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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
Esta madrugada, entre uma ida à casa de banho e outra – que esta minha bexiga está a anos-luz da minha idade biológica – tive uma pequena epifania sobre o amor, mais concretamente sobre a panóplia de emoções que nos assola o coração, o espírito e a alma quando atingidos pela fecha do cupido.
Antes de prosseguir, sinto-me na obrigação de deixar claro que não me refiro a essa versão descartável de amor que a sociedade moderna nos tem vindo a impingir sustentada naquela lógica de "à falta de um amor maior, contenta-te com um amor menor". Refiro-me sim àquele AMOR que vem dar (mais) sentido à nossa existência e nos torna na mais perfeita criação divina.
Se bem me lembro, quando um amor assim nos bate à porta somos acometidos por vários feelings, que passo a enumerar:
- Ao pé da pessoa amada, sentes (como nunca antes) que só agora a tua vida faz sentido
- Finalmente, percebes porque não deu certo com ninguém antes
- Aceitas que os teus fracassos amorosos anteriores só serviram para te conduzir até "o tal"
- Sentes-te capaz de desafiar e conquistar o mundo só com o poder do teu amor
- Podes ter tido o pior dia da tua vida, mas assim que chegas ao pé da pessoa amada tudo fica bem
- Sentes-te a mais sortuda e corajosa das criaturas, com a constante sensação de que nada nem ninguém neste mundo tem poder suficiente para te abalar
- O abraço da pessoa amada é remédio santo para todo o stress do teu dia a dia
- Sorrisos rasgados e contínuos e olhos cintilantes são uma constante na tua fisionomia
- Preocupas-te mais do que nunca com a tua aparência e fazes tudo para estar sempre bonita, cheirosa, depilada e tudo o mais que faz parte do cardápio de uma mulher vaidosa
- Queres desfrutar da companhia dessa pessoa o tempo todo, em detrimento dos demais
- Começas a falar, pensar e agir na primeira pessoa do plural
- Contas os segundos para estares com o alvo do teu afeto
- Sentes-te no auge da tua beleza, feminilidade, sensualidade e magnificência
- Mal te consegues lembrar daquelas feridas e cicatrizes amorosas que tanta dor e amargura te causaram no passado
- Transpiras felicidade por todos os poros e queres contaminar tudo e todos à tua volta
- O tempo passado com o teu amor parece nunca ser suficiente
É precisamente por já ter experienciado um amor assim que continuo solteira. Por esse amor estou disposta a esperar o tempo que for preciso e abrir mão do meu celibato. Se o universo me considerar digna de voltar a viver algo parecido, cá estarei para receber essa bênção de braços abertos e coração repleto de gratidão e humildade.
É melhor dar por concluída estar crónica que a continuar por este caminho ainda sou bem capaz de ficar deveras deprimida por estar ainda solteira.
One heart, one love, one hug!
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