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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


26
Jan19

Licença de namoro. Vai uma?

por Sara Sarowsky

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Viva!

 

As primeiras linhas desta crónica tinham como alvo aqueles a quem batizei de “amigos acessórios”, uma categoria de camaradas que enfeitam a nossa vida que é uma beleza, dando-nos a falsa sensação de são pau para toda a obra. Sabes aqueles amigos que ficam sempre bem nas fotos de grupo, que nos bombardeiam com juras de amizade eterna nas redes sociais, que estão sempre disponíveis para a paródia, mas que na hora do aperto simplesmente viram fumaça?

 

É precisamente deles que te queria falar hoje. Só que aí vi uma notícia que considerei bem mais atinada com este sábado soalheiro que se faz na capital tuga: licença de namoro.

 

Segundo o jornal South China Morning Post, algumas empresas do país mais populoso do mundo estão a conceder uma dispensa especial às trabalhadoras do sexo feminino em idade reprodutiva, de modo que passem a ter (mais) tempo para "confraternizarem" (digamos assim) com o sexo oposto.

 

Aquilo que eles chamam de "licença de namoro” ou "licença amorosa" na teoria serve para as mandarinas desemparelhadas terem mais tempo para encontrarem o amor. Contudo, na prática esta oferta, aparentemente generosa, serve o flagrante propósito de garantir que as celibatárias tratem de cumprir o papel para o qual a família e a sociedade as formatou: garantir a preservação da espécie.

 

Num país em que desemparelhadas são descaradamente estigmatizadas – as com mais de 20 anos são frequentemente associadas ao termo pejorativo "sheng nu" (mulheres que sobram) – a solteirice é uma realidade cada vez mais corriqueira, à medida que mais mulheres decidem se investir nas carreiras ou optam por permanecer solteiras, pelo simples facto de não estarem dispostas a contentar-se com o primeiro par de calças que lhes acene com um anel.

 

Só que as pressões para que se casem e procriem não esmorecem. Pelo contrário! O governo já se assumiu seriamente inquieto com o envelhecimento da população e a consequente redução da força laboral.

 

Pelo que se conseguiu apurar, a tal licença de namoro até foi bem acolhida entre o seu público-alvo. Pudera, quem não aceitaria de bom grado mais days-off? Só que elas já não são assim tão tapadas para não se aperceberem que tudo não passa de (mais) um esforço para as pressionar, em especial as mais instruídas, a constituir família.

 

Será que este incentivo ao amor vai render os frutos desejados por aqueles que a promovem? Só o tempo o dirá. Convém é ter em atenção que nós as mulheres (inclusive, as chinesas) temos cada vez menos pressa em casar ou ter filhos.

 

Beijo no ombro e aproveita este sábado para tirares a tua licença amorosa. Quem sabe…

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8 comentários

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De Cappuccino a 26.01.2019 às 16:21

Só mesmo na China:-)
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De Luísa de Sousa a 26.01.2019 às 16:44

Pena que eu já não esteja contemplada para a "licença amorosa", já não posso ter filhos, já contribuí com 3. Mas, acho que vou fazer de conta que posso....
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De Sara Sarowsky a 26.01.2019 às 18:33

E já faz muito
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De Urso a 26.01.2019 às 17:29

Sob ponto de vista das necessidades de rejuvenescimento da população eu precebo a medida porque de facto os países desenvolvidos e o mundo em geral está a envelhecer e isso é de facto perigoso para todos nós, no entanto e não obstante esta realidade forçar uma mulher ou um ho em a casar ou ter uma relação amorosa ou até a ter filhos para serem aceites não resolve os problemas pode até criar outros problemas
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De Eurico a 27.01.2019 às 11:24

Depois do comentário divertido que fiz no insta, agora apetece-me redigir um sério.
Por vezes o feitiço volta-se contra o feiticeiro.
Aquelas crianças que foram mortas antes de serem concebidas, as outras que foram assassinadas sem serem gente efetiva porque estavam a tomar forma e as últimas que apesar de serem de carne e osso como qualquer um de nós, não tiveram melhor destino.
Todas as vidas ceifadas, sem qualquer pudor ou complacência simplesmente porque não haveria comer e beber para elas num futuro que ainda não era presente, já estão a fazer falta.
Não só vão ser lamentadas como serão desejadas.
Conclusão: Temos que pensar antes de agirmos porque "nunca se sabe o que a maré pode trazer".
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De Sara Sarowsky a 27.01.2019 às 12:10

Excelente análise da questão da natalidade naquele país, onde até apenas uns ânimos reinava a política do filho único, de preferência varão.

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