Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


Foto de capa Podcast.png
Ora viva! ✌️ 

A publicação anterior causou mais burburinho do que eu estava à espera. Houve de tudo: quem tenha pensado que eu, Sara, tinha tido um bebé; quem tenha achado que se tratava de uma gravidez (tardia) e quem tenha acreditado que com "bebé" referia-me ao meu livro. Ninguém chegou lá, e aposto que tu também não 😉.

Porque promessa é dívida, e eu cumpro sempre com a minha palavra, eis-me aqui para esclarecer que boa nova é essa que anunciei na passada sexta-feira e que tanta curiosidade despertou. De facto, o Ainda Solteira, o blog, e não a blogger, deu à luz. Deu à luz um podcast chamado Ainda Solteiros, cujo primeiro episódio estará disponível amanhã, dia 1 de novembro, no Spotify e em todas as demais plataformas que o quiserem alojar. 

É, meu bem, já era mais do que hora deste blog assumir uma maior responsabilidade enquanto desencardidor de mentes. Assim, no tal dia 27 de outubro de 2022 que mencionei no post anterior nasceu um podcast semanal de solteiros para solteiros, assente numa partilha de experiências, expectativas e emoções, sem tabus nem complexos.

Há muito que ambicionava embarcar numa aventura destas, mais não seja porque é preciso acompanhar as tendências e estar aonde está o nosso público-alvo. Sem falar que tenho registado uma queda significativa nos índices de acessos, visualizações e leituras. As pessoas leem cada vez menos e o AS não está imune a esta realidade, daí que seja urgente explorar novas oportunidades, trilhar novos caminhos, descobrir novas possibilidades...

Trata-se, portanto, da realização de um sonho há muito acalentado e que só peca por não ter sido concretizado há mais tempo. E a sua concretização só foi possível graças a dois anjos da guarda: a Gardênia e o João, cujos perfis ficarás a conhecer já amanhã, quando ouvires o primeiro episódio.

O recém-nascido projeto pretende, mais do que apanhar o comboio das novas tendências, levar, de viva voz, uma palavra amiga àqueles que como eu continuam leves, livres e soltos, mas nem por isso isentos de cobranças, constrangimentos, pressões e julgamentos. Este podcast foi pensado para trazer esperança e divertimento aos solteiros lusófonos, incentivando-os a assumirem a sua situação amorosa com dignidade, respeito, amorabilidade e leveza.

Porque a vida é demasiado curta para ser levada a peito e a solteirice demasiado boa para ser ostracizada, convido-te a fazer parte da vida deste menino lindo, que veio ao mundo com a missão de desmistificar, desconstruir, desencardir, descomplicar, descontrair e dignificar a causa solteirice.

Por hoje é tudo, voltarei amanhã com o link de acesso ao primeiro episódio, chamado Somos Todos Solteiros. Até lá, deixo-te com aquele abraço amigo de sempre e desejos de um ótimo Halloween 🧙‍♀️.

Autoria e outros dados (tags, etc)

D66E462F-F32F-4F56-B26C-BBD5F6404A9E.jpeg
Ora viva! ✌️ 

Ontem, através do Instagram, dei-te um cheirinho e pedi para ficares atenta. Hoje anuncio com toda a pompa e circunstância a boa nova: o Ainda Solteira deu à luz!!! É, meu bem, porque o segredo é a alma do negócio, e a exposição à toxidade terminantemente desaconselhada, a gravidez foi mantida em segredo, longe dos ouvidos indiscretos, na intimidade da família que para o efeito foi constituída.

Era mais do que hora deste blog abraçar a paternidade, de assumir maiores responsabilidades, alargando assim o seu âmbito de atuação enquanto defensor da causa solteirice, no fundo, enquanto desencardidor de mentes.

Assim, que fique registado, para os anais da história, que no dia 27 do mês de outubro do ano de 2022, pelas 14 horas e 20 minutos, num bairro da cidade de Lisboa, de um país chamado Portugal, nasceu aquele que é o primogénito da família AS, a qual se deseja que seja numerosa. Sim, esta solteira aqui quer ver a casa cheia de bagunça, risos, alegrias, lágrimas e tudo mais que faz da vida o maior de todos os milagres.

O recém-nascido, cujo nome está escolhido, mas que, por ainda não ter sido registado, só poderá ser revelado na próxima semana, encontra-se bem, tal como a mãe, uma solteira de nome Sara Sarowsky. A família AS vai agora ultimar os preparativos para a apresentação formal do seu mais novo membro, motivo pelo qual pede contenção na curiosidade e moderação na cusquice.

