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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Olha só este texto que tem estado na bombar na rede esta semana. Não cheguei a descobrir quem, de facto, o pariu, pois já o vi replicado em pelo menos três blogs e nenhum deles faz referência ao autor. De qualquer maneira, vale a pena dar uma espreitadela (o texto está em brasileiro, logo tenta dar aquele desconto).
Chamamos de conquista. É a justificava que se utiliza para esforçar-se e correr atrás de alguém que – num primeiro momento – não está tão afim de você. Geralmente é assim, se quer o que não se pode ter. Deseja-se o que parece inatingível.
O problema disto é que, na maioria das vezes, não vale a pena. Acaba tornando-se um desgaste emocional que, no fim das contas, se transforma apenas em desperdício de energia. Agradar alguém que não tem interesse em ficar com você é perda de tempo. Querer estar com alguém que não tem como prioridade te ter ao seu lado é perda de vida.
Às vezes, acredita-se que algumas pessoas são tão ótimas no imaginário que se cria delas, que vale a pena pagar qualquer preço para tê-las em suas vidas, para que elas se tornem as protagonistas do seu dia-a-dia.
A verdade é que ninguém merece tanto esforço assim. É errado mudar a sua essência, os seus gostos e o seu jeito para tentar encaixar-se em outra pessoa. Bom mesmo é quando chega alguém que te admira por quem você é, sem máscaras, sem teatros e sem maquiagens. O bacana é quando chega alguém que se apaixona pelas suas imperfeições e vê nas suas limitações, motivos para continuar aqui.
Quando é pra ser, a pessoa gosta de você mesmo se aparecer na vida dela de pijama na padaria em um domingo de manhã. Porque quando chega alguém que é para ficar tudo é simples. Ela ri das suas piadas, gosta do seu cheiro e se sente em paz na sua companhia. É harmônico, como se ela já soubesse o roteiro a ser seguido.
Desconfie se uma pessoa é difícil. Se a conversa não tem continuidade ou encontrar-se com ela é custoso. Não há dificuldade quando existe vontade, é apenas falta de interesse. Não precisa gastar energia demonstrando o seu valor para alguém que não quer enxergar a beleza que é fazer parte dos seus dias.
Bom mesmo é ser natural. Acreditar que, um belo dia, alguém que compreenda o seu valor aparecerá. Alguém que acredite na magnificência que está em você – além do pijama de bolinhas ou da conversa sobre gostos musicais. Alguém que te permita demonstrar o seu mundo por vontade própria.
Porque a melhor parte da vida é quando chega alguém que te faz ver a vida simples, quando a conversa não se torna uma estratégia de xadrez e sair para ver o entardecer não precisa de burocracias. Alguém com quem se possa conversar sobre a lua, a vida, o futuro e os seriados atuais, sem perder o entusiasmo.
O melhor momento desta odisseia de relacionamentos é quando chega alguém que te traz a certeza de que você é a melhor pessoa do mundo sendo exatamente quem você é. Não é disto que todos precisam?
A vida já é complicada o suficiente para querer amores difíceis também.
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