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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Viva!
Sobre o tema do momento na atualidade portuguesa, a eutanásia, tanto já se disse e muito ainda haverá a ser dito. Por razões várias este é um assunto que a todos toca e ao qual, por mais que assim o queiramos, dificilmente conseguiríamos permanecer alienados ou imparciais. Por eu não ser exceção, eis-me aqui a dar o meu, ainda que modesto, contributo para uma reflexão proporcional e imparcial.
O pontapé de saída para este embate deve ser dado por esta questão crucial, sobre a qual é imperativo que reflitamos antes de assumirmos uma posição, seja ela pró ou contra: a quem pertence o direito à vida, ou seja, a quem cabe decidir sobre ela? Se a vida é minha, nada mais lógico e legítimo que a mim deva pertencer o direito de decidir sobre ela.
Dito isto, nada mais previsível que eu seja a favor da eutanásia, não me coibindo em assumi-lo publicamente. Esta minha posição prende-se, acima de tudo, com a inabalável convicção de que todo e qualquer ser humano tem o direito à livre escolha, direito esse que está salvaguardado nas duas constituições que norteiam a minha identidade enquanto cidadã: a do país que me viu nascer e a do país que me vê residir. Para mim esse direito está acima de qualquer referência moral, religiosa, política, filosófica ou ideológica.
Como poderemos falar numa democracia plena quando ao cidadão é-lhe negado o direito a decidir como e quando quer dar por terminada a sua permanência nesta vida? A nossa chegada ao mundo afigura-se como obra do acaso, ao qual a nossa vontade parece ser refém. Que ao menos possamos escolher a forma como morremos, ou seja, que possamos decidir como e quando vamos partir. Que possamos exercer o direito de escolher morrer quando e como acharmos conveniente e não fruto do acaso. Ao menos que possamos partir deste mundo com dignidade, serenidade e assertividade.
Desinteligente é, portanto, a posição de muitos em evitar o inevitável, em adiar o inadiável, em travar o intravável. Poder de escolha rima com Estado de direito democrático e Estado de direito democrático rima com liberdade de cada um decidir o que é melhor para si (desde que não prejudique ninguém). Que me contradigam os politólogos e filósofos da moral alheia quando afirmo que não reconheço um estado de pleno direito democrático sem a liberdade de escolha do seu povo. Não poder decidir sobre algo tão pessoal, tão indelegável, tão intransferível, é, na minha perspetiva, o mesmo que não poder exercer o direito à plena cidadania.
Dos argumentos contra, o mais inflamado é o que está acoplado às convicções religiosas, especialmente a dos católicos, crentes de que ao decidirmos quando devemos morrer estaremos, de forma petulante e desleal, a usurpar o poder divino, a quem reconhecem o direito absoluto sobre a vida e a morte. Se Deus não nos queria a decidir sobre o que quer que fosse porque nos dotou então do livre arbítrio?
Mais gritante do que a perda da vida é a perda da vontade de viver. Existem várias formas de se morrer e nem todas elas implicam a primeira premissa. Sabemos todos que existem pessoas em atroz sofrimento, cuja esperança de melhoria há muito que extrapolou a racionalidade coerente. Estas, para além de sofrerem horrores, fazem sofrer os seus, sem falar que, ao verem prolongado o tratamento que apenas os vai ajudando a adiar o inevitável, consomem ingloriamente os recursos humanos, financeiros e hospitalares indispensáveis àqueles com reais possibilidades de recuperação.
Claro que não devemos legitimar a morte à primeira curva da vida (como escreveu há dias a minha amiga AB), à primeira bofetada, por mais violenta que esta seja. É para isso que existem as comissões de avaliação. É para isso que servem as condições estipuladas pela lei. Todos eles são fatores extremamente relevantes, válidos, mas que jamais deverão prevalecer sobre a vontade e a liberdade que nos assiste de decidir sobre a própria vida.
A existência é minha, a enfermidade é minha, a dor é minha, a desesperança é minha, portanto, a decisão deve ser minha. Minha vida, minha escolha. Hoje e sempre!
Ora viva!
Ainda a propósito do Dia dos Namorados, que já lá vai mas que voltará para o ano (com toda a certeza), esta crónica intenta desconstruir um ponto fulcral na condição amorosa dos celibatários e aquele de que mais se ressentem nos dias de hoje: como conhecer alguém na vida real. Quando digo vida real, refiro a tudo o que não passa pela internet, que fique claro!
