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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Dias de pura frustração é o que tenho vivido nas últimas semanas. Para além da dificuldade em conseguir fechar com os convidados do ciclo de lives Saturday Single Spot, também não fui bem-sucedida na intenção de partilhar o meu know-how sobre o sucesso. O tal workshop a que me propus fazer no sábado, só recebeu uma manifestação de interesse, e mesmo essa acabou por eclipsar-se ante a informação que era a única. Não que eu não tenha mostrado disponibilidade para avançar mesmo assim (sou mulher para isso e bem mais), a pessoa é que desistiu, dando a entender que estava mais interessada na popularidade da sessão do que propriamente em adquirir conhecimento.
Outro foco de tensão emocional tem a ver com o Love for You Match, ao qual não encontro forma de levar as pessoas a aderir, não obstante a quantidade de corações solitários que diriamente me confidenciam precisar de ajuda para encontrar o amor. E nem o facto de ter disponibilizado uma versão gratuita deste serviço de cupido foi suficiente para despertá-los do estado comatoso em que insistem permanecer. A sensação que tenho é que todos clamam por amor, mas poucos são aqueles que estão dispostos a fazer algo concentro para o obter. Enfim... cada um é responsável pela sua própria felicidade.
Para colmatar todo este malogrado quadro, propus-me a mudar de editora, já que a outra não demonstra estar à altura do desafio que é o tal livro de provérbios cabo-verdianos de que já te falei em ocasiões anteriores. A editora que eu queria, a melhor de todas em Portugal, emitiu um parecer negativo em relação à publicação da obra, não me deixando outra alternativa que não seja recomeçar novamente a operação de charme junto de outras. Preciso, pois, gerir a frustração, levantar o ânimo, erguer a cabeça e ir bater a outra(s) porta(s).
Bem que os astros previram que este mês de junho exigiria “uma tomada de consciência de todas as coisas que ainda nos são desconfortáveis, sem a qual é impossível renascer”. Falando por mim, é claro que os tais planetas retrógrados, Mercúrio e Saturno (se bem me recordo), não estão para brincadeiras. Tudo bem, faz parte, há dias e dias e há ir e vir...
Para atenuar o desânimo, nada melhor do que "shoppingterapia", de preferência na companhia de uma boa amiga. Assim, a tarde de ontem foi passada no Vasco da Gama, num entra e sai de lojas, naquela que foi a nossa primeira maratona de compras em tempo de pandemia. Após meses e meses a comprar apenas online, a aventura deste domingo soube-me lindamente, não obstante as largas dezenas de euros que investi em novos modelitos para o verão, a ser novamente gozado na costa gaulesa, aonde sempre sou feliz.
Voltando ao tema-chave deste post, a frustração, com esta partilha pretendo relembrar-te que o fracasso faz parte da dinâmica do sucesso, que na verdade ele é tão essencial quanto o próprio. Como poderia um existir sem o outro? Assim como o fraquejar fazer igualmente parte do percurso de qualquer guerreiro. O importante é levantar e seguir adiante.
Noutra altura, provavelmente, não assumiria tão abertamente o momento atual pelo qual estou a passar. Hoje, com a maturidade, a sabedoria e a humildade que só aqueles que se mantêm firmes no propósito de evoluir sabem reconhecer, dou a cara, sem bazófia nem pudor, por qualquer fase da minha vida, seja ela boa, seja ela menos boa. Tenho consciência - e aceito - de que tudo faz parte da experiência e que na vida mais importante do que a meta é o percurso que se faz para lá chegar.
É meu princípio de vida ser assertiva e transparente nas minhas ações, daí que pretenda com este desabafo frisar que a vida é feita de altos e baixos e que a minha não foge à regra. Como tal, tanto partilho momentos de sucesso como partilho momentos de fracasso, já que ambos fazem parte do pacote chamado vida. E não penses que me sinto desmerecida por estar a vivenciar neste momento o período baixo. Frustrada sim, desanimada, claro, mas fracassada jamais.
Termino dizendo que continuarei a batalhar para atingir os meus sonhos, para alcançar os meus objetivos. O não ter dado certo desta vez não quer de modo algum dizer que não dará certo da próxima. Tentarei as vezes que forem precisas, até conseguir. Espero de todo o coração que te sintas inspirada por esta crónica ao ponto de (re)assumires o comando do teu sucesso e renovares a esperança em atingi-lo, pois quando queremos, e fazemos por isso, chegar lá é mera questão de tempo. E oportunidade, está visto!
Aquele abraço amigo e uma semana esplendorosa para ti, para mim e para todas os outros.
P.S. - A boa nova é que a partir do dia 22 os planetas vão aliviar a pressão, passando assim a conspirar a favor dos mortais 😉.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia.
Uma geração que teve muito mais do que seus pais.
Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil.
Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações.
Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço.
Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida.
E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o património da felicidade.
E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Eliane Brum
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