Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
De entre todas as outras, o verão é provavelmente a estação mais propícia aos amores fugazes e às relações abertas, logo ao sexo casual. O calor; o bronze; a praia; a aparência mais cuidada; as férias; as viagens; os corpos à mostra; a descontração típica; as caras novas com que se cruza na praia, nos hotéis, nos passeios, nos concertos e nos bares/discotecas/esplanadas; os dias escaldantes e as noites languidas são dignos contribuintes para esta causa.
Feito o match e consumada a primeira intimidade sexual, o drama que a quase todos assalta (mais mulheres que homens, é certo) é o dia seguinte. Que fazer torna-se uma questão de vida e morte, sobretudo se a coisa foi tão boa ao ponto de só pensarmos em bis, tris, tetras, pentas e por aí fora... Nestas alturas, o medo de assustar a conquista esgrima ferozmente com a vontade de voltar a estreitá-la nos braços tão logo possível.
Se for esse o teu caso, em que depois de uma noite fantástica ele nada diz, não te desesperes que a especialista em terapia de casal e aconselhamento individual, Margarida Vieitez – quiçá bombardeada por pedidos de conselhos sobre como agir quando o(a) provedor(a) de orgasmo se remete ao silêncio depois do acontecido –, explica o que deves fazer:
Age de forma natural
Segundo ela, "se tiveres vontade de enviar uma mensagem, envia. Se tiveres vontade de ligar, liga". Se é isso que queres, faz, mas sem insistir, "porque assim estás a dar demais".
Não dês demais
Sonhar e ser romântica é o que torna o sucedido ainda mais especial. Contudo, convém teres os pés assentes na terra, sob pena de acabares a viajar na maionese. Focares-te demasiado na relação pode levar-te a desviar dos seus objetivos e isso não é boa ideia, sabemos ambas.
Foca-te em ti
De certeza que a noite, por mais frenética que tenha sido, não foi a primeira e menos ainda a última. Muitas outras virão, com ou sem sexo, portanto, "foca-te na tua vida, continua a vivê-la tal como tens feito até esse momento e segue em diante com os teus objetivos", aconselha a especialista.
Economiza no drama
Se tentaste entrar em contacto e não obtiveste reação, há, certamente, uma razão. Pode ser porque não quer ou porque não pode, "não tem que ver diretamente com o momento, se gostou ou não".
Já passaram três dias e nenhuma resposta?
Nesse caso, recomenda Vieitez, "o melhor a fazer é esquecer e passar para outra".
Independemente de como terminar o teu affair, o deves reter é que nestas situações não existe um certo e um errado sobre o que fazer. Sejas tu do tipo que manda logo mensagem, do tipo que prefere manter o orgulho e esperar que seja ele o primeiro a reagir ou do que faz de conta que nada se passou e parte para a próxima caçada, o importante é seres fiel a ti mesma e seguires o teu coração.
Até à próxima e bons amores de verão!
Ora viva!
Com a inspiração a ir fim de semana mais cedo – disse-me que queria dar um saltinho até o Sabugal para brincar na neve (como poderia recusar-lhe um pedido destes?) – o artigo de hoje é assinado pela Margarida Vieitez, de quem já aqui tenho falado algumas vezes.
Publicado esta sexta-feira na Visão, sob o título Desesperadamente à procura de namorado, este texto espelha ipsis verbis a essência daquilo que venho apregoando e defendendo ao longo deste blog. Vale a e pena perderes alguns minutos do teu tempo.
"Não têm sessenta nem setenta anos. Têm trinta e cinco, quarenta anos… e não conseguem encontrar um namorado/a. Estudaram muito, têm um bom emprego, são médicos, advogados, juízes, professores, pilotos, engenheiros, apresentadores de televisão, trabalham muito mais do que era suposto, ganham mais ou menos bem, alguns acima da média, vivem com os pais, outros sozinhos, outros ainda vivem com os filhos porque se divorciaram.
