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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Julho termina já amanhã. Como é habitual, estarei ausente todo o mês de agosto, desfrutando das tão ansiadas - merecidas, porque não assumir? - férias de verão.
Férias são sempre boas, independentemente da época do ano em que as gozamos, mas no verão elas têm um sabor especial. Sabem melhor! Os dias ensolarados, as tardes quentes e as noites amenas são um convite irrecusável ao descanso, à alegria, à partilha, à celebração, no fundo, à felicidade. E se há quem faça questão de ser feliz, é esta pessoa aqui.
Depois de uns meses exigentes a diversos níveis, a labutar em várias frentes em simultâneo, eis que é chegado o momento de fazer uma pausa e proceder ao tão necessário balanço do primeiro semestre do ano.
Uma dessas tais frentes em que estive a labutar nos últimos meses é o curso de inglês, cuja última aula do nível B2.2. deu-se ontem. Uma vez feito o exame, a ocorrer ainda em agosto, chegará a hora de celebrar mais esta conquista. Celebrar sim, porque esta solteira aqui até há coisa de 2-3 anos era um zero à esquerda no que toca ao domínio da língua inglesa. Hoje, estou prestes a avançar para o nível C, que, como deves saber, é o nível dos nativos.
Jamais, nem nos meus sonhos mais ousados, imaginei que seria capaz de chegar tão longe, de superar aquilo que sempre considerei ser o meu grande calcanhar de Aquiles, em termos profissionais. Isso é para tu veres que quando nos dispomos a superar as nossas dificuldades, somos capazes de conquistar tudo o que almejamos, mesmo aqueles sonhos que nos parecem difíceis de concretizar, como é o meu caso em relação ao inglês.
Não pretendo alongar-me muito mais, até porque mal posso esperar para desligar-me disto tudo e desfrutar das próximas quatro semanas com ócio, amorabilidade e muita parcimónia. Contudo, antes de me despedir, quero deixar-te um conselho: corre atrás do(s) teu(s) sonho(s) seja(m) ele(s) qual(quais) for(em). Afinal, é o sonho que comanda a vida e a vida só tem graça se for para ser sonhada. Por falar nisso, ainda ontem ouvi uma frase que me tocou particularmente: "Uma pessoa sem sonhos é como uma estrela sem brilho!"
Aquele abraço amigo de sempre e desejos de um agosto espetacular, repleto de momentos para celebrar e memórias para colecionar. Hasta setembro, meu bem!
Ora viva! ✌️
Vamos lá então concluir a narração das minhas peripécias naquela que chamei de uma aventura em Peñíscola. Se bem te recordas, o terceiro episódio desta saga, que mais parece as obras de Santa Engrácia, terminou comigo dentro de um autocarro (por sinal, atrasado), com a bexiga prestes a arrebentar e o coração inquieto, ante a possibilidade de comprometer o embarque para Espanha.
Partilhando com a minha amiga Clara o estado do meu depósito urinário, assegurou-me ela que haveria tempo para aliviá-lo, já que o terminal rodoviário dispunha de sanitários. A essa altura dos acontecimentos, um minuto a mais um minuto a menos era irrelevante, rematou ela. Pouco tempo depois, liga-me novamente, desta vez para me dar conta de que afinal já não poderia contar com o wc da estação, por estar fora de serviço.
É meu bem, quando o universo decide conspirar a nosso desfavor, pouco ou nada podemos fazer, a não ser esperar que ele mude de ideias e nos sorria novamente.
Quando faltavam dois minutos para as oito da noite, desembarquei - finalmente - em Aveiro, aflitíssima por ir à casa de banho e louca para dar um abraço na Clara. Mal a viatura parou, fui a primeira a desembarcar e a primeira a pegar na mala, desatando de seguida a correr, para espanto dos presentes. Mais do que por estar atrasada, corria por sentir que era uma questão de segundos até fazer urinar pelas pernas abaixo.
A Clara, à minha espera há quase uma hora, sugeriu-me que tentasse a sorte com a casa de banho do café da gare, mesmo sem consumir nada. Enquanto ela acolhia os meus pertences e os arrumava no carro, corri para o café, sem olhar para nada nem ninguém, a não ser o símbolo da identificação da toilete. Na ânsia do alívio, não me apercebi que este não dispunha de papel higiénico. Que merda! Tive que me limpar com as mãos, fazer o quê? A essa altura dos acontecimentos não ia armar-me em fina.