Acredito que aqueles que nasceram antes do século XXI em algum momento sentiram que o virtual açambarcou, descarada e compulsivamente, a sua forma de relacionamento interpessoal. Num espaço temporal demasiado curto, a tecnologia revolucionou-nos a vida ao ponto de sequer termos tido condições efetivas para assimilar o seu real impacto na interação humana. Tudo mudou a uma velocidade tal que os não digital natives, como são os nascidos antes de 2000, andam à nora, incapazes de se encaixarem no atual panorama das relações, sejam elas sociais, familiares, amorosas ou sexuais.
Em inúmeros aspetos essa revolução tecnológica veio facilitar-nos a vida, há que reconhecer. Mas em outros, veio complicar o que era simples. No que toca ao amor, vejo agora que éramos felizes e não sabíamos. No meu tempo – já pareço uma anciã a falar – quando queria conhecer alguém, ir ter com os amigos ou fazer noitadas era quanto bastasse. A partir daí, o desenrolar dos acontecimentos era de tal modo despretensioso que mal me apercebia da sorte que tinha por angariar pretendentes com tanta naturalidade e desenvoltura. Nos tempos atuais bem posso sair à noite um ano inteiro que dificilmente conhecerei alguém que valha a pena considerar como um digno candidato ao meu coração. Os amigos, quase todos emparelhados, só se dão com outros em igualdade de circunstância amorosa, logo com pouca margem de manobra para apresentar alguém por quem valha a pena considerar uma renúncia ao celibato.
A verdade é que a maior parte das pessoas com intenções amorosas desconhece, ou esqueceu, como fazer para se aproximar, cara a cara, olhos nos olhos, de outra pessoa. Não imaginas a quantidade de corações solitários que acusam essa dificuldade. Eu mesma já não faço a mais pálida ideia de onde ir, o que dizer ou como agir para chegar à fala com um potencial pretendente. Se saio para a borga, sou abordada quase sempre com um único propósito: free sex. Se não saio, aí é que as minhas chances de conhecer alguém interessante morrem à míngua. Então qual a melhor maneira de conhecer alguém, pergunto eu?
De acordo com os entendidos na matéria, ainda é a sair com amigos e a ser a última pessoa na festa. Para aqueles que, como eu, estão no mercado amoroso à procura de uma oportunidade de investimento com garantia de retorno a médio/longo prazo é hora de resgatar o máximo de amizades perdidas pelos corredores da vida ou esticar as noitadas até o chegar da segurança.
Mais do que conseguir um número de telefone, um convite para um encontro ou, quem sabe, um beijo furtivo (ou até algo mais), o desafio maior será fintar o sono e o cansaço, condições que, a partir de certa idade, revelam-se os inimigos mais temidos de quem faz noitada. Eu que o diga! Hoje vou a uma festa de carnaval, pelo que até o fechar das portas haverá esperança.
Aquele abraço amigo e votos de um bom Carnaval!
Viva!
Porque é sexta-feira. Porque faz um belo dia. Porque o sol está generoso. Porque eu mereço. Porque tu mereces. Porque sim!
Viva!
Plenamente ciente de toda a celeuma à volta deste que é, sem dúvida nenhuma, um dos temais mais quentes da atualidade portuguesa, na calha tenho uma crónica na qual abordo a minha perspetiva pessoal da eutanásia. Enquanto o vou escrevendo, que tal ir despertando o teu interesse pelo assunto com este texto instigante e fustigante da autoria de AB, ex-colega de trabalho e amiga desde o primeiro momento?
Boa leitura e, mais importante que isso, boa reflexão!
Não sou contra a eutanásia, desde que seja da vontade de quem vai morrer, porque geralmente só quem está a sofrer é que sabe a medida do seu sofrimento. Sou contra a forma como se quer lá chegar, como se quer seguir a direito na estrada da vida sem parar nas muitas curvas que ela tem: a curva de melhores condições nos cuidados paliativos; a curva de melhores apoios sociais às famílias e instituições; a curva da moralidade, para que famílias não se sintam impelidas a despachar os seus doentes, os seus velhos, os seus "empecilhos"; a curva da compaixão que nos leve a querer cuidar mais e melhor, a estar mais presentes na vida daqueles que precisam de nós; a curva da vergonha na cara, para que não descartemos aqueles que nos deram colo quando precisámos e ainda eram "válidos" para nos apoiar; a curva da gratidão pela vida que estes nos deram, pelo amor e dedicação com que cuidaram de nós desde que nascemos até nos tornarmos independentes.