Todos querem ter um namorado/a. Alguns dizem que não, que já estão "vacinados", mas a validade da "vacina" nem sempre é muito grande. São atraentes, cultos, inteligentes, interessantes, simpáticos, bons comunicadores, generosos, têm sentido de humor, são talentosos, alguns são figuras mediáticas do cinema, das telenovelas, da política, do mundo empresarial… tem tudo para ter não um, mas muitos "interessados". E têm, mas nenhum preenche os "requisitos" ao "lugar de namorado/a". Todos têm algo em comum: querem viver um grande amor e não o encontram.
Conforme os anos vão passando, maior a pressão. Elas porque o relógio biológico não pára de lhes gritar: "Despacha-te porque já não tens muito tempo". E quando não é o tal relógio, é a solidão que lhes sussura baixinho a cada instante: "Por este andar vais ficar sozinha!"
Eles, porque talvez já estejam saturados de "saltitar" de atração em atração ou cansados de sentir todas as noites o lado frio e vazio da cama, querem agora uma mulher em quem confiem, que os faça sentir "grandes", que valha a pena voltar para casa todos os dias.
Mais uma vez, em comum: a carência afectiva e a procura de se sentirem aceites, valorizados, desejados e amados. Querem o mesmo, mas não se encontram. Ou encontram e logo se desencontram. A lista dos requisitos nunca é preenchida e decidem "saltar fora". Fica a sensação de vazio e a dúvida se um dia acontecerá de novo. E enquanto não acontece, a tristeza, a angústia, a ansiedade, a frustração e o desespero vão se instalando, porque de uma forma ou de outra, podem sentir-se incapazes de o conseguir alcançar, mas especialmente porque os outros assim o fazem sentir.
Em pleno século XXI, vivemos numa sociedade e num mundo em que as pessoas sem namorado tem um qualquer problema ou "avaria", que todos tentam resolver e concertar. A pressão psicológica e emocional a que se auto-induzem, no sentido de encontrarem um namorado/a, e a pressão social e familiar pode ser tão intensa, a ponto de algumas pessoas fazerem uma série de disparates, como namorar com quem não gostam, nem delas gosta, ou mesmo casar, só para não ouvir os comentários dos pais e/ou dos amigos já casados e com filhos. Meses ou anos mais tarde divorciam-se.
São inúmeras as pessoas que me revelaram, ao longo do meu percurso profissional, terem casado sem querer casar, terem tido filhos sem quererem ser pais, terem "ficado" com pessoas que não amavam, apenas para fugir dos seus próprios medos e agradar a quem sentiam ter o dever de o fazer. Está admirado? A perguntar-se como é possível isto acontecer? Mas é esta a realidade.
Outra faceta desta realidade, é a procura de pessoas que não existem, a não ser na cabeça das pessoas que as procuram. Se as nossas avós queriam um homem que fosse um bom marido e um bom pai, e quando assim não acontecia, aguentavam para não ir viver para debaixo da ponte, hoje muitas mulheres procuram não homens, mas "super-homens", que sejam super-românticos, super-atenciosos, super-atentos, super-empáticos, super-conversadores, super-atraentes, super-sedutores, super na intimidade sexual, super-tolerantes e compreensivos, super-calmos, super bem-sucedidos, super-pais e de preferência super-ricos. E, quando uma destas "coisas" falha, colocam-lhes um ponto de interrogação vermelho na testa, mesmo quando o passado recente demonstra que eles têm muitas dessas qualidades.
A idealização pode ser a razão pela qual muitas mulheres fazem listas de requisitos essenciais, "descartam" ou não encontram um companheiro. Não estou a dizer que devem aceitar tudo para viver um amor, pois se o fizerem apenas viverão o "desamor", especialmente por si mesmas. Mas é preciso reduzir o uso da palavra "super", especialmente quando se trata de namorados. Talvez seja o caminho para encontrar e viver o amor que tanto quer. Amor e "super" não conjugam nenhum verbo e podem ser inconciliáveis.
