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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
Quiçá devido à época festiva – altura do ano em que a solteirice de muitos desemparelhados assume contornos shakespearianos –, as manifestações de interesse que me chegam à vista revelam-se cada vez mais... criativas, digamos assim.
Ontem, em pleno domingo (de jejum, ainda para mais), um pretendente aborda-me nestes termos:
Há uma estrela guia lá no ar
Ela brilha, ela brilha sem parar
E eu só queria vê-la durar
E se ela um dia se apagar
Nada fica, nada fica pra lembrar
Por isso devíamos falar
Os dois os dois
Sem gritar
Tentar não discutir
Os dois a dormir
Lado a lado
Sem nenhum de nós ir para longe
Há uma vida longa por viver
Mas tu nunca, tu nunca queres saber
E assim vai acabar por morrer
Eu nunca pensei vir a dizer
A tua falta, tua falta faz doer
Por isso devíamos resolver
Os dois os dois
Sem gritar
Tentar não discutir
Os dois a dormir
Lado a lado sem nenhum de nós ir para longe… para longe
Então para, para de discutir
Para pra nenhum de nós ir… para longe
Imagina , o que podíamos ser
Se por um dia começássemos a tentar, tentar viver
Os dois os dois
Sem gritar
Tentar não discutir
Os dois a dormir
Lado a lado sem nenhum de nós ir para longe… para longe
Então para para de discutir
Para pra nenhum de nós ir… para longe… para longe
Abordagem fora da caixa, há que reconhecer. Pena que este meu coração já esteja demasiado calejado para se deixar deslumbrar por este tipo de coisas. O que não tive coragem de perguntar ao Romeu do Shabat é se a composição era de autoria própria ou alheia. Optei antes por um "muito obrigada e votos de festas felizes".
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