Penso em tudo isto porque cresci num bairro onde havia muita proximidade entre as famílias e em criança ouvia adultos criticarem este ou aquele porque, diziam:
1) Mandaram a mãe/avó para um lar porque já não precisavam delas, depois desta ou aquela terem cuidado dos netos para que os pais pudessem trabalhar e viver sem preocupações;
2) Que fulano e fulana davam porrada nos seus idosos dentro da sua própria casa, porque estavam fartos de aturá-los;
3) Que queriam correr com eles para lhes ficarem com a casa onde viveram toda a vida;
4) Que este ou aquela ficava com a reforma dos pais/avós e depois nem comida lhes davam;
5) Que cicrano ou beltrano mandou a mãe/pai/avó para a terra porque já estavam velhos e davam trabalho;
6) Etc.
Penso nisto porque me parece que hoje o mundo está mais aberto do que nunca, temos acesso facilitado a infinidade de coisas e queremos vivê-las intensamente, com total liberdade de movimentos para viajar, divertirmo-nos e não termos que nos preocupar com os nossos doentes, os nossos velhos, os nossos dependentes. Há quem sinta que é tão fácil descartar uma pessoa, como um animal doméstico que diz amar profundamente.
Penso nisto enquanto aguardo que o Estado faça o que lhe compete primeiro, que é providenciar as melhores condições possíveis para aqueles que precisam de cuidados especiais e para que o peso para as suas famílias seja mais leve, por forma a darem amor e esperança aos seus doentes, em vez de os ajudarem a tomar a dolorosa decisão de morrer, partir para sempre, deixando um vazio que nunca será preenchido, mesmo naqueles que não o querem ver, porque a morte é definitiva, não dá para ir ali buscar um novo parente para substituir aquele que decidimos deixar ir assim como assim.
Penso que o Estado, os políticos e os supostos defensores imediatistas só podem deitar mão do recurso "eutanásia", só podem decidir sobre quem, como e quando se deve morrer, depois de fazerem este trabalho, depois de analisarem se, de facto, fazem tudo o que devem para dar qualidade de vida àqueles que querem mandar para a cova.
Penso eu que enquanto cidadãos não nos podemos focar só no sofrimento de quem quer morrer, mas em todo o conjunto de questões sociais que rodeiam o assunto "morte", morte voluntária, morte "matada", morte acidental... Morte! Capítulo definitivo do assunto "vida"...
Viva!
Estreei-me hoje como cronista do P3, o caderno digital do jornal diário de maior prestígio de Portugal e, estou em crer, da lusofonia, o Público. Sobre a catadupa de emoções que me assaltam o espírito neste momento falarei numa outra oportunidade. Por ora só quero celebrar, assimilar, abençoar e agradecer esta enorme conquista, que agora contigo partilho.
Este país (ainda) não é para solteiras
Escrevo esta crónica na ressaca do Dia dos Namorados, supostamente o mais romântico do ano, no qual as pessoas solteiras, sobretudo as mulheres, mais acusam a falta de um par com quem trocar juras de amor. Escrevo em nome de todas aquelas que, de uma forma ou de outra, se sentiram desmerecidas pelo facto de não terem com quem partilhar a data. Escrevo em nome das portadoras de corações solitários que hipotecam a sua felicidade em nome do amor alheio. Escrevo em nome da dignidade da mulher solteira.
Antes de começar a desenrolar este novelo, desafio-te a citar um estado civil que incomode tanto à sociedade como o celibato. Sabemos bem que o matrimónio celebra-se, o divórcio evita-se e a viuvez lamenta-se. Então e a solteirice? A essa teme-se tanto quando repudia-se. Porque incomoda tanto este estado civil/estatuto amoroso e porque pesa ele toneladas sobre os ombros das discípulas de Vénus é o que vou tentar analisar ao longo dos próximos três parágrafos.
Por experiência própria, e de outrem também, atrevo-me a dizer que o motivo desta aversão declarada há muito que deixou de se prender com a crença de que as solteiras comprometem a sobrevivência da espécie, ou seja, que as mulheres não casadas, por não procriarem (legitimamente), são o desgarante da perpetuação humana. Dados do Eurostat, relativos a 2016, indicam que mais de metade (53%) dos bebés nascem fora do casamento. Então porque continua a sociedade inabalável no seu propósito de emparelhar os indivíduos, em especial as senhoras?
