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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


28
Mar19

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Viva!

Eis as 50 melhores lições que aprendi com a mais sábia de todas as professoras, a VIDA:

1. A vida é uma dádiva, logo preciosa

2. Haverá sempre um outro dia, uma outra oportunidade, um outro alguém

3. O tempo e a saúde são os bens mais preciosos

4. A vida vale realmente a pena

5. Não insistir quando não se é desejado

6. Não procurar quem não nos procura

7. Não perder tempo e energia a justificar as nossas ações

8. Por melhor pessoa que sejamos, haverá sempre quem não goste de nós

9. Não dar importância aos desafetos, mas também não os subestimar

10. A vida é como é e não como queremos que seja

11. Se gostarmos de nós os outros gostarão (se não gostarem, azar deles)

12. Lá porque não acreditamos não significa que não existe

13. O futuro é uma incógnita pela qual vale a pena ansiar

14. As melhores coisas acontecem quando menos esperamos

15. A opinião dos outros nunca será consensual, escolhamos a nossa

16. Vale sempre a pena ser honesto

17. Antes poucos, mas bons amigos

18. Qualidade em vez de quantidade

19. A educação é a chave que abre todas as portas

20. Mil vezes um inimigo declarado do que um amigo dissimulado

21. O saber não ocupa espaço

22. As coisas só têm a importância que lhes damos

23. O hoje é melhor que ontem e pior que amanhã

24. É fora da zona de conforto que a magia acontece

25. A vida é simples, nós é que complicamos

26. O amor é lindo, o ser humano é que é feio

27. Quem é boa pessoa não diz, revela

28. Raramente o que parece é

29. Ouvir sempre a intuição, ela raramente falha

30. Em caso de dúvida, não há dúvida

31. Tratar como gostaríamos de ser tratados

32. Somos melhores que os outros pelo que somos, não pelo que temos

33. As circunstâncias podem mudar a qualquer momento

34. Vale a pena ir a jogo, nem que seja para saber como acaba

35. Somos aquilo que fizermos de nós

36. As pessoas não mudam, mudam é a forma de revelarem o que são

37. Na sua essência, o ser humano é bom

38. Focamo-nos mais no que queremos e menos no que precisamos

39. Damos demasiada importância ao passado

40. Na vida só há uma certeza: o agora

41. O que não mata mói

42. De tanto cair tornamo-nos experts em levantar

43. A vida é caprichosa, manhosa e ingrata

44. A cada dia, sejamos a nossa melhor versão

45. Errar uma vez é humano, duas vezes burrice, três vezes masoquismo

46. Não há que temer a vida

47. O amor assusta, mas é tudo que importa na vida

48. Devemos ser nós a controlar a vida e não ela a controlar-nos

49. Desculpas não se pedem, evitam-se

50. A felicidade resulta do equilíbrio entre o bem-estar físico, psíquico, emocional e espiritual

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27
Mar19

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Viva!

Um artigo da Activa fez o desfavor de me informar que sou consumidora assídua de metade dos alimentos mais contaminados com pesticidas. Pior do que tomar conhecimento deste facto foi saber que lavá-los pouco ou nada ajuda a retirar-lhes a componente tóxica, já que os testes foram realizados após lavagem e eliminação da casca.

Assim dos 12 alimentos mais contaminados, a saber:
1 - Morangos
2 - Espinafres
3 - Couve-de-folhas
4 - Nectarinas
5 - Maçãs
6 - Uvas
7 - Pêssegos
8 - Cerejas
9 - Pêras
10 - Tomates
11 - Aipo
12 - Batatas
acuso a ingestão regular de morangos, nectarinas, maças, uvas, cerejas e tomates. Dado que lavar ou cozer dificilmente os vai purificar, a solução passa, segundo os especialistas, pelos produtos biológicos ou orgânicos. Só que é do conhecimento geral da população saudável que alimentar-se bem ainda pesa bastante na carteira, daí que outra alternativa recomendada pelos nutricionistas seja trocar estes vegetais altamente contaminados por outros com menos agrotóxicos, como abacate, milho doce, ananás, erviha, cebola, papaia, beringela, espargo, kiwi, couve-coração, couve-flor, meloa, bróculos, cogumelos e melão.


