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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! 🖖
Como este fim de semana vou estar inteiramente dedicada ao Festival de Bem-estar, como já dei conhecimento através das redes sociais, aproveito este momento de pausa numa semana muito corrida para trazer-te mais uma crónica amiga, ainda que não seja inédita.
Ainda que um bocado desfasada no tempo, já que o assunto sobre o qual esta se debruça acabou há exatamente um mês, este meu texto foi publicado no portal de notícias Balai Cabo Verde no passado dia 1 de agosto, precisamente no dia em que arrancou a Jornada Mundial da Juventude a quem dediquei uma reflexão, sob o olhar do lisboeta. Espero que gostes!
Lisboa é palco do sagrado encontro entre o pontífice e a juventude
Lisboa, a cidade das sete colinas, acolhe, de hoje e até domingo, um evento inédito, inesquecível, quiçá irrepetível: a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). É com devoção, entusiasmo e orgulho que o faz, afinal trata-se do sagrado encontro da juventude católica com o seu líder máximo.
A capital portuguesa torna-se assim um ponto de convergência para a fé, a celebração e a diversidade. Semanas há que os seus residentes e visitantes começaram a sentir uma energia singular, especial, mágica. Obras um pouco por toda a parte, ruas ornamentadas com bandeiras dos países representados, murais coloridos, novos painéis de sinalização, mensagens de boas-vindas nos transportes públicos e cartazes afixados em pontos estratégicos eram indícios claros de que se preparava para receber o maior evento da sua história.
As emoções estão à flor da pele, os sentimentos ao rubro, os corações em êxtase. A presença de milhares e milhares de jovens, vindos de praticamente todos os cantos do mundo e unidos numa atmosfera de fé, esperança e comunhão, visando unir suas crenças, valores, sonhos, expectativas e aspirações para o futuro, a ninguém deixa indiferente, a qualquer um comove.
Durante os próximos (seis) dias, os jovens hão de espalhar-se pelas ruas da urbe que viu nascer Luís de Camões, Fernando Pessoa e Amália Rodrigues, participando em iniciativas como missas, orações, workshops, concertos e atividades comunitárias. Nesta primeira semana do mês de agosto do ano de 2023, a pluralidade de origens, idiomas e culturas entrelaça-se com a hospitalidade de quem recebe, numa linguagem universal de amor, fraternidade e solidariedade.
Nas suas artérias é perceptível a disposição vibrante da mocidade misturada com a devoção espiritual, criando uma sinergia única, solene, divina. Os sorrisos radiantes e os cânticos de louvor estão em todo o lado, num inequívoco testemunho da força e da fé que os une. A eminência da presença de Sua Santidade o Papa Francisco, bem como a expectativa de ouvir as suas inspiradoras palavras, faz ecoar nos corações um frenesim de entusiasmo, uma sensação de júbilo, uma aura de esperança, uma lufada de divindade.
A cidade da luz boa é hoje um verdadeiro símbolo da fé cristã, da partilha de experiências e da construção de laços de amizade que transcendem fronteiras, imune às diferenças étnicas, políticas, culturais e linguísticas. As suas calçadas ganharam uma vida muito mais rica e interessante do que aquela que os 4,5 milhões de turistas que anualmente recebe é capaz de proporcionar.
Paira no ar uma aura de união, comunhão, emoção e devoção. Para quem vive no coração da metrópole, a pouco mais de um quilómetro de dois dos principais palcos das atividades, o Parque Eduardo VII e o Terreiro do Paço, como é o meu caso, a vivência desta realidade chamada JMJ assume diferentes contornos, acrescenta novas perspectivas, provoca outras experiências, desperta inéditas emoções. Nestes dias memoráveis, Lisboa afigura-se como um farol de fé, onde os jovens católicos contatam com o seu pastor, estreitando os laços que os unem e fortalecendo a fé que os move.
A importância do evento é pujante, o ir e vir dos peregrinos constante, o aumento da circulação de pessoas flagrante e a troca de histórias e calor humano contagiante. Ouve-se falar praticamente todas as línguas, com predominância – pelas razões óbvias – do inglês, do espanhol e do francês. Entre quem está e quem chega compartilham-se vivências, dificuldades e alegrias, revelando a heterogeneidade e a unidade do catolicismo ao redor do planeta. O gosto em receber, acolher, ajudar, amparar, orientar, desfrutar é algo que se guardará na memória e no coração para todo o sempre.
