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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


hands-1222866_1920.jpgOra viva!

Contigo partilho hoje a segunda parte do conto A humanidade, a imunidade e a impunidade, cuja narração iniciei na passada quarta-feira, completa hoje uma semana.

Há muito que andava a chocar algo, pressentia a humanidade. Um espirro aqui, um sintoma ali, uma dorzinha acolá... Uma virose, consolava-se. E assim foi adiando o inevitável, até ao início do ano 2020, altura em que a sua imunidade colapsou, sucumbindo a um novo coronavírus chamado SARS-CoV-2.

Coisinha de nada, pensou na altura, um mal-estar passageiro que logo logo passaria, como tantas outras de que padeceu... Só que d
esta vez aquilo que a princípio pensou tratar-se de uma mera gripe sazonal foi-se revelando cada vez mais fatal, cada vez mais letal, cada vez mais mortal.. com consequências jamais vistos, ou previstos.

O que não viu, ou não quis ver, acabou por atingi-la de forma avassaladora.
Demasiado ocupada a viver, a conviver, a experimentar, a explorar, a inventar, a inovar, a ousar... descurou o seu bem mais precioso: a saúde. Constantemente atarefada, nunca encontrara tempo para abrandar e prestar atenção aos sinais de alerta: o cansaço cada vez mais incapacitante, a pele cada vez mais baça, a boca seca, os olhos vidrados, a enxaqueca constante, o stress, a ansiedade, a depressão... 

Há muito que vivia cada dia como se fosse o último... Quando tomou consciência de que poderia, de facto, ser o seu último dia entrou em histeria total... No dia em que perdeu a imunidade, a humanidade descobriu o (real) significado da impunidade. Claro ficou que a sua intemporalidade foi-se esvaíndo na futilidade... Que de tanto levar uma vida frenética, desregrada e inconsequente, a sua imunidade foi baixando até deixá-la vulnerável ao mais temível dos inimigos: aquele que não se vê, não se ouve, não se cheira, não se toca, não se sente...

Nesse momento, prometeu a si mesma que mudaria de atitude, que passaria a comportar-se melhor, que se aproximaria dos vizinhos, que seria mais solidária, que mimaria os idosos, que passaria mais tempo com os entes queridos, que trabalharia menos, que desfrutaria com consciência, que respeitaria mais o ambiente, que cuidaria melhor da sua imunidade... Em suma, que olharia mais por si e pelos outros...

Foi preciso ficar privada do seu estilo de vida, jamais questionado até então, para a humanidade se consciencializar de coisas desconhecidas ou apenas relegadas a laivos de memória: que o setor terciário é essencial, que os idosos importam, que a solidariedade conforta, que a saúde é fundamental, que a imunidade não é inexpugnável e que a impunidade cedo ou tarde acaba.

Finalmente, assumiu que unida resiste e que dividida sucumbe...

Conseguirá ela debelar a doença e curar-se? Caso sim, ficará com sequelas? Dar lhe á o universo uma nova oportunidade para ser e agir diferente? Se sim, saberá aproveitá-la para ser mais e melhor? Os próximos tempos o dirão!

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28966272-B496-44AA-A453-2177711BB0A6.pngOra viva ✌️!

Em compasso de espera para a aula de inglês, acredito ter tempo para por-te a par da tal nova funcionalidade amorosa sobre a qual falei na passada sexta-feira. Coincidência ou não, poucas horas após ter publicado o post, eis que me deparo com o tal separador Encontros na minha app. Num frenesim para explorá-lo, não hesitei em seguir todos os passos, começando pelo típico questionário - tão mais do mesmo das apps de engate - e terminando com as fotografias mais estilosas.

Uma vez concluído o processo, sou informada de que de momento não existiam perfis para mostrar, uma vez que a funcionalidade tinha acabado de estar disponível.
Ser pioneiro tem destas coisas: temos que esperar pela chegada dos outros, cada um a seu tempo e ritmo. Assim, andei eu expectante durante todo o fim de semana, à espera de ser notificada sobre potenciais pretendentes. O que não aconteceu, vou logo adiantando.

Há instantes, ao abrir o separador para fazer o print screen, reparei que já tenho uma dúzias deles, o primeiro de nome Jean Ricardo. Mereço?! Dado que só me restam 20 minutos para acabar de escrever esta crónica, a exploração dos seus perfis terá de ser adiada para a calada da noite, quando nada mais houver para ocupar o meu tempo.