A saúde e o bem-estar são algos que prezo muito, mas que custa caro lá isso custa. Custa na conta do supermercado, custa nas horas passadas no ginásio, custa resistir às tentações gastronómicas. O que vale é que a compensação é visível e tangível.

Até à próxima!

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25
Mar19

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Viva!

Em relação à minha solteirice crónica ativa já ouvi de tudo um pouco, desde ser uma pessoa impossível de aturar até não ter preferência por indivíduos do sexo masculino. De entre essas "bocas", a que mais gozo me dá é aquela de que não estou preparada para ter uma relação. Como se o estar preparada implicasse automaticamente uma relação e vice-versa. Enfim...

Nesses casos, costumo responder, com a aquela minha expressão de 0-0: "mas eu estou preparada para uma relação; não estou, nem quero estar, é preparada para uma ralação!". Ciente de que a maioria dessas pessoas não sabe distinguir com clareza uma coisa da outra, lá me dou ao trabalho de vestir a capa de desencardidora de mentes e explicar, com exemplos, não vá correr o risco de também não perceberem à segunda.

Acaso, saberás tu as diferenças entre uma coisa e outra? Para o sim para o não, ei-las:

rElação
- Sentes-te mais feliz com ele do que sem ele
- Vives numa bolha de felicidade
- O afeto, o respeito, a cumplicidade e a sinceridade são os pilares do casal
- Discutem uma vez ou outra, mas acabam sempre por ficar bem
- Não vês a hora de estar com ele
- Sentes que lhe podes contar tudo
- Ambos mantêm uma agenda social independente
- Tens liberdade e à vontade para sairés com os teus amigos sem teres que dar grandes satisfações
- Tu decides até onde vai a tua privacidade
- A alegria é o pão nosso de cada dia
- Adormecem sempre abraçados
- O futuro ao lado dele parece-te risonho
- Se pudesses escolher qualquer outra pessoa neste mundo, continuas a querer estar com ele
- Estás com ele porque queres
 
rAlação
- A felicidade varia consoante a dinâmica do relacionamento
- A viagem entre o céu e o inferno é uma questão de tempo e oportunidade
- A desconfiança, a cobrança, o ciúme e a possessividade vão-se tornando uma constante
- As discussões são cada vez mais frequentes
- Sentes-te em paz quando ele não está por perto
- Omites coisas com medo de ele fazer uma cena se souber
- Têm que fazer tudo junto e quando assim não é há drama na certa
- Tens que pedir "permissão" para sair com os teus amigos, não sem antes apresentar um rol de explicações e justificações
- Ele decide até onde vai a tua privacidade
- O drama é o pão nosso de cada dia
- Dorme cada um para o seu lado
- Tens dúvidas em relação ao futuro (e ao presente)
- Imaginas o tempo todo como seria estar com outra(s) pessoa(s)
- Estás com ele porque... estás

Quando sabemos exatamente o que queremos não tem como nos contentarmos com nada menos. Eu permaneço solteira porque quero uma relação e não uma ralação.


Voltarei na quarta; até lá beijo no ombro e orgulho nessa solteirice, que o que mais há por aí é emparelhada infeliz e ressabiada que em casa come ralação e na rua arrota relação!

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Viva!

 
Os últimos posts bordejavam de drama, polémica e "achismo", razão pela qual o tema de hoje é de uma leveza e descontração balsâmica: música. Não me lembro de alguma vez ter cruzado com uma criatura que a não aprecia. Gostos e preferências à parte, a música é a manifestação artística que maior consenso reúne em seu redor, creio eu.