Nesse entretanto, a guia – lembras-te dela? – deu o ar da sua graça, devolvendo as milhentas chamadas que tinha do meu número. Coitada da Sandra (assim se chama ela), estivera a dormir, pois tinha chegado nessa manhã de uma outra excursão. Extremamente amável, não obstante a enxurrada de chamadas minhas, ela lá nos tranquilizou novamente, garantindo que esperariam por nós, o tempo que fosse necessário.
Para encurtar a estória, se não nunca mais saímos daqui, deixamos a gare num fechar de olhos e fizemo-nos à estrada, a Clara como piloto, eu como copiloto e o GPS como coadjuvante. Como ela nunca tinha ido para Estarreja de carro estava um bocado insegura, não fosse enganar-se numa rotunda ou saída. Com a ajuda do mapa que o pai lhe fez, contendo as indicações necessárias, minuciosamente anotadas à mão, fizemos o percurso em menos tempo do que o previsto. Foi assim que, sem sobressaltos, chegámos ao nosso destino, pouco depois das 20h20.
A Clara, que já tinha identificado um bom sítio para deixar o carro durante a semana de ausência, uma fábrica próxima do local de embarque, logo à saída da autoestrada, conseguiu um lugar discreto para o estacionar. Desta vez foi ela a precisar de urinar, ato que realizou ali mesmo, ao ar livre. A sorte é que aquilo era um descampado, sem vivalma à vista.
Quando nos abeirámos do sítio indicado pela agência de viagens, descobrimos que já lá estavam dois casais. Tal como nós, também eles receberam instruções para lá estarem às 20:30. Sabes a que horas apareceu o autocarro que era suposto chegar às 20h30? Às 21h05!!! Ou seja, ainda estivemos quase 45 minutos à espera.
Moral da estória: não vale de todo a pena stressarmos por algo que não controlámos. Tanto desgaste emocional, e físico, para quê? Para nada! Além de termos conseguido chegar antes da hora combinada, ainda estivemos um bom tempo à espera.
Fim (por agora).
Beijo 💋 em ti e uma ótima semana!
Ora viva! ✌️
Vamos lá então dar continuidade à narração da minha aventura em Espanha, a qual começou de forma muito atribulada, ao ponto de quase comprometer a viagem. Preparada para mais detalhes? Bora! 😉
Como deves recordar, Uma aventura em Peñíscola (Parte II) terminou com esta pessoa aqui a tentar descobrir uma forma alternativa de chegar àquela cidade espanhola, já que o risco de falhar o embarque em Estarreja era real e iminente. Não tendo conseguido descobrir nenhuma, pelo menos a curto prazo, não me restou outra alternativa que não fosse ligar novamente para a Clara, dando-lhe conhecimento de tal facto.
Aconselhou-me ela a embarcar, argumentando que como já tinha comprado o bilhete mais valia fazê-lo, e que, até à chegada ao destino, alguma solução haveria de aparecer. Nisto, ocorreu-nos expor a situação à guia que ia acompanhar a excursão, cujo contacto telefónico constava das informações enviadas pela agência de viagens.
Ainda em Sete Rios, minutos antes de embarcar para Aveiro, fiz a primeira tentativa de falar com ela. Sem sucesso. Ao longo da viagem - de quatro horas, lembras-te? - continuei a tentar, over and over and over again. O telefone da pobre senhora não tinha descanso, eu ligava de um lado, a Clara do outro.
O meu estado de espírito era de tal ordem que os infortúnios começaram a chegar em catadupa. Os meus óculos de sol, que descansavam na prateleira do assento, diante de uma curva mais apertada, caíram ao chão e partiu a armação. Além de os considerar acessórios indispensáveis, estes eram de marca, ou seja, custaram um bom dinheiro. Amaldiçoando tudo e todos, ao tentar conter os danos, parti uma unha. A minha manicure francesa, fresquinha e fofa, estava arruinada. Com muito custo, segurei o choro.