E quanto aos homens? Será que eles sentem o mesmo? Será que também fazem listas de requisitos e andam a idealizar demasiado as mulheres? Será que querem "super-mulheres"? É curioso, porque a minha experiência com casais demonstrou-me que os homens não fazem listas de requisitos tão grandes e não idealizam tanto as mulheres, como elas os idealizam. Os homens não procuram tanto "super-mulheres". Aliás, isso do "super" assusta-os, pode fazê-los sentir inseguros, não estar "à altura" e levá-los a pensar "para que é que ela precisa de mim?".
Então, porque também não encontram as namoradas que querem? Parece-me que culturalmente os homens ainda não aprenderam a relacionar-se com estas "novas" e super-exigentes mulheres, especialmente os que têm mais de quarenta anos. As mães destes homens, muitas delas, educaram-nos para ter uma carreira de sucesso e não para os afectos ou para falar de amor ou de sentimentos. São "super-carreiristas" no trabalho, mas muitos deles estão ainda no "secundário", senão na "primária" no que toca à linguagem dos afectos, à empatia e ao descobrir das necessidades emocionais dessas mulheres e escondem as suas fragilidades e vulnerabilidades.
Os homens de vinte e de trinta anos já demonstram maior habilidade, mas ainda assim, quando chega o momento de falar sobre os problemas de uma relação e sobre afectos, tal como os primeiros, não percebem o que elas querem, e muito menos quando elas querem que eles sejam perfeitos e que lhes dêem um "tudo" que não existe.
Homens e mulheres, apesar de quererem ter uma relação, amar e sentir-se amados, parecem falarem línguas diferentes. Eles não têm paciência para conversas sobre problemas da relação, porque pensam que elas passam a vida a inventar problemas. Elas sentem total indiferença da parte deles quando eles se recusam a falar sobre o amor e se afastam. Ambos pensam que a relação vai acabar assim que discutem mais do que cinco minutos. Como querem ter namorados? Difícil, não lhe parece? Mesmo quando estão numa relação, é difícil encontrarem-se.
Outras razões por detrás deste desencontro, pode ser o facto de o desespero ser sentido por quem está potencialmente interessado, o colocar nas mãos de outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade, o acreditar numa relação perfeita, sempre cor-de-rosa e em que a paixão é uma constante, o focar-se nos aspectos negativos e nas experiências menos boas, esquecendo o "lado bom" e os momentos maravilhosos passados a dois.
Fundamental é perceber o que se passou nas suas relações passadas, porque acabaram e o que aprendeu com elas. Caso não o faça, existirá tendência a repetir os mesmos padrões e a procurar pessoas que alimentem esse mesmo "registo" de relação. A descartabilidade da sociedade em que vivemos pode levá-lo a "deitar relações para o lixo" só porque essa pessoa não é como queria que fosse, não pensa nem é como você.
Também pode estar a acontecer que estejam a projectar um no outro aspectos da sua própria personalidade com os quais lidam menos bem, ou a tentar resolver situações não resolvidas no passado com os progenitores.
Nos últimos anos, apercebi-me que muitos casais discutem e separam-se, porque projetam um no outro "dores" e sofrimento de um passado longínquo e de experiências mais ou menos marcantes.
Existe ainda uma mensagem que eu gostava de lhe deixar. O facto de ter um namorado/a não é garantia da sua felicidade. Não é o seu namorado/a que o vai fazer feliz. Ele/ela pode apenas fazer com que se sinta ainda mais feliz. Só vale a pena ter um namorado/a quando essa pessoa nos faz sentir ainda melhor connosco próprios, com os outros e com o mundo.
