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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Na expectativa de que tenhas desfrutado de um ótimo fim de semana, quero propor-te uma reflexão sobre a quem beneficia mais a felicidade, o solteiro ou o casado. Eu sei que estou sempre a bater na mesma tecla, mas, enquanto desencardidora de mentes e ativista pela causa solteirice, não insistir é um luxo a que não posso dar-me. É como se diz, "água mole em pedra dura tanto bate até que fura"...
O mote para escrever sobre esta temática surgiu no sábado, ao longo da gravação do Ainda Solteiros. Durante a conversa com os meus convidados, o tema acabava sempre por vir à baila, não fosse o propósito do podcast refutar a ideia jurássica, porém, ainda vigente, de que solteirice rima com infelicidade.
O que pensam os meus convidados desta questão ficarás a conhecer ao longo dos próximos episódios, com um novo a ir para o ar já amanhã. Por ora, cumpre esta crónica o dever de te fornecer os elementos necessários para tirares as tuas próprias ilações e decidir, com base em estudos científicos, se ser solteiro é sinónimo de liberdade ou se estar casado é sinónimo de felicidade, sem esquecer que esta última depende de inúmeros factores, os quais podem ser atingidos estando solteiro ou não.
Há estudos que indicam que o casamento aumenta a probabilidade de sobreviver a um AVC e diminuiu o risco de o voltar a sofrer, além de reduzir também os níveis de stress. Em contrapartida, o celibato apresenta uma série de benefícios tanto para a saúde física como para a mental.
Vejamos, pois, algumas delas. Segundo Bella DePaulo, psicoterapeuta norte-amerciana a quem citei nos posts "Solteirona", a palavra que mais estigmatiza a mulher solteira e Solteiros: o poder dos números, os celibatários tendem a ter relações sociais mais fortes. Portanto, duplamente equivocado está quem pensa que solteirice é sinónimo de solidão. Ainda esta manhã partilhei nas minhas redes sociais o post Sozinhos sim, solitários nunca, que ilustra exatamente isso.
"Ser solteiro aumenta as interações sociais tanto dos homens como das mulheres" garantem as investigadoras norte-americanas Natalia Sarkisian e Naomi Gerstel, num estudo de 2015, que visou descobrir se ser solteiro ou casado influenciava as relações com a família, vizinhos e amigos.
E sabemos bem que as amizades ocupam o pódio na lista de coisas essenciais para se ser feliz. Pessoas que mantém contacto com 10 ou mais indivíduos são significativamente mais felizes do que as que não o fazem, indica um estudo publicado no British Medical Journal.
Por outro lado, os solteiros tendem a ter mais tempo para se dedicarem a si próprios. Um questionário feito a mais de 13 mil pessoas, com idades entre os 18 e os 64 anos, permitiu concluir que aqueles que nunca casaram praticavam exercício físico mais vezes por semana do que os casados ou divorciados.
Os que não estão em relacionamentos tendem igualmente a aproveitar da melhor forma o tempo que passam sozinhos. "Estar sozinho pode ser essencial para nos conhecermos melhor a nós próprios", refere Amy Morin, psicoterapeuta que acredita que passar tempo sozinho pode ajudar-nos a ser mais produtivos e a ter níveis mais elevados de criatividade e intimidade.
Como pudeste ler, benefícios de ser solteiro há, e de que maneira. Contudo, estar num relacionamento apresenta vantagens que os solteiros não usufruem. Os casados são felizes à sua maneira, e podem ser bem mais do que os solteiros se souberem encontrar a fórmula certa. Afinal, "a felicidade só é real, quando partilhada".
Podemos dizer que os solteiros são mais felizes do que os casados? Podemos! Mas não seria uma verdade absoluta, já que a felicidade é um estado de espírito que depende da nossa personalidade, da personalidade do outro e, sobretudo, da forma como encontramos o equilíbrio na relação. O facto é que nem a solteirice nem o emparelhamento trazem qualquer garantia de felicidade.
Por hoje é tudo. Regressarei amanhã, com mais um episódio do podcast, o primeiro em que vou conversar com um solteiro. Hasta!
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