É legítimo esperar que a JMJ 2023 impacte profundamente todos que dela fizeram parte, sejam residentes ou visitantes, reforçando a crença na força da juventude, no poder da união e no respeito à diferença. Faço votos para que este encontro histórico sirva como uma luz para iluminar o caminho dos mais novos, guiando-os na busca pelo bem comum e na construção de um mundo mais justo e fraterno.
Mas afinal, o que é a JMJ?
É um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. Foi instituído em 1985 pelo papa João Paulo II. De acordo com a sua organização, é também “uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil”.
Os números da JMJ Lisboa 2023:
– Entre 1 e 1,5 milhões de pessoas;
– Um custo à volta dos 160 milhões de euros;
– Dois concelhos envolvidos e 100 hectares de terreno ocupado;
– Cerca de 16 mil efetivos alocados à segurança;
– Cinco línguas oficiais;
– Um milhão de hóstias e duas toneladas de trigo para o seu fabrico;
– 128 horas de visita do Papa a Lisboa;
– Presença do Papa em 19 cerimónias;
– Mais de 313 mil peregrinos inscritos;
– 151 países representados;
– Cerca de 33 mil voluntários inscritos;
– 737 bispos inscritos;
– 29 cardeais inscritos;
– 350 milhões de euros de retorno financeiro para Portugal.
Nos próximos três dias, se puderes dá um salto até ao Parque de Jogos do Inatel, em Alvalade, de preferência no domingo, que é o dia em que vou dar uma palestra "em nome do empoderamento feminino". Vou lá estar o tempo todo e seria um prazer ver-te por lá.
Aquele abraço amigo e até breve!
Ora viva!
Que me perdoes mas com o tempo maravilhoso que se faz lá fora, seria até pecado ficar sentada atrás de um computador, ainda que seja a escrever para ti. Por isso, só tenho a dizer-te: "liberta o teu coração" e aproveita o dia para recarregar o teu stock de vitamina D e ser (ainda) mais feliz.
Um bom resto de dia e um excelente fim de semana, que esta solteira aqui vai apanhar um solzinho lá para a zona ribeirinha, que está um mimo. Queres ver? Pega nessas lindas bochechas traseiras que aposto que andam a precisar de tarefa e vai até lá confirmar.
Aquele abraço amigo de sempre!
"Era uma vez uma linda e (não tão) jovem rapariga chamada Ainda Solteira. Órfã de quase tudo (pátria, namorado, descendente, emprego, dinheiro e companhia social), a nossa heroína pela cidade vagueava à procura de eventos onde pudesse conviver, espairecer e conhecer pessoas novas. Numa dessas andanças, deu por si no salão nobre de um bonito castelo chamado Hotel Florida. É lá que se reúnem todos os meses os breakers, os participantes de um fantástico evento chamado BREAK".
Assim começa esta (nova) crónica sobre o after-work que acontece todas as penúltimas quintas-feiras do mês, a partir das 19 horas, no Hotel Flórida, em Lisboa. Já aqui tinha falado desta atividade, só que, na altura, ofuscada pela novidade do conceito, o artigo centrou-se essencialmente na refeição gratuita, no convívio e no sigthseeing. Hoje, na qualidade de freguesa da casa, quero dar-te a conhecer-te o outro lado do BREAK.
Aquando da última edição, já mais à vontade para partilhar algo mais que nome, profissão e situação laboral, lá comentei com um dos elementos do staff que tinha escrito sobre o assunto no meu blog. Daí a sacar do smartphone e aceder ao artigo foi um clique, três para ser mais precisa. Assim que acabou de lê-lo, este não se conteve: "O BREAK é muito mais do que aqui descreves. O que tentamos fazer é essencialmente networking e não dating."
Não fazendo caso do meu ar um tanto ou quanto debochado, desafiou-me a voltar a escrever sobre o assunto; desta vez, enfatizando a verdadeira natureza do BREAK e o seu real propósito: promover um contacto espontâneo e informal entre os participantes. Segundo ele, urgia desmistificar a ideia de que o movimento apenas serve para comer de graça e conhecer pessoas.
De bom grado acedi, pelo que dias depois, num final de tarde e em plena área de restauração das Amoreiras, lá estávamos nós – eu e o relações públicas deles – numa amena cavaqueira, que se alongou pela noite dentro, tal o entusiasmo dos intervenientes.
Diego Alvarez é o rosto à frente do BREAK e a pessoa que se disponibilizou para me dar a conhecer melhor esta iniciativa. É ele quem, mensalmente, recebe os convivas à entrada do salão onde decorre a atividade, dá-lhes as boas vindas e encaminha-os para os grupos com afinidades.
