecida homenagem.

Quisera eu ser como tu, mulher
Quisera eu fazer de ti a minha melhor amiga
Quisera eu estar por perto toda vez que precisares
Quisera eu impedir que te partam o coração
Quisera eu ensinar-te a recomeçar de novo
Quisera eu abraçar-te sempre que precisares
Quisera eu proteger-te de pessoas abusivas e de relações tóxicas
Quisera eu gostar de ti como gosto de mim mesma
Quisera eu fazer da tua mágoa o meu manto de afetos
Quisera eu espelhar em ti a minha melhor versão
Quisera eu ser capaz de manter a violência longe de ti
Quisera eu erguer-te uma muralha contra os inimigos
Quisera eu aconselhar-te com sabedoria
Quisera eu amparar-te toda a vez que te faltarem forças
Quisera eu partilhar contigo os teus maiores sonhos
Quisera eu saber-te amada, realizada e protegida
Quisera eu caminhar ao teu lado por toda a vida
Quisera eu ser como tu
Quiseras tu ser como eu
Quisera eu ser mulher

Esta prosa foi originalmente publicada no Volume I da Antologia Mulheres e Seus Destinos, lançado em 25 de novembro de 2019.

Aquele abraço amigo e energia de um fim de semana fantástico!

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09
Mar22

Todo o dia é Dia da Mulher

por Sara Sarowsky

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Ora viva! 🌷

Celebrou-se ontem o Dia Internacional da Mulher, uma efeméride instituída pelas Nações Unidas como forma de assinalar a luta dos indíviduos do sexo feminino pela igualdade, respeito e proteção dos seus direitos.

Faria sentido publicar esta crónica no próprio dia? Claro que faria! Contudo, optei pelo dia seguinte, não só porque ontem não era dia de vir cá, como era minha intenção fazer um apanhado do que foi este 8 de março de 2022.

Dado que não tive oportunidade para tal, já que dei folga aos meus compromissos e fui celebrar a ocasião com um belo almoço, num dos meus espaços favoritos da capital lisboeta, na companhia de uma das minhas besties, partilho contigo uma reflexão minha sobre esta temática, datada de 2016.

Por sermos o que somos, a criatura humana que gera a vida, o Dia da Mulher deveria ser todos os dias. A meu ver, sequer há necessidade de um dia específico para o mundo nos prestar homenagem. No entanto, já que o instituíram, resta-nos aceitar, agradecer, desfrutar e orgulhar.

Esta efeméride teve como ponto de partida o dia 8 de março de 1857, durante o qual 130 trabalhadoras de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque morreram carbonizadas, na sequência de uma greve geral, através da qual reivindicavam melhores condições de trabalho. Contudo, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem a essas operárias norte-americanas.

Sessenta e cinco após depois, em 1975, a data foi oficializada, através de um decreto, pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a finalidade de celebrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, independentemente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, económicas ou políticas. De lá para cá, muito foi alcançado, com bastante ainda para ser conquistado, de modo a dar-se mais valor, destaque, empoderamento, respeito, proteção e consideração à mais perfeita criação de Deus. 

Africanas, europeias, asiáticas ou indígenas; altas, medianas ou baixinhas; loiras, morenas ou ruivas; magras, curvilíneas ou cheinhas; atraentes, gostosas ou simpáticas; ricas ou pobres; solteiras, casadas ou divorciadas; mães ou simplesmente tias/madrinhas; felizes ou deprimidas; guerreiras ou vítimas; dominadoras ou submissas; passivas ou ativas; trabalhadoras ou inativas; sobreviventes ou resignadas; chatas ou fascinantes; realizadas ou paranoicas; sedutoras ou acanhadas; tímidas ou descaradas; ciumentas ou bem resolvidas; possessivas ou descontraídas; maduras ou imaturas; frágeis ou resistentes; doces ou amarguradas; amorosas ou agressivas; mimadas ou sábias… seja qual for a pele que vistamos ou o papel que assumamos, a essência é, e será sempre, a mesma. SER MULHE!