A par de nos ajudar a encontrar o amor, parece que o Facebook também abraçou a missão de nos aproximar daqueles que nos estão fisicamente próximos. Como poderás constatar na imagem acima, existe igualmente um outro separador intitulado Amigos nas Proximidades. A esse ainda não aderi, já que demanda que altere as minhas definições, de modo a ser possível partilhar a minha localização. Dado que sou muito ciosa da minha privacidade, para depois deixei a exploração desta segunda novidade de uma rede social que anda a reinventar-se a toda a força, na tentativa de controlar a evasão dos utilizadores mais jovens.

Da parte que me toca, estou bastante agradada com todas estas novas funcionalidades, assumo. Se a isso acrescentar o facto de ser totalmente gratuito, tudo o que vier será lucro.


Por ora é tudo, que a aula já começou e prestar atenção é imperativo. Retomarei o assunto mal tenha novidades, que a cada swipe à esquerda parece condenar ao fracasso as minhas possibilidades de sucesso. Just a feeling... 😉

Aquele abraço 🤗 amigo de sempre!

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23
Out20

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Viva!

Esta quinta-feira trouxe uma boa nova aos solteiros deste país, pelos quais dou a cara, com gosto e orgulho. O Facebook Dating, do qual dei-te conhecimento no post A solteirice é que está a dar (até o Facebook já se apercebeu disso), já se encontra operacional em Portugal, ainda que apenas na versão app.

Esta nova funcionalidade da gigante tecnológica de Mark Zuckerberg fará uso do perfil dos utilizadores, a partir das suas preferências, páginas seguidas, atividade, grupos e eventos, para encontrar potenciais pares românticos. A melhor parte é que estes sequer precisam "conhecer-se" para serem "apresentados".

Com muita pena minha, ao meu telemóvel a dita cuja ainda não se dignou a dar as caras. Logo eu que estou (por todos os motivos e mais algum) ansiosa por conhecê-la e dela fazer-me amiga; caso haja empatia, obviamente... Mal lhe ponha a vista em cima, virei aqui contar-te. Promessa de solteira a quem o Facebook vai dar uma oportunidade para encontrar o amor.

Aquele abraço amigo e até segunda!

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hands-1222866_1920.jpgOra viva!

Hoje quero partilhar contigo a primeira parte de um conto, cuja redação iniciei em abril, em pleno confinamento geral da população portuguesa. Com ele pretendia eu concorrer ao Prémio Contos da Quarentena, promovido pela Livraria Lello. Dado que não cheguei a terminá-lo a tempo, eis-me aqui a dar-lhe alguma utilidade, não vá perder-se no meio das dezenas de rascunhos que tenho espalhado pela rede. Espero que gostes.

Era uma vez uma linda criatura chamada Humanidade. Filha do Sol e da Terra, afilhada predileta da Lua e amiga íntima das Constelações, foi criada com todo o esmero e dedicação. Airosa como nenhuma outra, a ela não faltava beleza, saúde, educação, conhecimento, luxo, divertimento, progresso...

Bastava querer que tudo conspirava a seu favor... t
inha tudo o que quisesse, ainda que não quisesse tudo o que tinha. O que lhe interessava era ter, possuir, comprar, adquirir, acumular... mais e mais... sem atentar-se às possíveis consequências de todo esse consumismo desenfreado.

Incapaz de estar quieta, a vida era uma eterna paródia, um espetáculo que tinha de continuar não importasse como... Gastava rios de dinheiro em festas, festivais, concertos, espetáculos, jantares...

Viajava a toda a hora, por toda a parte, saltitando de continente em continente, de país em país, de cidade em cidade... pelos motivos mais surpreendentes. De avião, de jato, de navio cruzeiro, de carro, de autocarro, de moto... o que lhe permitisse não estar parada, não vá a rotina acomodar-se.

A
depta do desporto, apadrinhava todo o tipo de competição, sobretudo as transnacionais, por lhe lembrarem que a sua existência não conhecia fronteiras, barreiras ou limitações. 

O verde, no início, e o cinza, no final, eram as suas cores favoritas.

Vaidosa compulsiva, mostrava-se incapaz em resistir ao charme industrial, em especial aquele que emanava do vestuário, do calçado, do automóvel, da tecnologia e do entretenimento, ainda que isso implicasse recorrer ao crédito. Estava (cada vez mais) endividada, sabia-o, mas o importante era a aparência e um padrão de vida digno de cobiça.

