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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva ✌️!
Em compasso de espera para a aula de inglês, acredito ter tempo para por-te a par da tal nova funcionalidade amorosa sobre a qual falei na passada sexta-feira. Coincidência ou não, poucas horas após ter publicado o post, eis que me deparo com o tal separador Encontros na minha app. Num frenesim para explorá-lo, não hesitei em seguir todos os passos, começando pelo típico questionário - tão mais do mesmo das apps de engate - e terminando com as fotografias mais estilosas.
Uma vez concluído o processo, sou informada de que de momento não existiam perfis para mostrar, uma vez que a funcionalidade tinha acabado de estar disponível. Ser pioneiro tem destas coisas: temos que esperar pela chegada dos outros, cada um a seu tempo e ritmo. Assim, andei eu expectante durante todo o fim de semana, à espera de ser notificada sobre potenciais pretendentes. O que não aconteceu, vou logo adiantando.
Há instantes, ao abrir o separador para fazer o print screen, reparei que já tenho uma dúzias deles, o primeiro de nome Jean Ricardo. Mereço?! Dado que só me restam 20 minutos para acabar de escrever esta crónica, a exploração dos seus perfis terá de ser adiada para a calada da noite, quando nada mais houver para ocupar o meu tempo.
A par de nos ajudar a encontrar o amor, parece que o Facebook também abraçou a missão de nos aproximar daqueles que nos estão fisicamente próximos. Como poderás constatar na imagem acima, existe igualmente um outro separador intitulado Amigos nas Proximidades. A esse ainda não aderi, já que demanda que altere as minhas definições, de modo a ser possível partilhar a minha localização. Dado que sou muito ciosa da minha privacidade, para depois deixei a exploração desta segunda novidade de uma rede social que anda a reinventar-se a toda a força, na tentativa de controlar a evasão dos utilizadores mais jovens.
Da parte que me toca, estou bastante agradada com todas estas novas funcionalidades, assumo. Se a isso acrescentar o facto de ser totalmente gratuito, tudo o que vier será lucro.
Por ora é tudo, que a aula já começou e prestar atenção é imperativo. Retomarei o assunto mal tenha novidades, que a cada swipe à esquerda parece condenar ao fracasso as minhas possibilidades de sucesso. Just a feeling... 😉
Aquele abraço 🤗 amigo de sempre!
Ora viva! ✌️
Hoje, ainda que por pouco tempo, tive a oportunidade de privar com o lado desagradável do sucesso. Seguramente à conta do mediatismo dos últimos dias, fui despertada do meu descanso prolongado por uma avalancha de pedidos de amizade no meu perfil no Facebook.
Só para teres uma ideia, em pouco mais de uma hora este já contava com duzentos e tal novos amigos. Isto porque, de modo imprudente e impulsivo, fui aceitando os convites que me eram endereçados, sem parar para refletir sobre as implicações daquilo que estava a fazer. A ficha só caiu quando comecei a ser bombardeada pelo Messenger com chamadas e mensagens. Em questão de minutos, recebi pedidos de ajuda e de dinheiro, agradecimentos, piropos, elogios, conversa fiada e até uma imagem obscena. Com o mesmo frenesi, as chamadas não paravam. Nem bem acabava de rejeitar uma, lá vinha outra a clamar pelo ícone verde. Do mesmo "chamador" ou de outro qualquer, essas chamadas anunciavam que o ter aceite o convite de amizade foi interpretado como um convite ao engate. Ou que o facto de ser autora de um blog chamado Ainda Solteira significava que ando desesperada por um macho.
Abro aqui um parêntesis para esclarecer que a minha definição de privacidade há muito que determina que apenas amigo de amigo pode enviar-me convite de amizade. Quanto a isso sempre fui inflexível: impedir o acesso ao meu perfil a desconhecidos, pessoas com quem nunca tenha privado na vida real ou com quem não partilhe determinado círculo de amizade.
Na ressaca do meu recente sucesso na comunicação social cabo-verdiana, baixei a guarda e aceitei pedidos de amizade de pessoas alheias ao meu convívio. Foi quanto bastou para que amigos desses recém-amigos conseguissem chegar até mim.
