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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Em dia de Champions, com o meu idolatrado FC Porto a ganhar por dois a zero, e cansada pra caramba, eis-me aqui para honrar o nosso compromisso e "parlapiar" um pouco sobre a rubrica definida para as terças: "Trabalhe para viver, mas não viva para trabalhar!".
Hoje a inspiração não abunda pelos lados da Manhattan pombalina, o bairro mais cool da cidade e do qual sou uma orgulhosa residente, mas ainda assim quero partilhar contigo uma dica muito útil a nós que andamos à cata de emprego: a melhor altura para responder a um anúncio.
A tarde, mais precisamente entre as 15 e as 17 horas, tornou-se a minha hora mágica, isto é, tenho notado que os recrutadores reagem quase de imediato à minha candidatura. Ainda ontem pude constatar isso; menos de duas horas depois de ter enviado a mensagem fui convocada para uma entrevista.
A esta altura do expediente, os recrutadores, gestores ou responsáveis de recursos humanos já terão regressado do almoço; já terão tomado o seu cafézinho, já terão cumprido o protocolo da "conversa a meio do dia" com os seus cônjuges, parceiros, affairs, amigas coloridas, mãezinhas, animais de estimação e coisas semelhantes; já terão ido às redes sociais (enquanto ingeriam a refeição); já terão ido aos lavabos; portanto já não haverá desculpas para não estarem de facto a cumprirem o papel que lhes cabe: selecionar potenciais candidatos ao cargo que se pretende ocupar. E como a esmagadora maioria das respostas chegam via correio eletrónico, é nesse período de tempo que estarão exclusivamente dedicados à inbox do outlook (nalguns casos serve o gmail mesmo, mas se for hotmail nem te dês ao trabalho de responder e acho que não preciso explicar o porquê).
Se formalizarmos a candidatura nessa altura, esta é analisada imeditamente e caso a pessoa tenha ficado cativada pelo vosso marketing pessoal, dificilmente deixará de ligar para marcar uma entrevista connosco.
Meu bem, caso também estejas a viver este drama moment que é o desemprego, segue este meu conselho e depois diz-me se se confirma ou não. Mas atenção, tens é que te vender bem, ou seja, apresentar um currículo à medida da oferta e uma carta de apresentação impossível de resistir.
Quem é amiga, hã? Com amigos assim só fica desempregado quem não segue este blog.
Nestas andanças pelos (tortuosos) caminhos do engate online, muitas vezes temos que nos fazer de morto para podermos comer o coveiro. Com isso quero dizer que muitas vezes temos que dizer ao gajo, pretendente ao provedor de orgasmos, exatamente aquilo que ele deseja ouvir da nossa boca, neste caso dos nossos dedos, que isto é tudo acertado com recurso à tecnologia, para que ele baixe a guarda e o passamos analisar e descobrir quem está por detrás de um perfil.
Por estes dias entabulei uma interessante troca de mensagens com alguém bastante promissor, ou seja, jovem, solteiro, empregado, com um bom domínio da língua de Camões e abordagem simpática.
Às páginas tantas, mando-lhe esta mensagem:
"Bom dia!
Apraz-me saber que contribui para te deixar bem disposto. Está ganho o dia!
Namorado em part-time (isto porque no meu perfil, uma espécie de montra onde exploramos o nosso marketing pessoal até à medula no intuito de nos vender bem e ao mais alto preço, digo que procuro um namorado em part-time) significa um namorado em tudo igual aos demais da vida, só que sem aquela componente compromisso: 'quantos filhos vamos ter', 'casamo-nos na praia ou no deserto', 'mantemos a tua casa ou a minha', 'a tua mãe não gosta de mim', 'o teu primo é um idiota', 'já não pensas na tua ex'. Esse tipo de cenas, as quais dispenso.
Quero um companheiro para momentos alegres e de qualidade (que pode acabar na horizontal, ou não, dependendo da química - e da física também) para uma boa conversa, um vinho ao final do dia, conversas ao vento, jantares à beira-mar ou beira-tejo, um beijo roubado ao amanhecer, depois nos acabarmos numa pista de dança, um sms picante a meio do expediente para arrebitar o ânimo e aquecer a libido, uma escapedela improvisada, uma aventura fortuita a um motel de beira da estrada, e por aí adiante.
Acho que já deu para perceber o espírito do que pretendo.
Um dia bom para ti."
A paga?
"Olá mais uma vez;)
Confesso que fiquei encantado com a descrição pormenorizada e recheada de exemplos que deste na tua mensagem...fantástico, partilho em pleno da forma como pensas os relacionamentos; senti-me a ler palavras minhas...
Um bjinho grande."
E um convite para jantar. Se vai dar em algo, não sei, aliás sei sim, mas pelo menos uma refeição decente, num restaurante todo xpto, está no papo. Posso não comer o fulano, mas ao menos como uma boa refeição.
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