A sua existência só tinha valor se pudesse exibir-se. Por isso inventou as redes sociais, uma espécie de espelho mágico que lhe dizia, sempre que quisesse ouvir, que era a mais bela de todas. Como tal, era cada vez maior o tempo que lhes dedicava... afinal, além de não exigirem esforço acrescido, dedicavam-lhe atenção constante e... absoluta.

Quanto mais s
acrificava o seu tempo, a sua inteligência, a sua socialização e a sua essência, mais realizada demonstrava estar...

Com o passar do tempo foi-se assumindo cada vez mais mimada, caprichosa, vaidosa, egoísta e fútil... desafiando os princípios mais básicos de existência e da convivência. A ela tudo lhe parecia descartável: as pessoas, os relacionamentos, os sentimentos, os laços familiares, os objetos, os serviçais... 

Era-lhe mais caro o trabalho do que a família, o sexo do que o amor, o chat do que a conversa, os amigos do que os parentes, a rua do que o próprio lar, os outros do que ela mesma, o virtual do que o real, o superficial do que o essencial...

Desfrutava do hoje como se não houvesse amanhã, vivia o presente como se o futuro pouco importasse.

Quando jovem, só queria estar em comunhão com o que a rodeava. Com o passar do tempo, foi deixando pelo caminho o altruísmo e a sensibilidade. O materialismo fazia-se cada vez mais presente na sua atuação. A sua ideia de abundância tornou-se indissociável da prosperidade económica e financeira. Tudo o resto era de importância secundária, considerava ela...

Encontrava magia nas coisas e não nas pessoas...

Essa existência desregrada e desenfreada traria consequências sérias, alertavam-na aqueles que lhe tinham verdadeira estima... Focada, unica e exclusivamente, em alimentar os prazeres do corpo, não era do seu interesse inteirar-se da real gravidade do mal de que padecia. Fazia questão de ignorar os sintomas cada vez mais flagrantes...

De tanto brincar aos deuses acabou por esquecer que não passava de uma mera mortal, que, a uma velocidade estonteante, acumulava pecados atrás de pecados. Achava a Humanidade que a imunidade era o garante para a impunidade.

Quanta ingenuidade, quanta ignorância, quanta arrogância... mal sabia ela o que lhe estava reservado para o ano de 2020.

Continua...

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Viva ✌️!

Como se não bastasse ser segunda-feira, ainda temos que levar com 'Bárbara', a depressão que acaba de chegar a Portugal, acompanhada de chuva, frio e vento... muito vento. Como tal, proponho animarmos este dia com o tal ranking dos melhores provedores de orgasmo espalhados por esse mundo fora.

Visando apurar quais as nacionalidades dos melhores (e piores) amantes a nível mundial, a Global Search promoveu uma sondagem junto de 15 mil indivíduos do sexo feminino, aos quais foi pedido que classificassem os homens com quem tinham "sexado". As inquiridas, mulheres bem viajadas, apontaram os espanhóis, seguidos dos brasileiros e dos italianos, como os melhores performistas na arte do amor carnal. Os franceses, sobre cujo desempenho estou em condições de opinar,  apareceram em quarto lugar. Com muita pena, não me foi possível descortinar o(s) motivo(s) porque elas os consideraram tão bons entre lençóis.

Em contrapartida, na cauda da tabela figuram os alemães e os ingleses, com os americanos a ocuparem o 5º lugar entre os piores amantes dos mundo. Escuso dizer que, ao tomar conhecimento destes resultados, o Trump não hesitou em dizer que eram fake news, já que os americanos são os melhores do mundo em tudo 🤣. Já aqui, as anónimas não se inibiram em apontar os motivos porque os consideram má foda, como poderás comprovar mais abaixo.