Para além de todas as funções que lhe são conhecidas, a música tem um efeito positivo na nossa produtividade. Desde que a saibamos escolher, obviamente! A propósito disso, a ciência conseguiu estabelecer cinco correlações entre a música e a produtividade: 
 
1. Deixa-nos com melhor disposição
A música melhora o humor, e sabemos nós que estar de bom humor significa render muito mais no que quer que estejamos a fazer. Isto porque, ao ouvirmos música, o cérebro liberta dopamina, um neurotransmissor  responsável por nos fazer sentir bem, reduzindo assim os níveis de estresse e ansiedade. 
 
2. Melhora-nos a performance física
Nós os ativos conhecemos bem o poder da música. Ouvir os nossos temas preferidos enquanto exercitamos o corpo funciona como uma espécie de companhia, que nos dá aquela pica extra e espanta o enfado. Além disso melhora a performance física, já que aumenta a capacidade de resistência, retardando o cansaço.
 
3. Suportamos melhor as tarefas repetitivas
A música retira a monotonia de tarefas automáticas e, além disso, torna-nos mais eficazes na sua execução. Já em 1994 um estudo concluiu que a música melhora a capacidade de cirurgiões que cumprem tarefas laboratoriais repetitivas.
 
4. Aumenta a concentração
Também foi comprovado pela ciência que as partes do cérebro relacionadas com as emoções e concentração ficam mais ativas quando ouvimos música, sobretudo aquelas que conhecemos.
 
5. Aumenta a produtividade
É bom ouvir música enquanto trabalhamos, mas também é ótimo nos intervalos. Um estudo publicado na revista Psychology of Music, mostrou que estudantes universitários que ouviam música entre tarefas conseguiam concentrar-se durante períodos de tempo mais longos.

Atenção que nem toda a música produz o mesmo efeito. Composições com letra reduzem a performance mental, ao contrário das que são apenas instrumentais. Outro ponto a reter é que quanto mais familiar, melhor para a produtividade e concentração. Convém, portanto, que as melodias que escutamos variem consoante a atividade que estejamos a realizar. Atividades físicas requerem música mexida (rock, pop ou eletro) e atividades mentais requerem música calma (clássica, jazz ou soul).

Em suma: Shakira para correr, Andrea Bocelli para trabalhar!

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19
Mar19

Tinder Surpresa

por Sara Sarowsky

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Viva!


Por falar em Tinder, deixa-me contar-te sobre uma conhecida minha que acabou grávida de um gajo que conheceu através desta app. Pelo que soube, eles estiveram juntos uma única vez e foi quanto bastou para que, nove meses depois, ela tivesse nos braços o seu Tinder Surpresa.

Para resumir, que ainda tenho muito para escrever, esta estória termina no tribunal, com ela a assinar um documento onde se compromete a nunca reclamar nada do pai (pensão/herança/presença) e ele a assinar um outro documento abrindo mão de todo e qualquer direito sobre a criança (guarda parental).

À luz deste caso, e tendo em consideração um número cada vez mais alarmante de corações partidos à conta de apps e sites de engate, sinto-me impelida a puxar da palmatória e a endurecer o discurso. Estimadas carentes, ingénuas, desesperadas e românticas incuráveis parem de uma vez por todas com essa fantasia de que vão encontrar o amor das vossas vidas nessas plataformas. Lamento dizer, mas isso dificilmente vai acontecer. E para não achares que estou para aqui a disparar disparates, passo a explicar porquê.

Ponto 1
O Tinder é sobejamente conhecido por ser uma app de encontros sexuais. Com isso quero dizer que o amor não faz parte da ementa. É como ires ao McDonald's e esperares que te sirvam peixe grelhado no carvão.

Ponto 2
Não encontramos o amor, é ele que nos encontra. Por isso procurá-lo, ainda mais nesse tipo de lugar, é puro desperdício.