Esqueça os "super-homens" e as "super-mulheres". Eles só existem nos filmes e na sua cabeça, são produto da sua imaginação. Conheça e perceba se consegue aceitar aquela pessoa com tudo de bom e menos bom que ela tem. Todos temos os dois lados e quanto mais depressa o aceitar, melhor para si.
O desespero para encontrar um amor, pode fazer com que ele fuja de si! Viva a sua vida o melhor que souber e puder. Seja Feliz consigo! Divirta-se, ria, brinque, sinta, viva… Quando se sentir muito bem consigo mesmo, esse amor vai aparecer. Nesse momento deve perguntar-se: Como me sinto melhor? Comigo, ou ao seu lado?
Se a resposta for a primeira, espere… Se for a segunda, conheça! E se continuar a sentir-se cada vez melhor, mais alegre e mais feliz… deixe-se de "supers" e ame!
Já aqui tinha falado sobre a autora e mediadora de casal Margarida Vieitez, aquando do artigo 10 obstáculos que te afastam do amor. Hoje volto a citá-la, a propósito do seu livro O Melhor da Vida Começa aos 40, uma espécie de manual de sobrevivência para quem está (ou pretende estar) no mercado das relações amorosas.
A revista Activa esteve à conversa com ela e deixou-nos algumas instruções para sermos bem-sucedidas na arte da sedução:
1. Arrumar a casa antes de receber visitas
Após o término de uma relação, e antes de partires para outra, é importante fazeres um trabalho interior de reflexão, mais não seja para não voltares a passar pelo mesmo. É por isso que esta profissional recomenda que não devemos voltar imediatamente ao 'mercado', já que há um luto a fazer da relação anterior. É preciso arquivar os sentimentos, arrumar as ideias, apaziguar o coração e estar aberta a um novo amor, antes de se partir à conquista.
2. É na rua que a vida acontece (e não em casa)
Com isso quero dizer que é preciso conhecer pessoas novas ou voltar a conviver com antigas. Sair à noite costuma ser a primeira aposta. A volta à discoteca - local de engate por excelência - pode ser um bom ponto de partida. O que não faltam por aí são opções, há discotecas para todos os gostos. O importante é que te escolhas aquela(s) onde te sintas à vontade e a ela(s) te fidelizes. A não ser que sejas uma destemida como eu, que sai sozinha para a night, convém ir com uma amiga ou com um grupo de amigos.
3. Convém estar a par das regras do 'jogo'
Uma vez na night, o que fazer? Antes de mais, observa o que se passa à tua volta. Presta atenção ao ambiente e ao tipo de gajos que abordam (ou não) as raparigas. Já se sabe que eles primeiro olham, depois voltam a olhar, para, no fim, abordarem (se sentirem que estamos recetivas). A experiência mostra que mais para o final da noite muitos começam a demonstrar ansiedade (até mesmo desespero), porque há quem esteja efetivamente à caça e não queira voltar para casa desacompanhado. "À medida que a noite avança nota-se a sedução – e a ansiedade – a subirem de nível", observa Vieitez.
4. O sexo deve ser a consequência e não a causa
O mistério continua a ser um fator crítico de sucesso em matéria de sedução. "Eu defendo que não deve haver sexo no primeiro encontro. Aconselho vivamente as mulheres: quanto mais tempo demorar a haver intimidade, mais sólida a relação. Claro que não há um número de encontros específicos, mas façam durar", recomenda. Ou seja, recuperem a arte de namorar à moda antiga: vão ao cinema, passeiem, beijem, façam programas juntos, conheçam-se, e aí avancem. "Claro que as hormonas e os 40 anos não ajudam: temos aquela sensação de que já não há tempo a perder. Mas quando a intimidade é imediata, o que eu noto é que geralmente as pessoas deixam de se ver. É como se o sexo impedisse a intimidade emocional. E os homens ainda pensam muito em termos de 'está conquistada, vamos a outra'. Por isso eu acho que continua a fazer sentido o fazer-se difícil."
