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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Ora viva! ✌️
Há coisa de três anos, neste post escrevi eu que me tinha divorciado da noitada. Hoje venho dar-te conhecimento de uma possível reconciliação. Se é para durar não sei dizer, o que estou em condições de afirmar é que voltei a cair nos braços da noite, e que esse flashback amoroso soube-me pela vida.
Então é assim... na passada sexta-feira, fui a um concerto da minha conterrânea Cremilda Medina, no B.Leza. O espetáculo, soft, com a morna como única opção do cardápio, augurava um serão memorável. Para começo de conversa, foi a minha estreia num espaço de diversão noturna na era Covid-19. Já tinha ouvido música ao vivo, numa tasca de Alfama; já tinha estado no teatro, para um monólogo da vagina; mas numa discoteca foi a estreia absoluta, e logo com um sabor muito especial.
Pela primeira vez em muito muito tempo, senti um cheirinho da vida de antigamente, quando áramos livres e felizes e não sabíamos. Mal me lembro da última vez que saí e regressei a casa sem ter tido necessidade de por a máscara. Como apanhei boleia de um amigo, não precisei de usá-la durante a deslocação, e como as discotecas estão a exigir apenas o certificado digital, o must have da coleção SARS-CoV-2 nunca chegou a sair da pochete, para gaúdio meu.
Adorei igualmente o facto de haver casa semicheia, com espaço suficiente para se dançar sem esbarrar em quem quer que seja. O que eu dancei, sozinha, com gajos, com gajas, até com um cota jota que ousou desafiar os meus (conhecidos) dotes de dançarina. Acabei na pista de tal modo que nem foi preciso ir ao ginásio nesse sábado, dia em que faço treino intensivo.
Tão bom voltar para casa de corpo cansado, mas alma lavada, como sucedia sempre que dançava all night long. E pensar que cheguei a recear não saber mais fazer o gosto ao pé, tamanho o tempo de pausa. Na na na... aquilo é como andar de bicicleta, uma vez aprendido jamais esquecido.
Às páginas tantas, a amiga que me acompanhava - dez anos mais nova do que eu, convém ressaltar - já estava em modo economia (de esforço), enquanto esta solteira aqui continuava fresca e fofa, rebolando como se não houvesse amanhã. É nessa altura que me aborda um velho conhecido, o Tito Paris - esse mesmo - para me questionar sobre de onde tiro tanta pica, depois de um dia de trabalho e com apenas uma Sommersby no organismo. Natural feeling, respondi-lhe coquete. O power que se me conhece estava lá, portanto só poderia estar orgulhosa e envaidecida.
Escuso dizer que depois dessa experiência balsâmica, que me fez esquecer todas as questões que me levaram a pedir o divórcio à noitada, só penso na próxima paródia, a qual vai ser já no dia 12 de novembro, no espetáculo dos 25 anos de carreira da Lura. Eu sei que ela é imprescritível nos tempos que correm, contudo, para mim máscara não rima com sabura, motivo pelo qual restrinjo ao essencial a diversão em tempo de pandemia. Como para tudo na vida existe remédio, a solução foi comprar bilhetes para camarotes, onde o seu uso não é obrigatório, apenas recomendado.
Como podes ver, meu bem, sempre é possível ser feliz, mesmo em contexto tão conturbado quanto este. Por hoje é tudo; conta com o meu regresso na sexta-feira pra mais uma conversa amiga. Até lá, aquele abraço amigo!
Viva! 👋
Em reação ao post anterior, um seguidor questionou-me nestes termos: "antes de falar de sexo - com ou sem sentimento - convém falar do que nos leva a ter relações sexuais, pois só assim se pode entender os motivos por detrás de tal modalidade amorosa que tanto despreza."
Pertinente tal ponto de vista, não? Também achei, daí que tenha andado a cirandar pela net à procura de conteúdos elucidativos a respeito. Como tal, eis-me aqui, numa escapadinha rápida aos afazeres laborais, para dar conhecimento da justificação científica por detrás da vontade de fazer sexo.
Nem de propósito, a edição online da revista Activa, aonde vou consumir muito do conteúdo que aqui partilho (sobretudo os relacionados com a sexualidade), publicou esta manhã um artigo através do qual fica patente que, basicamente, os humanos têm relações íntimas por 237 razões, sendo que 25 das dominantes são comuns a ambos os géneros.