Eis as nacionalidades dos melhores amantes do mundo:
1. Espanha
2. Brasil
3. Itália
4. França
5. Irlanda
6. África do Sul
7. Austrália
8. Nova Zelândia
9. Dinamarca
10. Canadá

O top ten dos piores é composto pelas seguintes nacionalidades:
1. Alemanha (demasiado fedidos)
2. Inglaterra (demasiado preguiçosos)
3. Suécia (demasiado rápidos)
4. Países Baixos (demasiado dominantes)
5. Estados Unidos da América (demasiado rudes)
6. Grécia (demasiado amorosos)
7. País de Gales (demasiado egoístas)
8. Escócia (demasiado ruidosos)
9. Turquia (demasiado melosos)
10. Rússia (demasiado apressados)

Dado que os cabo-verdianos, os amantes com os quais estou familiarizada, não constam deste ranking, vou abster-me de tecer comentários sobre a sua fiabilidade. Uma coisa estou eu em condições de afirmar: caso a ocasião venha a proporcionar-se, pensarei duas vezes antes de dar umas cambalhotas com qualquer um dos integrantes da segunda lista. Just in case... 😉

Até breve!

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16
Out20

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Viva!

Era intenção desta publicação dar-te conhecimento do ranking mundial dos melhores (e piores) amantes. Contudo, a possível obrigatoriedade da instalação da aplicação Stayaway Covid, cuja proposta foi ontem entregue na Assembleia da República, com vista à sua aprovação, é-me de tal forma preocupante que resolvi, à última da hora, mudar o teor do seu conteúdo.

Estamos todos conscientes de que esta pandemia não está para brincadeiras e que, se mais e melhor não for feito, ela poderá assumir proporções catastróficas. Estamos igualmente cientes de que a hora de agir é agora, sob pena de se perder o controlo da situação. Estamos ainda cônscios de que tempos duros exigem medidas duras, medidas que raramente reúnem consenso geral.

Às autoridades competentes - no caso de Portugal, ao executivo liderado por António Costa, de quem sou simpatizante assumida - cabe o (ingrato) papel de decidir, determinar, gerir, controlar e, em última instância, fiscalizar e punir. Até agora nunca vi motivos para grandes celeumas, por mais que me possam custar algumas das medidas impostas, como o uso da máscara, por exemplo.

Bem diferente é a atual postura governamental de impor a obrigatoriedade da instalação da Stayaway Covid, uma aplicação para telemóvel, um objeto pessoal e intransmissível, adquirido com recursos próprios, sem qualquer comparticipação, ou dedução, de fundos públicos. Caro primeiro-ministro português, é com todo o respeito que lhe digo que essa sua intenção é autoritária, arbitrária e atentatória ao estado de direito democrático do qual tanto nos orgulhamos. Não queira esbater a linha que o separa de um estado de direito autoritário, peço-lhe. Já a história provou, por diversas vezes, que a governação pela ditadura nunca é boa ideia. Não há pandemia, por mais exigente que o seu combate possa ser, que justifique tal coisa.

Ainda que os 10,28 milhões de residentes em território português acedessem a instalar a dita app, acredita o governo que é desta forma que vai conseguir controlar ou interromper as cadeias de transmissão do novo coronavírus? A não ser que tenha sido identificada uma nova forma de contágio, é sabido que este transmite-se através do contacto humano direto e não do contacto virtual. Ter a Stayaway Covid instalada não é garantia de nada, até porque ela só é útil se estiver permanentemente ligada, ou seja, conectada à internet. Garante o governo que todos terão acesso à internet móvel, de modo a manter a aplicação sempre on? Garante o governo que todos manterão o telemóvel ligado o tempo todo, em todo o lado? Garante o governo que os aparelhos terão memória suficiente para a sua instalação? Garante o governo que o saber que se esteve próximo de alguém infetado não vai comprometer o estado psíquico-emocional dos portugueses, por si só bastante fragilizado pela própria pandemia?

Estas são apenas algumas das questões de caráter prático que convém serem ponderadas, a par das relacionadas com a sua implementação e fiscalização no terreno, assumidamente difícil para todos os stakeholders. As de foro jurídicas vou deixar para quem entende do assunto. Ainda que o direito não seja a minha área de formação e atuação, tenho conhecimento suficiente para acreditar que esta é uma medida que atenta contra a liberdade individual, salvaguadada pela Constituição portuguesa. Com esta proposta, o governo deixa claro que, desde que assim o entenda, a vontade pública deve prevalecer sobre a vontade privada. O que me leva a questionar até que ponto o interesse coletivo deverá impor-se ao interesse individual. Sem falar que se estaria a abrir um precendente que, no futuro, poderá revelar-se perigoso, tanto do ponto de vista da constitucionalidade como da privacidade.