5. Há que estar preparada para todo o tipo de camafeus
Economiza nas expectativas, ou seja, não esperes muitos deles... Se nós estamos carentes, eles estão inseguros. "Não sabem conquistar uma mulher, não sabem o que dizer, nem como comportar-se." E não te esqueças que a nossa independência assusta-os, e muito. Assusta-os sobretudo que não precisemos deles. Sem falar que, de facto, não nos percebem. Por não conseguirem atinar com o que queremos ou esperamos deles, sentem-se muito perdidos.
6. Príncipes Encantados só mesmo para algumas sortudas (e para as princesas da Disney, claro!)
O ideal da alma gémea, que nos é imputado desde a mais tenra idade, é um pau de dois bicos que filtra tanto que no fim pode não sobrar nada. Isto é, tudo o que não se encaixe nesse padrão não serve. "Por outro lado, estamos muito egoístas, muito virados para nós próprios, qualquer contrariedade nos afasta (o tal amor líquido de que falei no post anterior). E depois de uma certa idade já não estamos para aturar uma data de coisas. "Já não queremos lidar com controlo, ciúme, conflitos. Isso é bom. Mas também temos de ser tolerantes. Não temos de encontrar a alma gémea. Temos de perceber se conseguimos formar uma equipa com aquela pessoa, se existe um projeto de vida em comum, interesses convergentes, se aquela pessoa nos faz feliz e se contribui para a nossa felicidade."
7. Quem quer pescar tem que usar a rede
O passo seguinte é navegar pela rede. Facebook, Tinder, OkCupid, Snapchat, Instagram, são só alguns exemplos das opções ao teu dispor, pelo que é só escolheres. Após o primeiro contacto é começar a falar. E aqui basta uma frase ou duas para uma mulher perceber com o que conta. "A frase típica de todos eles é: 'Vamos tomar um café' (risos). "Que falta de imaginação, os homens precisam de melhorar as suas técnicas de sedução e abordagem, porque as mulheres estão sedentas de algo diferente!"
8. A intuição feminina não falha
Quando frente a frente, a tomar o tal cafezinho, se notares que há coisas que te deixam com urticária nos primeiros minutos, nexxxxxt to, que não vale a pena. Há comportamentos que nos mostram logo que estamos a perder o nosso tempo. O exemplo mais flagrante é ele não largar o telelé por nada deste mundo, seja para mandar sms, atender chamadas ou navegar na rede. Claro que isto pode ser insegurança e nervosismo. Quero lá saber. Para mim é, acima de tudo, sinal de falta de interesse, saber estar e educação. "Há coisas que não se dizem num primeiro encontro. Não se fala sem parar de si próprio. Não se fala das ex-namoradas. Não se conta a vida toda", alerta Vieitez.
9. Convém perceber se estão sintonizados
"As mulheres têm de estar atentas aos sinais que indicam aquilo que os homens querem, em vez de entrarem em negação. E não devem esperar que eles as esclareçam, porque eles não esclarecem." Então, se ele não esclarece como é que eu sei? "Tem de perceber pela conversa. Perceber como ele se dá com os pais, por exemplo, que é fundamental. Má relação, falta de afeto, distanciamento, conflitos? Temos ali um homem problemático. Depois falar sobre as relações anteriores, tentando perceber que homem está ali." Há muitos homens casados na noite. Há pessoas casadas, ou malcasadas, ou em relações, que estão ali simplesmente para engatar. E inclusive, se conhecem alguém, continuam a investir nas duas relações ao mesmo tempo.
