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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
O regresso a Lisboa, e a consequente remota à normalidade, após quatro semanas na terra da morabeza, vai levar o seu tempo, está-se mesmo a ver. Ainda meio zombie, sem saber bem por onde começar, entre a enormidade de tarefas que demandam seguimento, conto com alguma paciência da tua parte no que toca à curiosidade acerca das novidades que trouxe na bagagem. Enquanto organizo as prioridades, proponho para hoje um artigo sobre o motivo por detrás da nossa tendência em seguir a opinião dos outros.
Ser a ovelha rebelde - aquela que (na maioria das vezes) segue o seu próprio trilho, ainda que isso a obrigue a afastar-se do rebanho - não é pera doce. Tanto assim é que nem todos lhe conseguem vestir a pele. Por saber o quão exigente é pensar pela própria cabeça, mais ainda assumir esse livre pensar, esta crónica cumpre o dever de partilhar contigo um estudo que indica que o ser humano está de certo modo predestinado a seguir a opinião alheia.
Porque seguimos a opinião dos outros? Pelo simples motivo de querermos evitar conflitos no futuro. Um estudo levado a cabo por uma equipa de neurocientistas da Universidade HSE, na Rússia, detetou que o ato de se opor à opinião geral emite um sinal de alerta no cérebro, deixando resquícios que permanecem por um longo período de tempo. Assim, os investigadores consideram que, a curto prazo, a anuência com o grupo no qual estamos integrados desperta zonas do cérebro responsáveis pela sensação de prazer. Ao invés, em casos de discordância, são emitidos sinais de 'erro'.
"O cérebro absorve a opinião dos outros como uma esponja e ajusta suas funções à opinião do seu grupo social", considera Aleksei Gorin, coautor do estudo. Para Vasily Klucharev, igualmente coautora, "vivemos em grupos sociais e ajustamos automaticamente as nossas opiniões às da maioria, e a opinião dos nossos colegas pode mudar a maneira como o nosso cérebro processa informações por um tempo relativamente longo".
Quem nunca se sentiu pressionado a concordar com a opinião da maioria que atire o primeiro comentário. Claro está que é preciso coragem para desafiar o pensamento coletivo e determinação para manter essa posição; daí que seja de extrema importância rodearmo-nos das pessoas certas, aquelas que partilham dos mesmos valores e perspetivas de vida. Só assim conseguimos aligeirar o fardo que é pensar pela própria cabeça.
Despeço-me com aquele abraço de sempre e a promessa de voltar na segunda-feira para outro papo amigo. Até lá, desejo-te um fim de semana acarinhado pelo sol e abençoado pela felicidade.
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