Por ora é só o que tenho a dizer, até porque ainda estou a recuperar do parto, natural, mas nem por isso menos exigente. Despeço-me com aquele abraço amigo de sempre e votos de bom fim de semana!

Autoria e outros dados (tags, etc)

keenan-constance-B4axGpyGHJk-unsplash.jpg
Ora viva! ✌️ 

Hoje quero partilhar contigo um artigo da BBC Worklife, datado de abril deste ano, que versa sobre o quão nocivo pode ser o julgamento social de que (ainda) são alvos os solteiros, sobretudo quando pertencentes ao género feminino. Dado que a publicação é bem extensa, vou fazer um apanhado das partes mais interessantes.
 
Sabemos bem que o número de solteiros não para de aumentar; que o digam as taxas de divórcio e os incontáveis corações desocupados que deambulam pelas estradas da vida. Mas nem por isso a sociedade, pela boca dos seus membros, desiste de neles incutir a esperança de que, a qualquer momento, encontrarão um par, como se o propósito maior das suas vidas fosse estar emparelhado. 
 
O porquê de tamanha preocupação com o facto de as pessoas estarem avulsas é a pergunta que me faço há anos, e aquela que este blog tenta descobrir há mais de sete.
 
Questionar por que alguém "ainda" é solteiro, ou pior, confortá-lo dizendo que "irá encontrar alguém em breve", é para muitos uma forma de expressar solidariedade para com uma situação amorosa que entendem como desfavorável, desgostosa até. Para aqueles que os estimam, trata-se de uma forma atenciosa, e até sensível, de procurar saber se os seus amigos solteiros estão bem.
 
Contudo, essa atitude "paternalista" em nada os conforta, pelo contrário, deixa-os confrangidos, já que os lembra o tempo todo que não estão a cumprir o papel que deles se espera, que estão a falhar na sua missão social, que estão a atentar contra a ordem "natural" das coisas. Digo isso com conhecimento de causa, motivo pelo qual a partir de agora a narrativa passará a ser feita na primeira pessoa do plural.
 
A "cobrança" a que nós os solteiros estamos constantemente sujeitos provoca significativas lesões na nossa autoestima. Lesa igualmente a nossa perceção do amor verdadeiro. O "constrangimento por ser solteiro" mais não é do que o resultado do preconceito contra as pessoas que não se casaram, assente no pressuposto de que elas devem ser tristes e solitárias por não terem "alguém"; que estão ativamente procurando por um parceiro, mas ainda não encontraram; ou que deve haver algo de errado com elas, já que ninguém as quer.
 
Todos estes estereótipos são causados pelas pressões para que nos adquemos a padrões sociais há muito estebelecidos: encontrar alguém, casar, constituir família, comprar casa, arranjar um animal de estimação e por aí fora. Como se nessa imagem de anúncio de margarina residisse o segredo da felicidade humana.
 
E nem o facto de estarmos a caminhar para o final do ano 22 do século 21, e de ser cada vez mais óbvio que o matrimónio não é sinónimo de felicidade, consegue contrariar as crenças enraizadas no coletivo de que o solteiro é menos, é menor. Pesquisas recentes ilustram de forma contundente o estigma da solteirice. Uma sondagem do site de relacionamentos Match, analisados pela BBC, apurou que, entre mil adultos britânicos solteiros, 52% relataram sofrer constrangimento pela sua condição amorosa.
 
Pessoas que não estão numa relação amorosa continuam, portanto, a enfrentar dificuldades perante amigos, familiares e colegas, ou seja, perante a sociedade. E muitas vezes, por causa dessa tal pressão, acabam por se sentirem mal consigos próprios, como se de algum mal padecessem.
 
Ainda que grande parte da comunidade celibatária pareça cada vez mais à vontade para assumir a sua situação amorosa, a pressão para encontrar um "chinelo para o pé cansado" - como tantas vezes ouvi - continua assombrando as suas existências. "As pessoas tendem a achar que você está solitário e aborrecido só porque é solteiro", considera Ipek Kucuk, especialista em namoros da aplicação Happn.
 