10. Homem funciona assim: "se grudas ele chuta, se chutas ele gruda!"
Por melhor que tenha corrido o primeiro encontro, encara a coisa com leveza e sem grandes expectativas nem ilusões. Vai aproveitando o momento, um dia de cada vez. "As mulheres pensam logo 'que bom, arranjei namorado!' e desatam a pôr fotos dos dois juntinhos no Facebook. Relaxem, conheçam-se, deixem rolar. Não stressem, não forcem, não queimem etapas." Ele manda-te um sms? Não respondas logo. Ele envia-te um smile? Não mandes dez de volta. Eles têm de sentir que estão a conquistar, senão perdem o interesse." Ó céus! Isto não é um bocado pré-histórico? "Continua a ser assim. Elas não devem estar logo disponíveis. Tornem-se difíceis... Não, não facilitem muito. Alimentem, mas em minidoses."
Depois disso, só me resta desejar-te (a ti e sobretudo a mim) boa sedução.
Se te andas a lamentar por continuares sem namorado, este artigo vai dizer-te o que pode estar entre ti e o teu príncipe, ou melhor, entre ti e aquele que te vai fazer feliz. Profunda esta introdução, não? Pena que não seja minha, mas sim da revista Activa que, citando Margarida Vieitez, mediadora familiar e autora do livro O melhor da Vida Começa aos 40 e da página de Facebook Love Doctors, aponta vários motivos capazes de justificar a solteirice de uma mulher. Ei-los:
A expectativa
"Temos expectativas desfasadas", considera esta especialista: "Queremos o companheiro ideal, 'o grande amor da nossa vida', e já não procuramos o Príncipe Encantado, procuramos o Super-Homem: tem de ser giro, inteligente, com bom nível socioeconómico. Que nos faça feliz, nos dê atenção, que nos seduza, que nos conquiste, e quando alguma destas coisas não acontece, ficamos desiludidas." (De facto...)
O 'tipo'
Quantas vezes não disseste já 'ai ele não é nada o meu tipo'. "Somos muito mais seletivas agora", concorda Vieitez. E não é bom sermos exigentes? "Só é bom se nos fizer bem. Mas se, por causa disso, estamos sistematicamente sozinhas, estaremos a viver bem a nossa vida? Não somos feitos para viver sozinhos. Há pessoas que nem sequer se aproximam porque as características físicas não correspondem àquilo que elas definiram como critério. É óbvio que é importante existir atração. Mas há pessoas que rejeitam à partida, porque a imagem delas não corresponde àquilo que querem. Os homens fazem muito isto, por isso é que há tantas mulheres sozinhas." (Minha Nossa Senhora da Solteirice livrai-me deste pecado!).
A vaidade
Ah, portanto, escolhemos uma pessoa por vaidade? "Às vezes. Os homens querem uma mulher para exibir, parece que a namorada é o bilhete de identidade deles. Mas as mulheres fazem isto quanto ao sucesso profissional dos homens. Se não tiverem uma boa posição financeira, elas também os rejeitam. Ou seja, estamos a ter critérios de escolha de parceiros como temos critérios de escolha de um carro. E estamos a ficar cada vez mais sozinhos, apesar das inúmeras possibilidades abertas pelas redes de encontros, que promovem também estas características", nota esta mediadora familiar. (Guilty!)
A experiência
A vida marca-nos, deixa-nos medos e receios de voltarmos a ser magoadas. Por isso, as pessoas muitas vezes preferem recuar a ter a hipótese de se magoar novamente. (Duplamente culpada)
O trabalho
É normal que, em tempo de crise, a carreira se torne cada vez mais na grande prioridade da vida, e também num enorme sugadouro de tempo e de energia. Conciliar isto com filhos e uma relação, é muito complicado, especialmente para as mulheres. "É preciso tempo para investir na busca de um novo amor. É preciso tempo, vontade e paciência para voltar a sair com amigos, para ir a um ginásio, para frequentar cursos, para conhecer pessoas novas, para se divertir, e quando é que as mulheres têm tempo para elas?", diz Margarida Vieitez. (Desse mal não sofro)
A paz
Mas é bom estar em paz, ou não? Claro que é bom: se é aquilo que queres. Mas se o que queres é um novo amor, a rotina não te ajuda. Estar confortável, ter uma boa vida, uma casa bonita, DVDs para ver à noite, tudo isso é fantástico, mas a verdade é que vais ter de sair do sofá se queres que qualquer coisa aconteça na tua vida fora da televisão. "As pessoas querem encontrar um novo amor, mas depois não fazem nada para que isso aconteça. Se ficares em casa todos os fins de semana sentada no sofá a ver séries, é pouco provável que te caia no colo o homem da tua", explica esta. Bem, pode-te aparecer alguém no Facebook, mas mais dia menos dia vais ter de sair com ele, ou a coisa transforma-se numa daquelas relações totós que não andam para a frente nem para trás. (Acuso-me!)