Acredites ou não, um estudo publicado na revista científica Archives of Sexual Behavior atesta que 'sexar' tem mais a ver com luxúria no corpo do que com amor no coração. "Os resultados refutaram muitos estereótipos de género (…) que os homens só querem sexo pelo prazer físico e as mulheres querem-no pelo amor. Não foi isso que averiguei nas minhas descobertas", disse Cindy Meston, professora de Psicologia Clínica na Universidade do Texas e coautora do estudo, em declarações à CBS News.
Meston e um colega, David Buss, começaram por questionar 444 indíviduos, de ambos os sexos, com idades entre os 17 e os 52 anos, com vista à elaboração de uma lista com as razões distintas pelas quais as pessoas fazem sexo. Atingido esse objetivo, os investigadores pediram a 1.549 estudantes universitários para classificarem os motivos, numa escala de um a cinco, sobre como estes se aplicavam às suas experiências. Eis as conclusões apuradas:
Top 10 dos homens
- Sentia-me atraído pela pessoa;
- Sabe bem;
- Queria sentir prazer físico;
- É divertido;
- Queria mostrar o meu afeto à outra pessoa;
- Sentia-me excitado sexualmente e queria o alívio;
- Estava excitado;
- Queria expressar o meu amor pela pessoa;
- Queria atingir um orgasmo;
- Queria dar prazer à minha parceira.
Top 10 das mulheres
- Sentia-me atraída pela pessoa;
- Queria sentir prazer físico;
- Sabe bem;
- Queria mostrar o meu afeto à outra pessoa;
- Queria expressar o meu amor pela pessoa;
- Sentia-me excitada sexualmente e queria o alívio;
- Estava excitada;
- É divertido;
- Apercebi-me de que estava apaixonada;
- Deixei-me levar pelo calor do momento.
Single mine, por esta não esperava, confesso. Queres ver que passei a vida toda convencida de que as motivações que levam homens e mulheres a darem o corpo ao manifesto eram divergentes quando na verdade não são. Vivendo e aprendendo, como se diz à boca pequena.
Por hoje é tudo, estarei de volta na quarta-feira para mais um papo de gajas. Beijo no embro e foco na felicidade!
Ora viva! ✌️
Hoje chego mais tarde do que o habitual, e a justificação é a de sempre: muito trabalho, não obstante ser sexta-feira. Para compensar-te, porque sei que aprecias por demais temas picantes, trouxe um sobre o qual não me canso de falar: sexo sem envolvimento emocional, ou dar o corpo ao manifesto a custo zero, na gíria desta solteira aqui.
Sexo significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Para algumas, é uma experiência essencialmente emocional, resumida pela denominação "fazer amor". Para outras, é uma atividade puramente carnal, traduzida pela expressão "f*der". Intenta, pois, esta crónica saber se é possível uma relação baseada apenas na libido, ou seja, sem qualquer envolvimento emocional.
Por experiência própria sei que (teoricamente) é possível, mas que na prática a coisa não é assim tão linear. Comigo não resulta, motivo pelo qual não sou adepta de tal modalidade de relacionamento amoroso. Sobre isso, a sexóloga Leigh Norén explica que as emoções são sistemas que têm diferentes funções, sendo que uma delas é motivar-nos a fazer certas coisas. No que toca à vida íntima, para termos vontade de 'sexar', precisamos de sentir a "emoção" do desejo sexual. "Sem esta emoção, o sexo não acontece (pelo menos não de uma forma prazerosa, que deve ser o objetivo", sublinha a especialista.
Na prática, isto significa que sexo sem sentimento é pura utopia. Já sexo sem compromisso... Mesmo que não queiramos, haverá sempre algum sentimento envolvido. "Sentimos raiva, medo, talvez preocupação, vergonha e culpa. As nossas emoções são uma parte de nós que não podemos descartar", conclui a especialista.
Uma vez exposta toda a verdade sobre sexo sem sentimento, é chegada a hora de retomar os meus compromissos profissionais, que esta noite pretendo dar uma esticadinha até um clube para ouvir um pouco de música, dar um pé de dança e respirar aquela atmosferazinha de antigamente, quando saía para a "naiti" todo santo fim de semana, no matter what.
