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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva!
Há exatamente um ano, escrevia eu sobre a carência de beijos gostosos nos dias que correm. Por considerar que este é um assunto sempre atual e tão caro, principalmente aos que estão no mercado, partilho contigo a versão reeditada do artigo Mais e melhores beijos, sff, pubicado no dia 6 de outubro de 2016.
Para mim, o beijo é um tema que nunca se esgota, mais não seja porque é-me deveras deleitante, para não dizer sublime. Não tenho qualquer problema em assumir que valorizo muito mais o beijo do que o que (geralmente) lhe costuma suceder. Quando se beija só por beijar, sem segundas ou terceiras intenções, aí sim é o êxtase total. Só lamento que tantas pessoas desconheçam ou subestimem a sua importância, em detrimento de um contacto físico mais íntimo (sexo).
Por considerar que nós as discípulas de Vénus somos merecedoras de mais e melhores beijos, esta crónica versa sobre três curiosidades inerentes a este ato:
1. Estatísticas apontam que 53 por cento das mulheres preferem beijar um homem que tenha a barba feita. Cá para mim isto justifica-se pelo facto de que uma pele lisinha ser muito mais afrodisíaca e apelativa ao toque. Para que não restem dúvidas, digo que a nossa posição em relação a pelos faciais é a mesma que a dos homens em relação à depilação na zona púbica. Capice?
2. Para além da boca, o sítio onde mais gostamos de ser beijadas é o pescoço. Eu pessoalmente adoro no canto da boca e na parte de dentro dos cotovelos. O curioso é que apenas 10 por cento dos homens gosta de sentir os lábios nessa parte do corpo. Eu cá sei onde gostam eles de sentir os lábios... tu também sabes, não te faças de desentendida!
3. As principais queixas femininas em relação aos beijos deles é por não variarem muito. Mais parecem autómatos, porque não dizer, robots. Já nem falo daqueles beijos ansiosos, fugazes e destituídos de qualquer carga de entusiasmo. Tão focados em chegar ao destino do que propriamente em apreciar a viagem, eles acabam por descurar este importante gesto de amor, afeto, atração e tesão. Rapazes, vejam a coisa desta forma: uma mulher bem beijada é mais do que caminho andado para uma boa performance sexual. Ainda há dias, aqui disse que uma mulher satisfeita, é adoravelmente generosa na hora de retribuir. Ai não?
Moral da estória: queremos beijos demorados, voluptuosos, apaixonados, húmidos. Essencialmente, sentidos. Onde e como for, o importante é que quem os dê seja criativo, ousado e empenhado.
Ora viva!
Acaso sabes quais os atributos femininos com mais aceitação no mercado masculino? Antes de responderes, fica ciente de que não me refiro aos físicos. Uma legítima descendente direta de Vénus sabe que a aparência é importante, mais não seja porque, por saltar logo à vista, é o que atrai de imediato.
Por sua vez, a personalidade é tão ou mais importante, pois é ela que legitima (ou não) o grau de atratividade da pessoa. Recorrendo novamente às linhas mestras do marketing, de que adianta ter uma embalagem apelativa se o produto for uma porcaria?
É neste contexto que partilho contigo as conclusões de um estudo da aplicação de encontros OkCupid, que revela que preocupar-se com os outros, acreditar na liberdade de expressão, defender a separação de poderes, falar abertamente sobre sexo, sentir-se à vontade com a masturbação, defender a importância da educação e acreditar na igualdade de direitos são traços de personalidade que deixam qualquer um rendido aos encantos femininos.
Apesar do universo da amostragem da pesquisa restringir-se ao território estado-unidense (que recentemente deu-nos provas de que sabe espalhar-se ao comprido como poucos), acredito que noutros polos terrestres a realidade não deva ser muito díspar. O que me parece evidente nestes resultados é que os entrevistados deram mostras de já não se contentarem apenas com uma cabeleira farta, olhos exóticos, lábios carnudos, coxas roliças, seios fartos ou nádegas salientes.
Para algo mais que have a fun, as suas pestanas peludas assumiram-se despudoradamente abertas aos aspetos mais intrínsecos da personalidade feminina. Talvez ainda haja esperança para mulheres como nós, que suspiram por encontrar o seu unicórnio, no meio de tantos equídeos.
Eles, ao reconhecerem que valorizam o nosso lado mais forte, opinativo e inconformista, fazem-nos acreditar que a superficialidade e frivolidade com que tantos encaram o sexo oposto pode ter os dias contados. A nós, do género oposto, cabe-nos a tarefa de saber usar estes encantos como um trunfo para cativar mais e melhor.