A debandada desta manhã assumiu tal proporção que o próprio Facebook por duas vezes bloqueou-me o acesso à conta. Imagino que deva ter pensado que se tratava de um hacker ou de uma mobilização massiva do Daesh, já que, em 75 minutos, passei de utilizador com uma média de duas novas amizades por mês a utilizador com duas centenas de novas amizades, sendo 99% delas do sexo masculino, a maioria portadores de nomes árabes e muçulmanos.
Porque aceitei estes pedidos de amizade? Porque a ingenuidade que insiste em não deixar-me ver as coisas como elas de facto são, pelo menos num primeiro momento, disse-me que estava aí uma boa oportunidade para angariar novos seguidores para a página do Ainda Solteira. Assim, dei por mim a batalhar em duas frentes: no tablet aceitava os pedidos de amizade e no telemóvel enviava convites para gostarem da página. Quanta ingenuidade minha! O número dos que aceitaram ser fã da página não atingiu sequer 10%.
Ao constatar que o interesse deles não estava em mim enquanto autora, e com cada vez mais requests a chegar, tomei a decisão de desferir o golpe fatal, sob pena de ver comprometida a guerra contra o assédio. O primeiro passo consistiu em bloquear os áudios. Depois "ignorei" os textos, enviando-os para a pasta (oculta) dos pedidos de mensagem. A seguir, encetei a empreitada de remover todas essas amizades recentes. Por último, rejeitei todos os outros pedidos pendentes, que a essa altura já ultrapassavam as duas dezenas.
Mesmo sendo um processo moroso e enfadonho, nem um único perfil escapou à chacina. Dos cerca de 1.100 amigos que já tinha acumulado, sobraram 816, basicamente os mesmos que tinha antes da fama. Mais pedidos continuam a chegar, só que em menor quantidade, com todos eles a conhecerem o mesmo destino: "eliminado".
Quem quiser saber da minha vida enquanto blogger poderá fazê-lo através da página do Ainda Solteira. Gostando ou seguindo, será sempre bem-vindo, disso pode estar certo. Quanto ao meu perfil, a conversa é outra. Por ser pessoal, logo privado, só lá aceito aqueles que considero amigos, pessoas que conheço pessoalmente ou com quem tenha, no mínimo, 10 perfis em comum. Àqueles que não cumprem nenhum desses requisitos deixo o seguinte recado: "Não se deem ao trabalho de me enviar pedidos de amizade, pois estes serão impiedosamente rejeitados!"
A minha postura na vida sempre se pautou pela máxima "qualidade, em vez de quantidade" e não vai ser agora, por causa de três artigos em jornais, que dela vou abrir mão. Este lado da fama dispenso de bom grado. Termino lembrando que há uma linha que separa a minha vida pessoal da minha vida profissional e que essa linha está muito bem demarcada: o perfil é para a privada e a página para a pública. Fui clara?
Aquele abraço amigo e desejos de um ótimo fim de semana!
Viva!
Porque coisas boas devem ser partilhadas com aqueles que mais estimamos, quero dizer-te que já conquistei 500 seguidores no Facebook. Para muitos pode parecer coisa pouca, mas para mim representa uma grande conquista.
Se és um dos que me segue nessa rede social, um profundo obrigado pelo interesse, confiança e fidelidade. Juntos somos constelações!
Ora viva!
Não é de hoje que venho apregoando que a solteirice é um tema que não se esgota na sua essência; pelo contrário, extravasa a fronteira do coração desocupado, da cama vazia, do lar solitário ou da companhia inexistente. O mercado associado a esta realidade tem-se revelado cada vez mais atrativo, competitivo, e consequentemente, lucrativo. Com um potencial colossal, e com o número de desemparelhados a assumir proporções inéditas, a solteirice tem despoletado o florescimento de uma infinidade de produtos e serviços.
De acordo com um artigo da CNN, "nunca houve um momento melhor para ser solteiro". Só para teres uma ideia, calcula-se que existam mais de 5 biliões de solteiros no mundo. Só no Brasil são mais de 78 milhões, nos Estados Unidos mais de 110 milhões (dados de 2017) e em Portugal dados de 2011 apontam para mais de 4 milhões. Em Paris – cidade que alberga mais de 2 milhões de habitantes – existem mais solteiros do que casados, fazendo desta a cidade europeia daqueles que, como eu, ainda não encontraram uma pantufa para o seu pé cansado.
