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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


28
Fev22

21372933_DOauN.jpegOra viva! ✌️ 

Como amanhã é dia de vir cá deixar-te as previsões energéticas para o mês de março, hoje só passei mesmo para dar as caras e lembrar-te que é Carnaval. É com todo o pesar que assumo que esta é das festas do Rei Momo menos esfusiantes de toda a minha existência, não só pelas atuais situações política e pandémica, mas sobretudo pelos dramas pessoais com que me estou a debater neste momento.

Sobre isso, reservo-me o direito à privacidade, mais não seja porque preciso lamber as feridas, curar o que for passível de ser curado, perdoar quem tiver que ser perdoado e seguir em frente, de cabeça erguida, peito aberto e coração livre de sentimentos negativos.

Com tanta desgraça a acontecer ao meu redor, é mesmo difícil manter intacto o espírito de folia comummente associado a esta festa popular que tanto apreciamos, ou costumávamos apreciar. Noutros tempos, não muito distante, diga-se de passagem, estaria esta solteira aqui assaltada pela energia de véspera de Carnaval. Esta noite, provavelmente, iria uma festa, quiçá, trajada a rigor, dançaria noite fora e regressaria a casa cansada mas de alma lavada. Outros tempos... quanta saudade dele.

Se fores do tipo que aprecia esse espírito que acabei de descrever, só me resta desejar-te muita diversão nas próximas horas e recomendar que te deixes levar pela folia, que como é carnaval ninguém levará a mal.

Aquele abraço amigo e até amanhã!

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Viva! ✌️ 

Hoje não estou para grandes conversas, já que tenho o coração apertado e a alma comprimida. O motivo já deves saber qual é: a invasão russa à Ucrânia. No dia de ontem, 24 de fevereiro do ano 2022, uma nova página negra - mais uma - se escreveu na história da humanidade. Escrita com o sangue de inocentes, os quais, infelizmente, pouca ou nenhuma culpa tiveram no desencadear dos acontecimentos.

Os ucranianos vão pagar, e caro, o preço da decisão de um déspota sedento de poder e necessidade de afirmação perante tudo e todos. Sou capaz de apostar que o dito cujo, aquele cujo nome não vou pronunciar por medo de retaliações (brincadeira), o mandante deste ataque bárbaro e arbitrário, tem pila pequena. Só pode! 😉

A verdadeira razão porque não pronuncio o nome "dele" é porque não sou de dar tempo de antena a quem não merece.

Voltando à vaca fria, melhor dizendo, à atualidade cruel, é sabido que nenhum conflito é bom, menos ainda quando pode ser evitado. Todos sabem como começa uma guerra, mas ninguém é capaz de prever em que termos terminará ela, muito menos quantas vidas serão cobardemente ceifadas pelo caminho. Acho que nem mesmo o criador, já que a sua criação é capaz de coisas que até ele duvida. 

Anda a circular nas redes sociais uma frase de Erich Hartman que resume, e como, aquilo que vai na alma de todos aqueles que se sentem violentados, desrespeitados, afrontados mesmo, com esta situação: "A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam..."

Que os deuses protejam os invadidos, que lhes dê a força, a coragem e a esperança para conseguirem enfrentar com honra e dignidade mais este vil atentado às suas vidas, liberdades e direitos. Que os países aliados tenham tomates para castigar a Rússia e dar toda a assistência possível à Ucrânia. Que o resto do mundo se una numa censura ensurdecedora a esta guerra absurda. Que as nossas indignadas vozes se façam ouvir pelo planeta fora. Que em defesa da paz, consigamos fintar a indiferença e fazer a diferença.

Que a paz esteja com todos e a coragem com os ucranianos! 

P.S. - A imagem que escolhi para ilustrar esta crónica é capaz de ferir suscetibilidades. Foi propositado, para causar impacto!

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23
Fev22

250BD434-A004-42D5-BE4C-555509BB8756.jpegOra viva! ✌️ 

Já é do teu conhecimento que tenho uma nova crush lá no ginásio. Onde mais? 😉 Depois de uma paixonite aguda de cinco anos pelo tal rapaz lá do ginásio, cujo nome nunca assumi publicamente, mas que agora digo, Nuno, voltei a meter-me numa nova enrascada, ainda que com contornos bem diferentes.