See you!
Ora viva! ✌️
Escrevo-te diretamente da Unidade de Saúde Familiar do Areeiro, em Lisboa, onde uma simples consulta de rotina acabou por empurrar-me para o drama do covid-19. Again! Vamos lá ver se me consigo fazer entender.
Esta manhã tinha agendado um tête-a-tête com a minha médica de família, que não conhecia de todo, pois foi-me atribuída durante a pandemia (o antigo reformou-se, pelo que há mais de dois anos que andava orfã de clínico público). O propósito da consulta era pedir as credenciais para análises e exames de rotina, os quais tenho por hábito fazer a cada dois anos. Gosto de saber como anda a minha saúde, motivo pelo qual faço estes check-ups bianuais, a fim de verificar o estado do sangue, da urina, da imunodeficiência humana, da ginecologia e tudo o mais.
A primeira surpresa - boa, diga-se de passagem - foi saber que agora tenho uma enfermeira de família, a Patrícia, com quem partilho uma parte da identidade, já que o meu nome próprio é Sara Patrícia. A segunda foi a citologia, com vista à despistagem do vírus do papiloma humano, que tive de fazer de supetão. Sorte a minha que ontem estive a aparar a relva nas partes baixas, caso contrário o desconforto de estar de pernas abertas perante dois pares de olhos seria infinitamente maior. Mulher prevenida vale por mil, lembra-te sempre disso single mine.
A derradeira surpresa, aquela que me impeliu a escrever esta crónica, foi a terceira dose da vacina contra o SARS-CoV-2. Confesso que tal coisa não estava nos meus planos quando esta manhã deixei-me convencer a ir ao centro de saúde. Como testei positivo horas depois de ter tomado a segunda dose da Pfizer, as entidades sanitárias entendem que necessito de uma dose adicional, já que a outra ficou sem efeito por causa da doença. Eu achando que estava completamente protegida, quando na verdade, em termos práticos, só estava inoculada com uma única dose. Se dúvidas houvesse de que nada acontece por acaso, eis mais uma prova...
Com apenas um pacotinho de bolachas de água e sal no estômago, porque tempo para comer é um luxo a que não me pude dar esta manhã, eis-me aqui a por-te a par dos últimos acontecimentos, enquanto aguardo que passem os 30 minutos exigidos para o recobro. O mais engraçado é que daqui a 10 minutos tenho agendado um teste de despiste do vírus, uma exigência (semanal) da minha entidade patronal.
Estas sincronicidades dão que pensar e fazem-me temer um déjà vú. Lembras-te de ter contado que testei positivo escassas horas após levar a segunda dose da vacina? Só espero que agora não aconteça o mesmo, ou seja, que eu não teste positivo minutos depois de receber a terceira dose. Sinceramente, não seria de estranhar, já que a minha vida está repleta de estórias bizaras.
Uma vez feito o ponto da minha situação, vou deixar-te que, saindo daqui, só terei tempo para apanhar um táxi, chegar à farmácia, ter aquele encontro detestado do primeiro grau com o cotonete e regressar ao escritório, onde o trabalho me aguarda. Sim porque esse não mantém-se impávido e sereno, marimbando-se para os meus dramas quotidianos.
Caso tenhas ficado com curiosidade em saber o resultado do teste de despistagem do covid, recomendo que vás ao meu perfil do Instagram, que lá partilharei o veredicto. Beijo no ombro e até sexta!
Ora viva! ✌️
Porque existe vida para lá da solteirice, e porque convém lembrar que nem todos os meus leitores/seguidores são desemparelhados, hoje proponho falarmos de fatores que contribuem para que um relacionamento seja saudável, logo desejável.
De acordo com o psicólogo Dr. Gary W. Lewandowski Jr., "embora resolver problemas seja uma forma de melhorar uma relação a longo prazo, é igualmente importante refletir sobre as boas qualidades de um parceiro e os aspetos positivos da relação". Num artigo para o Psychology Today, este perito em relações amorosas revela os principais pontos fortes de um relacionamento, que muitas vezes passam despercebidos, mas que devem ser trabalhados, em nome de uma relação feliz.
