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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Escrevo-te diretamente da Unidade de Saúde Familiar do Areeiro, em Lisboa, onde uma simples consulta de rotina acabou por empurrar-me para o drama do covid-19. Again! Vamos lá ver se me consigo fazer entender.
Esta manhã tinha agendado um tête-a-tête com a minha médica de família, que não conhecia de todo, pois foi-me atribuída durante a pandemia (o antigo reformou-se, pelo que há mais de dois anos que andava orfã de clínico público). O propósito da consulta era pedir as credenciais para análises e exames de rotina, os quais tenho por hábito fazer a cada dois anos. Gosto de saber como anda a minha saúde, motivo pelo qual faço estes check-ups bianuais, a fim de verificar o estado do sangue, da urina, da imunodeficiência humana, da ginecologia e tudo o mais.
A primeira surpresa - boa, diga-se de passagem - foi saber que agora tenho uma enfermeira de família, a Patrícia, com quem partilho uma parte da identidade, já que o meu nome próprio é Sara Patrícia. A segunda foi a citologia, com vista à despistagem do vírus do papiloma humano, que tive de fazer de supetão. Sorte a minha que ontem estive a aparar a relva nas partes baixas, caso contrário o desconforto de estar de pernas abertas perante dois pares de olhos seria infinitamente maior. Mulher prevenida vale por mil, lembra-te sempre disso single mine.
A derradeira surpresa, aquela que me impeliu a escrever esta crónica, foi a terceira dose da vacina contra o SARS-CoV-2. Confesso que tal coisa não estava nos meus planos quando esta manhã deixei-me convencer a ir ao centro de saúde. Como testei positivo horas depois de ter tomado a segunda dose da Pfizer, as entidades sanitárias entendem que necessito de uma dose adicional, já que a outra ficou sem efeito por causa da doença. Eu achando que estava completamente protegida, quando na verdade, em termos práticos, só estava inoculada com uma única dose. Se dúvidas houvesse de que nada acontece por acaso, eis mais uma prova...
Com apenas um pacotinho de bolachas de água e sal no estômago, porque tempo para comer é um luxo a que não me pude dar esta manhã, eis-me aqui a por-te a par dos últimos acontecimentos, enquanto aguardo que passem os 30 minutos exigidos para o recobro. O mais engraçado é que daqui a 10 minutos tenho agendado um teste de despiste do vírus, uma exigência (semanal) da minha entidade patronal.
Estas sincronicidades dão que pensar e fazem-me temer um déjà vú. Lembras-te de ter contado que testei positivo escassas horas após levar a segunda dose da vacina? Só espero que agora não aconteça o mesmo, ou seja, que eu não teste positivo minutos depois de receber a terceira dose. Sinceramente, não seria de estranhar, já que a minha vida está repleta de estórias bizaras.
Uma vez feito o ponto da minha situação, vou deixar-te que, saindo daqui, só terei tempo para apanhar um táxi, chegar à farmácia, ter aquele encontro detestado do primeiro grau com o cotonete e regressar ao escritório, onde o trabalho me aguarda. Sim porque esse não mantém-se impávido e sereno, marimbando-se para os meus dramas quotidianos.
Caso tenhas ficado com curiosidade em saber o resultado do teste de despistagem do covid, recomendo que vás ao meu perfil do Instagram, que lá partilharei o veredicto. Beijo no ombro e até sexta!
Viva! ✌️
Conforme prometido, aqui vai o relato do meu encontro imediato com o vírus SARS-CoV-2, publicado estamanhã no portal Balai.cv.
A crónica de hoje é um testemunho pessoal, provavelmente o mais íntimo que já aqui partilhei. Com ela pretendo, mais do que relatar, alertar para a seriedade de uma doença que só quem dela padece(u) é capaz de perceber. Testei positivo ao SARS-CoV-2, que como bem sabemos é o vírus responsável pela covid-19, a pandemia que assola o nosso planeta há mais de 18 meses.
Mais dramático do que testar positivo, foi tê-lo feito no dia em que foi-me administrada a segunda dose da vacina e a menos de 24 horas de embarcar numa aventura há muito ambicionada. Não faço a mais pálida ideia sobre o local ou o momento em que se deu o contágio. O que sei é que, até receber a comunicação do resultado do primeiro teste (antigénio), não apresentava qualquer sintoma.
