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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

13
Nov17

O Verme V

por Sara Sarowsky

Bookworm3.jpgOra viva!

 

Hoje vou dar uma de La Fontaine e dedicar-te esta fábula.

 

Era uma vez um verme chamado V (V de verme e não de outra coisa qualquer). O Verme V, não obstante a sua condição insignificante na cadeia alimentar, achava-se dono e senhor do mundo. Só que esse mundo resumia-se a meia dúzia de bananeiras, alguns coqueiros e umas quantas samambaias, espécies cujo único pecado resumia-se a lá estarem quando o Verme V se adonou daquele território.

 

O Verme V era uma criatura desagrável, mal educada, arrogante e inescrupulosa, que acreditava piamente que o despotismo e a prepotência eram a melhor forma de mesclar a sua profunda incompetência e incapacidade inata para ser um bom líder.

 

O Verme V, sexualmente amorfo, autoconsiderava-se um presente de Eros para as restantes espécies do seu reino. Olhava para a direita e... pisca pisca. Olhava para a esquerda e... pisca pisca. Os desafortunados habitantes daquele oco e moribundo império, esses coitados, só observavam as manobras infelizes do Verme V para conseguir acasalar.

 

Um belo dia, uma das bananeiras pariu uma banana diferente. Com a casca menos fulva, pintinhas mais acentudas e uma bonita curvatura, a banana despertou, de imediato, a cobiça do Verme V, que – quiçá por não ter tido sorte com tudo o resto – não hesitou em tentar rastejar para cima dela.

 

 Só que a Banana S (S de saborosa e não de outra coisa qualquer) nutria um absoluto desprezo pelo Verme V. O Verme V de tudo fez para cativar a Banana S: fez piadinhas, elogiou, insinuou, convidou, sorriu, ofereceu usucapião, Mas nada. Não havia forma do objeto da sua cobiça se render aos seus encantos.

 

Plenamente consciente da personalidade traiçoeira e da falta de carácter do Verme V, a Banana S fingia não perceber as suas investidas. Além de não querer se indispor, sabia ela que novas e melhores paragens a esperavam, daí que seria só uma questão de tempo até conseguir livrar-se dele. Só que o Verme V era persistente, teimoso e não aceitava uma rejeição nem desistia facilmente.

 

A situação foi-se arrastando, até que um dia o Verme V, subestimando aquela que ele achava ser presa fácil, resolveu que era hora de se impor, de mostrar à Banana S a força do seu poder. Acostumado a não ser enfrentado nem desafiado, qual não foi o espanto (e indignação) do Verme V quando a Banana S não se deixou intimidar e enfrentou-o bravamente, para, de seguida, abandonar a República das Bananas e partir rumo ao desconhecido, de cabeça erguida e um enorme alívio por não ter mais que aturar semelhante invertido.

 

A sentir-se afrontado e desmoralizado perante as restantes bananas, sem falar no despeito por uma reles fruta atrever-se a questionar a sua autoridade de soberano de coisa-nenhuma, uma terrível vingança contra a Banana S resolveu o Verme V engendrar.

 

Sabes o que fez o nosso anti-herói? Eu também não, que ainda não pensei nisso. Aguarda pelas cenas do próximo capítulo. Até lá,  uma radiante semana.

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acoso_sexual-noesdehombres-campana-metro_cdmx-violOra viva (novamente)!

Sei que já nos falamos hoje, mas acabo de deparar com algo que tenho mesmo que partilhar contigo. E tem que ser agora, pois há coisas tão fantásticas que se adiarmos, ainda que por um dia, perdem todo o encanto.
 
Refiro-me a duas iniciativas, registadas em vídeo, da campanha de sensibilização No es de hombres (Não é de homem), levada a cabo pelas autoridades mexicanas, no intuito de consciencializar os homens para a praga que é o assédio sexual de que as mulheres são diariamente vítimas nos transportes públicos.
 
Viral nas redes sociais, infelizmente esta diligência tem gerado muita polémica, sobretudo por parte do sexo masculino. Isto porque uma das ações deste marketing social consiste num banco em formato de homem com o pénis exposto, afixado numa das carruagens de metro da Cidade do México. Acima do banco pode ler-se o aviso: "Exclusivo para homens" e abaixo o texto: "É mau viajar aqui mas não se compara à violência sexual que as mulheres sofrem durante as suas deslocações no dia-a-dia". 

Noutra parte da campanha, os rabos dos homens que esperavam por este meio de transporte subterrâneo foram exibidos nos ecrãs da estação, numa sequência de imagens que termina com a mensagem: "As mulheres sofrem isto todos os dias".

Era de se esperar que ELES se sentissem desconfortáveis, melindrados até, com algo nestes moldes, mas, a meu ver, só sentindo na pele o calvário porque passam todo o santo dia milhares de mulheres – que podem perfeitamente ser suas mães, namoradas, irmãs, esposas, primas, amigas, colegas, vizinhas ou apenas conhecidas –, não só no México, mas em qualquer ponto deste planeta.
 
Só é pena que os energúmenos que praticam estes atos infames estão nem aí para iniciativas destas, até porque a enfermidade patológica de que padecem é crónica e degenerativa.
 
Da minha parte, tenho a dizer que esta é uma das melhores campanhas do género de que já tive conhecimento, mais não seja pela sua componente didática, já que com ela fiquei a saber que os muchachos mexicanos são portadores de um derrière deveras apetecível.
 
Vivendo e aprendendo, meu bem...

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