A pesquisa da Match há pouco citada quis ainda saber quais as "frases constrangedoras" mais comuns ouvidas pelos solteiros, sendo as mais frequentes estas duas: "Daqui a nada vais encontrar alguém" (35%) e "Deves ser tão solitário" (29%). Os dados apurados relevaram ainda que 38% reconheceu que as pessoas geralmente têm pena da sua situação.
 
De acordo com a psicoterapeuta Abrams, mesmo quando a pessoa solteira não é constrangida pelos amigos e parentes, não atingir grandes objetivos de vida como o casamento e a maternidade pode trazer prejuízos — especialmente para aqueles que procuram ativamente por um parceiro — porque é isso que a sociedade espera deles.
 
"Muitas vezes, presenciei essa situação como uma das causas da depressão", assume Abrams. Um "roteiro" normalizado para a vida bem-sucedida pode inclusive forçar quem esteja feliz com a sua solteirice a reconsiderar a sua condição e a procurar algo do qual não tem certeza, apenas para poder encaixar-se nas normas culturais.
 
Meu bem, como pudeste ler, o constrangimento por ser solteiro não vem apenas dos nossos amigos e parentes intrometidos. É transversal a toda a sociedade. O próprio Estado, a par da igreja, é um dos maiores carrascos da solteirice. Preciso lembrar-te dos inúmeros benefícios económicos, fiscais e jurídicos exclusivamente concedidos aos cidadão casados?
 
Como o texto já vai longo, despeço-me sem mais delongas: beijo 💋 em ti e até sexta!

Autoria e outros dados (tags, etc)

pablo-merchan-montes-Orz90t6o0e4-unsplash.jpg
Ora viva! ✌️ 

Porque a (boa) alimentação é um tema cada vez mais incontornável na vida daqueles que, como eu, valorizam a saúde e o bem-estar, ou seja, se importam com a qualidade de vida, vou de seguida apresentar-te meia dúzia de alimentos que por saberem e fazerem bem são considerados superalimentos.

Superalimentos são aqueles que possuem propriedades capazes de libertar endorfina, a tal hormona responsável pelo bem-estar, bom humor e tranquilidade, sensações que podemos converter numa única palavra: felicidade.

Estamos sempre a ouvir dizer que o sexo liberta endorfina, que o exercício físico liberta endorfina ou que a exposição ao sol liberta endorfina. O que não é comum ouvirmos dizer é que comer é outra atividade com um enorme potencial de libertação desta hormona essencial ao bem-estar físico, mental e emocional do ser humano.

Só que não é qualquer comida que possui a virtude de deixar um rasto de felicidade pelos organismos por onde passa. De acordo com a Juice Plus+, empresa especializada em saúde e bem-estar, são estes os alimentos que têm o superpoder de nos deixar saciados, saudáveis, relaxados e... felizes.

1. Cacau
O consumo de chocolate em estado puro, em pequenas quantidades diárias, além de melhorar o sistema cardíaco, gera endorfinas, as tais hormonas da felicidade. Os nutricionistas recomendam uma dose diária de 20 gramas, a par de uma dieta equilibrada que inclua atividade física.

2. Ovo
Um dos alimentos que mais contribui para a nossa felicidade, graças à elevada quantidade de hidratos de carbono e abundância de triptofano, uma substância orgânica que contribui para a produção de melatonina e serotonina. A melatonina ajuda a regular o ciclo do sono e a serotonina a regular o apetite e o humor.

3. Aveia
Composta por hidratos de carbono e fonte do aminoácido triptofano, este cereal ajuda o organismo a liberar serotonina e, com isso, provoca a sensação de felicidade. Com o crescimento dos níveis cerebrais de serotonina, os sintomas de depressão e insónia reduzem.

4. Espinafre
Não é por acaso que o icónico Popeye ficava mais forte e saudável sempre que comia este vegetal de folha verde, recomendado como uma boa arma no combate à tristeza, já que contém potássio e ácido fólico.

5. Abacate
Este fruto possui na sua composição B3, uma vitamina que atua sobre o sistema nervoso central. Essa propriedade colabora com a manutenção das hormonas que regulam as substâncias químicas do cérebro e garantem um efeito relaxante e uma sensação de bem-estar.

6. Banana
Uma boa opção para um encontro imediato com a felicidade, já que na sua composição constam triptofano, magnésio, hidratos de carbono, potássio e as vitaminas B6 e B7. Também chamada de piridoxina, a vitamina B6 previne a depressão e a ansiedade, atuando ainda ao nível do sistema cognitivo.