Ponto 3
Volta e meia, ouvimos falar de uma ou outra estória de amor que começou na rede e fincou na vida real. Para tua informação, elas são a exceção que confirma a regra. A não ser que sejas a personagem Gastão dos quadradinhos da Disney esquece lá isso de encontrar a tua cara-metade por aqueles domínios.

Ponto 4
Neste tipo de metragem o argumento é quase sempre o mesmo: mulheres carentes à procura de emoção e homens esfomeados à procura de alimentação. Logo, expectativas desencontradas que findam em desilusões amorosas.

Ponto 5
Os homens sabem muito bem ao que vão quando acedem a esta app. Ninguém vai lá parar por acaso nem por lá permanece à toa. Por isso, não tenhas ilusão de que a presença deles aí é por outra coisa que não o sexo.

Ponto 6
Com base em vários testemunhos, fiquei a saber que uma mulher que se conhece por esses meios não é para ser levada a sério, menos ainda se ela "facilitar a vida" ao match no primeiro encontro. Por mais que a sociedade se orgulhe de estar a evoluir, a mente masculina ainda é muito castradora em relação à emancipação sexual feminina. Os homens acham o máximo uma mulher liberal; para dar umas voltas. Porque quando se trata de assumir e apresentar à família e pessoas das suas relações, escolhem as amostras de beatas, de quem as sogras possam orgulhar-se.

Ponto 7
O Tinder, mais do que qualquer outra app que eu conheça (e conheço quase todas), é um catálogo online de comida humana, em que cada um escolhe o prato que mais apetite lhe despertar: étnico, internacional, tradicional, exótico e por aí fora. Só têm que escolher, com a vantagem de que não pagam absolutamente nada – vá, um jantar com sorte ou a conta do motel.

Ponto 8
Os homens que usam o Tinder já lá chegam com a mente formatada para seguir o protocolo – aceder, escolher, fazer o match, encontrar-se, "comer" e ir à vidinha dele. Até ter fome novamente. Eles não estão nem aí para o facto de seres uma mulher encantadora na vertical; o que querem realmente saber é quão útil podes ser na horizontal.


Ponto 9
Eu, solteira de longa duração, mais do que ninguém sei o quão pesado pode ser o celibato. Mas caramba, tens mesmo que abrir mão da tua dignidade só para teres um macho na tua vida? Não mereces ser tratada como algo mais que mero objeto sexual à mercê da luxúria alheia?

Ponto 10
Se queres mesmo muito encontrar um tipo porreiro que te valorize como mulher e ser humano, esquece o virtual e investe no real. Vai para a rua meter conversa com quem te possa olhar nos olhos e dizer-te o quanto és importante para ele. Eu sei que é difícil, mas deve existir algures um homem que te possa tratar como algo mais que comida, a que ele só deita a mão para saciar uma das suas necessidades biológicas mais primitivas. 

Se, do fundo do teu coração, sabes que só queres dar o corpo ao manifesto a custo zero então o Tinder é sítio certo para ti. Se não for esse o caso, poupa-te a ti mesma um mais que provável desgosto amoroso e um desgaste sentimental perfeitamente dispensável.

Vai por mim, o Tinder não é para amadores muito menos para românticos; é para predadores. Não é para os que buscam viver o amor, mas para os que buscam fazer amor. Ali não há romance, apenas sedução. Não há emoção apenas tesão. Não há encanto apenas ansiedade. Ali vale tudo, exceto esperar amor.

Até breve e nada de Tinder !

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Viva!

A propósito dos tais programas televisivos que tanto deram que falar na semana passada e que até cheguei a comentar no post Os "dating shows" são decadentes, contudo viciantesa seguidora NV acedeu partilhar connosco a sua perspetiva deste tema que não se esgota na sua futilidade:

Podia ser uma segunda-feira como outra qualquer... Daquelas cinzentonas, pesarosas, difíceis de digerir. Ou podíamos ser ainda alimentados pelos restos requentados do Conan, da Cristina, do Marcelo ou do futebol. Mas não... explodiu nas redes sociais a partir de uma bolha de fluídos suspeitos depois de uma orgia domingueira em frente à caixinha mágica.

