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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva! 👋
Hoje escrevo-te a partir do Moxy Lisbon City, um espaço espetacular localizado a escassos metros da minha residência, mas que só na semana passada tive o prazer de explorar, não obstante à sua porta passar praticamente todo o santo dia. Trata-se de uma dessas agradáveis surpresas da vida, cuja decoração e conceito - sobretudo o do workspace gratuito – encantou-me a tal ponto que decidi passar a vir para cá escrever, na expectativa de que o cenário deslumbrante que vês na foto ajude a inspiração a fluir leve e solta.
Para mal dos meus pecados, em casa nem sempre consigo reunir as condições propícias a isso. Pudera, a coabitar com mais três criaturas, cada qual com o seu horário, a sua rotina e o seu conceito de respeito, silêncio, asseio e incómodo. É o preço que pago por insistir em viver no centro de Lisboa, auferindo rendimentos abaixo dos quatro dígitos.
Via programa Renda Acessível já eu perdi as esperanças de conseguir o meu próprio cantinho, um dos motivos de peso para a tomada de decisão em emigrar. Perdi a conta às vezes em que submeti candidatura, sem qualquer sucesso; pior ainda, sem grande perspetiva de vir a ter, já que qualquer pessoa, independentemente do tempo de residência na cidade, do facto de trabalhar no concelho ou da sua cidadania, concorre em igualdade de circunstâncias. Da última vez que ousei sonhar com uma casa à medida da minha conta bancária, fui informada de que teria que disputar a sorte com mais de três mil adversários para poucos mais que uma dezena de fogos.
Não sou racista, xenófoba, elitista ou coisa do género, mas que considero uma tremenda injustiça que pessoas que sequer moram em Lisboa, ou seja, cujos impostos e despesas não contribuem para o erário camarário, concorram nas mesmíssimas condições, lá isso considero. Não acho justo que um recém-chegado ao país/cidade beneficie das mesmas probabilidades que aqueles que, como eu, residem e trabalham na cidade há décadas. Pronto falei!
Da suspeita que paira entre os candidatos de que o processo não é totalmente transparente prefiro não me pronunciar, pelo menos não publicamente... Foi exatamente por isso que não considerei o Medina digno do meu voto. Provavelmente, mais pessoas devem ter feito o mesmo raciocínio, sem falar em outras polémicas, como a cedência de dados pessoais dos ativistas russos, e o resultado é o que se sabe: cartão vermelho direto, "pessoal e intransmissível", sem direito a VAR.
Voltando ao drama meu de toda uma vida adulta - morar em regime de quarto -, nos dias em que urgia concentração total e sossego absoluto, costumava montar acampamento lá para os lados do Centro Cultural de Cabo Verde, outro spot que adoro, mas que se revela sempre um baque na carteira e na dieta, já que é-me de todo impossível resistir ao apelo da cachupa da chef Milocas. Só de fazer menção a isso, já eu estou a salivar... Agora que descobri o Moxy, é minha intenção alternar entre um e outro, conforme o estado de espírito, e o saldo bancário, claro está!
E o assunto que pensava tratar contigo hoje vai ter que ficar para a próxima crónica, dado que esta está prestes a exceder o limite ideal de caracteres. Assim, na quarta vou contar a última, ou melhor, as últimas abordagens de gajos que me procuram na tentativa – patética, diga-se de passagem – de conseguir sexo a custo zero. Yep, a minha saga como "peguete" (como se diz na gíria popular brasileira) não conhece pausa entre temporadas.
Despeço-me com aquele abraço amigo e vibrações positivas, que a semana bem pede. Hasta!
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