Voltando ao tema desta crónica, escrevia eu que a solteirice é um negócio cada vez mais lucrativo e compensador. Vejamos: lá para as bandas das américas já existem empresas que alugam par para eventos, "namorados" e até abraços. Na China, o dia dos solteiros já é o maior evento de comércio online do mundo. Do bom e velho sexo vou apenas citar, dado que se trata de um negócio cujas receitas são do conhecimento geral do planeta. Idem aspas no que toca às apps e sites de engate, cujos números ascendem a milhões de utilizadores e, por tabela, de cifrões. Na versão real da coisa, as agências matrimoniais faturam igualmente uma fortuna. Aqui em terras lusas, a mais conhecida – a que cheguei a recorrer, acabando por desistir ao tomar conhecimento da tabela de preços em vigor – apresenta pacotes que ascendem às centenas de euros. Que dizer dos malfadados programas televisivos, eternos candidatos ao cargo de São Valentim, os quais já aqui abordei no post Os dating shows são decadentes, contudo viciantes?
Remato esta linha de raciocínio com mais três exemplos de serviços e/ou produtos direcionados em exclusivo para a comunidade solteira: speed datings (agora em julho aventurei-me num, lembras-te?), singles travel (a preços acessíveis a partir dos quatro dígitos) e singles parties (nenhum deles gratuitos, convém ressalvar). Até ouvi falar de sessões ao estilo 50 Sombras de Grey exclusivas a celibatários, em que se pagam montantes obscenos.
Aposto que é por tudo isso – e, obviamente, para tentar debelar a debandada da malta jovem – que a empresa-mãe de Mark Zuckerberg, Facebook, resolveu apostar num novo serviço: o Facebook Dating. Lançado esta quinta-feira nos Estados Unidos, a nova funcionalidade vai permitir, entre outras coisas, integrar publicações e histórias do Instagram no perfil do utilizador, bem como acrescentar os amigos a uma "lista secreta de paixonetas".
Segundo comunicado pela empresa, o Facebook Dating, que se assume como concorrente direto dos Tinder da rede, tornará fácil encontrar o amor através dos gostos pessoais, ajudando a começar relacionamentos com significado através dos aspetos que os utilizadores tiverem em comum, tais como gostos partilhados, eventos e grupos.
Em relação à tal lista de "paixonetas secretas", que pode integrar até nove pessoas, caso haja reciprocidade entre os membros destas listas, ou seja, se uma das pessoas escolhidas também tiver adicionado o utilizador à sua própria lista, haverá um match. Caso não exista interesse da outra parte, a lista continua secreta. Onde foi mesmo que já vimos/ouvimos esta?
A novidade já se encontra ativa em 20 países, devendo chegar ao mercado europeu no início do próximo ano. Para ter acesso ao cupido do Facebook bastará aos interessados criar um perfil e ter mais de 18 anos. De modo a não excluir ninguém, sobretudo aqueles que não estão registados nesta rede social ou não querem ver o seu perfil associado ao fénomeno "finding love", oferece-se a possibilidade de uma conta à parte, independente do perfil "oficial".
É, meu bem, a solteirice é que está a dar. Goste-se ou não, a verdade é que os negócios associados aos corações solitários estão-se a tornar cada vez mais cobiçados, ao ponto do patrão da maior rede social do mundo querer meter a colher no assunto, ou devo dizer, a mão na massa?
Por hoje é tudo, para a semana há mais. Aquele abraço amigo e um sincero desejo de que o fim de semana seja salpicado por sol, sombra, água fresca e amor, claro!
Se te andas a lamentar por continuares sem namorado, este artigo vai dizer-te o que pode estar entre ti e o teu príncipe, ou melhor, entre ti e aquele que te vai fazer feliz. Profunda esta introdução, não? Pena que não seja minha, mas sim da revista Activa que, citando Margarida Vieitez, mediadora familiar e autora do livro O melhor da Vida Começa aos 40 e da página de Facebook Love Doctors, aponta vários motivos capazes de justificar a solteirice de uma mulher. Ei-los:
A expectativa
"Temos expectativas desfasadas", considera esta especialista: "Queremos o companheiro ideal, 'o grande amor da nossa vida', e já não procuramos o Príncipe Encantado, procuramos o Super-Homem: tem de ser giro, inteligente, com bom nível socioeconómico. Que nos faça feliz, nos dê atenção, que nos seduza, que nos conquiste, e quando alguma destas coisas não acontece, ficamos desiludidas." (De facto...)