Por hoje é tudo; voltarei na segunda com o tal artigo sobre os melhores provedores de orgasmo espalhados por esse mundo fora. Até lá, deixo-te com aquele abraço amigo e a recomendação de Staycool, Stayhappy e Stayway Covid (apenas por vontade própria e não por imposição legal).

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12
Out20

Uma aventura em Sintra

por Sara Sarowsky

Viva!

Hoje quero contar-te sobre a minha última escapadinha a solo, desta vez na bela e encantadora Sintra, vila aonde estive no fim de semana (prolongado) de 5 de outubro.


Tenho estado sob intensa pressão emocional no trabalho, ao ponto de ter-me sido passada uma baixa médica por stress profissional prolongado. Sobre isso falarei noutra altura, que a narração do que tenho passado nos últimos tempos vai-me exigir um esforço mental acrescido. Por ora, falemos apenas de coisas boas, que essas sim fazem bem à alma. E tem coisa melhor que uma fugidela para um destino tão mágico quanto Sintra?

Em Sintra já eu tinha estado anteriormente, por duas vezes, se não me falha a memória. Da primeira andava eu na faculdade. Recém-chegada a Portugal, ouvi dizer que era linda, bucólica e romântica, o sítio ideal para uma visita au pair. Ora, acontece que o tempo passava e nada de companhia amorosa para essa descoberta à vila-mor das terras altas. Um dia, cansada de esperar, resolvi meter-me num comboio e ir até lá. Lembro-me perfeiramente de descer no terminal ferroviário, olhar em volta e apanhar o próximo de regresso a Lisboa, sem sequer sair da estação. Porque fiz isso, deves estar tu a tentar perceber. Porque queria mesmo ir a Sintra, nem que fosse para dizer que já lá tinha estado, ainda que sem a conhecer de facto.

Como tantas vezes tinha ouvido dizer, aquele era um lugar que merecia ser desfrutado em companhia romântica, daí que não tenha atrevido a visitá-la em companhia própria, sob pena de abrir mão do encanto que seria uma visita na de outro alguém por quem o meu coração batesse mais forte. Admito que, na altura, não desenvolvera totalmente esse meu espírito de desfrutar da vida do jeitinho que dá, com ou sem presença alheia.

A segunda vez foi em dezembro de 2014, tinha o meu irmão e sua família vindo passar a época festiva em Lisboa. Como fomos de carro, saímos da autoestrada diretos ao Palácio da Pena, sem passar pelo centro histórico. Fustigados por um frio cortante, e com metade do dia desperdiçado, só tivemos oportunidade de degustar da gastronomia local, visitar o monumento e rumar em direção à capital. Como sabes, nessa altura do ano, às cinco da tarde já é noite, motivo pelo qual só nos foi possível visitar o ex-libris local.


Portanto, esta foi a primeira vez que tive oportunidade de descobrir Sintra em toda a sua plenitude, essência e magnificência. E que Sintra descobri eu ao longo dos três dias que por lá circulei. Para começo de relato, fiquei hospedada no Lawrence’s, um hotel de charme localizado a poucos metros do centro histórico, com pouco mais que uma dúzia de quartos, mas que nem por isso deixa as suas 5* por mãos alheias. Inaugurado em 1764 é o hotel mais antigo da Península Ibérica, tendo sido, inclusive, mencionado por Eça de Queirós no romance Os Maias. Pela primeira vez nesta vida terrena, dormi numa cama de dossel. Senti-me a Maria Eduarda em pessoa. Quanta emoção, quanto orgulho, quanto bazófia.

No dia da minha chegada, sábado, para além do saboroso cabrito assado da Adega do Saloio, um dos meus restaurantes favoritos, tenho a resgistar o maravilhoso jantar no Arola do Penha Longa Resort, na companhia da Isabel Soares dos Santos, amiga pessoal, espiritual coaching e provedora das previsões energéticas mensais deste blog. No dia seguinte, parti à descoberta do centro histórico, com passagem obrigatória pelo Palácio Nacional, pelo Museu Anjos Teixeira, por uma exposição de arte ao ar livre, pela sede da edilidade local, pela estação ferroviária, por aqui, por ali, por acolá... A jornada culminou com uma maravilhosa cataplana de peixe e marisco no Dom Pipas, um dos melhores restaurantes da zona, segundo fonte fidedigna.