Meu bem, segunda-feira é o dia ideal para melhorares a tua dieta alimentar, mais não seja para compensares os excessos cometidos nas últimas 48 horas. Sim, eu sei o que fizeste no fim de semana passado 😉. Portanto, não vejo nenhuma razão válida para não ires imediatamente ao supermercado abastecer-te com estes seis superalimentos que acabei de te apresentar. Em nome da tua felicidade... capice?

Por hoje é tudo, conto estar de volta na quarta-feira para mais uma conversa amiga. Até lá, fica com aquele abraço amigo e votos de uma semana bem feliz!

Autoria e outros dados (tags, etc)

21
Out22

Bom fim de semana!

por Sara Sarowsky

70490328-3D4D-4EDE-8C81-F9DBE7765BD6.jpeg
Ora viva! ✌️

Era minha intenção trazer-te hoje uma reflexão sobre o sentimento feminino num mundo dominado pela energia masculina. Com muita pena minha, mal consegui alinhavar as ideias, pelo que vou deixar a mesma para a próxima crónica para o Balai Cabo Verde, da qual sou cronista, como bem sabes.

Assim, na falta de assunto, e de inspiração, há que admitir, deixo-te com aquele abraço amigo e sinceros votos de um fim de semana esplendoroso. Eu sei que o tempo não está nada convidativo, mas ele só te condicionará se o permitires. Vou dar-te um cheirinho de como que será o meu, para tu veres que este fim de semana tem muito por onde se pegar.

Esta noite será de tapas, queijo e vinho, na ótima companhia da Carolina, uma amiga que eu não vejo desde antes do verão. Para amanhã está agendado um almoço com a turma do curso de inglês, a tarde reservada para um evento literário e a noite para a ante estreia de um documentário sobre Cize, a diva dos pés descalços. Para fechar o dia com chave de ouro, nada melhor do que um copo com duas besties. O domingo, como de habitual, será dedicado ao jejum, ao relax e à maratona de filmes.

Como podes ver, com ou sem chuva, o fim de semana será aquilo que fizermos deles. No meu caso, antevê-se que seja repleto de emoções, partilhas, risos e brindes. Porque a vida, a maior de todas as bênçãos, é para ser celebrada e desfrutada ao máximo.

Hasta!

Autoria e outros dados (tags, etc)

ben-white-4Bs9kSDJsdc-unsplash.jpg
Ora viva! ✌️

Estes dias, a solteirice é que "sta manda" - como se diz na minha terra 😉. Para completar a trilogia à volta deste tema, vou de seguida partilhar algumas estratégias subtis para descobrires se alguém está livre, leve e solto, sem teres de perguntar na cara dura, logo, sem correres o risco de parecer indiscreta, inoportuna, inconveniente ou, pior, oferecida.

Quando se trata de levantar a ficha da pessoa na qual estamos de olho, especificamente se ela está sentimentalmente disponível, há quem opte por uma abordagem direta, tal como perguntar se tem namorada ou se está num relacionamento, pedir o número de telefone ou convidar para sair.

Por outro lado, há quem seja mais contido nas suas manifestações de interesse, sentindo-se mais confortável com uma abordagem indireta, cujos métodos passo a citar:

1. Olhar para o dedo anelar
A primeira coisa a fazer é reparar se o crush usa aliança ou se tem uma marca no dedo onde é suposto estar uma aliança. Sim, porque existem uns quantos chicos espertos que, na hora da caça, retiram a aliança. Só que se esquecem que o anel pode até desaparecer por algumas horitas, mas que a marca não é assim tão fácil de disfarçar. Portanto, olho aberto.

2. Analisar a linguagem corporal
A linguagem corporal diz-nos tanto ou mais do que as palavras, por isso repara na forma como ele interage com quem está próximo. Por exemplo, se se inclina na direção de alguém, se sorri para essa pessoa, se lhe dá a mão ou se, de alguma forma, estabelece contacto físico com ela. Tudo indícios de que existe alguma coisa entre ele e essa tal pessoa. Se por outro lado, ele não para de olhar em volta, como se estivesse a avaliar as opções, ou sorri com frequência para desconhecidas, é sinal de que está de espírito aberto (se é que me entendes).

3. Reparar se passa muito tempo a trocar mensagens
Se ele não para de enviar mensagens, e parece absorto nessa dinâmica, ao ponto de mal olhar para o lado, é sinal de que algures existe alguém que lhe interessa de tal modo que ele prefere dedicar-lhe toda a sua atenção, mesmo estando rodeado de um mar de gente.