O 'tipo'
Quantas vezes não disseste já 'ai ele não é nada o meu tipo'. "Somos muito mais seletivas agora", concorda Vieitez. E não é bom sermos exigentes? "Só é bom se nos fizer bem. Mas se, por causa disso, estamos sistematicamente sozinhas, estaremos a viver bem a nossa vida? Não somos feitos para viver sozinhos. Há pessoas que nem sequer se aproximam porque as características físicas não correspondem àquilo que elas definiram como critério. É óbvio que é importante existir atração. Mas há pessoas que rejeitam à partida, porque a imagem delas não corresponde àquilo que querem. Os homens fazem muito isto, por isso é que há tantas mulheres sozinhas." (Minha Nossa Senhora da Solteirice livrai-me deste pecado!).
A vaidade
Ah, portanto, escolhemos uma pessoa por vaidade? "Às vezes. Os homens querem uma mulher para exibir, parece que a namorada é o bilhete de identidade deles. Mas as mulheres fazem isto quanto ao sucesso profissional dos homens. Se não tiverem uma boa posição financeira, elas também os rejeitam. Ou seja, estamos a ter critérios de escolha de parceiros como temos critérios de escolha de um carro. E estamos a ficar cada vez mais sozinhos, apesar das inúmeras possibilidades abertas pelas redes de encontros, que promovem também estas características", nota esta mediadora familiar. (Guilty!)
A experiência
A vida marca-nos, deixa-nos medos e receios de voltarmos a ser magoadas. Por isso, as pessoas muitas vezes preferem recuar a ter a hipótese de se magoar novamente. (Duplamente culpada)
O trabalho
É normal que, em tempo de crise, a carreira se torne cada vez mais na grande prioridade da vida, e também num enorme sugadouro de tempo e de energia. Conciliar isto com filhos e uma relação, é muito complicado, especialmente para as mulheres. "É preciso tempo para investir na busca de um novo amor. É preciso tempo, vontade e paciência para voltar a sair com amigos, para ir a um ginásio, para frequentar cursos, para conhecer pessoas novas, para se divertir, e quando é que as mulheres têm tempo para elas?", diz Margarida Vieitez. (Desse mal não sofro)
A paz
Mas é bom estar em paz, ou não? Claro que é bom: se é aquilo que queres. Mas se o que queres é um novo amor, a rotina não te ajuda. Estar confortável, ter uma boa vida, uma casa bonita, DVDs para ver à noite, tudo isso é fantástico, mas a verdade é que vais ter de sair do sofá se queres que qualquer coisa aconteça na tua vida fora da televisão. "As pessoas querem encontrar um novo amor, mas depois não fazem nada para que isso aconteça. Se ficares em casa todos os fins de semana sentada no sofá a ver séries, é pouco provável que te caia no colo o homem da tua", explica esta. Bem, pode-te aparecer alguém no Facebook, mas mais dia menos dia vais ter de sair com ele, ou a coisa transforma-se numa daquelas relações totós que não andam para a frente nem para trás. (Acuso-me!)
O Facebook
Não entendas mal: hoje em dia as redes sociais são a forma mais imediata e prática para se conhecer alguém. O que é importante é saber usá-las: se estás ali para fazer amiguinhos novos e ter alguém com quem dar uns dedos de conversa à noite e mais nada, ótimo. Se procuras mais qualquer coisa, evite os fundos falsos. "Há muitas pessoas que passam horas a conversar com imensa gente, mas depois a relação não evolui para nada e não passa dali mesmo", nota Margarida Vieitez. Quer dizer: é preciso que as mulheres aprendam a distinguir os homens que não querem compromissos, e que não insistam em batalhas perdidas. Se estás num site de encontros, atenta-te que te vão aparecer pessoas muitíssimo diferentes. "É um risco, mas conheço vários casais sólidos e felicíssimos que se conheceram pelas redes sociais." (Ups, i did it again!)
O sexo
Não o sexo em si, mas o facto de se ser homem ou mulher. Continua mais fácil para um homem refazer a sua vida amorosa depois do divórcio do que para uma mulher, principalmente por causa dos filhos, que ficam quase sempre a cargo das mulheres. E também porque os homens continuam a preferir mulheres mais novas. (Sem informação suficiente para comentar)
A carência
"Há mulheres tão carentes que afugentam os homens, sem se aperceberem. Não há nada que assuste mais um homem do que uma mulher muito ansiosa por encontrar um novo amor, porque eles percebem isso e afastam-se, e elas acabam por atrair homens também eles desesperados", nota Margarida. Conselho: tem calma, que o amor acaba por acontecer. Enfim, ou não, mas de outra maneira pode acontecer qualquer coisa que não tem nada a ver com amor. (Hum... tem dias!)