Como se não bastasse, comecei a ficar com uma enorme vontade de fazer xixi. Sem solução imediata à vista, já que estávamos em plena autoestrada, dirigi-me ao wc do próprio autocarro, solução que em circunstâncias normais rejeitaria de cara. Um único olhar à porta do cubículo foi quanto bastou para eu perceber que precisaria de um euro para poder usufruir do serviço. Uma vez mais, a sorte voltou a deixar claro que não queria nada comigo. Não encontrando nenhuma moeda de um euro no meu porta-moedas, e sem coragem para pedir emprestado aos passageiros vizinhos, não me restou outra alternativa que não fosse aguentar estoicamente a urina.
Sequer nas paragens que o bus fez - lembras-te de ter dito que este iria efetuar paragens em todas as estações e apeadeiros? - me foi possível descomprimir a bexiga. Numa delas, Figueira da Foz, se não estou em erro, quando perguntei por um sanitário, recebi indicações tão imprecisas que andei às voltas feita barata tonta, acabando por ficar sem tempo para aliviar a botija urinária.
Para pior ainda mais a situação, apercebi-me que a chegada a Aveiro dar se ia para lá da hora indicada no bilhete. Dirigindo-me ao motorista, expus o meu caso, alegando que o atraso iria comprometer a minha ida para Espanha. Novamente, levei com aquele ar enfadado caraterístico de quem está-se nas tintas para os dramas alheios. Sem qualquer vestígio de empatia ou solidariedade, ouvi da sua boca o seguinte: "O autocarro não é um avião, chega quando chegar!"
Perante tal resposta, decidi apear ali mesmo e continuar a viagem por outros meios. Dirigindo-me à primeira viatura da fila estacionada à porta da estação de comboios, abordei o taxista, a fim de saber quanto custaria a corrida até Estarreja. Setenta euros, disse-me ele sem pestanejar. Mesmo achando o preço salgado, o desespero era tanto que acedi. Prestes a pedir ao condutor do autocarro para abrir o porta-bagagem para eu retirar a minha mala, ocorreu-me que não dispunha desse valor em espécie.
Sem nenhum multibanco à vista, e com pouco tempo para analisar alternativas, regressei ao pesado de transportes de passageiros, frustrada e aflita por urinar. Este lá continuou o seu percurso, cujo itinerário contemplava ainda três paragens até ao destino final. Não te esqueças que durante todo esse tempo, tanto a Clara como eu continuávamos a telefonar para a guia, sem qualquer sucesso.
Entretanto, o meu stress contaminara a Clara, os pais dela (que estavam lá em casa) e a minha tribo além-fronteiras, com quem, em tempo real, ia partilhando o meu drama. Em modo desespero total, já que passava das sete da tarde, a Clara lembrou-se de procurar o contacto da dona da agência, com quem tinha viajado em anteriores ocasiões.
Desta vez, a sorte sorriu-nos. Perante o exposto, a agente de viagens deu-nos a garantia de que o autocarro esperaria por nós, uma vez que os motivos do atraso eram alheios à nossa vontade. Explicou que a guia turística - que nunca atendeu o telefone, não obstante as nossas dezenas de tentativas - tinha chegado nesse mesmo dia de uma excursão e que estava a dormir, antes de liderar uma nova excursão, a nossa. E eu que já tinha mentalizado uma reclamação formal contra a pobre coitada, por negligência, descaso, incompetência e tudo o mais que me ocorreu.
Mais aliviada, ainda assim apreensiva, lá consegui desfrutar do resto da viagem sem sofrer o ataque cardíaco que ameaçava a minha pessoa desde o momento em que me apercebi do engano na compra do bilhete.
Continua...
Ora viva! ✌️
No outro dia contei-te da minha aventura em Peñíscola, naquela que foi uma escapadinha maravilhosa. Também contei que mais teria para relatar, até porque um post, por mais extenso que fosse, jamais seria suficiente para relatar tudo o que experienciei durante aquela semana na costa mediterrânica.
Vamos lá então às peripécias da viagem, ao longo da qual houve de tudo, desde casos de covid, agressão física, dedo entalado a match no Tinder. Ah pois é meu bem, com esta solteira aqui nunca há monotonia. Põe-te confortável que a viagem vai ser longa. E turbulenta, digo já.