No feriado, último dia da estadia, fiz uma tour de tuk tuk, que incluiu passagem pelos principais pontos turísticos, a saber: Palácio da Pena, Quinta da Regaleira, Palácio de Monserrate, Palácio de Seteais, Castelo dos Mouros e pelos deslumbrantes chalets, muitos deles projetados pelo genial Luigi Manini. Como bónus, tive direito a um saltinho até à fronteira com Colares, a pequena vila ali mesmo ao lado, residência da condutora da motorizada a três rodas e guia turística digna de aqui ser louvada. De nome Delfina, nacionalidade argentina e uma simpatia contagiante, ela foi incansável na sua missão de me proporcionar um passeio inesquecível. Por fazer ficou o circuito do Cabo da Roca, o qual está reservado para uma próxima oportunidade.

Antes do regresso a casa, ainda houve tempo para comprar as famosas queijadas, um mimo para as colegas de trabalho, dado que não sou grande apreciadora de iguarias com sacarose, após o qual pude degustar de um, aquém das expectativas, bacalhau à Braz, num dos restaurantes da zona baixa, claramente focado no turismo externo e não no interno. O regresso a casa deu-se na companhia da querida Isabel, que fez o favor de livrar-me de apanhar o comboio da linha de Sintra em pleno feriado.

Entre palácios e castelos, quintas e vilas, reis e fadas, lendas e contos, magia e encanto... deu-se assim a minha aventura por terras de Sintra, pelas quais fiquei apaixonada ao meu ponto de não me importar de ir viver para lá.

Aquele abraço amigo de sempre e desejos de uma esplêndida semana!

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three-monkeys-1212613_1920.jpgOra viva!

Sextou! E como o último dia útil da semana pede leveza e descontração, trouxe uma mão cheia de conselhos de alguém que viveu, e aprendeu, o suficiente para registá-los, quiça na esperança de poderem ser proveitosos.

1. Evita fazer observações sarcásticas.
2. Se entrares numa briga, bate primeiro e bate com força.
3. A inveja de um amigo é pior que o ódio de um inimigo.
4. Ouve o que as pessoas têm a dizer. Não interrompas; deixa-as falar.
5. Guarda segredos.
6. Não cultives medo por ninguém.
7. Sê corajoso. Ainda que não sejas, ao menos finge ser.
8. Cuidado com as pessoas que nada têm a perder.
9. Escolhe a companheira da tua vida com cuidado. A partir dessa decisão, virá 80% de toda a tua felicidade ou miséria.
10. Se a casa do teu vizinho está em chamas, a tua também está em perigo.
11. Nunca elogies a ti mesmo; se houver elogios, que venham dos outros.
12. Sê um bom perdedor.
13. Não desejes colher frutos daquilo que nunca plantaste.
14. Quando aflito: respira fundo e distancia-te.
15. Dá às pessoas uma segunda chance, mas nunca uma terceira.
16. Cuidado ao queimar pontes. Nunca sabes quantas vezes precisarás atravessar o mesmo rio.
17. Lembra-te de que 70% do sucesso em qualquer área baseia-se na capacidade de lidar com pessoas.
18. Assume o controlo da tua vida. Não deixes que outra pessoa faça escolhas por ti.
19. A maior riqueza é a saúde.
20. Pensa duas vezes antes de sobrecarregares um amigo com um segredo.
21. Mantém um bloco de anotações e um lápis na tua mesa de cabeceira. Ideias que valem milhões surgem de madrugada.
22. Mostra respeito por todos que trabalham para viver.
23. Elogia a refeição quando fores hóspede na casa de alguém.
24. Não permitas que o telefone interrompa momentos importantes.
25. Não demores onde não és bem recebido.
26. Todo mundo "gosta" de te ver crescer, até começar a superá-los.
27. Ouve os mais velhos.

Aquele abraço amigo e até segunda-feira.

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06
Out20

 

quino-morto-addio-fumettista-autore-mafalda-v3-471Ora viva!

No rescaldo do seu falecimento, no passado dia 30 de setembro, presto aqui a minha (sentida e singela) homenagem ao soberbo Quino, criador da personagem @Mafalda, da qual sou fã incontestável. Nada melhor que as frases abaixo citadas para ilustrar o quão grande é a minha identificação com as suas tiradas, cada uma mais acintosa que a outra.