Egos inflamados pelos valores, pelo correto, pelo errado, pelo feminismo, pelo machismo, pela falsa moral, a masturbarem palavras em manifestações de exibicionismo. Eis os senhores da virtude e da razão (virtual). E a razão? Dois programas televisivos, gémeos, separados à nascença. Ambos diferentes e simultaneamente semelhantes, saídos da National Geographic, a retratarem alguns espécimes da nossa sociedade através dos mais vincados estereótipos, ora no seu estado mais natural, com aroma a PVC, ora com um cheiro mais urbano e bairrista, com fêmeas alpha a fazerem de mãe e a revelarem, logo de caras, a razão dos filhos estarem solteiros.

Afinal, nada anormal para quem já utiliza o sentido de observação no dia-a-dia e lida com os frequentadores dos cafés lá da zona, daqueles onde se fala dos romances da bola e onde se "abancam" os "experts" da geopolítica estratégica mundial da batata, frequentadores de transportes públicos onde se ouvem os desabafos de dramalhões infindáveis, enquanto a vizinha do lado lê a TV 7 Dias, ou quando se visitam os cabeleireiros de bairro, onde as minas disparam bitaites com mais rapidez do que o Marcelo lê um livro, revelando uma capacidade multitasking fenomenal ao falar do novo namorado da filha da vizinha, da toilete que a princesa Meghan usa, ao mesmo tempo em que vendem um creme da Oriflame.

A sociedade fast-food pariu o pseudoamor, instantâneo e descartável, superficial, que nos deixa esfomeados e sequiosos de outra coisa qualquer assim que damos a primeira trincada numa atração de borracha. O desespero cria o sonho idílico que o amor pode estar nas coisas simples da vida e que talvez entre ovelhas e cabras se pode afinal encontrar um sapo que se transformará em príncipe, ou que uma sogra poderá ser a fada madrinha que oferecerá o seu mais-que-tudo que não sabe cozinhar ou passar a ferro, mas com um laçarote no topo.

Desenganem-se as alminhas puras e inocentes se realmente pensam que ali poderão encontrar o verdadeiro amor. Este será apenas um meio para atingir os seus fins, e basicamente todos saem a ganhar. Os próprios sabem isso. Aguçados pela sede de audiências, os canais apenas revelam de forma pornográfica (leia-se bruta e explícita), a realidade da nossa sociedade e do nosso querido Portugal…

E manifestam-se então as criaturas virtuosas das redes sociais ou as politiqueiras de serviço, que se degladiam com espadas de cartão face aos moinhos da pimbalhice, enquanto deixam escorrer uma pinguinha de azeite pelas pernas abaixo de tamanha excitação... Afinal, têm pezinhos de barro como qualquer um dos mortais, e também lhes corre um pouquinho de bimbalhice, parolice e pimba pelas veias, debaixo de toda aquela maquilhagem, silicone e roupa de marca. São as mesmas pessoas que não irão escolher um parceiro desdentado e obeso ou não irão querer a sua prole enrolada com atrizes de filmes para adultos. Oh, santa demagogia que abençoaste esta malta.

Desejo-te uma semana cintilante!

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Viva!

Era uma vez uma princesa chamada Kimberley. A Kimberley tinha 24 anos e, tal qual a maioria dos mortais, ansiava por encontrar a sua cara-metade. Como esta tardava em dar o ar da sua graça, a nossa heroína decidiu partir em busca dele. Na sua aventura passou por vários sites e apps, até ir parar aos domínios do Tinder, onde se cruzou com vários pretendentes. Houve um que a cativou mais que os outros; ao ponto de decidir aceitar o seu convite para um encontro, encontro esse que correu tão bem que acabou promovido a jantar.