Ao contrário do primeiro, de quem nunca ouvi sequer a voz, com este, um personal trainer, tive eu a presença de espírito suficiente para meter conversa, chegando ao ponto de com ele abordar temas atípicos do ambiente ginásio, quase exclusivamente à volta do desporto, com bem sabes. Já falámos de covid, espiritualidade, reencarnação, vidas passadas, terrorismo, bullying, pornografia, histórias de infância, atualidade e futebol.

Agora que penso nisso, é-me claro que, na maioria das vezes, eu fui a emissora e ele um mero ouvinte, ainda que atento e interessado. A dinâmica do nosso parlapiê trissemanal - mais ao sábado, que nos outros dias ele está ocupado a fazer suar um cliente, pelo que só há margem de manobra para um breve olá – ficou comprometida no último sábado, quando, nem me recordo como, a conversa chegou à política. Meu pai do céu, nesse dia o meu mundo caiu, o meu coração ficou estilhaçado e a minha alma aparvalhada.

A certa altura, começamos a falar de futebol e ele assumiu que o Bruno de Carvalho (BC) foi um ótimo líder para o Sporting e que o Varandas só está a recolher os louros que o antecessor semeou. Não se tratava de nenhuma novidade para mim, que há muito sabia que ele era adepto ferrenho do agora ex-Big Brother Famosos. Aliás, foi precisamente por esse motivo que removi a amizade com ele no Facebook, por não aguentar mais as suas publicações pró-BC, mesmo aquando do ataque à Academia de Alcochete. 

Em jeito de provocação, retruquei que o BC era um projeto de déspota e que pessoas assim não fazem falta em lado nenhum. Não me recordo com exatidão como é que o nome de Donald Trump veio à baila. O que sei é que fiquei estupefacta quando o dito cujo proferiu com toda a convicção deste mundo que ele foi o melhor presidente que os Estados Unidos da América já tiveram. Mal ouvi isso, as sirenes de alerta passaram de vermelho a púrpura em questão de nanossegundos. Ao questionar-lhe se falava a sério, rematou: "Claro que sim, e não te esqueças do Bolsonaro, de quem sou admirador!"

Incapaz de segurar a língua, interpelei-o nestes termos: "Só falta dizeres que o Ventura não é uma aberração!", ao que ele respondeu com todo o orgulho que não. Com uma visível dificuldade em acreditar naquilo que os meus ouvidos tinham acabado de escutar, mal sabia eu que outra atrocidade estava para ser expelida da boca dele, numa espécie de autoexorcização compulsiva.

Caiu-me tudo quando ele disse que Portugal está no estado em que está por causa das políticas de esquerda, as quais apenas servem para alimentar parasitas (entenda-se subsídiodependentes) e sustentar jobs for the boys (entenda-se compadrio/amiguismo). Foi nessa altura que citou Mário Soares, pessoa que, segundo palavras do próprio, "abriu mão das colónias".

Mesmo consciente dos tímpanos alheios que assistiam descaradamente ao nosso duelo verbal, disse-lhe "Abriu mão? Deves estar a brincar comigo, só pode! Esqueces que estás a falar com alguém das colónias? Como é que se abre mão de algo que não nos pertence, explica-me! Tenho que te lembrar que quando os portugueses chegaram em África, com exceção de Cabo Verde, esses territórios já tinham dono, já eram habitados pelos seus legítimos proprietários: os africanos?"

Dos argumentos prós e contras, de parte a parte, que se seguiram nem vale a pena fazer referência. O que importa frisar é que ficou transparente que ele é da extrema direita, uma ideologia política que choca com tudo aquilo que acredito e defendo. Quando ele saiu-se com aquela velha história de que "pelo menos não era racista", só consegui responder-lhe: "Era só o que te faltava para completar o pacote: fascista, imperialista, colonialista e racista!"

Como bem sabes, tenho por princípio de vida respeitar as opiniões alheias, sobretudo as contrárias à minha. O que não concebo é a ideia de estar apaixonada por alguém que assume na cara dura que votou no Chega e que é fã dos políticos que mais volta me dão ao estômago. Isso não. Jamais, em tempo algum!

