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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Já ouviste falar da Humana, uma associação que se dedica à recolha e reciclagem de roupa usada e que depois as vende a preços de liquidação? Espero que sejas uma consumista bem mais informada do que eu, que até uns dias atrás nunca tinha ouvido falar de tal.
Por estes tive que ir fazer um mandado lá para os lados dos Anjos e, ao passar em frente a uma loja que apregoava "Tudo a 3€", nem hesitei. Sem nem mesmo olhar para o nome do lugar. Afinal, que mulher resistiria a um apelo tão irresistível?
Primeiro pensei que se tratava de uma loja chinesa, mas quando aquele cheiro tão caraterístico delas, e que me provoca uma imediata dor de barriga, não se me chegou ao nariz, apercebi-me que a natureza do estabelecimento era outra. Foi assim que conheci a Humana, a esta altura uma amiga para a vida.
Esta entidade dedica-se à recolha e reciclagem de roupa usada, visando a proteção do meio ambiente e a arrecadação de receitas para projetos humanitários. Para além disso, possui várias lojas, em Lisboa e no Porto, onde é possível comprar roupa em segunda-mão, algumas com bastante qualidade, e a preços mais do que acessíveis.
Em pouco mais de uma semana, já lá estive por duas vezes: da primeira trouxe cinco peças por 15 euros e da segunda sete peças por sete euros, ou seja estava tudo a um euro. Um verdadeiro achado dos deuses. Em que universo paralelo esta mulher aqui conseguiria comprar peças da Dolce & Gabbanna, do Coronel Tapioca, da Massimo Dutti, da Calvin Klein, da Top Shop, da Zara, da Mango, e por aí adiante, por um euro? Nem antes, quanto mais agora que sou uma desassalariada.
Não vou negar que há lá muita tralha, peças que nem de graça, mas se uma pessoa estiver disposta a investir algum tempo e, sobretudo, paciência para separar o trigo do joio, sai-se de lá a sentir-se a própria Carrie Bradshaw.
É o meu caso. Hoje sou uma solteira (ainda mais) feliz e realizada com o meu closet. Está bem está bem, com o meu guarda-roupa, que ainda não cheguei à fase do closet, um dos meus sonhos de consumo de toda uma vida (um dia chego lá, ah se chego!).
E o melhor de tudo é que, para além de não assaltarmos a carteira à mão armada, contribuimos para uma boa causa e promovemos uma alternativa comercial, ecológica, moderna e economicamente correta (palavras da Humana).
Se não te faz impressão usar roupa em segunda-mão, recomendo vivamente uma espreitadela a uma dessas lojas. Soube de fonte segura que a partir de segunda-feira chega a nova coleção. Sei isso porque dei uma de simpática para cima de uma das lojistas com o intuito de ficar a saber quando chegavam modelitos novos. Convém é lavar muito bem as peças, já que nunca se sabe por que corpos andaram. Como sou um bocado paranoica em matéria de higiene, fervi-as e agora ando a desfilar por aí com roupas de marca a preços verdadeiramente humanos.
E depois desta é hora de emperiquitar-me e ir dar um giro por aí. As minhas novas aquisições precisam (e merecem) ser exibidas. Fui!
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