Agora, volvidos três dias, e com um teste PCR a confirmar o primeiro diagnóstico, é inegável que o vírus adentrou pelo meu organismo e que está a tentar por todos os meios causar o máximo de estragos possível. Sim, porque este vírus, oportunista como qualquer outro, apossa-se dos nossos pontos fracos e usa-os como arma de arremesso. A batalha é desigual, injusta até, mas esta solteira aqui, uma guerreira nata, pretende lutar com todas as suas forças para amparar os golpes e escapar ilesa ao ataque.
A esta altura da infeção, imagino que o meu organismo esteja mais bagunçado do que o Marquês da Sapucaí em noite de folia carioca. Com a presença de duas doses da vacina, mais o vírus em genoma, o meu sistema imunitário deve estar a sambar - e como - para conseguir sobreviver aos próximos dias. O que me vale é que nele deposito todas as minhas esperanças, orando para que não me falhe nesta hora de aflição, agonia, vulnerabilidade e incerteza.
O meu caso não inspira cuidados maiores, ainda que não esteja assintomática. Todos os dias aparece um sintoma novo; por exemplo, enquanto escrevia este texto dei-me conta que que já não tenho paladar nem olfato. Se estivéssemos em 2019, dir se ia que estou com uma (valente) constipação e que poderia retomar a minha vida normal. Em 2021, diz-se que estou "convidada" e que devo cumprir isolamento.
Toda esta situação permite-me tirar algumas ilações, as quais passarei a mencionar. Primeira, a vacina não protege do vírus, o que ela pode fazer é minimizar o seu impacto, motivo pelo qual as autoridade sanitárias insistem que os inoculados devem continuar a cumprir com todas as regras e recomendações. Segunda, quando ficamos infectados, a primeira inquietação que nos assola o espírito é se fomos transmissores. No meu caso, ao que tudo indica, fui uma hospedeira egoísta, que guardou o mal consigo, não o partilhando com ninguém. Ainda bem que assim é, porque seria um desgosto muito grande gerir a responsabilidade de ter dado atraso na vida de outra pessoa. Os meus contactos já foram testados e todos acusaram negativo. A terceira ilação é que com a covid já não tenho eu que preocupar; afinal, para além das duas doses da Pfizer, já carrego comigo os anticorpos do próprio vírus, Como disse uma colega muito querida, fiquei imunizada para o resto da vida.
Como este vírus sofre mutações a uma velocidade estonteante, todo o cuidado é pouco, daí que relembro que esta doença deve ser encarada com a devida seriedade e as recomendações das autoridades competentes levadas à letra, pois nunca sabemos quando será a nossa vez nem como reagirá o nosso organismo.
E assim vai a vida desta solteira, repleta de aventuras, umas boas, outras nem por isso; contudo, todas uma lição de vida. Cuidem-se e cuidem dos vossos, pois o bicho (ainda) anda à solta, e se corrermos ele pega, se ficarmos ele come. Até à próxima!
Viva! 👋
Testei positivo ao SARS-CoV-2. Mais do que isso testei positivo no dia em que tomei a segunda dose da vacina e a menos de 24 horas de embarcar numa viagem que era suposto levar-me a uma nova vida. Não faço a mais pálida ideia sobre o local ou o momento em que fui contagiada. O que sei é que estou com o vírus no organismo e que tenho que cumprir com todas as indicações das autoridades sanitárias.
Como deves imaginar, muito tenho eu para te contar, o que vai acontecer já amanhã, altura em que conto terminar de escrever a crónica com o relato de mais esta aventura desta solteira aqui.
Até lá deixo-te com com aquele abraço amigo e a recomendação para tomares cuidado com esta doença, real e "apanhável" a qualquer instante.
Ora viva! ✌️
Este post era suposto versar sobre uma sunset talk que eu iria protagonizar daqui a pouco, mas que o aumento alarmante do número de infeções por covid-19 obrigou ao cancelamento. O país da morabeza tem batido o record de novos casos, pelo que esta manhã o executivo cabo-verdiano entendeu declarar o estado de calamidade, em vigor por um período de 30 dias, ainda que sujeito a avaliações períodicas.
Assim, tive que alterar o título desta crónica de 'Inspiring talking with Sara Sarowsky' para 'E (quase) tudo a calamidade levou', pois a minha agenda para estes últimos dias acaba de ficar (parcialmente) comprometida. Além da tal sunset, ficará igualmente sem efeito um meeting com um grupo de mulheres empreendedoras com quem ia partilhar a minha experiência e know-how, visando inspirá-lo a empoderar-se.
Para além disso, algumas outras atividades que implicavam o ajuntamento de um considerável número de pessoas. Apesar de lamentar o transtorno, sou totalmente a favor de que é preciso ter mão firme, e enquadramento legal, para por um travão no alastramento da covid-19 no arquipélago, sob pena desta tornar-se descontrolada.