Não lhe disse isso diretamente, até porque ele nem desconfia do meu interesse amoroso, mas fui sincera ao confessar-lhe que o meu coração estava partido e que nunca tinha imaginado que ele era esse tipo de pessoa. Às tantas, ele só conseguia dizer: "Não penses que sou má pessoa, todos nós somos da direita, ainda que não admitamos". Meio a brincar, eu só repetia: "Não quero mais falar contigo, não quero olhar para ti, não quero pensar em ti!"

Ontem, a primeira vez que nos vimos depois desse momento que deu uma machadada fatal em qualquer pretensão romântica para com a sua pessoa, ele veio ter comigo, todo sem jeito, cumprimentou e chamou-me "miúda da direita". A única coisa que lhe disse foi: "Nem me lembres, que eu ainda estou a digerir!"

Eu até acho que ele pode ser boa pessoa. Só não é boa pessoa para eu me apaixonar. Se o quisesse apenas para dar umas voltas, seria bem capaz de relevar o nosso antagonismo ideológico. Como não é o caso, só me resta lamentar a perda de mais uma oportunidade para encontrar um homem que valha a pena. O que mais dói é que, a olho nu, ele é a personificação do meu tipo ideal: alto, magro, tonificado, adepto da vida saudável, sorriso bonito, dentadura perfeita, discreto, bom papo e da mesma faixa etária.

Que sina esta minha... E assim vai indo a (não) vida amorosa desta tua solteira favorita. Beijo no ombro e até sexta!

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21
Fev22

A arte do namoro

por Sara Sarowsky

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Ora viva! ✌️ 

Depois de um fim de semana excecional, que me permitiu um cheirinho da vida de outrora, em que saía de casa com a luz do sol e só regressava madrugada dentro, eis-me de volta para mais um papo amigo. Foram dois dias, sexta e sábado, de paródia improvisada, amigos improváveis, locais desconhecidos e momentos memoráveis, que resgataram em mim a fé de que os convívios sociais à moda antiga não estão relegados ao esquecimento.

Rebuscando nos meus rascunhos, encontrei umas notas sobre a arte de namorar, cuja data de escrita sequer recordo. O que é relevante é que elas agora são aproveitáveis para esta crónica, uma providencial ajuda num dia em que o tempo anda curto, com uma formação em sistemas de pagamento Stripe na agenda.

A mulher que quer namorar nos tempos atuais é uma guerreira num campo de batalha brutal. Umas guerreiras mais armadas do que outras, é certo, com as vitoriosas de um lado e as baixas de guerra do outro. No campo de batalha do namoro, às vezes, por cada guerreira que desiste há outra que aproveita essa chance para vencer.

Vejo, pois, o namoro como uma aptidão para treinar e aperfeiçoar. Treinar e aperfeiçoar a capacidade de resiliência, otimismo e perseverança. É, a busca do amor pode ser imprevisível, confusa, claramente desagradável. Mas há uma coisa que mantém as guerreiras em campo, mesmo as feridas: esperança. A esperança de haver alguém perfeito para ela. 

E a busca continua... enquanto isso as noites de sábado no sofá a devorar ficção romântica continua a ser a companhia favorita. A minha e a de muitas solteiras que fazem parte da comunidade celibatária.

Beijo no ombro e até quarta!

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human-g87ec376d3_1920.jpgOra viva! ✌️ 

O Centro de Inovação da Mouraria acolhe, ontem e hoje, um workshop intitulado 'Desenvolve a tua inteligência emocional'. Tratando-se de um assunto que muito me interessa, escusado será dizer que eu sou uma das felizes participantes naquela que marca a minha estreia numa formação em formato presencial na era pandemia Covid-19.

O meu interesse por este tema não é de hoje. Por diversas vezes, a ele fiz referência, não só nos meus textos, como nas conversas com amigos e colegas de trabalho. Contudo, é a primeira vez que me dedico a lançar-lhe um olhar científico, num claro reconhecimento de que se trata de uma competência imprescindível na vida de qualquer pessoa que queira desfrutar de uma vida mais alinhada com o bem-estar holístico.