Jovem de trinta e tal anos, (ainda) solteiro, argentino por nascença, mas cidadão do mundo por preferência, a ele cabe fazer as honras da casa e garantir que ninguém se mantenha à parte. Não nessa noite. Sobre ele importa saber que, nos últimos 15 anos da sua vida, fixou residência em nove países (para além da sua terra natal, passou por Espanha, Inglaterra, Irlanda, Rússia, Polónia, Croácia, Ucrânia e, há coisa de dois anos, Portugal).
Cansado do clima das terras celtas – o último país onde viveu foi a Irlanda –, a escolha por terras lusas é fácil de se justificar: bom clima, boa comida, custo de vida barato e extenso património cultural. Resumindo e concluindo: veio atraído pela qualidade de vida.
Segundo ele, a adaptação não conheceu dramas dignos de registos, até porque o idioma luso não lhe era estranho. Em terras de sua majestade, com os brasileiros conviveu o suficiente para aprender a língua de Camões. Para além disso é licenciado em línguas e comércio internacional e marketing, o que justifica o seu à vontade para com meia dúzia de idiomas.
Recém-chegado à Alfacelândia, isto é, ávido por conhecer e explorar o (vasto) programa cultural que por aqui abunda, o primeiro passo deste latino-americano foi pesquisar na internet o leque de ofertas disponíveis. Foi assim que tomou conhecimento, através de um meet up, do BREAK. Como deves imaginar, tal achado despertou-lhe um interesse imediato, até porque pareceu-lhe uma excelente oportunidade para conectar-se com pessoas com interesses similares.
Seguindo o protocolo, Alvarez lá deu o ar da sua graça na edição seguinte do evento. Todo janota e desejoso de se enturmar, foi com deceção que, ao final da noite, o saldo de conversação pautou-se por um único diálogo: um alemão, que só meteu conversa com ele por tê-lo tomado por tuga. A impressão que lhe ficou dessa noite foi que os portugueses são acanhados e ilhados no seu mundinho.
Detetada a lacuna em termos de relações públicas – ausência de alguém que dinamizasse a coisa e estabelecesse a ponte entre as pessoas –, não pensou duas vezes. Enviou um e-mail à organização, dispondo-se a assumir o papel de mestre-de-cerimónias, em regime de voluntariado. Sim, porque este descendente direto dos maias, incas, aztecas e afins é um espírito indagador, inquieto e inconformado. Além da simpatia e do à vontade para meter conversa, requisitos que se exigem a um bom comunicador, ele é um dinamizador/empreendedor como poucos: está envolvido em tantos projetos – alguns internacionais – que nem sei aonde vai buscar tempo, energia e cabeça para dar conta de tudo. Para além do BREAK, faz souvenirs que ele mesmo vende aos turistas, escreve para jornais digitais, frequenta um mestrado e, nesse meio tempo, ainda procura a mulher da sua vida.
A sua atitude proativa, aliada ao background diretamente importado dos países por onde passou, valeram-lhe no BREAK o cargo de tinder humano, como eu própria o batizei. Já que o papel dele mais não é do que assegurar o match entre breakers com interesses compatíveis, achei que o nome não poderia ser mais adequado.
Mas em que consiste exatamente este networking que o BREAK tanto se esforça por promover? Antes de responder a isso, convém dar-te uma ideia concreta do que faz (exatamente) este tinder humano a partir das sete da tarde da penúltima quinta-feira do mês no Hotel Florida. O Diego posta-se, feito sentinela, à entrada do salão, batendo continência (com dois beijos, no caso das damas, e um aperto de mão, no caso dos "damos") a todos os que trespassam pela porta. A seguir, mais descontraído, apresenta a sua pessoa, apresenta o BREAK, dirige-se a cada um indagando sobre a profissão ou área de interesse. Feito isso, vai encaminhando os participantes para os grupos com interesses parecidos. Deles exige apenas que tentem falar com cinco pessoas, no mínimo.
