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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


large_will-i-be-single-forever-vukokhnl.jpgSolteira minha, dá uma olhadela neste artigo de Nat Medeiros, publicado no blog Já Foste. Parece que ela tirou-me as palavras da mente. Nem eu teria conseguido expressar desta maneira tão flagrante e intensa, tenho que admitir.

Em relação ao amor, hoje sou menos iludida, mas também muito mais criteriosa. Não que eu tenha desistido deste sentimento, mas aquela empolgação juvenil e até inocente já não existe mais.

O x da questão é que já vivi situações suficientes para perceber que relacionamento amoroso não envolve só sentimento. Envolve diferenças, envolve família, envolve vizinhos, animais de estimação, e até smartphones. Dois deixam de ser dois e passam a ser um número incontável de gente, torcendo pela sua felicidade (ou não). Envolve paciência, pressão, frustração, desconfiança. Claro que envolve também coisas maravilhosas, como vida partilhada, companheirismo, afeto, amor, confiança.

Lembro-me muito bem quando eu tinha 15 anos e sonhava em namorar. Achava que era o melhor que me poderia acontecer na época, mas não aconteceu… Fiquei frustrada, mas fui levando a vida. Quando finalmente tive um relacionamento mais profundo posso dizer que a vida me deu uma bofetada na cara.

Namorar não era nada daquilo que eu criara fantasiosamente. Não fiquei amarga ou desesperançosa. Fiquei realista.

Hoje, após alguns relacionamentos profundos, e aos 27 anos, eu vejo o quanto ser solteira representa liberdade e aprendizagem para mim. Não tenho medo de ficar sozinha em casa em pleno sábado à noite. Não tenho medo de ir a eventos sociais sem um rapaz ao meu lado. Eu construí a vida com os meus passos. Um atrás do outro, aos trancos e barrancos. Mas hoje eu sou eu. Quem entrar na minha vida não será o protagonista, pois a protagonista já existe. Quem entrar na minha vida tornar se á referência e não coordenada.

A questão é que as frustrações ensinaram-me a amar-me mais, a valorizar mais os meus momentos comigo mesma. Estar feliz e solteira ensinou-me a ser mais exigente. E alguém para adentrar no meu mundo tem que fazer por merecer. Se ficar com joguinhos, se ficar com palavras fartas e atitudes vazias eu, simplesmente, perco o interesse.

Eu gosto tanto de escrever, eu gosto tanto de estar e conversar comigo mesma que não dá para trocar isso por nenhum “olá gata” ou pior: “olá, sua desaparecida”, sendo que desaparecida eu nunca fui nem estive. Não dá para trocar um episódio de Downton Abbey por uma conversa superficial ou sem afinidades.

Só vai entrar na minha vida quem realmente merecer. Porque vida é mais íntimo que quarto, vida é mais íntimo que cama. As pessoas costumam relacionar intimidade com sexualidade. Mas intimidade é sonho, é medo, é esperança, é falar do passado, da infância, é planear um futuro, é olhar juntos para a mesma direção. Intimidade requer tempo, requer dedicação, requer interesse profundo. Intimidade é oposto de superficialidade.

Intimidade não é saber a cor da calcinha ou do sutiã. Intimidade é saber a cor dos sonhos, a cor dos olhos quando choram, a forma exata dos lábios quando sorriem. Intimidade não é ver alguém de lingerie… Isso tu podes ver a qualquer momento, com alguém que tu conheces há muitos anos ou há poucas horas. Intimidade não é ver alguém a despir-se das roupas.

Intimidade é ver alguém a despir-se das barreiras, dos medos, das suas verdades incontestáveis, das suas certezas absolutas. Intimidade é a entrega, mas não a entrega do corpo. Intimidade é a entrega mais difícil: a entrega da alma e do coração.

Também te identificaste com estas palavras ou nem por isso?

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1 comentário

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De Diana a 28.04.2016 às 16:44

Li esta manhã e amei. Revi-me, sei lá!

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