De acordo com a formadora Carla Costa, a inteligência emocional "é uma ferramenta para criar pontes no relacionamento pessoal e social". Para mim, ela pode ser definida como a capacidade de gerir emoções a nosso favor e em prol do bem-estar geral. Para os académicos, ela mais não é do que "o conjunto de mecanismos mentais necessários à resolução de problemas e à gestão de comportamentos, isto é, a habilidade que o indivíduo tem para identificar, utilizar, compreender e regular as emoções em si próprio e nos outros". 

Cumpre então este workshop o propósito de responder a duas questões fundamentais: o que é a Inteligência Emocional e o que podemos fazer para a exercitar e muscular na relação connosco e com os outros? De acordo com a organização, trata-se de um convite à reflexão, exploração e aprofundamento do tema, com recurso a metodologias formais e não formais, assentes em práticas de comunicação verbal e não verbal.

A sessão convida os participantes (num total de 11 indivíduos do sexo feminino e apenas um do sexo masculino) a dedicarem as seis horas de formação a si próprios e a reflorestar a sua interioridade. Para além de uma breve introdução teórica e partilha multidisciplinar, complementada por dinâmicas de auto-consciência, auto-regulação, motivação, empatia e habilidades sociais, o primeiro dia permitiu-me ter uma noção mais exata da importância da inteligência emocional no sucesso, seja ele pessoal, profissional, social, familiar e, acredites ou não, amoroso e sexual.

É caso para se dizer que a inteligência emocional tem tão ou até mais utilidade prática do que a inteligência intelectual. Bem-sucedido é, portanto, aquele que conseguir alcançar o equilíbrio perfeito entre os dois. Como o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal são ativos valiosos no património humano, eis-me aqui a falar-te do assunto, na expectativa de que também tu queiras, e faças por, investir em ti.

Beijo no ombro e até segunda, que são horas de me por a andar. Indo eu, indo eu... a caminho da Mouraria.

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16
Fev22

Perfeita na sua imperfeição

por Sara Sarowsky

angel-g294bd5434_1920.jpgOra viva! ✌️ 

Hoje tenho que ir à câmara desafiar a sorte. Lá vou eu renovar a esperança num milagre de conseguir uma habitação a um preço digno, em mais uma candidatura ao Programa Renda Acessível. Ainda que ciente de que as minhas chances são praticamente nulas - não quero ser má língua, mas não há forma de me convencer de que aquilo não é uma grande máfia e que as habitações não estão previamente "encomendadas" aos amigos, conhecidos e favorecidos.

A ansiedade e a expectativa, aliadas ao facto de ainda ter de tratar da papelada (comprovativo de rendimento, declaração de IRS e por aí fora), só me deixam margem de manobra para um texto emprestado do site Mulheres Maduras, aqui publicado pela primeira vez em 16 de fevereiro de 2016. 

Versa, pois, esta crónica sobre o quão perfeitas na sua imperfeição são as mulheres. Para o caso de ter sido demasiado erudita, quis dizer que são as nossas imperfeições que nos fazem ser perfeitas.

Miss Imperfeita
Sou a miss imperfeita, muito prazer!

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho meu dinheiro, vou ao supermercado, decido o cardápio, levo e trago filhos da escola, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro as amigas, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, vou ao dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, faço reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas por mais disciplinada que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer não. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer não. Culpa por nada, aliás.

Culpa zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta entrou na maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que você seria modelo!
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expetativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito e mamasse direitinho.
Você é humildemente uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a divertir-se, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é alinhar em qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos...

É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para desaparecer dois dias com o seu amor.

Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.

Para procurar um abajur novo para o seu quarto.
Tempo para voltar a estudar.
Tempo Para engravidar.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser profissional sem deixar de existir.
Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
Portanto, não queria sair por aí batendo records...

Pense nisso!

Beijo no ombro e até sexta!

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Ora viva! ❤️‍🔥

Para este dia 14 de fevereiro, Dia dos Namorados, caso ainda não tenhas lembrado, proponho um manual de sobrevivência para as solteiras, cuja versão reeditada foi publicada esta manhã no portal Balai Cabo Verde, como poderás contastar através deste link.

Atenta à contagem decrescente para o dia 14 de fevereiro, intenta esta crónica dotar as solteiras das ferramentas necessárias à amortização de potenciais danos (emocionais e psicológicos) decorrentes da falta de um par romântico no Dia dos Namorados.