A descrença
As pessoas já partem derrotadas e a achar que nunca vão ser felizes. "Têm muita dificuldade em acreditar que o amor possa acontecer de novo, o que as leva muitas vezes a baixar os braços", explica. "Isso são medos, que, trabalhados e percebidos, são ultrapassáveis. O que deves ter em mente: não existem pessoas perfeitas nem relações perfeitas: tenta encarar o outro como um ser imperfeito e tenta perceber se consegues aceitá-lo na sua imperfeição ou não. Isso é o fundamental." (It's me!)
Esta conselheira nascida em Moçambique, há 48 anos, vai mais longe e sugere alguns sítios onde podemos encontrar o amor: nos ginásios, nos cursos, em aulas de dança, em casa de amigos. Mas chama a atenção para o facto de que esta empreitada pode levar tempo, e não te deixares abater se a coisa não funcionar ou se encontrares mais tipos parvos do que homens que são 'o teu tipo'. Contacta os amigos que também estão sozinhos, juntem-se para jantar ou ouvir música, partilhem amizades. É um processo que leva tempo, mas hoje em dia há cada vez mais divórcios e cada vez mais gente disponível. Podes frequentar a Internet, mas tendo cuidados básicos e percebendo que tipo de pessoas são aquelas que lhe aparecem.
Para mal dos meus pecados revi-me em (quase) todas as situações por ela descritas. O que só reforça aquilo que já todas sabemos: sou uma solteira nata. E tu, solteira minha, inocente ou culpada?
Pertenço ao grupo do Facebook Emprego Lisboa, onde, além de partilharmos as ofertas e oportunidades de trabalho e formação, vamos discutindo tudo o mais que tenha a ver com o drama nosso da procura por um trabalho.
E muito se tem falado entre nós acerca das empresas fakes, que abundam por aí a recrutar incautos e a extorquir dinheiro aos mais despreparados. E a pergunta que a maior parte dos aliciados têm feito é: "como é que conseguiram os meus dados, se não respondi a nenhum anúncio deles?"
Pois, eu tenho a resposta. E esta é verdadeira, pois resulta de uma experiência que fiz - porque não dizer armadilha -, através da qual obtive a prova concreta de como funciona esta dinâmica corrupta e amoral.
Dias atrás, forneci um endereço de e-mail único (que tinha acabado de criar propositadamente para o efeito) a um desses sites que praticamente nos "obriga" a registar para podermos ver as ofertas ou responder a anúncios. Não forneci esse endereço a mais ninguém.
Ontem, toca-me o telefone e uma senhora atipicamente empática diz-me que me estava a contatar na sequência de uma candidatura a uma vaga de apoio ao cliente. Tenho respondido a tantos anúncios que mal me lembro de todos eles, pelo que me dispus a agendar uma entrevista com eles. Diz-me ela que depois enviaria a morada por sms. 30 segundos depois, recebo o tal sms a dizer que a entrevista seria na rua Alexandre Herculano, nº 2. Preciso dizer mais?
Já me tinham contatado da JR Marketing Solutions, da Lemonade e agora foi a VanSN Marketing, membros honorários da nossa lista de empresas fraudulentas.
Após constatar a empresa por detrás do convite de entrevista, pus-me a pensar como é que tinham tido acesso aos meus dados, já que nunca na vida responderia a um anúncio que viesse da parte deles. Ocorreu-me ir checar o inbox desse endereço de e-mail (que não tinha dado a mais nenhum recrutador) e estava lá a mensagem de confirmação da entrevista por parte da VanSN.
Era a prova que me faltava. Ou seja, o site no qual inscrevi-me com esse endereço os forneceu a esse grupo, sem pudor, sem escrúpulos e sem o meu consentimento. Quando digo forneceu, quero dizer "vendeu" ou são eles próprios os donos destes sites.
Por isso, aos camaradas de luta, deixo um alerta: muito cuidado com os sítios onde deixam os vossos dados. Alguns deles são autênticos mercenários que se aproveitam do drama dos desempregados para montar um verdadeiro negócio de base de dados, que depois vendem ao desbarato a empresas fraudulentas do qual todos nós já aqui discutimos.