Porque toda e qualquer sociedade assenta em crenças, valores e padrões de comportamento profundamente enraizados na sua essência. Para algumas coisas, ela abraça a mudança a curto prazo, para outras a médio e para umas quantas, como é o caso do celibato feminino, a longo prazo. Serve-nos de prova a história da humanidade que a mudança é uma questão de tempo. Portanto, neste caso concreto, vai-lhe sendo cada vez mais insustentável continuar a ignorar que os tempos evoluíram, os pensamentos mudaram, as prioridades alteraram, as mentalidades individualizaram, as mulheres emanciparam.
A sociedade portuguesa não passa incólume a esta realidade. Pelo contrário! Por aqui ainda é demasiado pujante a pressão e o estigma à volta do assunto. A esperança reside nas actuais pequenas conquistas que se expecta que um dia venham a traduzir-se numa retumbante vitória. Nesse dia, as mulheres deixarão de se sentir acanhadas, para não dizer diminuídas, por não terem um homem na sua vida. Nessa altura, elas serão as únicas responsáveis pelo seu destino, as legítimas proprietárias da sua condição amorosa. Nessa altura, o comando da felicidade será um exclusivo delas. Nessa altura, flagelos sociais como a violência doméstica ficarão relegados a casos pontuais. Nessa altura seremos todos mais felizes. Até lá, convém não esquecermos que este país (ainda) não é para solteiras!
Viva!
Hoje quero partilhar contigo a minha última aventura a caminho da televisão, a estação terminal da minha viagem rumo ao estrelato. Na semana passada, fui contactada por alguém da produção do Você na TV, cuja abordagem passo a transcrever:
"Boa tarde. Contacto-a em nome do programa 'você na tv' da Tvi. Em breve vamos abordar o tema: solteiro(a) por opção. Vi o seu blog, gostaria de saber se conhece alguém nesta situação que pudesse partilhar a sua história. Obrigado. JB".
Antes de desenvolver a conversa que se desenrolou a partir dali, convém referir que esta é a quarta vez que recebo semelhante proposta. Já o ano passado, em junho, tinha sido abordada pela produção de O Programa da Cristina para... exatamente o mesmo. Em 2018, o canal 4 também se tinha interessado pela minha pessoa, e antes disso o 3 (só para alternar).
Fiz questão de te contar os preâmbulos desta odisseia audiovisual, de modo a melhor contextualizar a minha reação. Sim, porque com quatro convites no currículo e zero presença em frente às câmaras, é mais do que legítimo de que por esta altura te estejas a interrogar porque ainda não cheguei lá.
Voltando à troca de mensagens com o citado JB, eis a minha resposta:
"Bom dia J. O meu nome é Sara e estou solteira por opção. Mas até dizer que não quero arranjar namorado vai uma grande distância. Não ando à procura de amor, nem me sinto infeliz por não ter, mas se conhecer alguém que me arrebate não virarei as costas. Não mesmo!
Penso que nestas condições não me encaixo no perfil que procura.
Só uma pergunta: porquê sempre o mesmo tema? Há coisa de dois anos que sou contactada, por ocasião do Dia dos Namorados, por produtoras (tanto ligadas à TVI como à SIC) sobre o mesmo tema. Mas é que é exatamente o mesmo tema.
A solteirice não se esgota no querer permanecer desemparelhada o resto da vida. Se me permite, trata-se de uma visão cínica e fatalista do celibato. Da minha experiência pessoal e de cinco anos como blogger nesta área, asseguro-lhe que não conheci uma única alma que não quer amar e ser amado.
O que acontece é que as pessoas que dizem não querer arranjar namorado ou namorada, simplesmente desistiram do amor, desistiram de acreditar que podem ser (ou voltar a ser) feliz no amor.
Daí que considere que a abordagem que os programas de televisão têm feito ao tema da solteirice por opção seja desfasada da realidade e completamente ilusória.
Termino por dizer que não conheço ninguém nestas condições. Conheço sim imensa gente solteira que prefere permanecer sem companheiro a estar numa relação estéril, abusiva ou desapegada. Quem não queira verdadeiramente encontrar alguém, não conheço."
A resposta não tardou a adentrar pela minha caixa de correio, nestes termos: "Agradeço a sua resposta. Uma vez que não fecha a porta a um possível amor, não é o testemunho que procuramos. Talvez noutra altura possamos falar sobre a temática."