O dia mais romântico do ano para uns, pode perfeitamente ser o mais desencantado para outros. Para muitos corações solitários, sobretudo os pertencentes ao sexo feminino, este pode ser um verdadeiro martírio, mais não seja pelo sentimento de exclusão e fracasso sentimental que as assola, sem dó nem piedade.

Na qualidade de solteira de longa duração, há muito que o Dia de São Valentim deixou de ser um melodrama pessoal. Longe de mim insinuar que namorar, e tudo o mais que isso implica, não seja bom. A questão aqui é deixar bem claro que não ter com quem trocar juras de amor não é coisa que me desmereça, muito menos entristeça. Arrisco-me a dizer que desfrutar da minha própria companhia no dia que o mundo (comercial) consagrou ao amor é quase tão bom como passá-lo na companhia de outrem, com a benesse de que todas as despesas afetas à ocasião serão revertidas na totalidade em benefício próprio.

Lamentavelmente, nem todas as celibatárias encaram a sua realidade amorosa com a mesma leveza e presença de espírito que eu. É precisamente a elas que dedico estas palavras, na expectativa de lhes fazer ver que estar solteira no Dia dos Namorados pode - e deve - ser encarado como uma oportunidade para se proporcionarem a si próprias um dia digno da rainha que nelas habita.

Como? Deixando-se inspirar por estas sugestões:

Banho de imersão
Desperta a diva que há em ti com um belo banho de imersão, daqueles dignos de Hollywood. Para tal, só tens que encher a banheira, atirar lá para dentro os sais de banho que tens guardado para a "tal" ocasião especial, escolher uma playlist que te faça sentir nas nuvens, bebericar uma bela taça de vinho e deixar-te embalar pelo momento.

Chocolate
Esta iguaria, uma alegria aos pedaços, costuma ser a cura, ainda que momentânea, para a maioria dos males femininos. Caso sejas apreciadora desta ou de outra iguaria açucarada, esquece a dieta, aplaca a culpa e rende-te à luxúria. Come o que te apetecer, na quantidade que te apetecer. Afinal, o São Valentim só te visita uma vez por ano, por isso recebe-o em grande estilo.

Home cinema
Nada melhor que um filme lamechas para dar-nos aquele gostinho de romance; o tal que nos tem faltado na vida real. Recomendo que apostes em comédia romântica, pois drama é tudo que não precisas neste momento. Confesso que esta é a minha parte favorita de um Dia dos Namorados a solo. Consumir filmes cor de rosa é uma forma de restaurar a esperança de que um dia serei (novamente) protagonista de uma bela estória de amor, tal como na sétima arte.

Drink
Desfruta da noite a um na companhia da tua bebida favorita, seja ela vinho, gin, pontche, champanhe, mojito ou caipirinha. Não te esqueças é dos aperitivos (queijo, pipocas, presunto, pizza, sushi ou outro snack da tua preferência), pois beber de estômago vazio é altamente desaconselhado. Boa ideia é apreciares a tua própria companhia, o teu drink e o facto de desfrutares deste momento tão teu, gozado na santa paz da tua liberdade.

Disco night
Caso estejas numa de celebrar porta fora, porque não ligar às manas leves, livres e soltas e cair na gandaia? Emboneca-te, escolhe uma discoteca in e toma conta da pista como se não houvesse amanhã. Não te esqueças é do batom despudoradamente vermelho, dos saltos altos e de um dress code que te favoreça. Afinal, nada como um look bem conseguido para fazer com que te sintas poderosa e autoconfiante.

Blind date
Que tal saíres da tua zona de conforto e arriscares um encontro às cegas? Se estás numa onda de aventura ou a querer dar um boost à tua vida amorosa, esta é a altura ideal. E opções não te faltam, é só ir a uma dessas apps de engate e... voilá! O pior que pode acontecer é teres uma divertida estória para contar às amigas. Na melhor das hipóteses, podes acabar a noite nos braços (ou na cama) de alguém.

Reconheço que para nós solteiras o Dia dos Namorados não sabe a mel. Contudo, posso garantir que só saberá a fel se assim quisermos. Depois do que acabaste de ler ainda acreditas que uma mulher desemparelhada tem motivos para o amaldiçoar? Não me parece!