Ainda há dias, a Sic Notícias exibiu uma reportagem sobre esse submundo do recrutamento, em que ofertas de emprego falsas servem o único propósito de angariar contatos, que mais tarde serão convertidos em bases de dados, que depois serão vendidos a empresas sob a forma de mailing list.
E não penses que as empresas ditas "idóneas" também não fazem isso. Vou dar-te um exemplo: há uns tempos atrás candidatei-me a uma vaga na Nestlé Portugal. E, coincidência das coincidências, a partir daí tenho recebido religiosamente a newsletter deles. Agora a pergunta: como obtiveram eles este meu endereço, que só uso para questões profissionais? Eu candidatei-me a um emprego e não a receber propostas comerciais.
A todos os desempregados que seguem este meu blog despeço-me com um alerta: fiquem atentos a ofertas e sites duvidosos e não se ponham a jeito, pois o mercado de trabalho está cheio de pessoas mal-intencionadas, que não hesitam em lucrar com o infortúnio alheio.
Na sequência das reações que o post Crónicas de uma desempregada: episódio 5 suscitou, onde foi consensual que quem está sem trabalho deve aproveitar o tempo disponível para investir, sobretudo, em formação, não posso deixar de partilhar esta lista com os 10 melhores sites de aprendizagem, elaborada por Miguel Figueiredo, CEO da Excentric Grey e docente na minha antiga faculdade (ESCS).
1. Coursera
O Coursera é uma plataforma que realiza parcerias com as melhores universidades e instituições de ensino em todo o mundo para oferecer cursos online para todos.
2. Lynda
Tem cursos em áreas mais técnicas e artísticas, como vídeo, fotografia, música, software e muitas outras atividades. São muito úteis para quem gosta de aprender e fazer em simultâneo.
Tem como missão tornar o acesso à educação universal. Apresenta inúmeros cursos gratuitos, de algumas das melhores universidades do mundo. É um excelente complemento ao Coursera.
4. Khan Academy
A Khan Academy oferece exercícios e aulas em vídeo em áreas mais gerais como matemática, ciência, programação de computadores, história, história da arte, economia e muito mais. Excelente para qualquer idade, funciona sobretudo à voltas das parcerias que tem com a NASA, o Museu de Arte Moderna, a Academia de Ciências da Califórnia e o MIT, etc.
5. Udemy
Posiciona-se como um mercado online do ensino onde pessoas com algo para ensinar encontram-se com pessoas com algo para apreender. Conseguem com este método oferecer mais de 35.000 cursos, sobre os mais diversos temas. Aqui encontra-se de tudo e nem sempre a qualidade é a melhor. Mas graças ao sistema de avaliação, é razoavelmente fácil fugir dos cursos que não são bons.
6. Codecademy
É um site para se aprender código com duas particularidades: foi desenhado de raiz para tirar máximo partido dos suportes online e foi construído com os preciosos inputs de empresas como o Facebook.
7. Code
Também dedicado à programação, diferencia-se do codecademy por se dirigir às crianças.
8. Masterclass
Os cursos aqui disponíveis não são gratuitos e a oferta ainda muito reduzida, mas é possível aprender com os melhores. Os seus professores vão ser nada menos que Dustin Hoffman, James Patterson, Serena Williams e Annie Leibovitz, entre outros ilustres de igual craveira.
9. Youtube
Provavelmente estás habituada a olhar para o youtube como uma plataforma de entretenimento. Mas na verdade, encontra-se aqui de tudo, literalmente. Inclusivamente vídeos sobre como fazer, construir, dizer, preparar, melhorar... Pode ser um excelente ponto de partida para começares a saber algo mais sobre um determinado tema.
10. Itunes U
Tem o inconveniente de não integrar com sistema android, mas esta app, que também pode ser acedida diretamente via itunes, oferece uma variedade bastante grande de conteúdos de aprendizagem, sendo que nem todos são gratuitos.
E para quem prefere algo na língua materna, o eduke.me é uma excelente escolha.
A partir desta lista, desafio-te a partirmos à descoberta de um leque de novas oportunidades, novas valências e novas competências, que poderão traduzir-se, a curto prazo, em novas aprendizagens, e, a médio prazo, quiçá, em novos desafios profissionais.