O meu drama começou logo no terminal rodoviário de Sete Rios. Cheguei com a devida antecedência, cerca de 40 minutos, e instalei-me confortavelmente, com as pernas esticadas em cima do trolley, aguardando pacientemente a hora de embarcar. Apercebendo que o número de autocarro referido no bilhete, comprado dois dias antes, via internet, não correspondia ao afixado no painel, dirigi-me ao mototista mais à mão, a fim de assuntar o que se passava.
Incapaz de me ajudar a esclarecer a questão, aconselhou-me a recorrer ao balcão de informações. Uma vez lá, a funcionária de serviço comunicou-me que o meu bilhete era válido para uma viagem com a data de dois dias antes. Ou seja, na altura da compra, não selecionei a data pretendida, pelo que o sistema assumiu o dia da compra como o dia da viagem.
Como deves imaginar, não houve apelo ou cara transtornada que me valesse, tive mesmo que comprar um novo bilhete de ida para Aveiro, aonde estaria à minha espera a Clara, para juntas seguirmos rumo a Estarreja, o local de embarque combinado com a agência de viagens responsável pela excursão a Peñíscola.
Okay, essa despesa extra não estava nos meus planos, mas tudo bem, fazer o quê?! Por sorte, havia um autocarro com destino à cidade dos moliceiros para dali a cerca de 15 minutos. Perfeito, pensei para comigo. Lá me dirigi para a linha de embarque indicada no bilhete. Ao olhar para o papel, reparei que a hora prevista de chegada ao destino era 19h55, ou seja, a viagem demoraria mais de quatro horas. Em outras circunstâncias, tal facto pouco importaria. O problema era que o embarque, em Estarreja, com destino a Espanha, estava previsto para as 20h30, o que queria dizer que seria praticamente impossível estarmos lá à hora combinada, já que, de acordo com a previsão da Clara, necessitaríamos de pelo menos meia hora para a deslocação Aveiro-Estarreja.
Já em modo ventilação, e para piorar nesse dia, 11 de junho, fazia um calor desgraçado em Lisboa, dirigi-me novamente à funcionária que me vendeu o bilhete, questionando o porquê de tanto tempo de viagem, já que em circunstâncias normais seriam necessárias apenas três horas. Podes imaginar a resposta dela, naquele tom enfadado que os funcionários do atendimento tão bem sabem fazer: o autocarro faria mais paragens que o habitual.
De jeito nenhum poderia chegar a Aveiro uma hora depois do combinado. Quanto a isso a Clara tinha sido taxativa: chegar com a devida antecedência, de modo a termos tempo para tomar um drink, por a conversa em dia (não estava com ela desde antes da pandemia) e apanhar tranquilamente a A25.
Agora em modo hiperventilação, liguei para a minha amiga, dando-lhe conta da situação. Escusado será dizer que ela, transtornadíssima, disse que não iria dar tempo e que iríamos perder o autocarro. Disse-lhe que, nesse caso ela deveria embarcar sem mim, que eu daria um jeito de ir ter com ela, no dia seguinte ou depois. Não achava justo que ela perdesse a viagem - não reembolsável, tão pouco reagendável - por uma responsabilidade que não era dela.
A esta altura do campeonato já eu estava a suar em bica, com uma vontade enorme de chorar, gritar, bater com a cabeça na parede, esganar alguém... Instintivamente, comecei a ver viagens com destino a Valência, a grande cidade mais próxima do nosso destino. Nem com a Flixbus, a empresa com a qual costumo viajar para França, encontrei a solução para o meu problema. No, niente, nada! Nem nesse dia, um sábado de fim de semana prolongado em Lisboa, nem no seguinte, estava previsto qualquer transporte para lá com partida de Lisboa ou Aveiro.
Continua...
Ora viva! ✌️
No último post garanti que estaria de volta ao teu convívio no espaço de uma semana, ou seja, na passada quarta-feira. Por motivos que já te conto, tal não foi possível. Numa daquelas ofertas de last minute, dei uma fugida até à vizinha Espanha, para uma escapadela de uma semana, na companhia de uma das minhas besties.
Na minha vida é mesmo assim, tudo o que vale a pena chega de improviso, sem alarme, nem aviso. No dia em que aqui estive pela última vez, há quase duas semanas, estava eu deitada no sofá, já o dia caminhava para o fim, quando vi a notificação de que tinha recebido um áudio de uma amiga, pessoa com quem tenho uma intensa dinâmica de troca mensagens de voz. Logo a seguir, antes que tivesse tido a oportunidade de o ouvir, entra nova mensagem dela, desta vez de texto, a dizer: "Se puderes ouve isto antes da noite."