Meu bem, caso estejas numa relação ou em vias de estar, toma nota dos 10 alicerces de uma parceria amorosa que tendem a ser subestimados.
1. Podem ser genuínos
Cada um mostra o 'verdadeiro eu', sem ter medo de ser julgado.
2. São melhores amigos
Em muitos sentidos, o parceiro é o melhor amigo e vice-versa.
3. Sentem-se confortáveis e próximos
Não existem muros emocionais entre o casal, o qual aprendeu a confiar e a ter intimidade emocional, tornando os parceiros ainda mais próximos.
4. São mais parecidos do que diferentes
É claro que existem diferenças, mas, além desses pequenos contrastes, são parecidos em muitos aspetos.
5. Sentem que são uma equipa
Usar muito as palavras "nós" e "nosso" mostra que há um forte sentido de proximidade cognitiva, ou identidade compartilhada, no relacionamento.
6. A tua cara-metade torna-te uma pessoa melhor
Juntos, procuram experiências novas e interessantes que contribuam para um sentimento de autodesenvolvimento.
7. Partilham o poder
Geralmente, partilham a tomada de decisões, o poder e a influência no relacionamento.
8. São bons um para o outro
Estudos sugerem que, quando os parceiros têm personalidades agradáveis e emocionalmente estáveis, tendem a estar mais satisfeitos com a relação.
9. Existe confiança mútua
Ou seja, há a certeza de que a outra pessoa tem sempre os nossos melhores interesses em mente e estará ao nosso lado quando precisarmos dela.
10. Não têm problemas sérios
Não existem sinais de alerta como, por exemplo, desrespeito, infidelidades, ciúmes e violência (física e emocional).
Agora que já te pus a par das boas práticas amorosas, vou deixar-te, que muito trabalho tenho eu pela frente. Conta comigo na quarta para mais uma crónica amiga. Até lá, fica com aquele abraço de sempre!
Ora viva! ✌️
Em modo filosofia, hoje acordei a pensar no poder, mais concretamente na sua importância para o ser humano. Que fique bem claro que quando me refiro ao poder não estou a falar de força de vontade, mas sim de vontade à força. De acordo com a Wikipedia, o poder define-se, geralmente, como a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira.
O que mais abunda por este planeta azul são criaturas obcecadas com poder, ao ponto de, na sua busca desenfreada, atentarem contra a vida e a dignidade alheias, sem escrúpulos nem remorsos. Falando por mim, a maioria daquelas com as quais tenho a oportunidade - ou o azar - de privar consideram (erroneamente, claro) que este consiste em dar ordens, incutir temor ou exigir respeito. Não é à toa que sentencia o ditado: "se queres conhecer uma pessoa, dá-lhe poder!"
Na minha forma de ver as coisas, o (verdadeiro) poder consiste em inspirar pessoas, influenciar decisões, mudar vidas e transformar mentes. Daí que o considere acima de um cargo, um título, um status, uma conta bancária ou uma crença. E tu, meu bem, alguma vez te questionaste sobre o poder do poder na tua vida? Se sim, importas-te de partilhar comigo o teu ponto de vista?
Agora que está dado o recado, vou bazar que muito trabalho me aguarda - sim, estou ciente de que já passam das sete da noite de uma sexta-feira, mas vida de profissional (muitas vezes) tem destas coisas. Sei que foi curta a minha passagem aqui hoje, mas prometo voltar na segunda, inspirada e revigorada, para mais uma conversa amiga.
Aquele abraço de bom fim de semana!
Ora viva! ✌️
É sabido que o amor anda arredio nos tempos que correm, daí que toda ajuda nessa matéria seja mais do que bem-vinda. Sabendo disso melhor do que ninguém, afinal sou solteira de longa duração, tenho para ti mais uma dica preciosa, desta vez sobre o número de oportunidades que deves dar a um pretendente e o tipo de atividade perfeito para um encontro amoroso.
Em relação ao número ideal de encontros, duas especialistas em relacionamentos amorosos, Destin Pfaff e Rachel Federoff, num artigo para o Business Insider, consideram que devemos dar sempre uma segunda oportunidade, na medida em que "os primeiros encontros são sempre os mais assustadores, já que há nervosismo, constrangimento, e a verdade é que nenhuma das pessoas está no seu melhor momento". É por isso que recomendam, pelo menos, um segundo encontro com o potencial candidato ao coração, de modo a ter-se a certeza de que as coisas que não se gostou não passavam de um problema de nervosismo.