Não faz follow-up sobre o que acontece fora das paredes do Hotel Florida, admite. A sua tarefa consiste tão somente em receber as pessoas, filtrar por área de interesse (de preferência profissional), fazer as apresentações e garantir que todos se sintam acolhidos e integrados. Mas, pelos elogios que lhe têm sido dirigidos de viva voz e pelos comentários via página do evento no Facebook, poucas dúvidas restam de que está no bom caminho. Ninguém melhor do que eu para atestar o seu bom desempenho. Afinal, eis-me aqui a escrever sobre o assunto…
Quando lhe perguntei há quanto tempo dá a cara pelo BREAK, admitiu não estar seguro da data exata. Mas que já lá vão vários meses desde que abraçou (mais) esta causa, disso não tem dúvidas. Talvez pelo seu espírito indagador e pouco acomodado, quem sabe por ser gritante a homogeneidade dos participantes, o seu maior desafio neste momento é diversificar a clientela do BREAK. Com isso quer ele dizer que está a envidar esforços junto da organização e de outras entidades, no sentido de conseguir atrair novos públicos, especialmente os negros, cuja ausência é flagrante. Só para teres uma ideia, de todas as vezes que lá fui, e já são algumas, eu e uma amiga, crioula idem, erámos as únicas representantes da raça.
Numa sociedade cada vez mais multicultural e etnicamente diversificada, é caso para se pensar no porquê de tal acontecer. Lisboa, sobejamente associada à multiculturalidade e à tolerância, é uma cidade que conta com uma expressiva comunidade negra, mais do que qualificada para tomar parte em iniciativas do género.
Nesse caso, por onde andam estes exemplares que nunca deram as caras por lá? Porque não aderem a este tipo de iniciativas? Por falta de informação? Por desinteresse? Por complexo de (auto)exclusão? São as respostas a todas estas questões (e mais algumas) que o Diego procura. Só assim lhe será possível delinear uma estratégia de atração e captação de novas pessoas para o BREAK.
Como hoje é sexta-feira, ou seja o fim de semana está por horas, este artigo debruça-se sobre uma série de atividades que podes fazer em Lisboa, a custo zero. Sim, leste bem. Não fazes ideia de quanta coisa se pode fazer na rua sem se gastar um cêntimo.
Não ter dinheiro não é desculpa para não sairmos de casa, ainda mais quando se tem o privilégio de morar numa cidade como esta: ensolarada, pacífica, amistosa e charmosa. Na minha opinião encantada, que merece ser admirada e mimada.
A Timeout, num caprichado artigo, dá-nos excelentes sugestões para aproveitar tudo quanto é à borla na capital alfacinha. Observação de estrelas, danças (tango, kizomba, forró ou lindy-hop), jogos de tabuleiro ou passeios a pé (com guia e tudo) são apenas alguns itens deste delicioso menu de lazer. Há bem mais para desfrutar a custo zero: troca de livros, sightseeing, sessões de poesia, leituras de contos, clubes de leitura, slackline, críquete, karaoke, grupos de corrida e ciclismo, massagens, aulas de yoga, cortes de cabelo, concertos, jantares, visitas a museus e monumentos, feiras e exposições, festas, quiz, make-up, pingue-pongue, enfim… o que não faltam são opções. Para saberes tim tim por tim tim é só acederes ao artigo original.
Se, como eu, andas com os bolsos rasos, já não tens desculpas para não saíres de casa e viveres uma cidade que tantos estrangeiros cobiçam, pagando (e bem) para dela poderem desfrutar. Bom programa e um excelente fim de semana.
Hoje deixo-te com este contributo da querida Jazinha.
Acho que todo mundo deveria ter o direito de ter um lugar para sonhar.
Um lugar para conhecer, finalmente, profundamente.
Um lugar para onde correr quando é preciso pensar em como arrumar a bagunça que se tornou a nossa vida. Um lugar para voltar quando é preciso recomeçar.
Um lugar para se sentir invencível.
Todo mundo deveria ter um lugar onde se sente amado.
Onde encontra o amor.
Onde ama tão verdadeiramente que todo o resto parece menor, menos o lugar.
Um lugar para se sentir completo.
Um lugar para andar de mãos dadas e sorrir de dentro para fora.
Um lugar para se lembrar de tudo isso.
Todo mundo deveria ter uma Lisboa.
Na tentativa de provar que, seja qual for a tarefa que desempenhamos no nosso dia-a-dia, há sempre alguém que repara em nós, uma equipa do programa Café da Manhã da RFM surpreendeu, um dia destes, uma distribuidora de jornais, quando esta entregava, com um sorriso no rosto, um jornal a um condutor numa rua de Lisboa.
Aquele que julgava ser um dia normal de trabalho transformou-se assim numa aventura marcada por surpresas, pois, além de receber massagens, dicas de beleza e cantar nos estúdios da rádio, Sandra teve ainda a oportunidade de conhecer Áurea, a sua ídola.
