A propósito da nomeação do Ainda Solteira para os Sapos do Ano, assumi, na última crónica, o blog como um serviço público de informação para solteiros. O que não mencionei na altura, e que agora faço com todo o gosto, é que a sua autora se assume como uma espécie de lavadeira de pensamentos, cuja missão passa por desencardir mentes em relação à solteirice. O que me move? Já te explico!
É com uma frequência cada vez mais alarmante que constato o quão encardidas se encontram certas mentes - demasiadas até - nos dias que correm. Manchadas de estereótipos, preconceitos e palpites sobre a vida alheia, essas tais mentes encardidas são o reflexo de crenças que já não se justificam no atual panorama das relações amorosas. E é precisamente este tipo de nódoas mentais e sociais a que me propus combater ao criar este blog, há coisa de três anitos e meio.
É do conhecimento geral da nação digital que há largos anos que eu não tenho uma vida amorosa digna desse nome. Desde finais de 2010, data da minha última relação oficial, que esta mais não é do que um filme de autor, cujo enredo é inspirado numa série de personagens desencontradas no espaço e no tempo e cujos interesses estiveram desalinhados desde o primeiro take. Assim, o meu celibato deve-se a sucessivos erros de casting, em que o meu interesse e o deles jamais coincidiu em termos de intensidade, oportunidade, afinidade e disponibilidade. Tão simples quanto isso!
Não existe nenhuma razão obscura por detrás desta minha solteirice prolongada, como tantos especulam. Tenho perfeita noção que muitos dos que me conhecem pensam que das três uma: ou bato prato fundo com fundo (leia-se, gay), ou mantenho uma relação clandestina (leia-se, amante) ou sou uma promíscua embutida (leia-se, puta). Uns dizem-me isso na cara (em tom de brincadeira), outros apenas insinuam e há ainda aqueles que só observam, na firme convicção de me apanhar na curva, em flagrante delito.
É a este tipo de pessoas que eu associo as tais mentes encardidas, as quais este blog comprometeu-se tentar branquear, na firme convicção de instituir à solteirice na idade adulta a dignidade que a sociedade lhe vem negando desde sempre.
Se vou ser bem-sucedida nesta minha missão? O futuro o dirá. Até lá continuarei tentando!
Ainda Solteira, a "desencardidora" de mentes