E é essa essência que devemos enaltecer e celebrar todos os dias e não apenas no dia 8 de março. Termino lembrando que todos os dias são dias da mulher, já que a mulher é o símbolo da vida.

Aquele abraço amigo e até sexta!

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274614495_476055554000684_4714266621224401772_n.jp Ora viva! ✌️ 

Esta sexta-feira estarei presente, na qualidade de apresentadora, na tertúlia 'Política no Feminino - a mulher de origem cabo-verdiana na política em Portugal', uma iniciativa inserida na programação de Março Mês da Mulher que o Centro Cultural Cabo Verde (CCCV) e a Embaixada de Cabo Verde em Portugal organizam anualmente, como forma de assinalar o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e o dia 27 de março, Dia da Mulher Cabo-verdiana.

De acordo com a nota de divulgação da organização, esta conversa amiga - delas para todos - visa "dar a conhecer as mulheres cabo-verdianas e de origem cabo-verdiana que atualmente exercem cargos políticos em Portugal, com o objetivo de destacar os seus percursos de vida, as suas propostas e contributos para a comunidade cabo-verdiana imigrada em Portugal e a sociedade em geral".

São elas: Andredina Gomes Cardoso, deputada na assembleia municipal de Sesimbra; Carla Semedo, vereadora independente na Câmara Municipal de Cascais; Fátima Soares de Carvalho, deputada na assembleia municipal do Seixal; Kathlyn Martins, deputada na assembleia de freguesia de Casal de Cambra (Sintra); Maria Assis Almeida, presidente da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Cacilhas e Pragal (Almada) e Simone da Cruz Andrade, deputada na assembleia de freguesia de Carnaxide e Queijas (Oeiras). A moderação ficará a cargo da coach de liderança feminina, mentora e estratega de imagem profissional, Evódia Graça.

Apesar de não ter nenhuma participação ativa na esfera política, foi com todo o gosto que aceitei o convite da gestora do CCCV para apresentar as oradoras e dinamizar a interação com a plateia, naquela que será a primeira de várias iniciativas alusivas às duas efemérides acima mencionadas.

Muito nos honraria a tua presença, pelas 18 horas, na Rua de S. Bento, número 640. Em alternativa, podes assitir à sessão em direto na página do Facebook daquele espaço cultural.

Esperamos por ti!

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16
Fev22

Perfeita na sua imperfeição

por Sara Sarowsky

angel-g294bd5434_1920.jpgOra viva! ✌️ 

Hoje tenho que ir à câmara desafiar a sorte. Lá vou eu renovar a esperança num milagre de conseguir uma habitação a um preço digno, em mais uma candidatura ao Programa Renda Acessível. Ainda que ciente de que as minhas chances são praticamente nulas - não quero ser má língua, mas não há forma de me convencer de que aquilo não é uma grande máfia e que as habitações não estão previamente "encomendadas" aos amigos, conhecidos e favorecidos.

A ansiedade e a expectativa, aliadas ao facto de ainda ter de tratar da papelada (comprovativo de rendimento, declaração de IRS e por aí fora), só me deixam margem de manobra para um texto emprestado do site Mulheres Maduras, aqui publicado pela primeira vez em 16 de fevereiro de 2016. 

Versa, pois, esta crónica sobre o quão perfeitas na sua imperfeição são as mulheres. Para o caso de ter sido demasiado erudita, quis dizer que são as nossas imperfeições que nos fazem ser perfeitas.

Miss Imperfeita
Sou a miss imperfeita, muito prazer!

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho meu dinheiro, vou ao supermercado, decido o cardápio, levo e trago filhos da escola, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro as amigas, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, vou ao dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, faço reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas por mais disciplinada que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer não. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer não. Culpa por nada, aliás.

Culpa zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta entrou na maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que você seria modelo!
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expetativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito e mamasse direitinho.
Você é humildemente uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a divertir-se, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é alinhar em qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos...

É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para desaparecer dois dias com o seu amor.

Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.

Para procurar um abajur novo para o seu quarto.
Tempo para voltar a estudar.
Tempo Para engravidar.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser profissional sem deixar de existir.
Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
Portanto, não queria sair por aí batendo records...

