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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva!
Lembras-te de no post anterior o autor do livro Quem nunca morreu de amor ter dito que precisamos morrer de amor algumas vezes? Ah, pois, isso pode até parecer muito romântico aos olhos de quem lê, mas na vida real dor de amor é algo que não traz benefício nenhum, pelo contrário, pode causar sérios e permanentes danos à saúde cardiovascular. Dos psíquico-emocionais, escuso mencionar...
Reza a minha experiência que um coração partido equivale a morrer um pouquinho todos os dia, para se renascer no dia seguinte e voltar a morrer novamente. Uma, duas, três, vezes sem conta. O que nos salva é que um dia ela acaba por entrar em estado vegetativo, até que decidamos que é hora de desligar a máquina e deixá-la descansar em paz nos confins da memória. Até lá, só nos resta recorrer à máscara de oxigénio, um dia de cada vez.
Mas esta crónica não é para falar dos meus desgostos amorosos, mas sim de um novo estudo da British Heart Foundation que garante que o síndrome do coração partido (ou miocardiopatia Takotsubo, cientificamente falando) é um facto, com consequências mensuráveis, embora ainda não reúna consenso entre a comunidade académica.
A referida investigação apurou que três mil britânicos padecem anualmente deste mal, que, na prática, enfraquece o músculo cardíaco ao ponto de dificultar o seu normal funcionamento. Testes à amostra permitiram concluir que as consequências de uma desilusão amorosa assemelham-se às de um ataque cardíaco, isto porque, tanto num caso como no outro, há danos no músculo cardíaco, algo que é não reversível. Tal constatação permite afirmar que aqueles que padecem deste síndrome ficam com as mesmas taxas de sobrevivência que aqueles que sofreram um ataque cardíaco.
De acordo com os entendidos na matéria, essa tal de Takotsubo é uma doença tão devastadora que pode, num ápice, prejudicar a mais saudável das criaturas. Se antes se pensava que as suas consequências seriam temporárias, agora não restam dúvidas de que pode deixar marcas para o resto da vida.
Aos (ex)corações partidos dedico esta bela composição do Alejandro Sanz. Estou ciente que não cura dor nenhuma, mas ao menos anima a alma.
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