Boa reflexão e, já agora, boas gargalhadas.
1. A sopa é para a infância o que o comunismo é para a democracia.
2. Engraçado… Quando eu fecho os olhos o mundo desaparece.
3. Deus, espero que o senhor possa ajudar a melhorar o estado da situação…Ou será que é a situação do Estado?
4. A vontade é a única coisa do mundo que quando esvazia tem de levar uma alfinetada.
5. Tudo serve para alguma coisa, mas nada serve para tudo.
6. O homem é um animal de hábito ou será que de hábito o homem não é um animal?
7. Às vezes pergunto se a vida moderna não tem mais de moderna do que de vida.
8. E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?
9. Se a vida começa aos 40, por que nascemos com tanta antecedência?
10. O urgente nunca deixa tempo para o importante.
11. O problema da família humana é que todos querem ser o pai.
12. Já que há mundos mais evoluídos, porquê eu tive que nascer justo neste?
13. Às vezes vocês não se sentem um tanto indefinidos?
14. Parem o mundo que eu quero descer!
15. Sem dúvida, a primavera é o que a vida tem de mais publicitário.
16. Deveria haver um dia na semana em que os telejornais nos enganassem um pouco dando boas notícias.
17. E se ao invés de planear tanto, voássemos um pouco mais alto?
18. Hoje quero viver sem perceber.
19. Temos homens de princípios, uma pena que nunca os deixam passar do princípio.
20. Não é que não exista bondade, o que acontece é que está incógnita.

Aquele abraço amigo de até breve!

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02
Out20

Sexo sem tabus

por Sara Sarowsky

pair-4647624_1920.jpgOra viva!

Este post assenta numa publicação da talentosa Miriam Medina, amiga pessoal, socióloga, terapeuta, escritora e autora da página Sem.tabus. Como o próprio nome indica, esta visa abordar todo o tipo de temas que, infelizmente, ainda são alvo de censuras, ainda que veladas, por parte de uma sociedade descaradamente tolerante com alguns assuntos e hipocritamente condescendente com outros tantos, entre os quais o sexo. 

Sem.tabus é um espaço onde se fala, de forma descomplexada, de temas como a prostituição, a sexualidade da mulher, a gravidez precoce, a violência doméstica e no namoro, a maternidade, a depressão, a deficiência e o sexo. Sobre este último, escreveu ela o seguinte:

Sextou com S de Sono acumulado. Se pensaste que era S de Sexo estás perdoada, porque o é também. Vamos falar de sexo? Essa palavrinha tão pequena, mas tão cheia de tudo, que em pleno século 21 é ainda um tabu. Se nossos pais não fizessem sexo, não estaríamos aqui, certo?? E graças a Deus que os meus fizeram e fabricaram essa coisa maravilhosa, que sou eu.

Sexo é um assunto que não é muito explorado publicamente, é um tabu, mas ganha espaço na boca das pessoas com muita facilidade nos dias de hoje. A realidade é bem justa e precisa: sexo é bom, todo mundo faz ou vai fazer um dia. E ainda bem. E não precisa ter um parceiro para sentir prazer. Masturba-te! Toca-te! Permite-te!

Hoje vivemos um momento em que o sexo desempenha um papel curioso. Apesar da libertação sexual ocorrida nas últimas décadas, a sexualidade ainda é um assunto embaraçoso em determinados contextos. Mencionar as palavras "vagina", "pénis", "coito interrompido", "masturbação" ou "camisinha"… Uiiiiii as puritanas vão à loucura. É ridículo que algo tão básico quanto a sexualidade ainda provoque essas reações.

O sexo na sociedade é visto como um tabu, especialmente na família e na educação, e isso traz sérias consequências. Em toda a nossa vida, isso terá seu próprio papel, tanto em termos de desenvolvimento biológico quanto social. Se tratarmos a sexualidade como algo embaraçoso e a ignorarmos, teremos uma educação sexual deficiente. Uma boa educação sexual precisa de um diálogo aberto.

É importante mudar a conceção que temos a respeito do sexo, deixar de vê-lo como um tabu ou uma obrigação. A sexualidade é um conjunto de comportamentos humanos que podem trazer muitos benefícios para qualquer pessoa. Aí mulherada, as unhas, o cabelo e a pele ficam um luxo só. Vamos normalizar falar sobre o sexo?

Aproveita bem o feriadão, que para a semana haverá mais. Até lá fica com aquele abraço amigo tão nosso!

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