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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

28
Nov18

12-kinds-of-kindness_feature-1000x641-1.jpgViva!

Um texto do Sarcasticamente Falando inspirou-me a escrever sobre o quão perigoso (e doloroso) é ser-se bom nos dias que correm. Numa época em que culto da moral elástica parece angariar cada vez mais seguidores, valores como honestidade, sinceridade, lealdade, solidariedade e respeito pela dignidade alheia quase que destoam dessa realidade invertida.

Hoje em dia, mais fácil nos surpreendemos com um gesto de bondade do que com o contrário. A sensação que me dá é que o que é suposto ser regra - sermos bons uns para os outros - passou a ser exceção, como se habitássemos um universo paralelo, com os valores todos trocados.

Quem nunca foi acometido por um genuíno sentimento de incredulidade quando bafejado por uma ação bondosa, custando-lhe acreditar em tamanha sorte, que comente agora ou prossiga com a leitura. Nessas ocasiões, a nossa primeira reação verbal costuma ser algo do tipo: "Não estava nada à espera", num claro sinal de que estamos mais familiarizados (logo confortáveis) com a ausência de bondade do que com a dita cuja propriamente; quando deveria ser precisamente o contrário.

Num mundo cada vez mais distorcido de valores e de princípios, torna-se um intrincado quebra-cabeças saber em quem confiar e em quem depositar as nossas melhores expectativas. Mais do que querer confiar, precisamos fazê-lo para nos sentirmos em paz connosco. Como tal, acabamos, mais do que é suposto, com os sentimentos feridos, pelo simples motivo de que avaliamos os corações dos outros à luz do nosso próprio. Daí que ser bom demais tornou-se perigoso. E inglório.

Existe, no contexto atual, uma necessidade de se dar bem em todos os palcos em que se atua, mesmo que por meio de vantagens indevidas, de caminhos duvidosos, passando por cima dos outros, como se, de facto, os fins justificassem quaisquer meios. Nessa luta desenfreada pelo sucesso, a lealdade e o compromisso com o outro acabam por ser algo a não se prender, pois o que importa mesmo é galgar os degraus da ascensão social, da progressão laboral e da realização amorosa, fazendo com que as relações humanas se revelem cada vez mais frágeis e ocas.

Ainda assim, muitos são aqueles que fazem questão de manter a fé na bondade alheia e a esperança numa sociedade mais justa, mais igualitária, mais solidária, mais digna, no fundo, mais humana. São esses os que se recusam a abrir mão da crença na amizade verdadeira, no amor desinteresseiro, na honestidade e na integridade. Almas que ainda persistem no propósito de ser feliz sem magoar, sem trair, sem maldizer, sem prejudicar, colocando-se no lugar das pessoas com as quais convivem.

Eu me assumo como uma dessas pessoas que, por mais que apanhem da vida e levem rasteiras dos outros, permanecem fiéis à sua essência, que é ser bondoso. Não porque acredito na recompensa divina (longe disso), mas porque acredito que o mundo seria um lugar infinitamente melhor para se viver se todos nós formos genuinamente bons uns com os outros.

Atenção, que com ser bom não me refiro a ser um santo, que tudo atura, tudo aceita, tudo suporta e tudo perdoa. Com ser bom refiro-me a ter respeito pelos outros, a ajudar quem precisa, a não prejudicar ninguém a custo zero, a não trair, a não mentir e a não intentar contra o bom nome e a honra alheia.

Despeço com um até à próxima!

P.S. - Na sexta faço anos, por isso vai pensado na minha prenda, que faço questão de receber.

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07
Mar16

a9f5c81b7.jpgImaginemos que estás num evento social e te apresentam uma pessoa e que esta se revela excessivamente educada, gentil e agradável. A reação natural é simpatizar de imediato com essa pessoa. Certo? Nem tão certo assim, meu bem, já que uma nova pesquisa, divulgada em dezembro último, lança um alerta em relação às pessoas excessivamente educadas, dizendo que estas são mais propensas a trair.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores da Association for Computational Linguistics descobriram que, em 57% das conversas em que alguém estava sendo excessivamente gentil ou educado, estes acabaram cometendo algum tipo de traição.

Neste contexto, a polidez é encarada como uma forma de desarmar e levar o outro a baixar a guarda, isto é a abrir mão das  suas defesas e reservas. Não é à toa que os psicopatas e sociopatas apresentam um índice de polidez tão acentuado. É uma forma de manipulação que vivenciamos todos os dias.

Um dado importante deste estudo, e um elemento constante nas traições constatadas ao longo do mesmo, foi uma mudança de humor de conversação. Daí que os cientistas alertem para o seguinte: perante alguém que nunca te passou cartão e, de repente, passa a ser extremamente agradável contigo, convém ligar as antenas e sintonizar o radar. O mesmo pode ser dito sobre aquela pessoa que tem sido um inimigo declarado e que, de uma hora para outra, muda de abordagem e passa a comportar-se como nosso BFF.

Convenhamos que não é tarefa fácil detetar um anormal índice de polidez, sobretudo quando se trata de pessoas que não conhecemos. Por estarmos pouco familiarizadas com elas e com o seu modo de ser e agir, ficamos sem saber se estão sendo forçadamente agradáveis ou se apenas a demonstrar a sua real natureza. Nesse caso, o melhor é deixarmo-nos guiar pelo instinto e perguntar "o que é que esta pessoa poderá querer de mim?"

A dita pesquisa ressalta ainda que isso não quer dizer que devamos tornar-nos seres desconfiados, sempre à espera de ser traído por aqueles que são muito gentis. Nada disso! O importante é ter em mente: há pessoas lá fora que alimentam-se da bondade dos outros.

Este artigo serve como um simples lembrete: as coisas nem sempre são o que parecem.

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