É assim que, por recusar-me a desistir do amor, perdi a chance - mais uma - de por à prova a minha telegenia. Pas grave, como dizem os franceses. Sei que será apenas uma questão de tempo até poder exibir a minha cútis marron na televisão. Enquanto tal não acontece, vou fazendo por isso, de uma forma que eu cá sei mas que só conto no momento certo.
Aquele abraço amigo!
P.S. - Escolhi esta foto, datada de março de 2009, por ocasião da minha presença no concurso televisivo Duelo Final.
Viva! ✌️
Single mine, para o caso de ainda não te teres apercebido, o Dia dos Namorados está mesmo mesmo à porta. Não é por ser o mais romântico do ano, e também o mais duro para aqueles que não têm par, que o 14 de fevereiro tem que ser um dia amargo para as mulheres solteiras. A não ser que assim o queiram, claro!
Tomemos como exemplo o meu caso. Há muito que nesse dia ofereço a mim mesma uma prenda amiga, que tanto pode ser uma peça de roupa, uma bela refeição ou uma experiência sensorial. Este ano, será uma estada num hotel de 5 estrelas, com direito a massagem, spa, jacuzzi, sauna e otras cositas más. A ideia resultou tão bem por ocasião do meu aniversário, que não via a hora de... ups, I did it again!
Como solteira de longa duração que sou, o Dia de São Valentim há muito que deixou de ser um melodrama pessoal. Longe de mim insinuar que namorar, e tudo o mais que isso implica, não seja bom. A questão é que não ter com quem trocar juras de amor nesse dia não é coisa que me desmereça, muito menos entristeça. Arrisco-me a dizer que desfrutar da minha própria companhia no dia que o mundo (comercial) consagrou ao amor é quase tão bom como passá-lo na companhia de outrém, com a vantagem de que todas as despesas inerentes serão em benefício próprio e não alheio.
Infelizmente, nem todas as portadoras de corações solitários encaram esta realidade com a mesma leveza e presença de espírito. É precisamente a elas que dedico este post, no intuito de lhes fazer ver que estar solteira no Dia dos Namorados pode, e deve, ser encarado como uma oportunidade para se proporcionarem um dia digno da rainha que nelas habita. Como? Deixando-se inspirar por estas seis sugestões:
Banho de imersão
Desperta a diva que há em ti com um belo banho de imersão, daqueles dignos de Hollywood. Para tal, só tens que encher a banheira, atirar lá para dentro os sais de banho que tens guardado para a "tal" ocasião especial, escolher uma playlist que te faça sentir nas nuvens, bebericar uma bela taça de vinho e deixar-te embalar pelo momento.
Chocolate
O chocolate, a alegria aos pedaços, costuma ser a cura, ainda que momentânea, para a maioria dos males femininos. Caso sejas apreciadora desta ou de outra iguaria com açúcar, esquece a dieta, aplaca a culpa e rende-te à luxúria. Come o que te apetecer, na quantidade que te apetecer. Afinal, o São Valentim só te visita uma vez por ano, por isso recebe-o em grande estilo.
Home cinema
Nada melhor que um filme lamechas para dar aquele gostinho de romance; o tal que nos tem faltado na vida real. Recomendo que apostes em comédia romântica, pois drama é tudo que não precisas neste momento. Confesso que esta é a minha parte favorita de um Dia dos Namorados a solo. Consumir filmes românticos é uma forma de restaurar a esperança de que um dia serei (novamente) protagonista de uma bela estória de amor, tal como no cinema.
Drink
Desfruta da noite a um na companhia da tua bebida favorita, seja ela vinho, gin, vodca, champanhe, mojito ou caipirinha. Não te esqueças é dos aperitivos (queijo, pipocas, presunto, pizza, sushi ou outro snack que gostes), pois beber de estômago vazio nunca é boa ideia. Boa ideia é apreciares a tua própria companhia, o teu drink e o facto de desfrutares deste momento tão teu, gozado na santa paz da tua liberdade.
Disco night
Caso estejas numa de celebrar porta fora, porque não ligar às amigas desemparelhadas e sair para a borga? Emboneca-te, escolhe uma discoteca in e toma conta da pista como se não houvesse amanhã. Não te esqueças é do baton escandalosamente rouge, dos saltos altos e de um dress code que te favoreça. Afinal, nada como um look bem conseguido para fazer com que te sintas poderosa e autoconfiante.
