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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


zp_3.jpgOra viva!

Começo por pedir perdão peor estes dias de ausência. A verdade é que não tive inspiração (nem vontade, assumo) para dar um saltinho até aqui, quanto mais para escrever algo à altura deste blog. Ando numa verdadeira maratona a fim de conseguir entrar no novo ano com um emprego decente, que me permita alcançar a tão ambicionada estabilidade financeira (e emocional, por tabela). Não está fácil, confesso. É um acumular de negas, mensagens de consolação e ostentivos silêncios em torno das minhas manifestações de interesse. Enfim...

Ultrapassado a sessão de lamúrias, e dado que o alento para a escrita continua em baixo, deixo-te com uma repescagem de um post publicado há exatamente um ano e que versa sobre a dificuldade em nos voltarmos a cair de amores por alguém.

"Um inspirador artigo do Já Foste sobre um dos efeitos colaterais da solteirice: a dificuldade de se apaixonar novamente. Identifico-me totalmente com o conteúdo deste, pelo que aproveito a oportunidade para mandar um recado teleguiado para todos aqueles que não se cansam de dar bitaites em relação à nossa escolha de permanecer desemparelhado. Até parece que preferem ver-nos numa relação abusiva ou infeliz do que sem uma alma a tiracolo. Um dia ainda hei de perceber porque a solteirice incomoda tanto, e a tanta gente.

Depois de um tempo fica difícil abrir o coração novamente, assim de maneira espontânea. As derrotas no amor ensinam a racionalizar alguns sentimentos, e por este motivo gostar de alguém deixa de ser tão simples como deveria ser. Criamos barreiras, exigências, inventamos mil motivos, mais para o não do que para o sim.

Meio que por sobrevivência, acabamos descobrindo atalhos para sermos felizes sozinhos o tempo todo. Aprendemos as coisas que nos aliviam, que nos deixam felizes, que nos acalmam, que nos distraem e que nos fortalecem. Construí­mos um mundo particular confortável e uma cela quase intransponível para o coração.

De vez em quando aparece alguém batendo na porta, educadamente, querendo entrar, e por mais que a pessoa mereça uma chance, às vezes entregar-se é custoso. Parece cansativo sair do conforto de não sentir vazios no coração ou nós na garganta – porque gostar de alguém às vezes causa estes efeitos colaterais – mesmo que isso tenha um custo: não morrer de amores nos finais de semana e levar uma vida sem grandes intimidades. Pagamos o preço de não amar.

Com o acumular de deceções nós vamos criando um medo enorme, mas ele não é de amar, nunca foi. O medo é de dar errado, de se machucar, de se entregar à toa, de quebrar a cara e sofrer novamente. Com o tempo ficamos fortes para a vida, mas frouxos para o amor. É como ter medo de alturas, porque não se tem medo da distância entre o chão, mas sim da possí­vel queda.

E no meio desse medo que vamos acumulando, passam algumas pessoas que poderiam ter valido a pena insistir, mas até nisso, a motivação acaba. Lutar por alguém, dedicar-se um pouco mais para que algo dá certo, custa um esforço danado. Insistir em alguém parece exaustivo. Com o tempo ficamos práticos: se der certo ótimo, se não adeus. Enquanto encaixa, o jogo continua, mas se uma peça se perde, é melhor substituir. O problema é que ficamos práticos demais.

Outras vezes chega a ser meio contraditório, pois o medo é de dar certo. E se com esta pessoa funcionar? E se eu for feliz de uma maneira que nunca imaginei que seria? Quem me garante que desta vez a pessoa não irá embora? Quem me promete que as atitudes dela me renovarão a cada dia?

Mas a vida é este risco incalculável de incertezas, e talvez a solução seja mesmo entregar-se totalmente, sem limitações. Se correr mal, correu; com coragem a gente recupera, a gente traz de volta a esperança, e transforma as deceções em lições e em aprendizado.

Depois de um tempo é preciso muita coragem para sair dessa mediocridade de relações superficiais. Talvez valha a pena encarar o medo, mesmo que a gente precise de um tempo de solidão e de calma no coração. É preciso criar um alarme para não perder o horário de voltar a abrir o coração, de querer com ânsia os mais puros sentimentos.

Mesmo que não seja o momento, uma hora tu precisas criar coragem para voltar a subir nas alturas, mesmo com medo, porque um dia a alma fica inquieta e pede por isso. E que este tempo seja para criar impulso e depois pular com tudo, porque estar vivo só vale a pena quando podemos – com toda a nossa plenitude – sentir."

Continuação de bom fim de semana e até breve.

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