O que parecia prestes a desabrochar num segundo date, acabou confinado a um silêncio ensurdecedor, já que o mancebo nunca mais deu sinal de vida. Até que, três meses depois, adentra pelo telemóvel da Kimberley uma mensagem do "ghosting" com 15 recomendações que ela deveria seguir se quisesse voltar a desfrutar da doce fragrância da sua presença.

Qual não foi o choque e a estupefação da nossa jovem ao ver isto:

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Para quem não está muito à vontade com o inglês (como eu), fica aqui a tradução:

1. Se perdesses seis a 12 quilos ficarias incrível;

2. És muito pálida. Sei que não gostas muito de apanhar sol, mas um pouco de bronzeador não te faria mal nenhum;

3. Como até tens mamas grandes, deverias mostrar um pouco mais do teu decote;

4. Penso que deverias usar roupas que se adequem mais ao teu tipo de corpo. Deverias também atualizar um pouco o teu estilo para que eu não me sinta embaraçado quando andar contigo na rua;

5. Devias pintar o teu cabelo de uma cor mais normal e fazer extensões. O cabelo comprido é mais sexy;

6. Devias ter um ar mais natural e por isso devias deixar de usar maquilhagem. Arranja-te de forma a que fiques com um ar decente, mas não exageres;

7. Como os teus lábios descaíram, devias voltar a fazer um preenchimento. Eu sei que te arrependeste de o teres feito antes, mas o enchimento dos lábios dá-te um ar mais sexy;

8. Precisas de ser mais confiante. A confiança é sexy!;

9. O facto de quereres ir devagar fez-te parecer pudica. Além disso deverias ser mais sensível para com os sentimentos dos outros pois o facto de não me teres dado um beijo magoou o meu ego;

10. Quando nós comemos, eu reparei que pediste uma salada, mas pedires uma cola normal é ingerires mais calorias que não precisas;

11. Devias contar o mínimo possível de detalhes sobre o teu passado. Eu não estou minimamente interessado em saber nada sobre o teu passado nem por aquilo que passaste;

12. Pareceste-me um pouco reservada. Devias mostrar mais a tua personalidade;

13. Devias ter um melhor sentido de humor. Tu não te riste de nenhuma das minhas piadas;

14. Fizeste-me sentir mal quando te ofereceste para pagar. Parece que não percebeste que eu tinha dinheiro para pagar mesmo depois de te ter mostrado qual o saldo da minha conta bancária;

15. Não me fizeste nenhum elogio.

Poderia este texto ter sido importado diretamente da minha imaginação? Poderia, mas não foi. Esta estória é verídica e passou-se lá pelas terras de sua majestade. Uma situação tão inusitada (e bizarra) que a sua protagonista fez questão de partilhá-la com o cibermundo, que, por sua vez, não se coibiu de a viralizar, despertando assim a atenção de reputados sites de notícias, como, por exemplo, a Fox News, o The Sun ou o Daily News.

Moral da estória: príncipes encantados não existem, muito menos no Tinder!

Bom fim de semana!

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Viva!

Já que só se fala disso, eu também quero dar bitaite sobre a polémica do momento, apesar de (ainda) não ter estabelecido qualquer contacto visual com nenhum dos elementos. Como já deves ter adivinhado, refiro-me aos novos dating shows, estreados domingo nos canais 3 e 4 da televisão portuguesa.

Desde a primeira versão do Big Brother, já lá vão quase duas décadas, que sou assumidamente abstémia no que toca ao consumo destes conteúdos, a meu ver, mero lixo audiovisual, ou telelixo para ser mais exata. Contudo, como profissional da comunicação formada e informada, que faz questão de estar a par do que acontece ao seu redor, leio sobre o assunto. E como! É assim que vou acompanhando o desfile de programas de entretenimento para adultos (sem bolinha vermelha, atenção), cada um mais decadente que o outro. E o que não me chega ao conhecimento por livre e espontâneo acaso, as redes sociais, as colegas e os amigos disso se encarregam.

