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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

03
Out15

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Nestas andanças pelos (tortuosos) caminhos do engate online, muitas vezes temos que nos fazer de morto para podermos comer o coveiro. Com isso quero dizer que muitas vezes temos que dizer ao gajo, pretendente ao provedor de orgasmos, exatamente aquilo que ele deseja ouvir da nossa boca, neste caso dos nossos dedos, que isto é tudo acertado com recurso à tecnologia, para que ele baixe a guarda e o passamos analisar e descobrir quem está por detrás de um perfil.

 

Por estes dias entabulei uma interessante troca de mensagens com alguém bastante promissor, ou seja, jovem, solteiro, empregado, com um bom domínio da língua de Camões e abordagem simpática.

Às páginas tantas, mando-lhe esta mensagem:

"Bom dia!
Apraz-me saber que contribui para te deixar bem disposto. Está ganho o dia!
Namorado em part-time (isto porque no meu perfil, uma espécie de montra onde exploramos o nosso marketing pessoal até à medula no intuito de nos vender bem e ao mais alto preço, digo que procuro um namorado em part-time) significa um namorado em tudo igual aos demais da vida, só que sem aquela componente compromisso: 'quantos filhos vamos ter', 'casamo-nos na praia ou no deserto', 'mantemos a tua casa ou a minha', 'a tua mãe não gosta de mim', 'o teu primo é um idiota', 'já não pensas na tua ex'. Esse tipo de cenas, as quais dispenso.
Quero um companheiro para momentos alegres e de qualidade (que pode acabar na horizontal, ou não, dependendo da química - e da física também) para uma boa conversa, um vinho ao final do dia, conversas ao vento, jantares à beira-mar ou beira-tejo, um beijo roubado ao amanhecer, depois nos acabarmos numa pista de dança, um sms picante a meio do expediente para arrebitar o ânimo e aquecer a libido, uma escapedela improvisada, uma aventura fortuita a um motel de beira da estrada, e por aí adiante.
Acho que já deu para perceber o espírito do que pretendo.
Um dia bom para ti."

 

A paga?

"Olá mais uma vez;)
Confesso que fiquei encantado com a descrição pormenorizada e recheada de exemplos que deste na tua mensagem...fantástico, partilho em pleno da forma como pensas os relacionamentos; senti-me a ler palavras minhas...
Um bjinho grande."

 

E um convite para jantar. Se vai dar em algo, não sei, aliás sei sim, mas pelo menos uma refeição decente, num restaurante todo xpto, está no papo. Posso não comer o fulano, mas ao menos como uma boa refeição.

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Ser solteira tem destas possibilidades, ou seja, deixa-nos mais à vontade para tentar o engate online, já que com o passar da idade os engates reais, na vida quotidiana, tornam-se uma tarefa cada vez mais árdua e ingrata.

 

A minha irmã do meio há muito que me incentivava a tentar a minha sorte online. Ela sempre fez sucesso e pretendentes promissores nunca lhe faltaram. Às vezes até chegava a sair com dois ao mesmo tempo (cada um de uma cidade diferente, não vá o azar tecer das suas).

 

Depois da enésima desilusão resolvi deixar de lado o velho preconceito de quem procura companhia na net, ou é tarado, ou encalhado, ou esteticamente prejudicado e por aí adiante, e toca a inscrever-me. Num belo dia de janeiro, vejo na minha inbox um anúncio do Second Love (a partir de agora SL) e sem atentar ao real significado do nome, na ânsia de me aventurar no engate virtual e com receio de deixar o preconceito e a prudência falarem mais alto, toca a preencher os campos.

 

E assim, dei por mim num dos maiores sites de encontros online que promove encontros amorosos de segunda linha, como gosto de chamar.

 

Escusado será dizer que quando me apercebi de que era uma séria candidata a tornar-me a mistress de alguém "amarrado", por livre e espontânea vontade, mas inconformado em degustar durante dias, semanas, meses e anos o mesmo prato, os meus alicerces morais foram abalados.

 

E foi assim que perdi a minha virgindade amorosa online e as aventuras e desventuras dessa parte até aqui, perfazem quase quatro anos, vou contando aos poucos, pois é tanta história que nem o Atlas conseguia absorver tudo.

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