Como no meio da tempestade há sempre um farol para nos transmitir esperança, hoje tive duas reuniões com as mais altas instâncias da cultura, as quais demonstraram interesse no meu projeto literário, em stand-by há mais de um ano, precisamente por causa desta maldita, e teimosa, pandemia. Uma vez de regresso a Portugal, já para a semana, é arregaçar as mangas e dedicar-me de corpo e alma ao livro.
Por falar nisso, estou a acusar alguma ansiedade em relação ao teste PCR, imprescendível ao embarque. Da maneira como a situação está neste momento, bem posso acusar positivo ao vírus SARS-CoV 2. Com a quantidade de casos que aparecem todos os dias, não seria nada improvável, apesar de todos os cuidados.
Ainda bem que, dentro que me foi permitido, aproveitei bem as oportunidades que me foram surgindo. Ontem, feriado na capital cabo-verdiana, tive oportunidade de dar um passeio até à vila do Tarrafal, a qual não visitava há mais de 15 anos. Que bem que me soube um dia (inteiro) de praia, sol, areia e peixe fresco, sempre na melhor companhia.
E assim vai esta minha última semana em Cabo Verde, repleta de emoções e sobressaltos, num mix indesejável, contudo inevitável. A ver vamos como decorrem os próximos dias. Darei notícias, sempre que se justifique. Enquanto isso, aproveita o fim de semana e não te esqueças que o bicho anda à solta e que ao primeiro vacilo podes ser a sua próxima vítima. Cuida-te e cuida dos teus, que a saúde é o bem mais precioso de que dispomos.
Aquele abraço amigo só nosso!
Viva! ✌️
Os residentes em Portugal continental estão sujeitos, desde as zero horas desta sexta-feira, 15 de janeiro, ao confinamento obrigatório, o segundo em apenas nove meses. O que nunca antes acontecera, conhece agora a sua segunda edição, que desejamos que seja mais breve do que a primeira.
Infelizmente, por mais que nos desgaste e condicione a vida, esta parece ser a derradeira tentativa para conter a proliferação do vírus, o qual não parece disposto a dar tréguas. Pelo contrário, revela-se cada vez mais agressivo, logo mortífero.
É hora de respirarmos fundo e submergirmos, à espera de ver passar a turbulência. Serenidade e precaução é tudo o que precisamos para os próximos dias. Portanto, toma conta de ti, protege-te, apanha sol (sempre que possível) e investe na tua sanidade mental. O resto, é ir vivendo um dia de cada vez. Estamos juntas!
Aquele abraço amigo e até segunda!
Viva!
Comecei a alinhavar esta crónica andava a pandemia do novo coronavírus a dar os primeiros passos em direção ao estado de emergência. O compasso de espera até avançar com a sua publicação prendeu-se com dois motivos: acompanhar a evolução da situação (a fim de saber se mais benefícios poderiam daí advir) e evitar ferir a suscetibilidade daqueles que recusavam ver a crise sanitária como uma chamada de atenção para melhores práticas humanas, sociais, governamentais, económicas e, acima de tudo, ambientais.
O relatório da situação epidemiológica desta quinta-feira, 18 de junho, indica que Portugal conta com 38.089 casos confirmados de Covid-19; sendo que, desses, 1.524 são óbitos. Feitas as contas, é fácil concluir que a taxa de contágio (para um universo de 10 milhões de habitantes) sequer chega a 0,4%. Ora isso quer dizer que cerca de 99,6% dos residentes em Portugal não acusaram a doença, e que, dos que acusaram, apenas 4% não conseguiu de todo recuperar.
Insisto: somente 0,4% da população portuguesa ficou doente por causa do SARS-CoV-2. Dos tais 0,4% que adoeceu, apenas 4% não conseguiu sobreviver.
A elevadíssima taxa de sobrevivência/recuperação é o primeiro (e, claramente, o mais importante) aspeto positivo desta pandemia, maldita por um lado e bendita por outro. Porque ver o lado B(om) de tudo que nos acontece é uma postura que adotei para a minha vida, passo a enumerar mais uns quantos. Vejamos:
1. Os governantes nunca fizeram tanto pelo cargo que ocupam, bem como pelo salário que auferem,
2. No contexto político, situação e oposição estiveram harmoniosamente sintonizadas,
3. Entidades públicas e privadas falaram a uma só voz,
4. A população esteve mais unida do que nunca,
5. Muitas empresas assumiram uma postura deveras generosa para com os seus colaboradores,
6. As famílias estreitaram os laços,
7. O egoísmo, a indiferença e o descaso deram lugar à solidariedade, à empatia e à afetividade,
8. O dinheiro mostrou a sua desimportância perante o que realmente importa,
9. O culto do individualismo foi posto em cheque,
10. O mundo apercebeu-se que, independentemente da posição social, todos podem contrair o vírus,
11. Não restou margens para dúvida de que a saúde, bem como o sistema que a suporta, é um ativo fundamental,
12. As pessoas despertaram do seu profundo estado de alienação para se manifestaram genuinamente preocupadas com o bem estar de todos.