Já pensaste se fosse contigo? Por isso, faça o que fizeres, fá-lo bem - para tal só tens que dar o melhor de ti - porque (afinal) há sempre alguém a reparar em nós.
Camaradas minhas (de vinte, de trinta, de quarenta e até de cinquenta, que somos todas companheiras de luta) é já amanhã o Halloween e, como este ano a data cai num sábado, não há desculpas para não entrarmos no espírito da coisa e aproveitarmos ao máximo o dia, ou melhor dizendo, a noite das bruxas.
De acordo com o Dr. Google, o guru da pesquisa online, esta festa pagã, celebrada a 31 de outubro, é particularmente popular nos países anglo-saxóficos, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Em grande parte por culpa daquele (bendito) fénomeno chamado globalização, esta afeméride tornou-se um evento sem fronteiras, assinalado um pouco por todo o mundo. E Portugal não é (nem quer ser) exceção.
Aqui pelos lados da capital, a cidade de todos os encantos, o que não faltam são opções para a noite do medo, e como amiga que é amiga partilha coisas boas, deixo-te com algumas delas:
1. Lisboa Halloween Parade - uma proposta que promete, já que a ideia é juntar bruxas, vampiros, feiticeiros, fantasmas ou lobisomens, naquele que ambiciona ser o maior desfile de máscaras alguma vez realizado no país. O evento realiza-se no dia 30 e o ponto de encontro é na Avenida de Roma, junto à linha do comboio, pelas 21h00.
2. Halloween Night Lisbon - esta iniciativa da freguesia de Arroios (a minha, quanto orgulho) ocorre entre as 15h00 e as 23h00 deste sábado, período durante a qual todo o comércio estará de portas abertas para receber vizinhos, fregueses e curiosos. Do programa fazem parte DJs, dançarinos e cantares das mais de 70 nacionalidades ali representadas, sendo que a ação desenrola-se na Avenida Almirante Reis, Morais Soares e Praça do Chile.
3. Run Party Halloween - uma corrida noturna de cinco quilómetros em Monsanto, no final da qual haverá uma festa para os corredores mais destemidos.
4. Atlético Clube de Portugal - festa que acontece no dia 31, por volta das 21h00, e com bilhetes a partir de 10 euros.
5. Museu da Eletricidade - no dia 31, entre as 21h00 e a meia-noite, o museu e a Praça do Carvão vão estar transformados numa autêntica casa de terror. A entrada é livre, sem marcação prévia, mas quem aparecer tem de estar à medida do ambiente: mascarado.
6. Fox Halloween Party - atividade que promete agitar a Lx Factory, em Alcântara, na noite deste sábado, a partir das 23 horas. Mais do que andar de um lado para o outro a fingir-se de morto, é possível dançar ao som dos DJs Kamala, Nokin e João Vaz.
7. Clubes noturnos (B. Leza, Ministerium Club, Club Noir, Fábrica do Braço de Prata, Clube Ferroviário, só para citar alguns) também vão dar azo à imaginação e propor programas a rigor.
Quanto a mim, ainda não está decidido a qual delas vou dar a honra da minha presença. Só sei que vou estar na rua a celebrar (fantasiada a rigor), mas sobretudo a viver e a conviver. Que é isso mesmo que importa na vida: ser e estar feliz. E mais nada!
A minha casa, em especial o quarto, é um lugar sagrado para mim, o meu refúgio, o último reduto quando quero estar em paz comigo mesma e recerregar as baterias necessárias para levar a bom porto este barco louco chamado vida.
Como uma sagitariana de gema que sou, adoro socializar: noitadas, festas, convívios, comer fora, passear, viajar e por aí fora são condições sine qua non para ser e estar feliz. Mas o melhor de tudo mesmo é estas coisas poderem ser feitas porta fora, fazendo da nossa residência o melhor abrigo, sobretudo naqueles momentos em que só nos apetece sossego, aconchego e solidão. Como divido casa com outras colegas, o quarto é o meu cómodo favorito da casa, o meu universo privado. E, como tal, sou muito criteriosa em relação à forma como o decoro e às coisas (e, já agora, pessoas) que lá entram.
Tudo isto para dizer que, como sexta-feira é dia da rubrica "Home, Sweet Home", partilho contigo uma dica para tornar a divisão onde passamos mais parte do nosso tempo num sítio mais aconchegante, personalizado e original, logo mais nossa cara. Há quem recorra ao papel de parede (que acho lindo, já agora), há quem recorra a telas, há quem recorra a peças artesanais, há quem recorra a posters e fotografias, enfim o que não falta são opções. Eu recorro a postais, mais precisamente àqueles gratuitos, que há por aí aos montes e em todo o lado, apenas à distância do nosso querer. Não se gasta nada, está mesmo à mão, não exige muito tempo a colar nem paciência para pensar na sua disposição e ainda pode ser uma oferta de gentes das nossas relações.