Quanto ao tipo de atividade indicado para um dating, as donas de uma consultoria para quem procura o amor recomendam sair para comer algo, já que em caso de insatisfação ou desconforto, pode-se terminar o encontro mal acabe a refeição. Para quem quiser prolongar o momento, fica sempre a opção de ir beber um café ou tomar um copo.
Meu bem, espero que, em breve, tenhas oportunidade de por em prática mais esta informação útil vinda da tua solteira favorita. Aquele abraço amigo e até sexta!
Ora viva! ✌️
Durante as próximas semanas vou estar dedicada a um projeto que me vai exigir dedicação total, motivo pelo qual temo que a disponibilidade e a criatividade que te tenho dedicado possam ficar comprometidas. De tudo farei para que não te ressintas disso, mas o facto é que voltar a dar expediente todos os dias úteis, das 9 às 18, terá, com toda a certeza, um significativo impacto na performance de qualquer mortal que labuta em mais do que uma frente, como é o meu caso.
Seja como for, tudo se faz quando a alma não é pequena e a determinação é grande. Ilustro o que acabei de dizer: comecei a escrever esta crónica às seis da manhã de uma segunda-feira, mas, por motivos óbvios, só agora consigo concluí-la. 😉 Além de ter que voltar a cumprir horário, coisa que não acontecia há seis meses, o meu despertar madrugador prende-se em parte com a inesperada constipação que adentrou pelo meu organismo há coisa de três dias. Como sou avessa a fármacos, o jeito é confiar no meu sistema imunitário e esperar que ele depressa neutralize o inimigo e volte à sua máxima força.
Introdução à parte, hoje quero falar de algo que acordou comigo no pensamento: alegria de viver, ou brio para desfrutar da vida, como lhe quiseres chamar. A maioria dos mortais que conheço ambiciona permanecer vivo por muito tempo, sem, contudo, atentar-se ao facto de que deve empregar mais vida nos dias ao invés de almejar mais dias na vida. Respirar, dormir, trabalhar, pagar as contas e por aí fora não é viver, mas sim existir, ou vegetar nos casos mais críticos.
De forma a entenderes com exatidão o que quero dizer, vou partilhar contigo o caso de uma das minhas colegas de casa, a (des)inspiração para este desabafo. Com cerca de vinte e poucos anos (ou seja, na flor da mocidade), ela é a ilustração perfeita daquilo que chamo de vegetante, como descrevi no post Vivemos ou vegetamos. Se raramente o fazia antes de a pandemia rebentar, com a imposição do teletrabalho, a sua única aventura para lá do batente da porta de entrada é a ida dominical ao supermercado, para efeitos de abastecimento da despensa. Ou seja, há mais de ano e meio que ela não fica longe de casa por mais do que uma hora. E nem é por ter receio do covid, vê lá tu. É por, segundo palavras da própria, "não ter vontade de fazer nada".
Escuso dizer que uma pessoa com a minha forma de estar na vida é incapaz de atinar com tal postura existencial. Na idade dela, eu fazia precisamente o contrário, só queria estar na rua a desfrutar de tudo o que me fosse permitido, o máximo que pudesse. Ao que me consta não tem amigos, colegas de trabalho ou faculdade com que se relacionar. Só sai do quarto quando berram as necessidades fisiológicas, sempre de pijama e fones nos ouvidos, sua companhia inseparável durante cerca de 17 horas diárias. Tem estado a queixar-se da queda de cabelo. Pudera! Em tempo algum apanha sol, muito menos ar puro (acredites ou não, nem a janela do quarto abre... yep).
E antes que perguntes, não parece padecer de qualquer patologia psiquiátrica ou estética. É portadora de saúde, juventude, beleza, formação e saber estar. De namoro e essas coisas, tão essencial na sua faixa etária, nem me atrevo a levantar o véu, pois imagino que consegues tirar as tuas próprias conclusões. Esta jovem é, pois, o retrato falado do tipo de pessoa que vegeta: existe mas não vive.
