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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


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Viva!

 

Com um fim de semana extenuante nas costas, que soube a tudo menos a descanso – já que laborei o dia todo de sábado e no domingo estive na homenagem fúnebre à minha avó – eis-me aqui com uma crónica inspirada numa expressão que ouvi há dias da boca de uma formadora de ética e deontologia profissional: "É a nossa vontade que muda o acaso!"

 

Desde que a ouvi que esta frase não para de me ecoar na mente, razão pela qual desafio-te a refletir comigo sobre o seu real significado. Citando uma das (muitas) definições do dicionário de língua portuguesa, por acaso entende-se "o conjunto de factos sem causa aparente que determinam um acontecimento"; o que me leva a deduzir que este será alheio à nossa vontade, algo sobre o qual exercemos pouco ou nenhum controlo.

 

Ora, a ser assim, o destino (teoria com a qual me identifico em género, número e grau) será o mentor de todos os acasos, o responsável pela sequência de casualidades que, se não determinam, condicionam flagrantemente a nossa vivência. A ser assim, eis a pergunta que não posso calar: em que medida é que a nossa vontade poderá alterar o que é suposto não sermos capazes de controlar? Penso que seja altura de chamar à conversa o mestre livre-arbítrio, o responsável pela última palavra na nossa vontade.

 

Nesta grande produção cinematográfica que entendo ser a existência humana, ao destino atribuo o papel de argumentista, a quem cabe a (ingrata) missão de escrever a estória da nossa vida, adaptando as experiências, vivências, expectativas, vontades e personalidades de cada personagem às exigências dos demais envolvidos. Ao livre arbítrio associo o papel de realizador, a quem cabe a (hercúlea) responsabilidade de coordenar com êxito a atuação de cada um, por forma a assegurar a harmoniosa gestão de todos os cenários e todos os elementos. À dupla sensibilidade & bom senso outorgo o papel de produtor, a quem confio a (árdua) tarefa de garantir o bom funcionamento de toda a dinâmica social, com o menor drama possível e com a eficiência desejável para que todos os intervenientes possam conduzir a produção à realidade tangível.

 

E a cada um de nós mortais qual o papel que nos caberá? Protagonistas, adjuvantes, coadjuvantes, antagonistas ou meros figurantes? Penso que a resposta seja o resultado da soma das partes a dividir pelo número de intérpretes, vezes número de vezes que interagimos. Para quem não está muito à vontade com a ciência do cálculo, traduzo para a ciência do conhecimento: a resposta está à mercê dessa tal "nossa vontade" capaz de mudar o acaso. Esclarecida ou ainda mais baralhada do que antes?

 

Seja lá qual for a tua resposta, gostaria sinceramente de saber o que tens a dizer sobre o assunto. No aguardo da tua reação, termino com aquele abraço amigo de sempre e desejos de uma semana maravilhosa.

 

Até já!

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8 comentários

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De Luísa de Sousa a 21.01.2019 às 14:40

Minha linda, complicaste que era simples! Mas sim, a nossa vontade é que determina e muda os acontecimentos ou acasos, mas só aqueles que conseguimos controlar! Gostei imenso desta tua complexa reflexão. Ajuda-nos a reflectir!
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De Sara Sarowsky a 21.01.2019 às 15:30

E com esta - "... a nossa vontade é que determina e muda os acontecimentos ou acasos, mas só aqueles que conseguimos controlar!" - é que deste um nó de marinheiro na minha mente que se já estava complicada agora entalou de vez. Ah ah ah. Obrigada pelo teu achega
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De Manuel de Marques a 21.01.2019 às 17:11

Olá Luna!

As minhas sentidas condolências pela tua avó..., que Deus a Guarde em Paz!!!

DESTINO: ...cumprimento inexorável da Vida, queiras ou não queiras..., maleita mortal adquirida à nascença e transmitida por via Sexual!
Ou:
..., Realizas Só, aquilo em que Acreditas, e jamais conseguirás tudo em que Acreditas..., «Ninguém tenta o Impossível, se não Acreditar numa coisa Superior»..., DESTINO?!?

No entanto aprecio superiormente esta do Haruki Murakami:


«A TEMPESTADE DO DESTINO»

Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar.
(...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.

(Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar')


NOTA: ..., estás enigmática e Belíssima (na foto junta)...,

https://youtu.be/6ZAOtUozLPw
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De Urso a 21.01.2019 às 22:23

Ora aqui está algo sobre o qual não co sigo ter uma opinião formada muitos sso os que defendem que a vida depende apenas de nós e do que fazemos com ela outros tantos acreditam em destino qual dos lados estará certo? Estarão ambos certos? Difícil responder
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De Sara Sarowsky a 22.01.2019 às 09:27

A questão é complexa e exige muita reflexão.
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De Eurico a 21.01.2019 às 23:29

Sem tentar ser muito pouco polémico, o que é meu apanágio, cá vai disto:
-Depois de apanhar-mos uma carraspana de caixão à cova;
-Depois de apanhar-mos uma valente carga de porrada;
-Depois de apanhar-mos uma tareia no ginásio; por exemplo.
É que, só passando por experiências que nos “amassam o corpinho” é que temos a oportunidade de tentar perceber o real sentido da vida ou melhor da ilusão.
Olhai a expressão: LIFE IS A BITCH!!
Quando nos dói o corpinho descobrimos o zombie que havia em nós.
Humildemente sugiro: despoizz de uma reflexão no aconchego do sofá, experimentaizz outra, a seguir a 1hora em pé, sempre no mesmo sítio.
Veraizz que as conclusõezz não são as mesmazz.
Obrigadozz!!

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