Por onde quer que passe e veja uma estante com postalfree, lá vou eu catá-los. Os meus amigos, sabendo que o melhor souvenir para mim são postais, trazem-me cada um mais espetacular que o outro. E a cada novo exemplare, toca a assinar atrás o dia, o sítio onde o encontrei ou o nome da pessoa que me ofereceu. Assim vou enfeitando as paredes do meu quarto de um modo original e a custo zero. Assim vou construindo o meu castelo encantado digno de qualquer revista de decoração. Assim vou tornando o meu quarto um recanto mais meu.
A ideia não é original, mas o facto é que, além de ficar todo catita e acolhedor, é uma soberba oportunidade de dar a volta ao mundo sem sair do aconchego do lar. Paris, New York, London, Singapura, Maldivas, Cabo Verde, Japão, Alasca, Patagónia, Seychelles, Índia, etc, saem da imaginação e adentram pela visão. Sempre que quisermos, por quanto tempo quisermos, sem sairmos do lugar e sem gastarmos um tostão.
Hoje vou abordar um tópico que, infelizmente, afecta muitas de nós, mulheres a caminharem a passos largos para a primeira década do "enta", "entinhas", como gosto de lhes chamar, que é o desemprego, melhor dizendo, a procura desenfreada por um trabalho. Uma odisseia, tantas vezes ingrata, infrutífera e inglória, e com danos colaterais devastadores: emocionais (ansiedade, insónia e desânimo), físicos (olheiras, cabelos brancos, ar abatido, rugas, pele baça), sem falar nos financeiros (no meu caso então, que nem sequer tive direito ao subsídio, este é o maior de todos).
Tudo isto para dizer que, após a resposta a um anúncio para marketeer digital, recebo um e-mail a propor-me um desafio. De acordo com palavras da pessoa que assinou a missiva, este serviria "para nos ajudar a seleccionar o candidato ideal, estamos a lançar um pequeno desafio aos candidatos. A ideia é replicar um contexto real de trabalho e fazer uma análise o mais objectiva possível."
Tinha então 48 horas para responder a meia dúzia de questões exigentes e armadilhadas, sim porque os recrutadores adoram passar rasteiras aos candidatos, mal conseguindo conter o gosto em vê-los estatelarem-se ao comprido. Tendo em conta que o desafio foi-me lançado numa sexta-feira à tarde, isso queria dizer que o meu fim de semana, que por ironia do destino previa-se ensolarado e caliente, tão caraterístico do início de setembro em Alface City, vulgo Lisboa, estava destinado a elaborar respostas criativas, aliciantes e bem melhores do que as dos restantes concorrentes, que segundo a contabilidade do site já ia nas 245 candidaturas.
Tinha portanto o sábado e o domingo para pensar, imaginar, criar, escrever e convencer o desafiador que era a melhor de entre todos os outros. Sábado nada saiu, nem uma única linha. Domingo, assim que saio da cama, sento-me em frente ao pc, com o meu tabuleiro com o brunch, e de lá não saí até dar por concluída a tarefa.
E pode acreditar que caprichei, pena que não foi o suficiente, já que uma semana e tal depois, sou agraciada com esta mensagem: "analisámos cuidadosamente todas as respostas enviadas. Não vos queremos deixar sem notícias: acabámos por seleccionar outro candidato, cujo perfil e competências nos pareceram mais adequados ao que precisamos nesta fase. As candidaturas em geral foram muito boas e a grande maioria das pessoas que respondeu ao desafio fê-lo com grande qualidade, pelo que o facto de não vos termos chamado para entrevista não significa que não tenham feito um bom trabalho", assinado pelo site manager e com direito a ter que levar com as fuças do dito cujo, já que este gosta tanto da sua pessoa que resolveu incluir uma fotografia sua na assinatura do e-mail. Se ao menos, fosse um gajo giro e podre de bom..
O que me consola, e que amortece significativamente a minha frustração, é o facto de saber que dei o melhor de mim e que eles perdem mais por não me terem escolhido do que eu por não ter sido escolhida.
E agora deixo-te que a busca ainda não terminou e aquele que será o meu próximo emprego está algures à minha espera.
Fui!
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