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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


24
Out15

Com que então sou uma PAS

por Sara Sarowsky

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Depois de ter lido um artigo sobre os dons das pessoas altamente sensíveis (PAS), publicado há dias no site Conti outra, se dúvidas houvesse em relação à forma como vivencio as coisas, particularmente como a elas reajo, estas acabam de dar o seu último suspiro. Pelos vistos, ser uma PAS é algo inerente à minha maneira de ser e sendo assim mais vale parar de martirizar-me por ser como sou, coisa que tenho feito toda a minha existência. Cada um é como é, e esta pessoa aqui está longe de ser a exceção.

 

Finalmente consegui encontrar respostas mais do que satisfatórias às perguntas com as quais venho martelando a minha mente desde que me lembro por gente: por que eu vejo as coisas de forma diferente dos demais? Por que sofro mais que as outras pessoas? Por que encontro alívio na minha própria solidão? Por que sinto e vejo coisas que os outros não percebem?

 

1. O dom do conhecimento interior

O conhecimento das emoções é uma arma poderosa, que nos faz entender melhor as pessoas, mas também nos torna mais vulneráveis à dor e ao comportamento dos demais. A sensibilidade é uma luz resplandecente que faz com que tenhamos que estar sempre a levar com comentários do tipo: "levas tudo demasiado a sério", ou então "és muito sensível".

 

2. O dom de desfrutar da solidão

As PAS encontram prazer nos momentos de solidão, uma vez que são seres criativos que gostam de música, leitura, hobbies…. Isso não significa que não gostemos da companhia dos outros, mas sim que também sentimo-nos felizes sozinhos. Não tememos a solidão, pois é precisamente nesses momentos que conseguimos conectar-nos connosco e com os nossos pensamentos, livres de apegos e olhares curiosos.

 

3. O dom de viver com o coração

Pessoas como eu vivem através do coração. Vivemos intensamente o amor, a amizade e sentimos muito prazer com os pequenos gestos do dia a dia. Estamos mais propensas ao sofrimento, já que temos uma tendência a desenvolver depressão, tristeza e vulnerabilidade frente ao comportamento dos outros. No entanto, vivemos o relacionamento afetivo com muita intensidade, seja ele amor, amizade, simpatia ou mera empatia.

 

4. O dom do crescimento interior

A alta sensibilidade não pode ser curada. A pessoa já nasce com essa caraterística e esse dom manifesta-se desde criança. Não é fácil viver com esse dom. No entanto, se reconhecermos isso devemos aprender a administrar essa sensibilidade. Não deixar que as emoções negativas nos desestabilizem e nos façam sofrer é imperativo. Mais vale entendermos de uma vez por todas que os outros têm um ritmo diferente do nosso. Muitas vezes eles não vivem as emoções tão intensamente quanto nós gostaríamos, mas isso não significa que nos amem menos; é somente uma forma diferente de vivenciar as emoções.

 

Fazer parte dos 20% dos mortais que se reconhecem como altamente sensíveis não é para todos, por isso paremos de encarar este facto como uma desvantagem e menos ainda um estigma. Talvez seja mesmo um dom e portanto há que saber usá-lo a nosso favor, por forma a encontrarmos o melhor caminho para sermos e estarmos felizes. Connosco e com os outros.

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5 comentários

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De Miguel a 16.10.2018 às 22:39

Olá,

Algum dia em um centro comercial ou aeroporto, sentiste que estavam pessoas a mais, demasiado para captar, e tiveste que sair?
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De Sara Sarowsky a 17.10.2018 às 15:42

Olá. Sair não saí, mas senti-me sufocada e acuada por tanta gente à minha volta que não me dizia absolutamente nada.
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De Anónimo a 17.10.2018 às 21:34

Eu apenas recentemente descobri que sou PAS. No início deste ano comecei a fazer psicoterapia e a psicóloga, desde cedo me disse.
Já li algumas coisas sobre PAS, e naturalmente que me identifico com a maioria das coisas que leio.
A cada dia vou aceitando melhor esta minha incomum característica.
A verdade é que regra geral ninguém sabe o que é PAS, e não há como aceitar e conhecer.
E no meu caso, lentamente foi limitando a minha vida...
de alguma forma a tua vida foi limitada?
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De Anónimo a 24.12.2019 às 22:18

Também descobri recentemente que sou altamente sensível. Infelizmente, em Portugal nada se fala sobre istop, o que me faz sentir isolada. Tentei contar a uma pessoa próxima o que é ser PAS, e fui olhada como se tivesse a falar de uma "frescura". Mas não é. E gostava de conhecer outros que percebessem, que me entendessem.
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De Sara Sarowsky a 02.01.2020 às 16:33

Como te entendo.
Gostei muito do teu comentário, já que é sempre um alívio saber que ser sentimental é ser humano.
Bom Ano 🎆🎈🎊

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