4. Apresentar-se
Se até agora nada na atitude dele revelar que está "ocupado", apresentares-te pode ser uma boa ideia. Conversa vai conversa vem ele pode acabar por deixar escapar se tem alguém importante na sua vida. "Vives sozinho?", "Tens animais de estimação?", "Como costumas ocupar o teu tempo livre?", "Como é a tua rotina?", "Sais muito à noite?", "Preferes viajar sozinho ou acompanhado?", "Passas muito tempo com os teus amigos?" podem ser bons tópicos para conhecê-lo melhor.

5. Perguntar se tem planos para o fim de semana
A meio do bate-papo, é perfeitamente natural que lhe perguntes o que vai fazer no fim de semana. A sua resposta vai revelar se tem ou não uma relação sólida. Escusado será dizer que a conversa deve estar bem engatilhada antes de introduzires tal questão. O ideal é que ele se sinta à vontade para partilhar sobre a sua vida pessoal.

Por hoje é tudo. Conto estar de volta daqui a dois dias com uma nova crónica. Até lá beijo beijo 💋!

Autoria e outros dados (tags, etc)

neal-e-johnson-KdrmVW1bC2s-unsplash.jpg
Ora viva! ✌️

No post anterior defendi que há quem tenha nascido para ser solteiro. O que não foi preciso dizer, mas que ficou explícito, é que o contrário também é válido. Contudo, independentemente da prevalência da versão G do tal gene 5-HTA1, existem momentos na vida em que se torna imperativo desembaraçarmo-nos de relações amorosas, mais não seja para podermos cuidar de nós, conhecer-nos melhor, olhar para as nossas emoções e avaliar com precisão o que queremos de um relacionamento a dois.

O que mais abunda pelos corredores da vida são criaturas que não suportam a ideia de estarem sem ninguém. Existem aquelas que, antes mesmo do término da atual, saem à caça da próxima relação, sem se darem tempo para fazer o luto, quanto mais para procurar com consciência. Tudo vale para não ficarem sozinhas, para não olharem para dentro delas, para não terem de encarar facetas e comportamentos capazes de deixá-las desconfortáveis consigo próprias.

Como já aqui referi umas quantas vezes, a própria ciência atesta os benefícios da solteirice, com vários estudos a darem como provado que os desemparelhados adotam hábitos mais saudáveis, sem falar que tendem a experenciar um melhor desenvolvimento individual e a ter mais sexo. 

Atenção que o propósito desta crónica não é o de exaltar as vantagens do celibato (voluntário ou não), mas sim de dar conhecimento de qual a melhor altura para abraçá-lo, por mais custoso que possa ser.

Aceitar que precisamos de ficar sozinhos pode não ser fácil, mas às vezes é preciso, imperativo até. De acordo com a psicóloga Sofia Taveira, citada pela revista MAAG, são estes os seis sinais que indicam que chegou o teu momento de ficar (temporariamente) solteira.

1. Dependência emocional
Se saltas de relação em relação, sem pausas, balanços ou questionamentos. De acordo com esta profissional da mente, deves "usar o tempo sozinha para te conheceres melhor interiormente, num encontro contigo própria, com as tuas ideias, ideais e emoções, ou seja, com o teu 'eu' num todo."

2. Pressão social
Se a pressão da família, dos amigos, da sociedade ou até mesmo da idade faz com te sintas obrigada a estar numa relação, mesmo que esta te cause mais desconforto do que felicidade e ponha em causa valores que dantes consideravas sagrados.

3. Fuga de ti própria
Se te escondes atrás de uma relação, usando-a para fugires de ti própria, de modo a não enfrentares as tuas fragilidades e vazios, a "não 'ouvires os silêncios' que se podem tornar ensurdecedores."

4. Aniquilaste-te completamente
Se "já não existe um 'eu', se já não te reconheces, se te anulas por completo na relação, sem vontade própria ou opinião. Se deixaste de estar com os amigos e até com a família, tendo passado a viver em função da relação e do parceiro."

5. Medo de ficar sozinha
Este é o principal causador do ter uma relação após a outra. O que tens que lembrar é que os medos só deixam de existir quando são enfrentados, o que quer dizer que se continuares a ignorar a sua existência, apenas farás com que eles se tornam maiores e mais assustadores.