Sabemos nós que há coisas que são autênticas "corta-tesão", tanto para eles como para elas. No meu caso particular são as tatuagens grandes, cabelo comprido, barba rija, demasiado músculo, camisa cavada, alargador, roupas demasiado justas, tabaco, pelos, dentadura feia ou mal cuidada, baixa estatura, só para citar os mais flagrantes. Sim, estou ciente que sou exigente e picuinhas. Porque achas que continuo solteira, não obstante todos os meus predicados?
Que me perdoem os meus seguidores que se revejam nesta minha descrição. Não é de todo minha intenção ferir suscetibilidades e muito menos marginalizar quem quer se seja. A culpa é da minha líbido, que, quando confrontada com estas caraterísticas, pura e simplesmente se recusa a despertar do seu estado letárgico de indiferença - muitas vezes, repugnância mesmo.
Adiante, que este artigo não é sobre o que me atrai a mim no sexo oposto, mas sim sobre o que pouco atrai os homens em nós. Meu bem, presta atenção ao que vem a seguir, pois o teu estado de solteirice talvez se deva a alguns destes aspetos.
Comer num transporte público ou ter um piercing na parte superior do lábio são dois dos aspetos que mais afastam os homens das mulheres, considera o Reedit, citado pelo The Telegraph. Brincos de argola (essa apanhou-me desprevenida, admito), perfume com cheiro a velha, sabrinas e unhas demasiado compridas tão pouco lhes agradam. Assim como batom com cor demasiado berrante.
Em contrapartida, não resistem a personalidade cativante, aspeto físico cuidado (independentemente do size dela), cor vermelha, voz agradável (nem grossa nem estridente), leveza de espírito e energia positiva. Estas caraterísticas que conseguem deixar qualquer macho pelo beicinho.
Como pudeste constatar, o sexo masculino não é assim tão esquisito ou exigente no que toca ao sex apeal. Sendo assim, cabe às mulheres que estiverem para aí viradas investir nestes aspetos e começar a colecionar admiradores e pretendentes.
Caso contrário, sempre podem continuar solteiras e seguidoras deste blog. Afinal, alguém tem que me fazer companhia na minha solteirice.
Que a atração sexual nem sempre passa por fatores físicos, como altura, peso e curvas, é facto empírico. Quantas vezes pensamos (ou comentamos): "o que é que ela/ele viu nele(a)"; "mas ela/ele é tão sem sal"?; "como pode um homem/mulher desse/a andar com alguém assim"? Pelos vistos, algumas pessoas valorizam bem mais os atributos da mente, como a inteligência, do que os do corpo, como a aparência. A essa preferência dá-se o nome de sapiossexualidade.
Ao sapiossexual interessa-lhe muito mais a inteligência das pessoas, pelo que a sua atração sexual baseia-se sobretudo em fatores como cultura e conhecimento, em detrimento da beleza e estilo. Não que esses últimos não contem, apenas não determinam, nem em primeira, tão pouco em última instância, a vontade de ter sexo.
Imagina a seguinte situação: acabas de conhecer uma pessoa que te parece extremamente interessante do ponto de vista inteleto-cultural. Após dois dedos de conversa, constatas que ela, de facto, possui uma apreciável (e apetecível) inteligência, com uma fascinante visão das coisas e enorme bagagem cultural, e essa constatação estimula a tua libido, fazendo com que te sintas sexualmente atraída por ela. Se isso te acontece com alguma frequência, é bem provável que sejas uma sapiossexual.
A autoria da terminologia é reivindicada por Darren Stalder, que alega tê-la inventado em 1998. Porém, o conceito só vincou mesmo década depois, em grande parte graças à escritora erótica Kayar Silkenvoice, que, em 2005, criou o domínio sapiosexual.com.
Atualmente a palavra - cujo prefixo origina do latim sapien, que significa inteligência - passou a ser utilizada como definição de uma orientação sexual própria, tal como acontece com os termos "heterossexual", "homossexual", "bissexual" ou "pansexualidade" (coisas da Miley Cyrus).
Não diria que sou uma sapiossexual assumida, já que a aparência física e o estilo contribuem (e como) para o despertar da minha libido - afinal, na hora H, o que se come mesmo é o corpo e não a inteligência. No entanto, esses atributos, por si só, revelam-se insuficientes. Costumo dizer que o melhor afrodisíaco de um macho é a sua inteligência. Um homem capaz de nos envolver numa conversa inteligente, porém despretensiosa, capaz de nos enredar numa teia de sedução, recorrendo somente a palavras e ideias, capaz de despertar em nós a sensação de "por mim ficava aqui a falar contigo o resto da vida", é uma criatura simplesmente irresistível, que cativa, envolve, seduz e fascina.
Perfeito mesmo seria um exemplar desses com a cara de Chad Michael Murray, o focinho do Cauã Reymond e o estilo de Rodrigo Santoro. Com um homem assim, que mais poderia querer uma solteira?
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