Recuso-me a ser sonsa a ponto de negar que a possibilidade de vir a fazer dinheiro com este blog – à semelhança de tantos outros – é algo que não me tenha ocorrido ou que não me interesse. Agora tornar-me numa cafetina (perdão cupido) é coisa que nunca me passou pela cabeça.
Confusa? Já explico!
Poucos dias depois deste blog materializar-se no Facebook, recebo uma mensagem que dizia assim: "Olá. O nome dessa página sugere outra coisa. Quando vi pensei que fosse algo para arranjar relações ocasionais. O que não seria nada mau. Bjo." O meu entusiasmo face a este contato - o primeiro e logo de um outsider, isto é um gajo - começou a esvair-se. Ainda assim dei-me ao trabalho de lhe responder cordialmente: "Olá! Não é um sítio de engates, mas se puder ser útil para se arranjar quem nos queira, porque não? A ideia aqui é desmistificar a ideia de que mulheres depois dos 30 ainda solteiras, são encalhadas, feias ou falhadas. Nada disso! Agradeço a tua mensagem e espero ver-te por aqui mais vezes. Semana feliz."
Sem mais delongas, o dito cujo sai-me com esta: "O meu círculo de amizade é muito grande e tenho muitos amigos que, embora, alguns com as suas relações, estariam disponíveis para algumas aventuras. Tu terias de conseguir identificar ou convencer mulheres solteiras a entrar em experiências sexuais (sem meias palavras). Teríamos era de conseguir arranjar uma forma de as pessoas verem as fotos umas das outras e dizer em quem é que estaria interessado, evitando assim a temida sensação de rejeição, que os homens aqui em Portugal têm muito medo".
Tão simples quanto isso!
Quem segue este caderno sabe perfeitamente que não sou apologista de relações casuais, menos ainda, de encontros clandestinos de segundo grau – vulgo cornanços (perdão pela linguagem ordinária). E foi precisamente isso que lhe expliquei: que tal prática iria contra os meus princípios e contra o conceito do blog – que visa transmitir a ideia de que mais vale solteiras, despreocupadas e realizadas do que subjugadas por relações infecundas ou clandestinas, que dificilmente sobreviverão depois do "ohhhhh, i''m coming!".
Perante a minha mais que óbvia reticência em aderir à sua causa, sai-me com esta: "Bem… isso acho que já estás a defender o teu ponto de vista e garanto-te que está longe de ser o da maioria. Mas como tu há mais, que não apoiam esse tipo de relacionamento. Não há nada de clandestino nisso. Até porque nós nunca iriamos saber como é que as coisas acabariam! Só seríamos apenas os 'cupidos'."
A essa altura da procissão, que ainda só ia no adro, outra missiva: "Ou podes separar as águas. Usar o teu blog para divulgar a tal coisa misteriosa, enquanto crias um grupo no face só para tratar disso. Isso dá para promover desde encontros conjugais a grandes festas ultrassecretas e quando chegarmos a esse ponto, se calhar já da para começar a ganhar qualquer coisa com isso."
Com a alma parva e a mente entorpecida por tamanha desfaçatez, consigo atinar que a logística da coisa já estava totalmente montada, já que continuou nesses moldes: "Estive a pensar em alguns pormenores a nível de comunicação. Vou enviar-te um SnapMessenger que eu quero (ele quer!) que instales no teu telemóvel para nós testarmos. A ideia é que quando pusermos as pessoas em contato umas com as outras, pelo menos numa fase inicial, usem isso de modo que não há histórico de conversas. Mensagens instantâneas que desaparecem logo de seguida".
Por esta hora, o entusiasmo esfumara, a contra-argumentação desvanecera, a irritação instalara, a paciência esgotara e a boa vontade exilara. Como se não bastasse propor-me um esquema desses, assim na cara dura, sem anestesia nem cuidados paliativos, ainda tinha a petulância de me dar ordens e lições de moral.
Está para aqui uma mulher, post atrás de post, a apregoar em prol da diginidade do estatuto de solteira, como algo que pode (e deve) ser encarado com uma benesse (ainda que involuntária, na maior parte dos casos) e não um estigma e aparece-me este caramelo de vinte e poucos anos, ávido por proporcionar a si e aos camaradas fortuitas quecas com mulheres mais velhas, a propor-me dar uma de second love, ainda para mais a custo zero. Pelo amor da santa, como gostava de dizer um ex-quelque chose meu!