6. Continuas a cometer os mesmo erros
Se sentes que todos os teus ex têm defeitos em comum e se continuas a fazer más escolhas de forma reiterada, então é hora de parar e repensar as tuas opções amorosas.

Meu bem, como pudeste ler, estar solteira às vezes é preciso, não é à toa que se diz que "quem não é bom ímpar, jamais será bom par". Beijo 💋 em ti e até quarta!

Autoria e outros dados (tags, etc)

14
Out22

9DD65CD8-DA60-4701-984B-1A7F23183EDF.jpeg
Ora viva! ✌️ 

Uma publicação da Marie Claire Brasil inspirou-me a escrever este post, o qual é portador de uma curiosa novidade: há quem tenha nascido para ser solteiro, melhor dizendo, há quem seja portador de um gene que o torna inapto para relacionamentos amorosos. Como parece ser o meu caso, eis-me aqui a partilhá-lo contigo, não fosses tu o melhor de todos os confidentes.

Antes de desemaranhar esta ideia, permite-me uma pequena contextualização da minha postura face ao celibato. Eu sempre "senti" que tinha nascido para ser desemparelhada. Desde que me lembro de ter consciência do casamento, que sempre disse que jamais embarcaria em tal aventura.

Claro que os inúmeros fracassos amorosos que fui assistindo ao longo da infância e da adolescência só serviram para cimentar essa crença. De tempos em tempos, dá-me uma panca para me emparelhar, como é disso exemplo o post Vou casar!!!, mas no fundo no fundo não sinto convicção nesse propósito, muito menos inspiração para batalhar pela sua concretização. Não acredito, nem nunca acreditei, no "felizes para sempre", pronto falei!

Voltando ao tema de hoje, ao que tudo indica a dificuldade em relacionar-se com parceiros a longo prazo pode muito bem ser culpa do nosso ADN, ou seja, há quem esteja geneticamente "programado" para ser solteiro. A sustentação desta teoria reside num estudo levado a cabo por cientistas chineses, segundo o qual existe um gene responsável por deixar uma pessoa mais ou menos confortável para desfrutar da companhia íntima de um parceiro.

Para chegar a tal conclusão, os investigadores da Universidade de Pequim testaram amostras de cabelos de 600 estudantes locais. Da análise de um gene chamado 5-HTA1, que possui duas versões: G e C, foi possível apurar que os discentes identificados com a versão G, também chamada de singleton, produzem menos serotonina, um neurotransmissor que influencia o humor e a sensação de felicidade.

Ora acontece que as pessoas com menor produção desta hormona encontram mais dificuldades para se aproximar de outros e são mais propensas a sofrerem de depressão. "Como o pessimismo é prejudicial para a formação, qualidade e estabilidade de relacionamentos, esta conexão entre a versão G e problemas psicológicos pode influenciar carreiras, relacionamentos e levar ao fracasso", escreveram os pesquisadores no jornal Scientific Report.

Volvidos mais de 8 anos desde a sua realização (como é que não soube disso antes é a pergunta que me vai atormentar nos próximos dias), estou em condições de atestar a qualidade deste produto made in China. O que quero dizer com isso? Quero dizer que agora é-me evidente que a solteirice crónica de que padeço há vários anos vai muito além da vocação, como sempre acreditei. Ela é fruto de um acaso, ou melhor dizendo, de um azar genético. Que alívio saber que não há nada de errado comigo e que a minha inaptidão para o namoro é responsabilidade do tal singleton. So, it's official, I was born to be single!

Beijo 💋 em ti e até para a semana!

Autoria e outros dados (tags, etc)

D3F4EA99-C6F6-4CF7-AFE1-FE2F7D7F56DA.jpeg
Ora viva! ✌️ 

Além de atrasada, hoje venho ao teu encontro a passo de caracol. Pudera, ainda estou a acusar a ressaca da jantarada de ontem com as meninas aqui de casa, a propósito da partida de uma delas para terras de Sua Majestade, em busca de melhores condições de vida e de trabalho.

O ter comido em demasia, aliado ao consumo do álcool, ainda que em modesta quantidade, e ao dormir tardio, justificam esse estado de letargia. Com base no cenário que acabei de descrever, convido-te para uma reflexão conjunta sobre noitadas na idade adulta. E quando digo idade adulta, retiro-me aos "entas", que hoje em dia até aos 35 anos é-se oficialmente jovem, como bem sabes.