Mais empolgante que devorar o disse-que-disse/escreve-que-escreve, é auscultar a reação alheia, venha ela de figuras públicas ou de personalidades anónimas. E o que mais tem abundado nas últimas trinta e tal horas são notícias, paródias, mas sobretudo, censuras sobre os programas Quem Quer Casar com o Meu Filho? e Quem Quer Namorar com um Agricultor?.

Para as Capazes, protagonistas de uma das reações mais ferozes que me chegou à vista, "a SIC pôs várias mulheres a competir para agradar a um macho", enquanto que a TVI "pôs várias mulheres a competir para agradar à mamã de um macho". "Lady na mesa, louca na cama… e serva na cozinha" parecem ser as chaves desta lotaria; seja ela qual for (amor, namorido, fama, dinheiro ou outra coisa qualquer).

Uma vez instalada a polémica, são cada vez mais audíveis as vozes contra estes formatos que, mais do que fazerem das televisões pseudoagências matrimoniais ou locais de speed dating, promovem uma imagem deveras degradante do papel da mulher na relação, na família e na sociedade.

A meu ver, ao mesmo tempo que se dá uma migração do engate, do território virtual para o território audiovisual, é flagrante a deturpação de valores como sensibilidade, bom senso e seriedade. Sobre os guarda-roupas, os roteiros e as personalidades das candidatas prefiro não emitir opinião para já, sob pena de incorrer no perjúrio do preconceito e dos estereótipos.

Atrevo-me é a dizer que, independentemente da motivação de cada um dos intervenientes (eu mesma quase concluí a minha candidatura ao Casados à Primeira Vista, lembras-te?), é inegável que o desespero parece ser o denominador comum. Desespero por mediatismo, desespero por encontrar o (verdadeiro) amor, desespero por subir audiências, desespero por aqueles 15 minutos de fama, desespero por coscuvilhice, desespero por atenção, desespero por desespero mesmo.

Por ora, remato o assunto nestes termos: estará a televisão a refletir-se na sociedade ou a sociedade a deixar-se refletir na televisão?

Até à próxima!

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Viva!

Depois de um esplêndido fim de semana (obrigada S. Pedro por esta benesse), eis-me de volta ao teu convívio com uma crónica sobre o lado oculto de muitas relações; relações que à primeira vista parecem saudáveis, mas que à quinta, sexta ou décima mirada são tudo menos isso. A essas cognomeei de relações espartilhadas, um mix entre relação saudável e relação tóxica.

Ainda que sem a componente violência (física e psicológica), flagrante nas relações tóxicas, este tipo de relacionamento pauta-se tanto pela ausência de afeto assumido como pela falta de compromisso declarado. É uma espécie de "curte" para adultos, em que uma das partes só quer saber da outra quando lhe dá jeito (ou gana, se é que me entendes ).

Marta Gonçalves Miranda, cronista da MAGG que admite ter vivido uma relação (demi)tóxica, descreve o perfil do "espartilhador" nestes termos:
- Está vários dias, ou até semanas, sem dizer nada e reaparece como se nada fosse;
- Diz que não está pronto para uma relação ou que não gosta de nós, mas é extremamente exigente para estar quando lhe apetece;
- Passa a viver às nossas custas financeiramente;
- Corre atrás de nós quando percebe que nos estamos a afastar;
- É desagradável, do estilo: "Eu não sou carinhoso muitas vezes para não ficares com a ideia errada [praticamente viviam juntos]";
- Nunca pergunta se está tudo bem;
- Mas despeja os seus problemas em cima de nós;
- Foge de tudo o que se assemelhe a uma discussão ou confronto;
- Diz que abomina ser pressionado.

Agora que ficamos com uma ideia mais concreta sobre o tipo de parceiro que assume o papel de vilão neste drama amoroso, importa escrutinar o porquê da outra parte sujeitar-se a uma relação assim assim? Será ela carente, tonta, desinformada, com baixa autoestima ou receosa do peso da solteirice? Nem por isso! A outra parte está simplesmente enamorada, e quando assim é, a vozinha interior é amordaçada e a luzinha de alerta posta em modo silencioso.