Porque não ir à praia, não apanhar sol, não comer fora, não viajar, não sair para bater perna por aí, não ir ao cinema/teatro, não conviver, não arranjar-se, não praticar exercício físico, não 'sexar', não respirar ar puro ou não ter contacto com a natureza não é viver. Viver é desfrutar da nossa existência com vontade, alegria, gratidão, brio mesmo. É por isso que alerto todos à minha volta para a urgência de terem mais vida nos dias ao invés de mais dias na vida.
Por hoje é tudo, conto voltar aqui na quarta, se conseguir dar conta do recado. Beijo no ombro e brio na vida.
Viva! ✌️
Coração abundante e alma extasiada é o meu estado de espírito nesta manhã. A cerimónia de ontem, durante a qual entreguei 900 dólares a três associações que prestam apoio a cabo-verdianos residentes em Portugal, superou as minhas mais otimistas expectativas. E não falo só por mim... quem atendeu ao meu chamado testemunhou momentos e emoções dignas de constarem do álbum de memórias de amor.
Fazer o bem compensa sempre, há tanta gente precisada de ajuda, por mais simbólica que esta seja. É pois minha intenção estreitar o abraço às causas sociais, pelo que não estranhes se, em breve, te desafiar para contribuires para uma nova campanha de angariação de fundos. Mas isso já é conversa para daqui a mais um tempo.
O motivo da minha vinda aqui hoje é a próxima sessão do ‘Saturday Single Spot’, que regressa no formato original: sábados, às 22 horas. A convidada do direto de amanhã será Liliana Brazuna, cujo currículo dispensa grandes floreados: sexóloga, terapeuta, formadora, coach do amor, blogger, locutora de rádio e escritora. É precisamente na qualidade de coautora do livro ‘Sexualidade Humana entre o Íntimo e o Social’, que vamos analisar as ‘Novas formas de amar’.
Convido-te, pois, a vir descobrir quais são essas novas formas de amar, bem como outros tópicos relacionados com o amor dos tempos modernos, a sexualidade, a intimidade, o relacionamento e tudo o mais que surgir ao longo da conversa. Esperamos por ti este sábado, a partir das dez da noite (oito em Cabo Verde e seis da tarde no Brasil) para mais um papo gostoso no meu perfil do Instagram.
Até lá, deixo-te com aquele abraço amigo e desejos de um ótimo fim de semana!
Ora viva! ✌️
O dia hoje foi tão concorrido que só agora é-me possível passar aqui para por-te a par das últimas desta solteira aqui. Entre as novidades, a mais significativa é a cerimónia de entrega de donativos que vou coprotagonizar amanhã. Não sei se cheguei a comentar contigo que na live do passado dia 27 de março, alusiva ao Dia da Mulher Cabo-verdiana, a qual incluía uma angariação de fundos, uma das convidadas disponibilizou mil dólares, a serem empregues numa causa social à minha escolha.
Dado que acompanho de perto a atuação de três entidades que prestam apoio a cabo-verdianos residentes em Portugal, escolhi a Girassol Solidário - Associação de Apoio aos Doentes Evacuados de Cabo Verde, a AMCDP – Associação das Mulheres Cabo-verdianas na Diáspora em Portugal e a Nasce e Renasce para repartirem, em partes iguais, o montante arrecadado, na expectativa de que possam ajudar no terreno aqueles que mais precisam.
É neste contexto que, na tarde desta quinta-feira, 7 de outubro, pelas 16h30, no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, procederei à entrega da parte que cabe a cada uma dessas associações comunitárias. Será uma cerimónia singela, contudo, carregada de simbolismo, na qual estarão presentes duas das três convidadas do referido direto no Instagram: a embaixatriz Manuela Brito e a cantora Lura. A terceira protagonista dessa live é a Ani Lobo, que, por residir nos Estados Unidos, será representada pela prima Mayara Lobo. Refira-se que o donativo foi efetuado por esta ativista, em nome da associação Criolas Contra Cancer.
Aproveito a deixa para te instar a abraçar, como parte ativa da tua cidadania, a solidariedade social: uma causa que é de todos e de cada um de nós. Lembra-te que o pouco de uns pode ser o muito de alguns.
Aquele abraço amigo!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.