Tal pedido tem a ver com o facto de ela saber que costumo ouvir os seus áudios na calada da noite, enquanto vou desfrutando da minha cama de massagem, um ritual que precede o ato de dormir. Ouvir a voz dessa amiga, mansa e cristalina, bem como ficar a par da sua vida, é-me tão prazeroso que faço questão de só ouvir os seus áudios quando estou completamente relaxada, de modo a saborerar com gosto tudo o que ela tem para contar.
Bem, lá ouvi o áudio da Clara, outra escritora de mão cheia que já assinou algumas crónicas aqui no AS. E não é que este continha uma proposta para uma semana de praia em Espanha, num hotel 4*, com tudo incluído, com partida para dali a três dias? Eu que estava sem nenhuma perspectiva para a semana dos feriados de Lisboa, aceitei o convite na hora, sem nem mesmo acabar de ouvir os detalhes.
O curioso é que poucas horas antes, no regresso do ginásio, após uma corrida de 60 minutos, tinha pensado que rumo daria ao fim de semana prolongado. Nos últimos três anos, exceto em 2021 (por motivos mais do que óbvios), aproveitei os feriados de junho para ir "para fora cá dentro". Em 2019, como te deves recordar, fui a Ferreira do Zêzere. Em 2020, ao Algarve. E em 2021, só não "escapei" porque tinha acabado de regressar de Cabo Verde.
E não é que, horas depois de ter "pensado" que "gostaria" de ir para algum lado, chega tal convite, assim do nada? Do nada porque a Clara já me tinha contado que tinha planos de ir de férias com os tios, daí não estar minimamente à espera de tal oferta, ainda para mais no formato "pegar ou largar". Segundo ela, era uma oportunidade de última hora, fruto da desistência de um casal, pelo que tínhamos que confirmar e efetuar o pagamento tão logo possível.
Como tal, na manhã seguinte toda a logística estava tratada: reserva confirmada, pagamento efetuado, voucher emitido, fatura enviada e escapadinha agendada. A parte menos agrdável desta aventura é que a viagem tinha partida do Porto, às oito da noite de sábado. Como a Clara vive em Aveiro, apanhei um autocarro até à cidade dos moliceiros e de lá seguimos juntas para Estarreja, onde embracamos em autocarro turístico rumo a Peñíscola, uma encantadora cidade valenciana, geograficamente posicionada em frente a Maiorca e a duas horas de distância de Barcelona.
Foi uma semana top, a melhor de há muito muito tempo. Mediterrâneo, sol, boa companhia, gastronomia maravilhosa e uma boa dose de dolce far niente era tudo o que eu estava a precisar para restaurar a alma e sentir aquela felicidade que só experimentamos quando viajamos. Infelizmente, tive que levar o computador atrelado, já que, como gestora de redes sociais freelancer, estar desconectada durante muito tempo é um luxo a que não me posso dar.
E pronto! Foi assim que, em menos de 72 horas, vi-me a caminho da terra de nuestros hermanos. A minha sorte é que sou uma mulher vaidosa, pelo que a única coisa que ficou mal resolvida foi a depilação. Tive que me contenter com a gillette, mas como dizem os franceses: "C'est pas grave!".
O universo não é incrível? Ele trata sempre de nos proporcionar aquilo que desejamos ou precisamos, por isso devemos confiar sempre nele. Mais tenho eu para contar sobre esta aventura em terras espanholas, pautada por peripécias, contratempos, risadas, e tudo o mais que (não) podes imaginar.
Só não vai ser hoje, que esta crónica já vai para longa e daqui a pouco tenho que me arranjar para ir trabalhar (esta semana estou a fazer trabalho presencial, pelo que não estranhes não me veres com a frequência desejada).
Beijo em ti e até breve!
Ora viva! ✌️
Eis-nos chegados à semana do Natal, a penúltima de 2021, um ano igualmente desafiante e frustrante. Não obstante todas as turbulências que se lhe conhecem, há que reconhecer que foi um ano bom, com a esperança no regresso à antiga "normalidade" a pairar no ar ao longo dos últimos meses. Infelizmente, ainda não é desta que conseguimos fintar o vírus SARS-CoV-2 e retomar a vida sem medos ou sobressaltos.