Para alguém cujo ponto alto do dia era sair à noite, coisa que fiz durante mais de duas décadas, não me é nada fácil admitir que já não tenho pedalada para as noitadas, mesmo quando espaçadas no tempo. E pensar que quando me diziam que chegaria o dia em que iria preferir ficar em casa a abraçar a diversão noturna, eu refutava com uma veemência que chegava a roçar a violência...

Hoje, a meio da primeira casa dos "entas", sou obrigada a admitir que o preço a pagar por desbundar depois do sol posto começa a ser demasiado alto para mim. O pior nem é a noitada em si, mas sim o dia seguinte, em que a sonolência, a moleza, o cansaço e a falta de concentração assumem o comando da nossa disposição. A recuperação pós-paródia, com o avançar da idade adulta, vai atingindo valores exorbitantes.

O caso de ontem, um inocente jantar entre uma mão cheia de amigos, é apenas o culminar da maratona de noitadas que fiz nos últimos dias. Na passada quinta-feira foi o jantar de aniversário de uma das minhas besties. Apesar de ter sido um convívio caseiro, o facto é que só fui para a cama já passava das duas da manhã.

Como faço questão de dormir entre 8 a 9 horas, o meu horário habitual de ir dormir é por volta das 23 horas. Um atraso de 2-3 horas tem impacto direto no meu rendimento físico e mental. Como o meu trabalho é puramente intelectual, este cai a pique nas horas seguintes a uma noitada. E nem o dormir até mais tarde consegue debelar tal realidade, já que o meu sistema biológico está programado para acordar à mesma hora.

No sábado passado, uma ida ao teatro resultou numa chegada em casa já passava das cinco da manhã. Depois da peça, que acabou a horas perfeitamente decentes, fomos tomar um copo num bar de praia giríssimo, O Luar da Barra, cuja publicidade é mais do que merecida. O sítio, que transborda charme e encanto, sobretudo na parte indoor, um vagão de comboio reaproveitado na perfeição, inspirou-nos a contrair a febre de sábado à noite.

Estimulada pelo saboroso pica-pau, acompanhado de uma deliciosa sangria de espumante, a noite fluiu tão bem que decidimos prolongá-la, uma vez que ir domir soava a desperdício de feeling. Já que estávamos pela linha, tentamos a sorte primeiro no Jezebel.  Sem sucesso, já que a discoteca do Casino Estoril só labora segundo o horário de inverno.

Rumamos então a Cascais, em busca de um sítio para dar vazão à pica que se tinha adonado do nosso espírito. Acabamos no Taj Klub, nova publicidade gratuita, onde dancei como há muito não fazia. Por acreditar que, uma vez no mar, devemos nadar, ou ao menos boiar, quando caio na gandaia jamais permito que o cansaço ou o sono falem mais alto que a vontade de me divertir.

A noitada soube lindamente? Com certeza que sim! Tão bem soube que cheguei a casa para lá da hora expectada, estourada, porém, de alma lavada. Na minha terra é dito popular que "depois da diversão, a morte não é nada". Na idade adulta, depois da diversão, a morte deixa de ser nada para passar a ser penosa.

Só para teres uma ideia do que acabei de apregoar, mesmo tendo ido dormir às seis da manhã, às 10 já eu despertara. Com apenas quatro horas de sono, esta solteira aqui estava imprópria para consumo, ao ponto de ter que cancelar um compromisso que tinha agendado para o final do dia.

É, meu bem, desbundar na idade adulta né mole não, como dizem os brodas do hemisfério sul. 😉 Beijo 💋 em ti e até sexta, que já são quase 14h30 e eu ainda não pus nada no estômago nem fiz a higiene matinal.

Autoria e outros dados (tags, etc)

10
Out22

Preterida ou Preferida_imagem.jpg
Ora viva! ✌️ 

Eis-me de volta, desta vez com a novel crónica para o Balai Cabo Verde, publicada há instantes. Boa leitura e, já agora, boa semana.

Preterida ou Preferida: eis a questão

Raras, para não dizer nenhumas, foram as vezes em que me senti preferida e não preterida. Não fui a filha preferida do meu pai (já falecido), não sou a filha preferida da minha mãe, tampouco sou a irmã preferida dos meus irmãos (e olha que tenho uns quantos, meia dúzia para ser mais precisa).