Despeço-me com aquele abraço amigo e o conselho: Be Your Valentine, hoje, amanhã e sempre!

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Ora viva! ✌️ 

Para hoje temos "post requentado à moda da Sara", um conteúdo delicioso à base de um texto servido a 10 de fevereiro de 2016, aqui no AS. Tenho que terminar um artigo para o Balai Cabo Verde, pelo que só tenho cabeça e tempo para um olá de alegria e uma publicação amiga.

Assim, eis-me aqui a partilhar contigo um texto de Martha Medeiros sobre a relatividade do sofrimento. Vale a pena ler, meu bem, que as palavras que se seguem dão que pensar.

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os concertos e livros e silêncios que gostaríamos e não partilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente connosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em compreender-nos.

Sofremos não porque nossa equipa perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está-nos sendo confiscado, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria não sofrermos, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão especial, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: iludindo-se menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

Por hoje é tudo. Despeço-me com aquele abraço amigo de sempre e o lembrete de que as coisas, os acontecimentos e as pessoas só têm a importância que nós lhes dermos. Simples assim! Estupendo fim de semana e até segunda!

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09
Fev22

Vamos falar de amor?

por Sara Sarowsky

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Viva! ✌️ 

Fevereiro é (comercialmente) considerado o mês do amor. Pelo menos até ao dia 14, a sensação que temos é que ele anda no ar. Por toda a parte, em toda a parte. Para aqueles que podem desfrutar de uma relação amorosa feliz, esta é a altura do ano ideal para reforçarem ou expressarem os laços que os unem às suas caras metades.

Para aqueles que não têm assim tanta sorte, como é o meu caso, a estratégia é manter firme a esperança e ir preenchendo o coração com amor-próprio e uma boa dose de resiliência, pois só assim serão capazes de passar incólumes aos bombardeamentos das campanhas comerciais, que a todo o instante fazem questão de nos recordar que vem aí o Dia de São Valentim.

Ciente da sua importância para a condição humana, assuma ele a vertente romântica, maternal ou fraternal, a conselheira espiritual deste blog fez ontem uma partilha, através da qual analisa um aspeto fundamental no amor: a reciprocidade. Dada a relevância e atualidade desta questão, eis-me aqui a passar a palavra, na expectativa de que possa ajudar-te a ter uma noção mais realista da dinâmica amorosa.

Acredito que para muitas das pessoas que desconhecem o incrível trabalho que a Isabel Soares dos Santos vem desenvolvendo na área do coaching espiritual, estas palavras podem figurar como mais do mesmo, já que insistem na tecla de sempre: tudo é energia e recebemos somente aquilo pelo qual fazemos.

Analisando-as atentamente percebemos que tudo começa e acaba em nós, ou seja, que o amor que nós tanto desejamos deve ser o amor que damos primeiro a nós e só depois ao outro. É melhor comprovares por ti mesma a mensagem que ambas queremos passar. Para teres acesso ao vídeo, é só clicar aqui.

Dia feliz e até sexta!

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Ora viva! ✌️ 

Estes dias deu-me para revisitar o passado, quiçá por estar a passar por uma profunda cura espiritual, com a energia da carta deste mês - Agarrado ao Passado - a fazer-se presente com uma assiduidade gritante, contudo, inevitável. É neste contexto que tenho estado a repescar antigas publicações, as quais, a meu ver, continuam tão atuais como na altura em que foram redigidas. 

Para hoje, escolhi uma datada de 6 de fevereiro de 2016, que versa sobre uma série de erros que todos nós já cometemos (pelo menos) uma vez na vida, mas que convém não repetirmos, sob pena de insistirmos no erro. Será assim? A ver vamos!

Cortar o cabelo demasiado curto
Quem nunca se arrependeu de um corte de cabelo que atire a primeira palavra. Este é o meu pão-nosso-de-cada-vez-que-corto-o-cabelo. Ainda há  coisa de uma semana voltei a passar pelo mesmo.

Estar a falar mal de alguém, e a pessoa em questão ouvir tudo 
Não me recordo de passar por semelhante aperto. Das duas uma, ou não falo mal de ninguém ou sou demasiado inteligente para me deixar apanhar.