Cenário pandémico à parte, Natal é sinónimo de alegria, partilha, comunhão, mesa farta, convívios, abraços, reencontros, prendas e, sobretudo, família. Que nos próximos dias saibamos dar valor ao que temos, desfrutemos dos nossos entes queridos e agradeçamos a benção de ter vida e saúde.
À semelhança dos anos anteriores, vou tirar uns dias de férias, não só para desfrutar comme il faut do espírito de Natal, mas sobretudo para fazer um balanço e alinhavar novos projetos para o ano que vem. Como vou passar as festas em Lisboa, tenciono explorar a cidade menina e moça com olhos de turista e aproveitar ao máximo a liberdade que ainda temos para levar a nossa vida sem maiores restrições.
Que a magia do Natal 🎄 esteja contigo e que tenhas uma excelente Noite Feliz junto dos teus. Aquele abraço amigo e até janeiro!
Ora viva! ✌️
Julho conhece hoje o seu penúltimo dia e esta semana o seu derradeiro dia útil. Tudo isso para dizer que este será o último post da presente temporada. Como tem sido hábito, irei ausentar-me durante o mês de agosto, para as tão ansiadas, e merecidas, férias de verão. Depois da turbulência das últimas semanas estas saberão ainda melhor.
Por turbulência não me refiro apenas à infeção pelo SARS-CoV-2 da qual padeci semanas atrás, mas sobretudo ao tal mec francês (de quem te dei conhecimento em dois posts distintos), que voltou a dar o ar da sua graça, com o claro propósito de assegurar a sua f*da veranil. Se te disser que não anseio por estar com ele, estaria a mentir. Estaria a mentir ainda mais se não reconhecer o quanto me custa saber que um homem só se interessa por mim na qualidade de objeto sexual. Foi por isso que recusei a proposta para coprotagonizar a terceira temporada da saga Dar o corpo sem entregar o coração, mesmo tendo consciência das "regalias" de que estou a abrir mão.
Sem uma relação amorosa digna desse nome há mais de 10 anos, sou mulher o suficiente para reconhecer que estou particularmente carente, motivo pelo qual apaixonar-me pelo Ben (assim se chama o dito cujo) é mera questão de tempo. Por isso cortei o mal pela raiz, já que, no que diz respeito à minha vida amorosa, ando à procura de soluções e não de problemas. E uma paixão não correspondida acaba invariavelmente em drama, regado a lágrimas, desgosto e sensação de fracasso.
Sei que existem mulheres que lidam bem com relações baseadas somente em sexo. Feliz ou infelizmente, não sou uma delas, e só eu sei o quanto tentei ser. Eu quero ser importante para alguém, quero alguém que esteja disposto a dar-me uma oportunidade, a dar-nos uma oportunidade. Quero alguém que se importe, que se preocupe, que se esforce, que se esmere, que se regozije por me ter na sua vida. Quero alguém que se sinta um privilegiado por poder estar comigo. E o que esse gaulês me faz sentir é precisamente o contrário; em interação alguma senti-me tão desimportante para um homem.
Ainda que a lamente, estou segura da decisão de não voltar a estar com ele. Contentar-me com uma relação baseada em mensagens de WhatsApp, com a periodicidade das necessidades fisiológicas e luxuriosas de uma das partes, atenta contra tudo aquilo que sou e defendo. E se há coisa que pretendo manter é o juramento de jamais voltar a ficar à espera de um contacto, uma manifestação de interesse, uma vontade da outra parte. Ansiosa, impotente e resignadamente.
Peço-te que não fiques a pensar mal dele, achando que se trata de (mais) um sacana da vida. Para o entenderes melhor, convém referir que, há coisa de quatro meses, foi deixado pela namorada de longa data, com quem tinha planos de casar e procriar. Desconfia ele que foi trocado pelo ex, motivo pelo qual anda com o ego ferido e muita vontade de usar as mulheres a seu bel-prazer, sem atentar-se aos sentimentos delas. Ele até é bom gajo, reconheço. É gentil, educado, divertido, generoso e sincero. Encantador, assumo. Apenas não é bom gajo para mim, para o que eu quero em termos de amor. O nosso problema prende-se com expectativas desencontradas, digamos assim.
