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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


1-29.jpgOra viva!

Portador de maior ou menor quantidade de neurotransmissores românticos, a verdade é que vem aí o dia mais amoroso do ano, o de São Valentim. A solteirice, apesar de um estado civil que a muitos realiza, não é uma sentença de vida. Com isso quero dizer que, a qualquer momento, o amor pode bater-nos à porta. É essencial estarmos atentos e de coração aberto para recebê-lo. Se não abrirmos o coração, o amor não entra.

Apesar do nome, este blog não é um manifesto anti-emparelhamento, pelo contrário. É, desde o primeiro post, pró amor, seja ele em versão duo ou, na ausência de um par, em versão solo. O imprescindível é que ele se faça presente na nossa vida. E isso não passa necessariamente pela presença de outro ser na nossa vida, no nosso coração ou na nossa cama.

A respeito disso, a minha filosofia é tão simples quanto isso: enquanto não chega aquele amor que todos nós almejamos e merecemos, contentemo-nos e sejamos felizes com o nosso próprio amor, mais essencial e grandioso que qualquer amor alheio.

A meu ver o amor acontece quando tem que acontecer, de forma natural e espontânea, sem que para isso necessitemos de traçar estratégicas de caça, numa autêntica campanha de marketing, que visa cativar o consumidor, mostrando-lhe (apenas) os benefícios do produto. Na fase da sedução ou enamoramento, tudo é um mar de rosas, as pessoas resumem-se a qualidades, predicados, encantos, gentilezas e boas intenções. Tal e qual o anúncio de um produto, em que só se revela o lado B da coisa.

O caldo começa a entornar quando o consumidor, tantas vezes incauto, depois da compra começa a constatar in loco que o dito produto não é aquela maravilha toda que o fizeram acreditar. Apesar dos defeitos fazerem parte do ser humano, a par das qualidades, muitos consumidores não conseguem gerir bem a situação, ao ponto de preferirem descartar, trocar (por outra versão, outro modelo, outra gama ou outra marca) ou simplesmente deixar de usar o dito artigo.

Sim, o amor dá trabalho. Mas a vida também, não? Tudo o que vale realmente a pena exige esforço, empenho, dedicação, motivação, paciência, perseverança, fé, foco e sentimento. Nem faria sentido ser de outra forma. Lamentavelmente, vivemos numa sociedade em que o culto da facilidade, da descartabilidade e da desresponsabilidade é uma realidade cada vez mais gritante. À primeira crise, ao primeiro descontentamento, ao primeiro defeito, abre-se mão. Tão simples quanto isso!

Quantas vezes não ouvi eu da boca de gajos o seguinte: "Por cada mulher que dá trabalho, existem três ou quatro que não dão. Então, porque hei de eu ralar-me?". Concorde ou não, o facto é que este ponto de vista tem a sua lógica, da mesma forma como espelha a forma como estamos adictos na lei do menor esforço.

A máxima nos dias de hoje consiste em pouca dificuldade para muita felicidade, pouco investimento para muito retorno, pouco esforço para muito proveito, pouco trabalho para muito prazer. Quanta ingenuidade, quanta pobreza de espírito, quanta mediocridade.

A dificuldade faz parte, na realidade, é precisa. No meu caso, é ela que motiva e instiga a fazer mais e melhor para conseguir atingir aquilo que eu quero. Claro que, à semelhança da maioria dos comuns mortais, chega uma altura em que canso, desanimo, desespero, deprimo e revolto. Ou seja, vou abaixo. Mas depois levanto-me, mais forte, mais motivada e ainda mais determinada. C'est la vie!

Aplico, igualmente, esta filosofia a relações interpessoais, em geral, e amorosas, em particular. Aprecio pessoas difíceis, não no sentido de andarem com joguinhos ou esquemas para te fazerem correr atrás ou mendigar pela sua atenção, mas no de levaram tempo para se revelarem plenamente, para manifestarem os seus sentimentos, para se comprometerem, para te cativarem. A meu ver, é a prova de que não são levianos, que pensam muito bem antes de agir e que só expressam o que realmente lhes vai na alma.

Bem, entusiasmei-me de tal modo com este parlapiê todo, que nem sequer cheguei a mencionar o verdadeiro tópico que tinha delineado para a crónica do dia. Sendo assim, vai ter que ficar para uma próxima, pois o dia já vai a meio e encontrar um emprego é preciso. Lá vou eu à minha odisseia de mandar currículos, não sem antes deixar-te com aquele abraço amigo e votos de um dia bem feliz para ambos. Nós merecemos!

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4 comentários

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De Fiquemos pelo anonimato a 07.02.2017 às 14:56

(Clap clap)
Muito bom texto que retrata bem o assunto nos dias de hoje.
Adorei a parte que comparar o amor como um produto,
"numa autêntica campanha de marketing, que visa cativar o consumidor, mostrando-lhe (apenas) os benefícios do produto."
e
"O caldo começa a entornar quando o consumidor, tantas vezes incauto, depois da compra começa a constatar in loco que o dito produto não é aquela maravilha toda que o fizeram acreditar. Apesar dos defeitos fazerem parte do ser humano, a par das qualidades, muitos consumidores não conseguem gerir bem a situação, ao ponto de preferirem descartar, trocar por outra marca ou simplesmente deixar de usar o dito artigo."

Relativamente à comparação com um produto (Defeito), só tenho o seguinte comentário, será que leram o manual de instrução? (como quem diz, disseram à outra metade o que não ia bem?)

Gostei muito do post, congratulations
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De Sara Sarowsky a 07.02.2017 às 15:15

Yupiiiiiiiiiiiii.
Está ganho o dia.
Ainda hoje perguntava à minha pessoa aonde parava o Mr. Anónimo.
Apesar de felicíssima com os teus aplausos, continuo à espera da resposta à minha proposta de co-partilha do espaço.
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De Fiquemos pelo anonimato a 08.02.2017 às 09:47

Obrigado pela consideração.
E eu a pensar que já se tinha esquecido disso... (Enganei-me)
Eu até gostava de partilha o espaço, mas já me habituei a viver sozinho...
Falando seriamente, não consigo ter tempo para criar post semanais.
Posso é prometer que durante as férias de Verao vou tentar arranjar uns posts para você publicar ou nalgum dia que esteja inspirado e com tempo.

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De Sara Sarowsky a 08.02.2017 às 10:15

Bom dia.
Lamento, mas percebo.
Aguuardarei então que a tua contraproposta passe das palavras aos atos.
Boa jornada

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