Blind date
Que tal saíres da tua zona de conforto e arriscares um encontro às cegas? Se estás numa onda de aventura ou a querer fazer pela tua vida amorosa, esta é uma boa altura para isso. E opções não te faltam, é só ir a uma dessas apps de engate e... voilá! O pior que pode acontecer é teres uma divertida estória para contar às amigas. Na melhor das hipóteses, podes acabar a noite nos braços (ou na cama) de alguém.
Meu bem, depois daquilo que acabaste de ler ainda acreditas que uma mulher desemparelhada tem motivos para amaldiçoar o Dia de São Valentim?
Despeço-me com aquele abraço amigo e este conselho: Be Your Valentine, hoje, amanhã e sempre!
Olá solteiriano! Como estás desde o mês passado?
Pois é, já estamos em fevereiro, o mês do amor. Goste-se ou não, esteja-se comprometido ou livre, leve e solto, este é o mês em que todos nós queremos despertar aquele lado romântico que dizemos não ter, mas que na realidade somos uns c*nas moles e derretemo-nos quando passamos em frente àquelas vitrines da Baixa e vemos aqueles ursinhos pirosos em forma de moldura para oferecermos ao "date" ou à nossa cara metade com a fotografia dos dois… poupa-me ok!
O Dia de São Valentim, por estas bandas, celebra-se a 14 de fevereiro, e reza a história do comércio que é um dia em que temos de agradar à pessoa amada. Vá lá malta, estamos em 2020. Temos o dever de agradar o alvo do nosso afeto todos os dias. Por isso, esquece aqueles clichés básicos de levar a jantar fora, reservar um quarto de hotel, fazer uma pequena viagem, comprar um ramo de flores, uma caixa de chocolates e uma embalagem de preservativos, já a pensar que com tanto mimo a tua miúda vai-te esfregar o coiso como se não houvesse mais dias no ano.
Óbvio que todos gostamos de presentes, mas, a menos que ainda tenhas 20 anos, deixa de ver esta data como um mero dia de troca de mimos. Se queres mesmo surpreender, faz algo que nunca tenhas feito ou que seja menos comum.
De seguida, deixo-te com um pequeno guia de ideias de como surpreender neste 14 de fevereiro, por muito parvo ou básico que possa ser:
Viva!
Não obstante ser uma grande apreciadora, não sou muito dada a "cronicar" sobre moda. Duas razões justificam esta minha postura: existem pessoas mais qualificadas do que eu para o fazer e o business core deste blog não é esse. Contudo, hoje abro uma exceção, atrevendo-me a lançar um olhar crítico sobre o best of dos dress code que desfilaram esta madrugada na passadeira vermelha dos Óscares. Por razões que explicarei de seguida, vou focar a minha atenção nestes três modelitos, não só por serem dos que mais me deslumbraram, mas sobretudo por terem sido usados por mulheres negras.
Mesmo sob pena de ser acusada de descriminação racial – sim, assumo que este flagelo social também acontece em sentido inverso – não seria eu a pessoa que sou se deixasse passar esta oportunidade de ouro para enaltecer e dignificar a mulher (e a beleza) africana. Afinal, há que defender a minha gente. Black power, ever and forever!
O melhor
Retomando o fio à meada, achei o vestido da Janelle Monáe a coisa mais estonteante que já passou pela red carpet dos prémios da Academia de Holywood. Sem mostrar um único pedaço de pele, ela brilhou (literalmente!) neste legítimo Ralph Lauren adornado por 168 mil cristais Swarovsky. Nota 100 para este vestido.
O segundo
A bem da verdade, o meu segundo vestido preferido foi o da Renée Zellweger, que finalmente (à enésima tentativa) acertou na escolha. Mas como este post visa prestar uma homenagem às ilustres descendentes de Shaka Zulu que marcaram presença no evento, vou dar a vez ao da Regina King, um Versace em rosa velho, umas das minhas cores favoritas. Numa escala de 1 a 10, dou-lhe um 7.
O terceiro
Para fechar o pódio, elejo este glamoroso vestido branco usado pela Cynthia Erivo. A este look atribuo igualmente um 7. Cynthia podes não ter levado a estatueta dourada para casa, mas o meu voto conquistaste com este Versace.
E tu, meu bem, queres partilhar as tuas escolhas? Cita lá os três vestidos de que mais gostaste.
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