Agora que te pus ao corrente da minha (má) aventurança amorosa, despeço-me com o abraço amigo de sempre e a promessa de voltar ao teu convívio em setembro. Bronzeada, revigorada e inspiradíssima, conto eu. Feliz mês de agosto para ti!
Viva ✌️!
Cá estou eu a dar-te um cheirinho daquilo que foi o meu agosto de 2020, um ano turbulento a todos os níveis. Nem bem se passaram sete dias e já tenho saudades da vida que levei nas últimas três semanas, passadas (novamente) no sudoeste de França, junto da minha irmã do meio e da sua adorável família.
Faço aqui um desvio na narrativa para indagar se serei a única criatura assalariada a acusar a retoma ao ritmo da vida real após o interregno veranil. O mundo laboral seria tão mais justo se as "formigas" tivessem direito a uns dias extras de folga, exclusivamente dedicados à recuperação pós-férias. No meu caso, tenho a sorte de estar sozinha no escritório durante esta semana, já que as chefias e a colega com a qual (agora) partilho sala estão ainda a desfrutar do prazer do dolce far niente.
Voltando às minhas maravilhosas férias em terras gaulesas, posso garantir que estas foram ainda melhores do que as do ano passado, coisa que não julgara possível, confesso. Guiada pelo "faz tudo o que tiveres vontade, pois o amanhã nunca foi tão incerto como agora", aproveitei-as ao máximo, não me privando de nenhuma experiência, mesmo que isso implicasse expulsar a minha própria pessoa da zona de conforto onde tem estado refugiada na última década. Só para teres uma ideia a que me refiro, iniciei-me na marcha aquática, no paddle e no surf; logo eu que tenho medo do mar e fraca aptidão para a natação. Se soubesse o quão divertida é a dinâmica dos tombos e quedas na água, há muito que teria experimentado o desporto aquático.
O que quero frisar é o seguinte: permiti-me experienciar coisas novas, ainda que isso exigisse suor, sangue, lágrimas e... risos. Um bom exemplo disso foi o facto de ter recorrido ao Tinder, tendo até conseguido um rendez-vouz amoureux (encontro amoroso) com um mec (gajo) francês. Pena que, ao invés do príncipe que ansiava encontrar, deparei-me com um sapo. Pas grave! A vida sabe o que faz e tanto sabe que acabei por conhecer Ben, um francês legítimo que veio trazer aquela pitada extra de emoção ao meu querido mês de agosto. Por incrível que pareça, conhecemo-nos na vida real, mais precisamente à beira-lago, numa bela tarde de domingo. Sobre ele, e o nosso summer affair express, falarei depois, que ainda estou a digerir a coisa (se é que me entendes). 😉
Continuando... nem o facto de a minha viagem de regresso ter sido antecipada dois dias foi capaz de comprometer o meu alto astral. Estou numa maré tão positiva que a vida por estes dias tem-me tratado com luvas de pelica. Por mais lugar comum que possa parecer, o que me tem acontecido ultimamente é mais uma prova (irrefutável) de que quando estamos de bem com a vida ela também fica de bem connosco. E quando ela está de bem connosco, a magia faz-se presente o tempo todo.
Bem mais tenho eu para contar. Só que não será hoje. À sexta-feira os neurónios já estão de malas aviadas para o fim de semana, pelo que de pouco vale assoberbá-los.
Aquele abraço 🤗 amigo e até breve!
Ora viva! 👋
Eis-nos na segunda semana de agosto, tradicionalmente o mês mais "querido" de praticamente todos os habitantes do hemisfério norte. Digo "praticamente todos" porque, por incrível que pareça, há quem não goste do verão, precisamente por estar associado ao calor, à praia, ao sol e à diversão. Como não é o caso desta solteira aqui, o oitavo mês do ano é por mim, de há uns tempos para cá, aguardado com ansiedade e expectativa.
O engraçado é que - até tornar-me numa assalariada que dá expediente todos os dias úteis, das 9 às 18, cerca de 231 vezes ao ano - costumava encarar agosto como outro mês qualquer, com a particularidade de haver pouco que fazer, logo muito que desfrutar. Curioso como a vida nos leva a valorizar coisas às quais não dávamos grande importância quando tidas como garantidas. Penso que a isso se chama amadurecer.
