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Crónicas e confissões de uma rapariga gira e bem resolvida que (ainda) não cumpriu o papel para a qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar graças? Talvez nem uma coisa nem outra!
O artigo de hoje é por conta da minha querida Ângela B. Sim, minha! Minha amiga, minha ex-colega de trabalho, minha ex-colega de mestrado, meu GPS em vários momentos e, por várias vezes, minha inspiração para este blog.
E hoje, pela mão da divina providência, envia-me ela esta mensagem:
"O que achaste da nova música da Bey(oncé)? E do vídeo? E da atuação no Super Bowl? Um tema polémico e interessante a explorar com luvas de pelica. Faz mais sentido em países como os USA, Brasil e outros latino-americanos, África do Sul (talvez), mas ainda assim uma questão transversal (na China há um anúncio a um creme bastante interessante). A questão do pouco espaço deixado aos humanos de pele mais escura, que nos leva à procura constante de formas de afirmação, muitas vezes pela via do choque, já que pela inteligência o reconhecimento tarda em chegar.
Que faz com que as fêmeas com mais melanina (vulgo nós) tenham que usar os seus atributos físicos para ascenderem socialmente, as bundas grandes no Brasil, a sua transposição para os States, as cenas descaradas nos vídeos.
Para mim o enredo da música faz muito sentido, mulher, negra, formada, relevante, que nada deve a ninguém, que pode usar um vestido Givenchy e dizer coisas como "quando ele me fode bem ... levo-o ao Red Lobster ...", foder e comer marisco, foder, linguagem de pobre, comer marisco, coisa de gente fina e ainda assim a circular numa sociedade que "puxa" sempre para baixo ... enfim, sugestões de temas mais sociais e menos centrados na gaja em si."
Após confessar que não tinha artigo para hoje, já que a minha inspiração por estes dias anda nos níveis mínimos - há semanas que ando dopada, à base de antibiótico e anti-histamínico, por causa de uma violenta alergia (desconfio que tenha comido marisco estragado no dia do réveillon) - peço-lhe licença para transportar para aqui o conteúdo da sua mensagem. Autorização concedida no ato, diz-me ela: "…mas dá um trato no texto para ficar ao teu estilo."
Ao meu estilo? Hoje será ao teu estilo, fiel seguidora, e ao de cada um que ler este artigo, pois como disse a veia criativa desta solteira aqui anda entorpecida por fármacos de efeitos altamente sedativos.
Deixo-te com o citado vídeo e com o repto de partilhares comigo as ilações que dele tirares. Pode ser? Confesso que tenho curiosidade em saber qual a percepção dos brancos sobre esta matéria.