O Facebook
Não entendas mal: hoje em dia as redes sociais são a forma mais imediata e prática para se conhecer alguém. O que é importante é saber usá-las: se estás ali para fazer amiguinhos novos e ter alguém com quem dar uns dedos de conversa à noite e mais nada, ótimo. Se procuras mais qualquer coisa, evite os fundos falsos. "Há muitas pessoas que passam horas a conversar com imensa gente, mas depois a relação não evolui para nada e não passa dali mesmo", nota Margarida Vieitez. Quer dizer: é preciso que as mulheres aprendam a distinguir os homens que não querem compromissos, e que não insistam em batalhas perdidas. Se estás num site de encontros, atenta-te que te vão aparecer pessoas muitíssimo diferentes. "É um risco, mas conheço vários casais sólidos e felicíssimos que se conheceram pelas redes sociais." (Ups, i did it again!)
O sexo
Não o sexo em si, mas o facto de se ser homem ou mulher. Continua mais fácil para um homem refazer a sua vida amorosa depois do divórcio do que para uma mulher, principalmente por causa dos filhos, que ficam quase sempre a cargo das mulheres. E também porque os homens continuam a preferir mulheres mais novas. (Sem informação suficiente para comentar)
A carência
"Há mulheres tão carentes que afugentam os homens, sem se aperceberem. Não há nada que assuste mais um homem do que uma mulher muito ansiosa por encontrar um novo amor, porque eles percebem isso e afastam-se, e elas acabam por atrair homens também eles desesperados", nota Margarida. Conselho: tem calma, que o amor acaba por acontecer. Enfim, ou não, mas de outra maneira pode acontecer qualquer coisa que não tem nada a ver com amor. (Hum... tem dias!)
A descrença
As pessoas já partem derrotadas e a achar que nunca vão ser felizes. "Têm muita dificuldade em acreditar que o amor possa acontecer de novo, o que as leva muitas vezes a baixar os braços", explica. "Isso são medos, que, trabalhados e percebidos, são ultrapassáveis. O que deves ter em mente: não existem pessoas perfeitas nem relações perfeitas: tenta encarar o outro como um ser imperfeito e tenta perceber se consegues aceitá-lo na sua imperfeição ou não. Isso é o fundamental." (It's me!)
Esta conselheira nascida em Moçambique, há 48 anos, vai mais longe e sugere alguns sítios onde podemos encontrar o amor: nos ginásios, nos cursos, em aulas de dança, em casa de amigos. Mas chama a atenção para o facto de que esta empreitada pode levar tempo, e não te deixares abater se a coisa não funcionar ou se encontrares mais tipos parvos do que homens que são 'o teu tipo'. Contacta os amigos que também estão sozinhos, juntem-se para jantar ou ouvir música, partilhem amizades. É um processo que leva tempo, mas hoje em dia há cada vez mais divórcios e cada vez mais gente disponível. Podes frequentar a Internet, mas tendo cuidados básicos e percebendo que tipo de pessoas são aquelas que lhe aparecem.
Para mal dos meus pecados revi-me em (quase) todas as situações por ela descritas. O que só reforça aquilo que já todas sabemos: sou uma solteira nata. E tu, solteira minha, inocente ou culpada?
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.