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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Ainda a digerir a panóplia de emoções despoletadas pelo congresso de ontem, no qual participei como convidada internacional, eis-me aqui para fazer-te um breve apanhado da minha chegada, e estada, na terra que me viu nascer. A viagem, na quinta-feira à noite, correu dentro do previsto, ainda que tenha ficado surpreendida com a quantidade de passageiros com destino à cidade da Praia. Estava eu em crer que seria das poucas almas a aventurar-se a viajar para o estrangeiro em plena pandemia...
Por aqui tudo permanece fiel à essência do povo cabo-verdiano: sorriso fácil, leveza de espírito e uma apetência única para a sabura (diversão, em português). Como criola de gema que sou, escuso dizer que já incorporei essa forma de estar na vida, que tanta falta me faz quando longe estou. Só para teres ideia, no primeiro dia estive com a minha tribo, tomei um copo, ouvi música ao vivo e tudo o mais que as atuais circunstâncias permitem. Ainda que possa não parecer, a pandemia por aqui é uma realidade; se bem que, à exceção da obrigatoriedade da máscara, tudo o resto leva a crer o contrário.
Quanto ao congresso, que excedeu as minhas mais otimistas expectativas, tenho tanto para contar, que opto por fazê-lo às prestações, de modo a não deixar nenhuma questão de fora. Para já, posso adiantar que nunca imaginei causar tanto impacto, despertar tanta reação positiva, inspirar tanta gente. Só para teres uma ideia, tive direito a entrevista no prime time do jornal da noite do canal televisivo público. Fora isso, desafiaram-me a protagonizar um workshop de partilha de experiências e competências, como forma de motivar as minhas conterrâneas a correrem atrás dos seus sonhos. É, meu bem, estou fazendo a diferença na vida da minha gente, estou dando o meu contributo para o desencardir de mentes, estou alargando o meu âmbito de atuação enquanto ativista da causa feminina.
Porque paraíso sem serpente não seria a mesma coisa, duas questões têm ensombrado a minha existência desde que aqui cheguei: a internet e o sono. Para quem estava habituada a navegar à velocidade da luz, tem sido um enorme desafio permanecer conectada em condições desejáveis. Hoje vou ver junto da operadora de telecomunicações qual a melhor solução para conseguir ter internet de qualidade. O acesso é tão precário que a última live foi praticamente à base de mímica e mensagens escritas. Quanto ao sono, prolongá-lo para lá das sete da manhã é um sonho adiado para quando regressar a Lisboa. Tinha esquecido o quão cedo despertam as pessoas mais velhas, como é o caso da minha mãe, que dorme com o por do sol e acorda com as galinhas - literalmente falando. Para além disso, ainda tenho que levar com o barulho dos vizinhos, da obra na porta ao lado, dos cães a ladrar, dos carros a passar, de tudo o mais. De modo a conseguir garantir as minhas nove horas de sono, essenciais ao meu bom desempenho intelectual, tenho que ir para a cama às nove da noite, em pleno período de férias. Yep.... 😥
Agora que já te pus ao corrente do que tem sido a minha vida desde que aqui cheguei, deixo-te com aquele abraço de sempre e a promessa de estar de volta na quarta-feira, para mais um papo amigo. Até lá, fica bem!
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