Confiar nas pessoas erradas, e acabar desiludida com o mundo
Este é o tipo de erro que não há maneira de eu aprender a não repetir, por mais que o cometa over and over and over again.

Sexo em locais públicos
Só o considero um erro se este prejudicar alguém. A não ser que sejamos apanhados pelas autoridades, trata-se do tipo de erro que deve ser cometido sempre que a ocasião se proporcionar.

Aceitar um emprego que detestamos, só porque precisamos de dinheiro
Infelizmente, a necessidade leva-nos a embarcar em aventuras profissionais desastrosas. No meu caso, o maior deles foi o night packing na Primark, que me provocou uma lesão séria na cervical.

Medo de estar grávida
Só por uma vez apanhei semelhante susto. Andava em pânico por causa do atraso da menstruação e minutos depois de ter partilhado o meu drama com a vizinha do andar de baixo, que por acaso era ginecologista-obstetra, o Benfica lá deu as caras, para grande alívio meu.

Uma enorme crise de ciúmes
Por mais autocontrolo emocional que tenhamos, uma vez ou outra protagonizamos cenas de ciúmes dignas de uma novela mexicana. C'est la vie! A mim aconteceu mais vezes do que seria desejável, mas o importante é que aprendi a lição e não mais voltei a reincidir.

Sair com alguém pelo qual não temos interesse nenhum
Quem nunca? Queremos tanto encontrar alguém que cometemos erros do tipo, mesmo sabendo que não passam de fretes emocionais.

Ressaca
Não sabes como foste para casa, a tua cabeça vai explodir e prometes a ti mesma que nunca mais irás beber daquela maneira. A mim, tal nunca aconteceu, até porque não sou grande fã do álcool, exceto uma taça de vinho à refeição.

Achar que é amor
Estávamos certas de era amor, mas afinal passou depressa. Carência, provavelmente...

Comprar uns sapatos que não podemos pagar
Estavas completamente apaixonada por eles e não conseguiste resistir. A verdade é que, nos próximos tempos, vais ficar aflita para pagar o cartão de crédito, e os sapatos podem não sair tão cedo de casa. Desse crime, estou eu inocente.

Sair de casa com uma maquilhagem péssima
Às vezes pode acontecer, ainda que não me recorde de ter passado por isso.

Errar no look do dia
Há dias e dias, e nem sempre acertamos no modelito. Ainda que com pouca frequência, houve ocasiões em que fiz escolhas bastante questionáveis.

Passar frio, só porque o casaco não combinava com o resto da roupa
Esse é um erro recorrente em mim. Antes catita do que confortável. Afinal, a beleza tem os seus custos e há que pagá-los sem reclamar.

Fingir que sabemos algo
Alguma vez passaste pela situação em que toda a gente parece estar a par de determinado assunto, e tu, para não dares parte fraca, entras na conversa mesmo sem fazer a menor ideia do que se trata? Dá cá mais cinco
!

Chorar em público
A vida tem destas... Ainda que tentemos por tudo segurar as emoções, há momentos em que pura e simplesmente vamos abaixo e soltamos o choro à frente de tudo e todos. Somos humanos, pelo que não vejo nenhum mal nisso.

Esqueceres o nome de alguém
Na hora de apresentar ou cumprimentar alguém não nos lembramos do nome. É chato mas acontece aos melhores. A dica é deixar que seja a própria pessoa a dizer o seu nome.

Ter uma primeira má impressão de alguém
Não ir com a cara de alguém que acabamos de conhecer e com o passar do tempo vir a constatar que afinal até é boa pessoa é um erro crasso, contudo, comum. O meu truque consiste em estar atenta à intuição e à linguagem não verbal da outra parte.

Fazer uma dieta maluca 
Este dispensa comentários, já que todos nós já o cometemos em algum momento da vida.

Beber demasiado e perder a pose
Quem nunca passou por isso que fale agora ou cale-se para sempre. O álcool tem destas, e sábio é aquele que sabe reconhecer o seu limite e parar antes de perder a compostura.

Esta lista, bastante alinhada com a realidade, é para ser encarada como um manual de boas práticas comportamentais, mais não seja porque nos lembra que errar é humano, mas que insistir no erro é burrice. Beijo no ombro e até quarta!

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