Voltando ao tema deste post, o último da primeira temporada da série dramática 2020, cumpre ele o propósito de te informar que vou estar ausente nas próximas semanas, para aquele merecido descanso que só agosto é capaz de nos proporcionar.
Citando a Michelle Obama, acredito estar a braços com uma "depressão ligeira", resultado, não só da situação epidemiológica global, mas sobretudo da impotência em concretizar, para já, alguns dos meus planos e projetos. Tenho perfeita noção de que este desabafo denuncia uma pitada de egocentrismo, bem como alguma insensibilidade para com aqueles a quem a pandemia ceifou saúde, vida, entes queridos, emprego, rendimentos e tudo o mais. No meu caso ela só está a ceifar-me o ânimo e a esperança, o que acaba por comprometer a minha alegria de viver.
Ainda há pouco li uma frase de Diana Gaspar que dizia o seguinte: "Às vezes para avançarmos, precisamos mesmo de parar!" De facto, as férias cumprem essa missão. Após meses e meses de limitações, alterações e adaptações constantes e profundas, num cenário nunca dantes visto em toda a minha existência, esta pausa vai-me saber melhor do que todas as outras que alguma vez tive. Assim, é minha intenção aproveitar as próximas semanas para descansar, recuperar o ânimo, reconectar-me com o essencial e desligar o mais que puder da minha realidade atual.
Como e onde conto-te depois. Para já, fica com aquele abraço amigo e votos de que este agosto te seja o mais "querido" possível. Até setembro!
Viva!
Estou no Algarve, naquelas que são umas férias inéditas em terras do sul de Portugal. Foram planeadas num impulso, mas nem por isso com pouco esmero ou entusiasmo. Ansiava por experienciar a vida do turista algarvio de que tanto ouço falar. Tardes inteiras na praia, embalada pelo bater das ondas no areal e acariciada pelo calor do astro rei, a trabalhar o bronze e a renovar o stock de iões negativos, era tudo o que desejava para este pós-confinamento.
At last minute, meti o dia de hoje de férias, reservei um aparthotel, comprei os bilhetes de autocarro, fiz as malas e rumei ao sul, na expectativa de que os meus planos cumprir se iam conforme o planeado. Só conseguia pensar nos cinco dias de dolce fare niente que teria pela frente. Nesta equação, o único elemento que não me era possível controlar, foi o que se revelou essencial: o tempo. Acometida de um otimismo exarcebado, não me ocorreu que o São Pedro pudesse sabotar-me os planos. Infelizmente, é o que está a acontecer.
Tirando a tarde de quarta-feira, dia da minha chegada a Portimão, em que o sol brilhava (e escaldava) em todo o seu esplendor, o tempo tem deixado muito a desejar. Frio, vento e nebulosidade são os adjetivos que melhor classificam a meteorologia dos últimos dois dias, com previsão de assim se manter até domingo, o dia do meu regresso a casa. Acreditas que até ousou chuviscar durante o dia de ontem?
Só a mim mesmo! Depois das malfadada miniférias em Ferreira do Zêzere, em junho do ano passado, em que o tempo as arruinou por completo, conforme partilhei no post Crónica de uma escapadinha aquém das expectativas, agora acontece-me exatamente o mesmo, só que num sítio bem mais improvável.
Frustração e impotência espelham bem o meu atual estado de espírito. O que me tem valido são a leitura, a meditação e a televisão, pequenos consolos desfrutados no aconchego do meu espetacular alojamento. Quanto à praia, só mesmo os passeios à beira-mar e os fugazes momentos nas esplanadas, que a temperatura a mais não convida.
Já sei que vou passar os restantes dois dias que me sobram da minha estada à espera de um milagre. Até lá, sinto que este não é o Algarve do meu imaginário e estas, tão pouco, as férias com que sonhei. Caso tenhas novidades do sol, por favor, manda-o cá para baixo, onde muitos anseiam ardentemente por ele.
Aquele abraço amigo e desejos de um fim de semana radiante (com ou sem sol)!
P.S. - É em alturas como esta que uma solteira acusa, de forma mais acentuada, a ausência de um macho na sua vida. Se estivesse emparelhada, provavelmente, não me importaria nada de ficar trancada num aparthotel, se é que me entendes 😉
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