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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
O nome soava-me (vagamente) familiar, confesso! Apurar a sua origem, bem como o seu significado, é que já era outra cantiga. A minha primeira interpretação pendeu para algo relacionado com cruzeiro. Como estava enganada. Ou talvez não!
Um artigo do Público, de junho de 2016, deu-me conta de uma desconhecida – pelo menos para mim – tendência sexual praticada quase que maioritariamente entre indivíduos do sexo masculino: o cruising. Curiosa como tenho gosto em ser, fui à cata de mais informações sobre o tema, pelo que eis-me agora a partilhar contigo o resultado da minha pesquisa.
As relações humanas, em especial as amorosas, têm experienciado profundas mudanças ao longo das últimas décadas. Nas duas primeiras do presente século, elas parecem ter assumido uma outra personalidade, de tanto que se distanciam do conceito tradicional de amor, romance e intimidade.
A tecnologia, que veio revolucionar – e de que maneira – a forma como interagimos com os outros, revelou ser um terreno fértil para esse tal fenómeno chamado cruising, que mais não é do que a prática de sexo gratuito, consensual e anónimo entre homens, com a particularidade de terem os espaços públicos como teatro das operações. Para a sua concretização, parques, matas, praias e parques de estacionamento são os locais de eleição pelos adeptos desta modalidade. Particularmente interessante é o facto destes tipos, que não se conhecem de lado nenhum, recorrerem a tais pontos geográficos para obter satisfação sexual imediata e desprendida.
Anónimo, descomprometido e arriscado parecem ser os ingredientes deste cocktail sexual, somente ao alcance dos mais destemidos, e no qual a adrenalina assume o papel de afrodisíaco-mor. Embora essas interações carnais, chamemos-lhe assim, decorram exclusivamente entre homens, muitos são aqueles que rejeitam veementemente o rótulo de homossexual. Casados ou emparelhados, com filhos até, encaram estes momentos como um mero desvio do seu padrão comportamental. Nas suas mentes, o facto de não frequentarem espaços abertamente conectados à comunidade gay permite-lhes, intrinsecamente, evitar esse rótulo.
Moral da estória: gay não é aquele que gosta de fornicar outros gajos na calada do anonimato, mas sim aquele que tem (e assume) espírito de identidade homossexual. Capice?
E com esta do cruising dou por concluídas as publicações desta semana, soalheira como há um bom tempo não se via. Um abraço amigo de bom fim de semana!
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