Lamento profundamente o facto de todas estas conquistas, acabarem por, indubitavelmente, ceder lugar às práticas pré-pandemia. Pelo que tenho visto, ouvido e deduzido, será uma questão de tempo até que a maioria dos mortais volte aos antigos hábitos de vida, consumo e interação - social e cívica. Os ensinamentos que, supostamente, todos nós deveríamos ter apreendido parecem condenados a uma página (negra, é certo) da memória coletiva.
Aquele abraço amigo de sempre!
Viva!
Nas últimas semanas, e a uma velocidade assustadora, fomos atingidos por uma avalancha de imposições legais, cujo intuito, mais do que regular o exercício da nossa cidadania, visou impor-nos códigos de conduta para uma situação deveras peculiar. A luta contra esta pandemia, que atende pelo nome de Covid-19, levou a um autêntico espartilhar de muito daquilo que a maioria de nós considerava até então intocável. Refiro-me, por exemplo, à liberdade de circulação e de convívio social e familiar.
É no contexto do estado de calamidade, em vigor em Portugal desde o dia 4 de maio, que me proponho a descortinar a diferença entre o que está a ser recomendado, o que ficou restrito, o que passou a ser obrigatório e o que se tornou proibido. Ciente da minha inabilitação académica na matéria, intento, mesmo assim, levar adiante o meu propósito. 'Bora lá então desconstruir cada um destes conceitos jurídicos!
É recomendado o recolhimento domiciliário, ou seja, as pessoas são aconselhadas a ficarem em casa sempre que possível. O não respeito por este "conselho" não implica qualquer ação sancionatória, uma vez que que não se está a infringir nenhuma lei.
Restrito ficou um leque de direitos, liberdades e garantias. Quer isso dizer que estes ficaram provisoriamente limitados e que só devem ser aplicados na medida do estritamente necessário. Um bom exemplo disso são as regras de restrição à circulação aeroportuária. O direito/liberdade de viajar continua ativo, só que restrito a casos específicos.
O obrigatório refere-se às situações em que uma determinada regra é imposta, à base da lei. À luz do mesmo estado há pouco citado, é obrigatório o confinamento para pessoas doentes, bem como o uso de máscaras em espaços públicos fechados. O não cumprimento de qualquer uma destas normas configura crime de desobediência civil, punível com multa ou prisão.
Proibido é tudo aquilo que está previsto na lei como não autorizado, ou seja, que não tem o aval das autoridades competentes para ser levado a cabo. Retomando novamente o atual estado de calamidade, estão proibidos todos os eventos ou ajuntamentos com mais de 10 pessoas, exceto em funerais, onde podem estar presentes os familiares.
E assim dou por concluída a minha aventura na área jurídica, desejando que esta tenha, de alguma forma, contribuído para a tua informação.
Aquele abraço amigo de sempre!
Viva!
Este post assenta na partilha de um texto, de autor desconhecido, que anda a circular na rede e que é uma verdadeira turbina de reflexão e discussão sobre toda esta calamidade sanitária global.
Viva!
Vivemos tempos duros, é certo. Provavelmente, vai endurecer ainda mais daqui a um par de semanas. Com o passar dos dias, o isolamento social trará à tona novos problemas, sejam eles financeiros, conjugais, familiares, emocionais, psicológicos e até psiquiátricos. Ainda que não seja especialista na matéria, estou em crer que casos relacionados com ansiedade, ataques de pânico, depressão, suicídio, divórcio, obesidade e falência vão disparar em flecha.
Há coisas que não conseguimos controlar, daí que não valha a pena estarmos a perder tempo com elas. Concentremo-nos antes naquilo que depende de nós, especialmente no que podemos fazer para atenuar ou melhorar a situação. O isolamento social não tem que estar associado apenas a coisas más. Como tudo na vida, também ele possui um lado positivo, por mais que não pareça. Apelando à minha experiência pessoal, dou vários exemplos de como esta quarentena imposta pode ser boa para a nossa vida. Anota aí:
Mais hora de sono
O regime de teletrabalho tem-me proporcionado mais uma hora de sono. Em vez de me erguer às sete, agora só às oito horas digno elevar o meu património físico da cama. Garanto-te que ele não se tem queixado dessa hora extra.