Não penses tu que todas aceitam de ânimo leve este tipo de relação. Há quem barafuste, há quem alinhe, mas no fim todas acabam por se deixar ir, enredadas numa espiral viciante, à qual se agarram como lapas, pois só assim creem poder voltar a provar do doce trago do encanto inicial. Mas porquê, é a pergunta que continua a aguardar resposta.

Porque, "no início, eles são absolutamente encantadores, mais até do que qualquer outro homem com quem tenhamos tido uma relação saudável. Eles eram presentes, prestáveis, interessados e, regra geral, fascinantes e inteligentes. Até que um dia demoraram seis horas a mandar mensagem e nós ignorámos. No dia seguinte, deixaram de nos responder. De repente apercebemo-nos que voltaram a não dizer nada, mas em vez de seis horas demoraram um dia. No dia seguinte, desapareceram sem deixar rasto. Nós chorámos a achar que tinha acabado. Até que eles reaparecem na sexta-feira como se nada tivesse acontecido, a convidar-nos para jantar. E voltávamos. Já não sabíamos quem éramos, o que queríamos. Deixámos de gostar de nós e de tirar prazer das coisas. Felicidade? Só quando estávamos com eles. E, mesmo assim, nem essa era verdadeira — no fundo do nosso ser, nós sabíamos que aquilo estava errado. E sabíamos que tinha de acabar.", esclarece Marta.


Dou por encerradas as hostilidades, com esta instigação: à falta de uma relação saudável, entre ter uma espartilhada e não ter nenhuma qual escolherias? A minha resposta: que venha o diabo e escolha!

Até breve!

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Viva!

Comemora-se hoje o Dia Internacional da Mulher, data assinalada pela primeira vez em 1975, pelas Nações Unidas, mas só reconhecida como tal, dois anos mais tarde. Num dia que se quer de celebração e exaltação da condição feminina, a realidade mostra-nos que há ainda um longo e penoso percurso a ser feito até que a mulher seja, de facto e de direito, estimada, respeitada, valorizada e protegida. 

Este ano, motivos para celebrar são ainda mais escassos. Em apenas 67 dias, foram brutalmente ceifadas 12 vidas femininas, só em solo português. Alguém que me faça entender (suplico) como tal é possível, estando nós em pleno século XXI e num país da União Europeia? Com toda a certeza que uma das explicações está acoitada na brandura com que se tem lidado com a violência doméstica, um flagelo social subestimado pelas autoridades competentes (preciso citar aquele juiz desembargador cujo nome não pode ser escrito sob pena de levarmos com um processo judicial custeado pelo nosso próprio bolso?), negligenciado pela sociedade civil e desdenhado pelos agressores.

Este é apenas um dos motivos – talvez, o mais flagrante – porque este dia mais parece de luto do que de festa. O que o salvou e renovou as minhas esperanças num futuro mais risonho para as provedoras de vida foi saber que a capital alemã, Berlim, tornou-se na primeira cidade da União Europeia a decretar feriado no Dia Internacional da Mulher. Isto sim, é digno de registo.

É facto que este dia, mais do que todos os outros, é nosso. Celebremo-lo pois com orgulho, mas ao mesmo tempo com a consciência de que tanto há ainda a ser feito. Batalha a batalha, a vitória vai ganhando forma; só que ela não se faz sozinha nem se alimenta do ar. Ela demanda – exige até – um investimento contínuo e redobrado de todas as partes envolvidas. 

Hoje a mulher se faz presente em tudo, e essa presença se multiplica em cada sonho alcançado; motivo pelo qual concluo esta crónica com o seguinte repto: que nós as mulheres saibamos interiorizar o verdadeiro significado desta data; que os homens aprendam a respeitá-la e que o mundo consiga dignificá-la nos restantes dias do ano. Feliz Dia Internacional da Mulher!

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