Enquanto catraia, em momento algum tive a noção de ser a preferida de um rapaz. Abro aqui um parêntesis para reconhecer que, além dos modestos atributos físicos que me caracterizavam na altura, esta minha personalidade reguila pouco ou nada ajudava. Devo ter sido das poucas raparigas que nunca tiveram um namoradinho de infância, nem mesmo nos tempos do liceu, já adolescente.

Os gaiatos pelos quais me interessava preferiam sempre as minhas amigas, na verdade, preferiam qualquer uma que não eu. Lembro-me de um deles dizer, em tom de brincadeira, que era um insulto pessoal dizer a um rapaz que a Sara estava interessada nele.

Cresci, portanto, com um enorme complexo de feiura, rejeição, inferioridade e desmerecimento. Já adulta, a minha versão pessoal da saga O Patinho Feio conheceu inúmeras temporadas, com um rol de pessoas próximas a serem preferidas, enquanto eu era preterida over and over and over again. Mesmo nos tempos académicos, eu era aquela que nunca era escolhida para integrar os grupos de trabalho. Até provar que era capaz de tirar boas notas, só era incluída mediante imposição expressa dos docentes.

O trauma atingiu tal proporção que cheguei ao ponto de recusar sair para a night na companhia de amigas mais vistosas do que eu. Houve uma em particular, a Natalie, que pela sua beleza estonteante acabava, ainda que sem intenção, por semanalmente me fazer reviver o pesadelo. De todas as vezes em que saímos juntas, o sentimento predominante era o mesmo de sempre: o patinho feio continuava a habitar em mim.

A baixa autoestima acompanhou-me praticamente a vida toda, precisamente por ter sido sempre preterida, a começar pela minha própria família, que nunca fez questão de me fazer sentir que pertencia àquele agregado, a começar pelo facto de o meu tom de pele ser diferente. Acredites ou não, na minha infância fui marginalizada, ostracizada até, por ser a mais "branquinha" do clã. Ouvi de tudo um pouco, "branca mo papaia azedo", "é filha do mesmo pai e da mesma mãe?", "de certeza que não foi trocada na maternidade?", "não se parece nada com os irmãos", "é tão deslavada", "coitadinha, não tem nada a ver com os outros" e por aí fora...

Não possuo uma única memória de ter sido a preferida de qualquer um dos meus familiares, pelo contrário. Até vir para Portugal estudar, a poucos dias de completar 20 anos de idade, nunca soube o que era ter a minha própria festa de aniversário. Se bem me lembro, e essas coisas jamais se esquecem, fui a única lá em casa que nunca teve direito a uma festa de anos, sequer um simbólico soprar de velas no dia de anos.

À custa disso, e de incontáveis sucedidos, cresci acreditando que ser preterida era o meu destino, era o que eu merecia. Hoje, a caminhar para os 45 anos de vida, detenho autoconhecimento, autoestima e autorrespeito suficientes para reconhecer que tal crença é falaciosa, limitadora, castradora. Hoje tenho maturidade de sobra para acreditar que o patinho feio sempre foi um cisne lindo.

Hoje ganhei consciência do meu valor, conheço a mim própria o suficiente para saber que cada um é como é e que eu sou única, especial, perfeita na minha imperfeição. Hoje sei que sentir-me preferida pouco tem a ver com os outros, mas antes comigo. Hoje sei que cabe a mim deter o poder de me preferir e não delegar essa responsabilidade a terceiros. Hoje sei que tudo aquilo que experienciei ao longo da vida só me tornou mais forte, mais resistente, mais preparada para ser aquilo que eu sou, para ser aquilo que eu quiser ser. Hoje tenho plena consciência de que sou aquela que eu mais prefiro no mundo.

Para além disso, hoje tenho ao meu redor pessoas incríveis que, todos os dias, me preferem. Que preferem estar comigo, que preferem falar comigo, que preferem celebrar comigo, que preferem chorar comigo, que preferem fazer parte da minha vida. Preferem tanto que muitas vezes não consigo dar vazão às suas solicitações. Esta crónica é, pois, um tributo a cada uma delas, uma forma de manifestar publica e inequivocamente o quão grata sou por ser a sua preferida e não a sua preterida.

Aquele abraço amigo e até à próxima!

Autoria e outros dados (tags, etc)

Pág. 1/2



Mais sobre mim

foto do autor


Melhor Blog 2020 Sexo e Diário Íntimo


Melhor Blog 2019 Sexo e Diário Íntimo


Melhor Blog 2018 Sexualidade





Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D