Ora viva!
Momento conturbado este que estamos a viver. Não só pelo Covid-19, mas sobretudo pelo clima de medo, incerteza e hipocondria que à sua volta paira, e da qual nenhum de nós está a conseguir manter-se indiferente. Dada a nossa pouca margem de manobra em relação ao rumo dos acontecimentos, proponho para hoje algumas dicas de felicidade.
Por acreditar que ao reforçarmos o nosso positivismo estaremos a reforçar a nossa capacidade de resposta a estes dias de dificuldade, eis-me aqui a partilhar contigo algumas atitudes - lições de vida, no fundo - recomendadas por especialistas àqueles que querem ser mais felizes.
1. Medo de fazer algo
Anthony Freire, diretor clínico de um centro de saúde mental nova-iorquino, considera que a forma mais eficaz para nos livrarmos de sentimentos como medo, receio, vergonha ou culpa é "assumir que eles existem porque dissemos a nós mesmos que deveríamos sentir-nos assim". Portanto, não deixar de fazer nada por medo, enfrentar a situação e lutar pelo que se quer é a melhor estratégia para superarmos a questão, aconselha o psiquiatra.
2. Inquietação com situações que nos ultrapassam
Stress e preocupação são inerentes à condição humana, pelo que é impossível bani-los da nossa vida. Contudo, é possível reduzi-los ao inevitável, ou seja, focarmo-nos apenas nos pensamentos e acontecimentos que realmente podemos mudar. "Faça uma lista dos problemas que a estão a assombrar e escreva o que pode fazer para mudar a situação. Reveja as questões com as quais pode fazer algo e esqueça as restantes", aconselha a terapeuta Osibodu-Onyali.
3. Guardar rancor
É facto assente que o rancor é altamente prejudicial ao nosso bem-estar físico, emocional, psíquico e espiritual. É por isso que "encerrar histórias antigas" ou "tentar retomar" algo que valha a pena, seja a recomendação desta especialista. Claro que isso não significa que devemos deixar (re)entrar pessoas tóxicas na nossa vida, mas antes que, perante algo que está mal resolvido, tentar levar a questão a bom porto ou, não sendo possível, deixá-la ir; sem mágoa nem ressentimento.
4. Comparação com os outros
O ciberespaço, em especial as redes sociais, tem tanto de bom como de mau. Ele tanto aproxima como afasta, tanto integra como marginaliza, tanto enaltece como desmerece, tanto aceita como rejeita, tanto enobrece como desgraça; tudo isso à mercê da conveniência e da mestria de cada um. Como tal, devemos ter sempre em mente que as pessoas partilham apenas uma parte da sua vida, uma parte que muitas vezes é meramente ilusória. Daí que compararmos a nossa vida com a dos outros não contribui nem um pouco para a nossa felicidade. Pelo contrário!
5. Sobrevalorização da opinião alheia
Estamos nós cientes de que viver em sociedade implica seguir normas e códigos de conduta. Nenhum de nós está imune a isso. Todavia, isso não quer dizer que a nossa vida deva ser regida em prol da opinião dos outros. Quanto a isso, Osibodu-Onyali é taxativa: "Nem toda a gente tem de gostar de nós" e nós devemos estar bem com essa situação, não nos privando, por isso, de viver como queremos.
6. Querer ter sempre razão
É normal que, quando estamos a discutir com alguém, queiramos ter sempre razão. No entanto, esta atitude pode fazer mais mal do que bem à nossa saúde mental. Anthony Freire aconselha a deixarmos de lado a constante necessidade de "vencer", até porque esta ação "consome muita energia". "Quantas vezes é que insistimos numa discussão apenas por teimosia de querer ter razão? Muitas das vezes acabamos por dizer coisas que não queríamos e depois até acabamos por pedir desculpa", explica o especialista.
Meu bem, espero que encares estes conselhos de quem sabe como (mais) um lembrete de que a tua felicidade, na maior parte das vezes, está ao alcance da atitude que tomas perante situações e acontecimentos com que te deparas ao longo da tua existência. Esta pandemia é apenas mais um acontecimento na tua vida, assim como na de todos nós, e da qual podes sair mais ou menos ilesa, dependendo da atitude que resolveres assumir.
Aquele abraço amigo (agora mais precioso que nunca), e até breve. Fica bem, fica em casa!
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