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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
Esta solteira aqui, a caminhar a passos lentos para as bodas de ouro de nascimento, também faz questão de ter uma palavra a dizer sobre toda esta polémica à volta do tal franciú que afirmou que as mulheres de 50 anos são velhas demais para serem amadas. Estejas mais ou menos por dentro do assunto do momento nas redes sociais, faço-te aqui um pequeno apanhado do caso.
Inúmeros meios de comunicação social divulgaram ontem que um autor e cronista francês (cujo nome recuso-me a citar para não lhe dar um tempo de antena que ele sequer merece), de 50 anos, confessou à revista Marie Claire que as mulheres com mais de 50 anos são "muito velhas" para amar e "invisíveis" para ele. A razão por detrás desta sua (aparente) "incapacidade" em amar uma mulher da sua idade reside no facto de ele preferir corpos mais jovens, com metade do tempo de vida, para ser mais exata. Segundo ele, "o corpo de uma mulher de 25 anos é extraordinário. O corpo de uma mulher de 50 anos não!"
Assim que estas declarações vieram a público, uma avalancha de críticas deslizou em direção ao dito cujo, que, não obstante tais reações, não retirou uma vírgula ao proferido. Aqui assumo que estou com ele e não abro mão. Antes que me bloqueies deixa-me explicar-te a razão por detrás desta minha posição.
Um homem considerar que mulheres de 50 anos não são "comestíveis", não faz delas nem mais nem menos mulheres. Lá porque um gajo diz que não se vê a amar uma mulher com essa idade não quer dizer – de todo – que ela seja feia, desinteressante ou unsexy. Significa simplesmente que um desinfeliz qualquer da vida, provavelmente à procura de uma alavanca para promover o seu último livro, disse que não as aprecia. Trata-se tão-somente da opinião dele, para a qual devemos todas cagar (desculpa lá a expressão).
Concordemos ou discordemos, ele tem direito a ter (e a dar) a sua opinião. Assim como ele, tu e eu também temos direito à nossa. Todos temos, ou deveríamos ter. É por isso que digo que estou com ele e não abro mão; não porque concorde com o seu ponto de vista, mas porque respeito quem diz o que pensa e mantém esse dizer mesmo quando impiedosamente criticado.
Pessoalmente, as declarações dele não me aqueceram nem arrefeceram; motivo pelo qual não consigo atinar com toda esta celeuma à volta do assunto. Alguma vez na vida permitiria que uma pessoa que conheço de lado nenhum abale a minha perceção ao ponto de sentir que tenho que lhe provar alguma coisa, como está a acontecer com dezenas de figuras públicas que andam pela rede a postar fotos e textos no intuito de mostrar o quão absurdas são estas afirmações? Isso seria dar-lhe demasiada importância; uma importância que ele não tem nem deveria ter se analisassem a questão à luz da razão e não da emoção.
Quanto mais falarmos dele, quanto mais reações tivermos, mais relevância estamos a dar à sua crença e mais protagonismo estamos a conferir à sua pessoa. A melhor forma de o por no seu devido lugar é ignorá-lo e não ter qualquer tipo de contacto com o que quer que venha dele. Tão simples quanto isso!
Aproveitando o embalo do novo ano, desejo, de todo o coração, que neste 2019 sejamos mais tolerantes para com as opiniões alheias, por mais que estas atentem contra as nossas próprias convicções.
Au revoir et vive les femmes de 50 ans; elles sont belles, sexy et puissantes!
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