Pense nisso!

Beijo no ombro e até sexta!

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31
Jan22

Esperem sentados (reprise)

por Sara Sarowsky

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Ora viva! ✌️ 

A rescaldar das legislativas de ontem, e profundamente orgulhosa do facto de o meu #votonegro ter contado, para hoje proponho lançarmos um olhar a este texto da jornalista Rita Marrafa de Carvalho sobre o papel da mulher na sociedade atual, originalmente publicado em janeiro de 2016, tinha este blog poucos meses de vida.

Esperem sentados
Que cases. Que te juntes numa cerimónia branca e imaculada, rodeada de família e amigos. Que tenhas filhos depois. Só depois. Esperam de ti, mulher, que saibas, no mínimo, estrelar ovos e que gostes de homens. Mas que sejas fiel. Ordeira e arrumada. Limpa e asseada. E que dês de mamar. Que sejas incansável na função de mãe, sem lágrimas ou dúvidas. Mãe que é mãe nunca se arrepende de nada. Nem de os ter. Nem do que faz. Nunca questiona os conselhos dos mais velhos.

Esperam de ti isso e mais. Que qualquer sensação de fraqueza é para erradicar do peito e da cabeça. Esperam que se te dizem que deves dar peito até aos dois anos, é para cumprir. Que se não sentes qualquer gozo nisso, és menos mãe. Menos capaz. Menos mulher. Esperam de ti um parto normal. Gaja que é gaja, tem parto vaginal. As outras são umas "meninas". Esperam de ti a boçalidade da pré-história.

Esperam que tenhas os filhos sempre limpos e que lhes dês banho todos os dias, após uma refeição sem fritos ou salsichas. Esperam que a roupa do homem com quem casas, porque é suposto gostares de homens, esteja passada a ferro. Que se não podes, contrates alguém.

Esperam que não haja vincos na tua camisola quando vais trabalhar todos os dias nem nódoas de ranho ou papa. Esperam que tires um curso. Que sejas "alguma coisa" mas que consigas ter a casa num brinco, sem pingo de pó ou brinquedos fora do sítio.

Esperam que sejas magra. Atlética. Que corras todos os dias. Ou dia sim, dia não, vá. De depilação feita e unhas coloridas. Que faças bolos ao sábado. E que não tenhas as raízes do cabelo por fazer. Esperam que te comportes bem e que nunca bebas um copo a mais para não caíres em figuras ridículas. Que nunca sejas daquelas que urina entre dois carros, no meio do Cais do Sodré.

Esperam isso. Esperam mais. Que nunca adormeças maquilhada porque sujas a fronha da almofada. E que não te separes. Aguenta. É suposto aguentares porque tudo dá trabalho na vida. Por isso, é suposto esforçares-te. Pelos filhos. Por ti, não. Não carece. Por ti, não. E pela imagem. A imagem. E o que gastaram naquele casamento sumtuoso! Não. Aguenta, se faz favor. Pelos teus pais e pelos teus filhos. Esmera-te. É capaz de ser culpa tua.

Esperam isso de ti. E não convém falhares. Esperam que tenhas sempre a louça na máquina e a roupa estendida. Que a cama esteja sempre feita. Todos os dias. Esperam de ti pouco rasgo. Se pensares demasiado, vais questionar demasiado. Ser curiosa ainda vá. Refletir é evitável. Não esperam que sejas uma grande inteletual ou que fumes charutos ou que gostes de brandy. Vais beber licor de café ou vinho do porto e fumar qualquer coisa com sabor a mentol. Esperam de ti a dignidade. Que aceites o assédio como um galanteio. Esperam que uses saltos altos todos os dias e que uses um perfume que enche o elevador. Esperam que sejas isto. E mais. Só não esperam que sejas feliz.

Sobre o resultado das eleições, históricas em vários aspetos, falarei noutra altura, que hoje é dia de celebrar e perspetivar dias mais estáveis para o país. Que a tua semana seja tão boa quanto a tua energia!

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