Dias depois, num sábado, nova mensagem do dito - sim, que este ao que parece não é de desistir fácil - a informar-me que ele e o sócio vinham a Lisboa tomar um copo e se eu não queria juntar-me a eles para discutirmos a nossa parceria. Até deixou o número do telemóvel dele e tudo. Reação da minha parte? Nenhuma, nem mesmo aquele cortês e cortante: "não, muito obrigada!".
Se, depois do que acabo de contar, interessa-te alinhar neste esquema do engatanço (como gosta de dizer A Gaja), por favor manifesta-te (por MP aqui ou no FB), que darei um jeito de fazer a ponte com o mister cupido. Caso contrário, faz como eu: abana a cabeça e deixa-te estar quietinha na tua vidinha de solteira linda, poderosa, realizada e fiel à crença de que mereces muito mais do que meros affairs. Ainda por cima, extracurriculares e estéreis.
P.S. – Agora aqui entre nós, o que o fulano não sabe é que eu o conheço – bastante bem até - já que ele pertence ao meu círculo de amigos. Sem fazer a mínima ideia que a pessoa que gere o blog é uma conhecida sua, deu um tiro no próprio pé e deixou-me com um trunfo na manga e uma bela estória para contar.
E aí, solteira minha, queres ou não ser engatada?
Gente amiga e bonita, este blog já chegou ao facebook, através da página Ainda Solteira. Fica assim cumprida uma das resoluções para o ano que agora começou, para gaúdo de vários seguidores que há já algum tempo que alegam que a acessibilidade, a interatividade, a partilha e a mediatização deste (nosso) espaço será maior.
Concordas? Se sim, passa lá, deixa um "Gosto" e recomenda aos teus amigos. Deal?
Já ouviste falar em FOMO? Até uns tempos atrás, eu também não! A primeira vez que tomei conhecimento deste conceito foi no meu mestrado, numa aula sobre o papel dos dispositivos móveis e das redes sociais nos novos comportamentos do consumidor.
FOMO ou "Fear Of Missing Out", em inglês, (medo de estar a perder algo) é uma nova tendência/conceito social que as sociedades atuais estão a vivenciar e que faz com que se fique online 24h por dia, na esperança de não se perder informações importantes ou de se correr o risco de outras pessoas estarem a fazer algo mais interessante que nós.
As pesquisas que têm sido feitas neste sentido mostram que o FOMO é mais observado entre adolescentes e jovens adultos, uma vez que têm as tecnologias sempre presentes no seu dia-a-dia, mantendo-se atentos a atualizações de informações, especialmente através das redes sociais, mas não é algo que se restringe apenas a eles. O que é um facto é que se não tiverem a possibilidade de o fazer, sentem "um vazio" e uma sensação de ansiedade.
Quem é que nunca se deu conta, numa ida ao cinema, durante um almoço, jantar ou encontro de amigos, que apesar de estarem todos juntos ninguém larga os telemóveis? Quando damos conta, em vez de falarmos uns com os outros, convivermos e tirarmos partido dos momentos e do que “acontece aqui e agora” estamos atentos a um mundo paralelo em que importam mais os likes, os comentários e as partilhas. Estar rodeado de gente e sentir necessidade de estar online para perceber quem fez ou está a fazer mais coisas interessantes. As redes sociais transformaram-se num verdadeiro "termómetro social fora da sociedade".
A propósito disso, desafio-te a responder a este pequeno quizz sobre a dependência em relação ao telemóvel:
1. Sempre que estás sozinha tens o telemóvel na mão?
2. Ficas nervosa quando a bateria está abaixo dos 20%?
3. Preferias perder a tua carteira ao teu telefone?
4. Acordas durante a noite e a primeira coisa que agarras é o telemóvel?
5. A primeira coisa que fazes quando acordas é ir ao Facebook ou Instagram?
6. Nunca tens espaço suficiente na memória do telefone?
7. Mesmo que não tenhas notificações vês o teu telefone de 20 em 20 minutos?
8. Se os teus amigos organizarem um jantar sem telemóveis serias capaz de comparecer?
9. Andas com o telemóvel para todo o lado?
10. Ficas em pânico quando não encontras o teu telemóvel?
É, meu bem, os resultados podem surpeender, assustar até. Comigo, pelo menos, foi o que aconteceu. Bora combater o FOMO e dar mais atenção à vida real e àqueles que estão ao alcance de um passo e não de um clique?
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